segunda-feira, 28 de março de 2011

O caos no trânsito de São Luís


A capital maranhense, em 1975, possuía 250 mil habitantes. Naquela ocasião, o prefeito Haroldo Tavares trouxe pra cá Nélson Prochnik, arquiteto que elaborou um Plano Diretor para a cidade, o que nos legou o Anel Viário. Tavares já estava preocupado em desafogar o tráfego de veículos em São Luís, e criou ainda o Aterro do Bacanga, favorecendo o crescimento da cidade para outras áreas.

De lá pra cá, em apenas 35 anos a cidade quadruplicou exponencialmente a sua população, o que provocou uma enorme demanda em vários setores. Sofremos com um precário saneamento básico (rios e praias poluídos), falta de segurança pública (crimes hediondos chocam a cidade a cada semana) e desemprego, gerando uma explosão do comércio informal, com camelôs infestando as calçadas do centro da cidade, prejudicando o fluxo de pedestres, dentre outras pragas. São Luís cresce em termos populacionais a níveis de cidades do Primeiro Mundo, como Chicago, por exemplo, só que sem planejamento.

De onde vem tanta gente? Os grandes projetos industriais instalados na ilha, associado ao fenômeno insano do êxodo rural gerou mazelas talvez incuráveis, dentre as quais se destaca o aumento da frota de veículos em São Luís. As concessionárias continuam despejando na cidade centenas de carros, mensalmente, sem que os gestores públicos disciplinem a questão. O resultado é o que já se vê: trânsito engarrafado, poluição sonora e do ar, stress. Em suma, o caos, mais uma praga apocalíptica surgida em razão da falta de planejamento. Já deveria haver disciplinamento na venda de veículos, além de rodízio, a partir da terminação dos números das placas dos carros, como já ocorre em São Paulo.

Na primeira gestão do prefeito Jackson Lago, o arquiteto Gustavo Marques elaborou novo Plano Diretor para São Luís, mas, o mesmo foi engavetado. Ali estava prevista a instalação de um metrô de superfície, o que resolveria boa parte dos atuais problemas do trânsito, adiando uma situação insana que, no momento, já aperta a garganta do fluxo de veículos na capital maranhense, estrangulando a goela da população, de contribuintes que perderam, talvez para sempre, a qualidade de vida que existia na bucólica Ilha do Amor.

Um comentário:

  1. Com todo o respeito ao Dr. Haroldo Tavares, que conseguiu restabelecer alguns dos antigos nomes das ruas da cidade e resgatar para o município a propriedade da histórica Fonte das Pedras, devo exprimir meu ponto de vista que diverge do exposto acima. Exceto em pequena escala, o aterro do Bacanga apenas serviu para incrementar o terrível assoreamento da linda enseada dos rios Bacanga e Anil, que teve início com a barragem do primeiro deles. Problema de difícil ou talvez impossível solução. Quanto ao trânsito, devo admitir que o transporte de massas seria a solução ideal, mas há necessidade de controlar-se o acesso de ônibus na cidade histórica, como vem sendo feito até hoje. A adoção de pequenos ônibus para locomoção de passageiros nas estreitas ruas poderia ser estudada.
    J.R.Martins

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