quarta-feira, 27 de julho de 2011

Arborização com a espécie fícus prejudica prédios históricos de São Luís

Fícus benjamina
A arborização das vias públicas consiste em trazer para as cidades, mesmo que simbolicamente, um pouco do ambiente natural e do verde das matas, com a finalidade de satisfazer as necessidades mínimas do ser humano, o qual não se sente bem sob as condições de vida presentes nas cidades modernas, muitas vezes com intenso calor ou ares secos.

Contudo, arborizar uma cidade não significa apenas cultivar espécies vegetais aleatoriamente ou por simples modismos, sendo o adequado conhecimento das características e das condições do ambiente, um pré-requisito imprescindível ao sucesso da arborização.

Um dos grandes vilões da arborização urbana mal planejada é o plantio de Fícus (Fícus benjamina), árvore muito procurada pela sua beleza, mas que esconde uma realidade nada agradável para as estruturas urbanas. Com o desenvolvimento da árvore, as raízes agressivas acabam provocando grandes danos às estruturas, muros, edificações, calçadas e tubulações subterrâneas, e comumente racham vasos e pavimentos. Requer maior demanda de podas e remoções e aumenta o risco de queda de pessoas por causa de suas raízes. O seu plantio já é proibido em diversas cidades do país, inclusive em algumas cidades do Paraná.

Por conta disso, a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão quer a remoção da espécie Ficus benjamina na arborização da cidade, por provocarem danos significativos em edificações e calçadas.

Em entrevista ao blog, a superintendente regional do Iphan/MA, Kátia Bogéa, disse que o órgão já solicitou à Prefeitura Municipal de São Luís a substituição planejada e gradativa dessas árvores. “Não é admissível em áreas tombadas e seu entorno a instalação dessa espécie, que é muito danosa em áreas históricas, pois suas raízes são horizontais e estão destruindo as estruturas antigas das edificações em conjuntos urbanos históricos. Então, em casos de conjuntos históricos o Iphan recomenda que esse tipo de espécie não seja plantada. Em São Luís, foram plantadas várias. Por isso, estamos solicitando à Prefeitura a retirada dessa espécie, trocando por uma mais adequada com raízes verticais que não causem dano as estruturas antigas urbanas”, justificou Kátia Bogéa.

Fícus benjamina: beleza ou problemas?
Nativa da Ásia e melhorada por viveiristas da Holanda, é produzida aos milhões em Holambra-SP, com baixíssimo custo. Quando plantada no solo, fora do vaso, suas raízes agressivas destroem galerias pluvias, de esgoto, fiações enterradas, fundações e o que mais houver pela frente, causando um problema seríssimo nas edificações das cidades e prejuízos públicos e particulares incalculáveis por causa desta “bonsai”.

Como é uma árvore que cresce em qualquer solo e clima brasileiro, extremamente rústica, já existe até em cidades ribeirinhas no meio da floresta amazônica, mesmo com tantas belas árvores nativas à disposição.

Não há dúvidas de que é uma árvore belíssima, com caule acinzentado, raízes aéreas e ramos pêndulos, folhas pequenas, brilhantes e perenes. Infelizmente, devido a sua popularidade, o fícus vem sendo implantado em locais impróprios, como em calçadas, ruas e próximo a muros e construções. Sua venda é proibida em diversos lugares, e não se trata de implicância com a “pobre” árvore, pois trata-se de uma espécie incoveniente para arborização de ruas e avenidas pelo excessivo vigor do sistema radicular. O fícus é uma árvore para ser plantada em parques ou fazendas, longe de construções. Daqui há alguns anos elas ficarão adultas e vamos ter um grande problema urbano e já temos tantos não é mesmo?. E, o pior, a conta irá então para o bolso de todos.

Olha só o estrago que essas raízes podem fazer na calçada:

 


2 comentários:

  1. Muito bem abordado o problema. Realmente, os administradores da cidade precisam urgentemente adotar medidas que preservem nosso patrimônio urbanístico já tão comprometido. Arrisco a dizer que é o único motivo que atrai turistas à cidade. Já tive ocasião de comprovar os prejuízos causados por essa espécie de árvore e tenho de me congratular com a Kátia Bogéa pela iniciativa de solicitar da prefeitura a remoção dos exemplares existentes nas ruas antigas. Espero que alcance êxito em seu propósito, pois certamente encontrará algumas reações contrárias.

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  2. Parabéns. Pela matéria. Atualmente esta espécie está sofrendo com uma praga originária de seu país de origem aqui no Brasil. Esta praga é uma mosca branca que causa desfolha e pode até levar a morte da planta. Será que já checou aí?
    Tem mais informações no meu sítio(www.arboreo.net) busque no marcador mosca-branca ou ficus.
    Abraço,
    www.arboreo.net

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