quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Os dez desafios para o Turismo do Maranhão em 2011

Iniciada a nova gestão de governo, empossados os novos secretários de Estado, a governadora Roseana Sarney terá pela frente uma tarefa um tanto quanto hercúlea, uma vez que ela proclamou que esse será o melhor governo da sua vida.

Não tenho dúvidas que possa ser, sim, o melhor governo da história do Maranhão, que nos últimos anos começou a vislumbrar um oceano de oportunidades e terá nos próximos anos, um aporte volumoso de capitais em todas as áreas, que deve movimentar alguns bilhões de reais até o final de 2014.

A pergunta é: toda essa cifra vai gerar oportunidade de fato para o maranhense, que mereça ser comemorada, com empregos de qualidade, respeito aos valores locais com sustentabilidade, frente aos enormes desafios, provocando o mínimo de impactos ambientais?

No turismo, os desafios também são enormes. Para enfrentá-los, o Secretário Tadeu Palácio, está com muita vontade de dar prosseguimento aos projetos que já vinha implementando, bem como novas ações, uma vez que, no Ministério está também o maranhense Pedro Novais, o que gera maiores expectativas no setor, sendo uma oportunidade única para desenvolver turisticamente o Maranhão.

Mas, não nos iludamos a pensar que tudo agora será flores. Os problemas continuam e alguns até tem dimensões intransponíveis, como a falta de infraestrutura aeroportuária, estradas, transportes, serviços entre outros em todos os pólos turísticos do Estado, que vão precisar de toda a ajuda possível para se ter um mínimo de atratividade nestas localidades.

Para se ter uma idéia, fiz uma relação dos dez grandes desafios que precisarão ser resolvidos, discutidos ou no mínimo, trabalhados ao longo dos próximos quatro anos.

1 - Ampliação e melhoria no Aeroporto Marechal da Cunha Machado - um problema antigo, mas de fácil solução. Basta para isso uma união da bancada Federal do Estado, governo estadual e iniciativa privada, buscando verbas federais, mostrando a importância deste aeroporto para o Maranhão. Uma vez que além da crescente demanda anual de passageiros, São Luís se candidatou a sub-sede para Copa do Mundo de 2014, que aumentará muito o fluxo de passageiros naquele terminal.

2 - Construção e melhoria de um terminal de embarque e desembarque de passageiros de navios, uma vez que a maneira como o Maranhão tem recepcionado alguns cruzeiros tem deixado a desejar. Parece algo fácil de solucionar, uma vez que o Porto do Itaqui também é operacionalizado pela iniciativa privada e uma parceria neste sentido é bastante viável.

3 - Despoluição das praias e rios da grande ilha de São Luís. Este é um problema de difícil solução, pois requer altas somas, disciplina e conscientização da comunidade local. Requer parceria ente o Estado e as prefeituras da grande ilha para se viabilizar a solução desse problema.

4 - Construção de um aterro sanitário decente para destinação de todo lixo produzido na ilha de São Luís, uma vez que a própria legislação de Resíduos Sólidos, sancionada no final do ano passado pelo presidente Lula, dá incentivos e obriga os municípios a se adequarem a essa nova realidade. O problema é encontrar um lugar ideal que não contamine o já precário lençol freático da ilha.

5 - Duplicação da BR 135, especialmente nos trechos que vai da Ponte do Estreito dos mosquitos a cidade Caxuxa. Ou seja, 200 quilômetros de vias expressas, retirando os inúmeros quebra-molas, sinalizando decentemente esta importante rodovia. Essa é uma batalha vitoriosa, uma vez que as verbas já estão disponíveis para essa obra e alguns trechos licitados, cabe ao Estado somente fazer frente ao governo federal e ampliar essa malha que deve se estender até Timon, na divisa com Teresina/PI.

6 - Melhorias no trânsito de São Luís, com a construção de novas avenidas e ampliação das já existentes na cidade. Essa é uma tarefa de difícil concretização, pois depende de verbas federais. E, ainda, a ampliação e melhoria da oferta de água e energia do Estado e melhoria no transporte coletivo da capital. Nem o município e nem o Estado tem verbas para tanto. Cabe aqui uma parceria entre o município, governo Estadual e Federal.

7 - Qualificação e construção de mão de obra para melhor atender os turistas que chegam a nosso Estado. Esse tem sido o calcanhar de Aquiles no turismo maranhense, pois depende em muito da iniciativa privada. O governo e alguns setores da cadeia produtiva do turismo têm preparado mão de obra especializada, mas a oferta tem sido menor que a procura.

8 - Preparar a comunidade para melhor receber. Mesmo com a máxima que o maranhense recebe como ninguém, esse item precisa ser melhor trabalhado; taxistas, garçons e policiais. Não é muito raro se ouvir reclamações de explorações de turistas por parte dessas categorias. Por isso, a qualificação deve fazer parte e delas depende o marketing do bem receber da cidade que quer se consolidar como um destino turístico.

9 - Serviços turísticos e ambientais. Essa é uma tarefa difícil e uma batalha que requer lutadores hábeis e é indicada mais a entidades de classe, como São Luís Convention Bureau, que agrega toda a cadeia do turismo, e precisa convencer empresas como AMBEV, VALE, ALUMAR, CEMAR, RENOSA, entre outras que vivem direta e indiretamente do turismo, a colaborar com esse setor, investindo na melhoria do mesmo, que há muito por fazer.

10 - Construções que respeitem o Meio Ambiente. No Maranhão é muito comum construções em áreas de proteção ambiental e sem um projeto de manejo. São hotéis, hospitais, conjuntos habitacionais, entre outros, sendo construídos, despejando esgotos nos córregos, rios e até mesmo nas praias sem nenhum tratamento. O governo do Estado tem a obrigação de incentivar e promover a construção de usinas de tratamento sanitário, reduzir o consumo de energia, que reaproveitem a água e reciclem os seus entulhos.

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