quarta-feira, 20 de abril de 2011

Protesto em favor da cultura maranhense

Mariano Costa protesta diante do Palácio dos Leões

Indignado com a parceria firmada entre o governo do Maranhão e a escola de samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro, para a elaboração do enredo do próximo ano, o ator e microempreendedor Mariano Costa fez um protesto, ontem, diante do Palácio dos Leões.

Para Mariano, o que o Estado vai gastar com essa parceria – o valor não foi divulgado pelo governo – é um desrespeito para com os artistas locais e a população, que enfrenta problemas que precisam de soluções urgentes. O enredo da escola carioca vai tratar dos 400 anos de São Luís.

Segundo Costa, têm centenas de artistas locais com projetos nas secretarias, há anos esperando resposta, e a justificativa da demora seria a falta de verbas. “Nós não temos condições de participar de uma coisa dessas. São milhões gastos anualmente para serem perdidos em uma noite. Temos de ajeitar a nossa cidade para os seus 400 anos, investindo nela e não no carnaval do Rio de Janeiro. Se não temos dinheiro para solucionar os nossos problemas, de onde vamos tirar para tal projeto milionário?”, interrogou o artista.

Ele opinou ainda que tal gasto não vai trazer benefícios para o Estado, uma vez que colabora para a disseminação do turismo sexual, devido ao exagerado apelo para o sexo existente no desfile carioca. “Temos que incentivar o turismo cultural e não o sexual, valorizando primeiramente a nossa cultura nordestina e as nossas instalações. Qual turista vai querer visitar uma cidade cheia de buracos, lixo e com um trânsito caótico, por exemplo. Deixo aqui um alerta também para os empresários: vale a pena tirar o dinheiro daqui para levar para o carnaval carioca?”, questionou.

Exibindo cartazes com as frases “Governadora Roseana Sarney, diga não ao carnaval carioca”; “Beija Flor. Ratos e urubus deixem nossos recursos em paz”; “No momento nosso estado não pode atender o luxo carioca”; “Beija-Flor quer o luxo e nós ficamos com o lixo”, o artista afirmou que seu protesto solitário é também uma forma de se solidarizar com os problemas do estado. “Acho que a população e as comunidades deveriam ser consultadas antes que esse projeto fosse aprovado. Essa foi a forma que eu encontrei de expressar o que estou sentindo, a minha insatisfação. Nós temos que eliminar essas vaidades do nosso estado. A população precisa saber disso”, desabafou Mariano Costa.

Em matéria divulgada ontem em seu portal, o governo do Estado não informou quanto vai custar a parceria firmada com a escola Beija-Flor.

Fonte: Gabriela Saraiva - Jornal Pequeno

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