quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma cidade suja, população doente e um poder público inerte, que a tudo assiste e não faz nada. Até quando?


Não é de hoje que sabemos que o lixo é um dos maiores problemas de São Luís. Está nas ruas históricas, nas praças, nas praias, nas avenidas e até na porta das igrejas. São toneladas de sujeira, que diariamente vem tomando conta da cidade.

As empresas contratadas para fazer a coleta do lixo, até parecem estar desempenhando suas atividades de maneira regular, apesar de toda a sujeira encontrada nas ruas e avenidas da cidade. O desafio mesmo é a falta de estrutura, educação e preocupação dos órgãos competentes, e da própria população, que já se acostumou a colocar o lixo em horários impróprios, ou seja, após o horário regular da coleta, aumentando dessa forma a produção do lixo nos principais pontos de São Luís.

O lixo espalhado, além de causar uma péssima imagem aos turistas que visitam a capital, é um grande proliferador de vetores, como moscas, baratas, ratos, mosquitos, etc., que podem trazer muitas doenças - diarréias infecciosas, parasitoses, amebíase, cólera, leishmaniose, leptospirose, toxoplasmose, e mais outras.

Outro dano que o lixo acumulado pode causar é a infiltração, já que a decomposição da matéria orgânica é considerada um forte poluente, que pode atingir as águas e também o lençol freático que abastece as casas. Pode ainda provocar enchentes urbanas, visto que o lixo lançado nos córregos, pontes e bueiros, servem de substrato para as larvas de mosquitos e impedem o fluxo da água, sendo uma das principais causas das enchentes, cujas conseqüências, além das perdas materiais, são as doenças como a leptospirose, causada pela urina dos ratos. Além disso, quando toneladas de lixo e sujeira estão localizados próximos a aeroportos, podem atrair pássaros diversos, principalmente garças e urubus, capazes de provocar sérios acidentes aéreos, tanto no pouso como na decolagem das aeronaves.

Para reduzir essa montanha de problemas, a solução depende de medidas que incentivem a reciclagem. Mas não se tem o costume, em São Luís, de separar o lixo para a reciclagem. A prova disso é que de 1.300 a 1.400 toneladas por dia de lixo consumido em São Luís, apenas 1% vai para as empresas de reciclagem da cidade. Nunca foi desenvolvida uma campanha de conscientização ou de educação, quanto à reciclagem do lixo, para praticar a coleta seletiva seja ela doméstica, empresarial, ou nas entidades públicas.

O que se houve falar é que a Prefeitura de São Luís e entidades de catadores apostam em investimentos federais de R$ 1,5 bilhão para alavancar projetos de reciclagem e tratamento de lixo. A expectativa é grande, mas enquanto esses novos investimentos para o meio ambiente não chegam o melhor a fazer é conscientizar o cidadão a reciclar o lixo em casa. Esta consciência é fundamental. Os fabricantes também devem ser responsabilizados pelo destino de seus produtos. Quem fabrica tintas e solventes, garrafas plásticas, pilhas, baterias, tem que participar da busca por soluções.

São Luís, quase quatrocentona, necessita de uma política educacional para a população da cidade, cuja solução pode vir, por exemplo, de uma lei municipal que obriga transformar os estudos de preservação do meio ambiente em disciplina escolar. Esse deveria ser o primeiro passo para criar maneiras apropriadas de se cuidar do lixo - a conscientização, as pessoas entenderem que lixo é um problema. Mas é necessário ter muito cuidado nesse processo, visto que muitas das campanhas de conscientização são incoerentes, e se sustentam na mera distribuição de folhetos, brindes e adesivos que desperdiçam recursos e geram mais lixo.

Foto:Ilustração/internet

Um comentário:

  1. Aguardo inserção do meu link na sua lista www.ovianense.com


    Alexandre de O Vianense Notícias

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