quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mais um grito ecoa em favor do Centro Histórico de São Luís


Às vezes me pergunto, onde vivem os nossos governantes e políticos? Numa cidade como São Luís, que passa por toda sorte de abandono nas mais diversas áreas e, em especial, no que tange ao Centro Histórico de São Luís, que ao longo dos últimos anos só tem sido degradado, daí a pergunta: Será que nossos Deputados, Vereadores, Secretários, Prefeito e Governadora não transitam por aquelas artérias? Pelo que se percebe não, ou se transitam, devem circular em carros com seus vidros totalmente negritados, daí a explicação para o descaso que sofre este patrimônio da humanidade.

Para ilustrar o que digo, hoje da tribuna da Assembléia Legislativa do Estado, o Deputado Joaquim Nagib Haickel, fez um pronunciamento falando desse abandono, diga-se de passagem, que este blog e o Jornal Cazumbá, assim como entidades com Associação Brasileira das Agências de Viagens, seccional do Maranhão, Sindicato das Empresas de Turismo do Maranhão, São Luís Convention & Visitors Bureau, entre outras entidades, tem diuturnamente buscado se fazer ouvir no que tange a problemática do Centro Histórico, mas parece que tanto o Governo como a Prefeitura não tem se importado com nosso maior cartão postal. Agora foi a vez do Deputado, antes tarde do que nunca.

Em seu pronunciamento o Deputado cita que no último final de semana recebeu um grupo de amigos do Sul do país, e ao sair para mostrar São Luís e, em especial, as belezas do Centro Histórico, qual não foi sua “surpresa” a cidade está destruída. Ora senhores, então, o que se percebe é que o nobre Deputado não tem andado por nossa capital, se andasse, não passaria pelo dissabor de mostrar uma cidade que está à porta do seu quatrocentenário, sem nenhum preparo para receber ilustres visitantes, amigos do Deputado.

Ele disse, ainda, que ao levar o grupo de amigos ao Centro Histórico, para que os mesmos contemplassem os nossos “casarões, ruas, ruelas, becos, escadarias, ladeiras, a princípio eles ficaram extasiados porque eles não têm isso no Sul, mas com o passar do tempo, passei uma hora e meia, duas horas andando pelo Centro da cidade e a ‘ficha’ foi caindo neles e em mim”. Ora Deputado, repito, se o senhor tivesse nos últimos doze meses se dado o prazer de sair do gabinete, ou melhor, lido as matérias que tratam da cidade, não teria passado por esse constrangimento, de mostrar uma São Luís “destruída”.

Nas contas do Deputado cerca de 500 imóveis são tombados pelo patrimônio histórico, pertencentes ao Governo do Estado. Outros tantos pertencem à Prefeitura de São Luís “e o poder público, tanto municipal, quanto estadual, nada fazem para recuperar esse casario”. Quase não acreditei no que ouvi, o Deputado Joaquim Nagib, imortal da Academia de Letras do Maranhão, defensor da Cultura e das Artes, parlamentar com alguns mandatos, com vez e voz no governo do Estado, porque não levantou a voz em defesa desse patrimônio destruído? E se levantou, por que não foi ouvido?

São monumentos pichados, bustos retirados, casarios abandonados sendo usados por marginais e crianças em estado de risco, ruas entregues a hippes e mau feitores, que assaltam e perturbam o sossego dos transeuntes e o mais grave, hoje pelas ruas do Centro Histórico, transitam carros de secretarias e pessoas que trabalham na área, ameaçando a vida e todo o conjunto de prédios e, ainda, a proliferação da prostituição infanto-juvenil, que faz da Praia Grande um lugar onde tudo é permitido.

Finalizou o Deputado: “Eu já fiz algumas outras vezes, mas ninguém ouviu e nunca é tarde refazer uma proposta, que se façam parcerias público/privada com entidades, instituições, com fundações, empresas que queiram usar os imóveis pertencentes ao poder público, em contrapartida a simples restauração desses imóveis. Ainda, poderia se implantar no Centro Histórico a própria administração pública do município e do Estado, impedindo que nossa cidade literalmente desmorone”.

Faço coro às palavras do Deputado Joaquim, e digo mais, a Assembléia Legislativa do Maranhão, também poderia somar esforços em prol do Centro Histórico, já que o nobre Deputado, afirma que em outros momentos já falou e ninguém ouviu, quem sabe se o poder legislativo do Estado venha somar na busca de soluções para tamanhos problemas que acometem nosso maior atrativo turístico da capital, Patrimônio da Humanidade.

2 comentários:

  1. Não é ele que tem um Museu da Imagem e do Som, no Desterro? (Atentai pra isso, como eu nesta postagem: O Centro Histórico está todo um 'Desterro', na acepção da palavra.
    Agente tem umas ideias boas, mas a visão esquerdista do povo da "cultura" não permite que as coisas evoluam.
    Se terreno que foi a Oleama em frente ao Convento Merces, fosse feito um mini-Shopping, ja dava uma vida ao Centro. Mas claro numa arquitetura que harmonioza ao conjunto em volta.
    mas a visão esquerdista e arcaica, junto ao inútil IPHAM, não permítem, nem nossos micro-empresários, que só emprrendem com patrocínio de governo.

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