segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Poluição das praias ameaça turismo


A capital maranhense sempre ostentou a fama de possuir algumas das mais belas praias do país. A cor diferenciada das suas águas deve-se às algas pardas que se encontram dispersas em grande quantidade no meio marinho, e ao despejo de água doce de vários rios que deságuam na baía de São Marcos, e ainda, aos muito material em suspensão em nosso litoral.

Num passado não muito distante, ainda era possível se encontrar pés de muricis, guajerus e cajus em algumas praias de São Luís. Tempos idos. Com a construção da Avenida Litorânea, a poluição das praias se tornou uma triste realidade.

Aliado a esse processo, dezenas de prédios residenciais foram erguidos nos últimos anos na orla marítima, bem próximo às dunas, e o surgimento de dezenas de bares ao longo da Litorânea, com despejo de esgoto sem tratamento no mar transformaram as praias impróprias ao banho, tornando proibitiva uma das principais atrações turísticas de tais locais. A quantidade de coliformes fecais nas praias (três superior ao permitido) se encontra há tempos acima do permitido, sendo que apenas 5% do esgoto de São Luís recebe algum tratamento adequado.

A praga da especulação imobiliária, feita de forma não sustentável, é um dos principais vilões. A Ponta d’Areia é uma das praias que recebe maior lançamento de esgoto, oriundo das dezenas de prédios localizados no local. Na Península da Ponta d’Areia, por exemplo, o esgoto jorra diariamente através de uma tubulação que fica bem em frente ao edifício de alto luxo Two Towers, contaminando tal setor desse ecossistema já bastante combalido.

O quadro piora quando se sabe que o rio das Bicas, Bacanga e Anil recebem, há anos, o esgoto de São Luís, sendo que tais rios desembocam na baía de São Marcos. O lixo acumulado também é muito grande, de tal forma que, quando a maré vaza, o lixo e o esgoto fluem para o mar, retornando em seguida com a maré alta, espalhando-se pela orla marítima da ilha e contribuindo para poluir ainda mais o ecossistema costeiro de São Luís, e prejudicando, dessa maneira, o desenvolvimento turístico da capital maranhense.

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