sábado, 5 de março de 2011

Carnaval de São Luís: A novela da Passarela do Samba

Todo ano se repete o mesmo samba enredo. Alguns dias antes do carnaval maranhense, dezenas de operários se revezam no Anel Viário, no trecho próximo ao CEPRAMA, visando a montagem da Passarela do Samba, espaço onde as escolas de samba se apresentam, juntamente com blocos tradicionais, tribos de índio, blocos afros, blocos organizados, Casinha da Roça, dentre outras brincadeiras do período momesco. O fato de a passarela ser provisória tem sido motivo de polêmica acirrada. Muitos afirmam que a prática pode ser usada para beneficiar alguns empresários.

Alguns presidentes de escolas de samba e de blocos tradicionais insistem na necessidade da construção de uma passarela permanente. A argumentação é forte. Segundo eles, somente num espaço adequado as escolas poderiam evoluir com desenvoltura, mostrando a beleza de suas fantasias, adereços e carros alegóricos, dentre outras atrações. Além disso, a passarela permanente poderia abrigar salas nas quais, durante o ano inteiro, os grupos poderiam ocupar visando a confecção de suas fantasias e adereços. Da mesma forma, seriam oferecidas oficinas permanentes de bordado, costura, artesanato, dentre outras, com esse trabalho servindo como ocupação para jovens carentes de bairros próximos como o Desterro, por exemplo.

Muitos carnavalescos são unânimes até em batizar essa possível passarela do samba, homenageando José Alves da Costa, o popular Piranha, já falecido, que foi diretor da Escola de Samba Flor do Samba. Durante sua gestão, a escola sempre se destacou no cenário do carnaval maranhense, sendo uma das escolas mais brilhantes de São Luís.

Por outro lado, muitos foliões afirmam que uma passarela definitiva não é necessária, já que o carnaval maranhense, tradicionalmente, sempre foi um carnaval de rua, sem um lugar fixo no qual os grupos seriam obrigados a desfilar. O mais sensato, contudo, seria unir as duas propostas, construiindo uma passarela permanente, na qual poderiam acontecer várias outras atividades durante o ano inteiro, tais como shows, dentre outros, e continuar estimulando o carnaval de rua, com a participação direta da população seguindo as brincadeiras e interagindo com elas, sobretudo em espaços de excelência na capital maranhense, como é o caso do Centro Histórico de São Luís

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