segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pedintes na orla urbana



Estive na última semana na cidade de Maceió, capital do Estado de Alagoas. Belas praias, ceuzão azul, quase sem nuvens, coqueirais deslumbrantes que formam, junto com o lindo tom de verde do mar, uma paisagem paradisíaca. O povo, hospitaleiro e alegre como todo nordestino.

No entanto, um fator atrai o olhar de quem visita o lugar: o número de pedintes na orla. O caso é sério e deve ser levado em consideração pelos governantes, haja vista que Maceió recebe muitos turistas, é sede de grandes eventos e, em 2014, durante a Copa do Mundo, está no corredor das cidades que serão sede dos jogos na Região Nordeste – Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN) e Fortaleza (CE). Ou seja: pela beleza natural, certamente a capital alagoana será destino de muita gente, ávida por conhecer esse Brasilzão de nosso Deus!

O número de pedintes, que se concentram na orla urbana onde os grandes ou aconchegantes hotéis estão instalados, é mesmo considerável em Maceió. E não respeitam horário: seja de manhãzinha, quando a gente se aventura por uma caminhada na praia ou num passeio noturno pelo calçadão, lá estão eles. “Me dê uma ajudinha aí!” Se fosse só pedir, tudo bem. Alguns vêm um olhar ameaçador e jeito de maloqueiro que parece dizer: “Se não me der nada, vou te roubar!”

Quem tem estabelecimentos no calçadão, como barracas e boxes, também precisa tomar certos cuidados. Ter grades nos vãos e fechaduras fortes são de menos. Até lâmpadas precisam ser desenroscadas e guardadas após o “expediente”, porque durante a madrugada, os vândalos de plantão quebram ou as levam no bolso.

Agora imagine essa onda de “me dê uma ajudinha aí!” durante um grande movimento de turistas na capital de Alagoas? É uma pedra no sapato di turismo. Sem falar na falta de segurança nas ruas. Guardas municipais ou mesmo a Polícia Militar não foi vista em nenhum momento na orla durante minha permanência de quatro dias por lá.
E o pessoal aqui do Maranhão ainda reclama das nossas deficiências – como, aliás, deve reclamar todo povo que se sente ultrajado com o que vê. Mas tem lugar que é muito pior – se a teoria da compensação servir de consolo para esses casos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário