quarta-feira, 20 de julho de 2011

“As divergências regionais sempre irão existir”, diz Flávio Dino


Em entrevista ao blog Cazombando, o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), maranhense Flávio Dino, fala sobre relacionamento com o conterrâneo Pedro Novaes (Ministro do Turismo), governadora Roseana Sarney e prefeito João Castelo; a problemática do aeroporto de São Luís e eleições de 2012. Confira a entrevista!

Cazombando: Tratando-se de política, já que são de partidos diferentes, como é o seu relacionamento com o ministro Pedro Novaes?
Flávio Dino:
Apesar de partidos diferentes, integramos a equipe de um mesmo governo, na mesma aliança política que governa o Brasil desde o governo Lula. Fomos indicados pela direção de nossos respectivos partidos para ocupar os cargos que estamos hoje e ambos temos a compreensão da necessidade de um trabalho eficiente, produtivo, respeitoso e cordial. Fomos colegas na Câmara dos Deputados, numa relação sempre amistosa e, agora, no Ministério do Turismo, temos demonstrações práticas inúmeras de que esse deverá ser o clima de total entendimento no que se refere às questões nacionais. Quanto à política regional, se mantêm as diferenças. Cada um tem sua opinião, o seu lado e haverá momentos em que isso será debatido, o que não será, seguramente, agora, já que estamos tratando dessa gigantesca tarefa de gestão da política pública de turismo do Brasil.

CAZ: E o relacionamento com a governadora Roseana Sarney?
FD:
Tenho conversado muito com o secretário de Estado de Turismo, Tadeu Palácio, da mesma forma que com o secretário e Turismo de São Luís, Liviomar Macatrão, porque somos agentes públicos e representamos parcelas da sociedade. Não é porque me defrontei eleitoralmente com a governadora Roseana Sarney e com o prefeito João Castelo que isso vai falar mais alto. Recentemente, estivemos na reunião da CTI Nordeste e estava lá o secretário Tadeu Palácio, visando exatamente consolidar o Nordeste como um grande produto turístico para a América do Sul. Isso é um exemplo prático do que vamos fazer. As diferenças estão mantidas, elas são legítimas na democracia – a boa política não ignora as diferenças. Somos, de fato, de lados diferentes na política do Estado, mas isso não irá atrapalhar o necessário trabalho no que se refere ao turismo.

CAZ: Como o senhor vê essas relações, incluindo a com Pedro Novaes, para o desenvolvimento do turismo do maranhão?
FD:
Naturalmente, temos a noção de que esse é um momento especial para o nosso Estado – que tem maranhense no Ministério do Turismo e outro na Embratur. Temos conversado bastante, eu e o ministro Pedro Novaes, sobre o que podemos fazer. Em matéria de promoção, alguns produtos devem ser ainda mais divulgados, como a Rota das Emoções e outros. Quanto ao Ministério de Turismo, tenho certeza que, no que se refere às suas competências, vai ajudar na ampliação da infraestrutura turística do nosso Estado. Eu próprio vou estar, dentro em breve, no nosso Estado, reunido com o trade turístico local e a imprensa especializada, para que, juntos, podermos posicionar o Maranhão nesse momento especial no que se refere à gestão do turismo nacional.

CAZ: A capital São Luís enfrenta um problema sério que é a questão do aeroporto. Qual a sua opinião sobre o assunto e em que o senhor pode ajudar, como presidente da Embratur?
FD:
Essa situação é realmente gravíssima. Lamentamos que tenha ocorrido esse evento, por problemas de manutenção e planejamento. Já estávamos com hora marcada, eu e o ministro Pedro Novaes, para ir à Secretaria de Aviação Civil na última semana e tratar especificamente dessa questão. Porém, por causa de compromissos no Salão de Turismo, em São Paulo, redimensionamos esse encontro para os próximos dias. Como presidente da Embratur, é lógico que isso figura entre minhas preocupações. A Embratur diretamente não executa nada em relação ao aeroporto, isso é competência da Infraero e Secretaria de Aviação Civil, mas o que podemos fazer, e o que já estamos fazendo, é ajudar a bancada federal, o governo, a Assembleia Legislativa nesse movimento de pressão e cobrança para que as obras sejam agilizadas.

CAZ: Existe, por parte da Embratur, algum projeto ou ação imediata para o Maranhão?
FD:
Nós realizamos, recentemente, uma ação promocional com um analista britânico que visitou nossas belezas naturais, como os Lençóis e São Luís. A ação foi bem divulgada pela mídia local. Nós estamos incentivando o nosso Estado a participar desses movimentos, seja com o uso das verbas descentralizadas – recursos destinados pela Embratur aos Estados para participação de feiras internacionais e produção em material promocional, seja buscando usar esse espaço de atuação política para auxiliar esse processo de mobilização do nosso trade. A grande contribuição que a Embratur pode dar e está dando ao Maranhão, é exatamente de promoção e divulgação do Estado como destino turístico.

CAZ: O senhor permanece no cargo até o final do governo Dilma?
FD:
Esse é um terreno de profecias. Temos esse objetivo, mas é a presidenta quem demite e nomeia quem quiser. Essa é uma decisão que depende dela. O meu objetivo é fazer um longo, duradouro e produtivo trabalho na presidência da Embratur.

CAZ: Pergunto isso, porque fala-se que o senhor é candidato em 2012 a prefeito de São Luís. Isso é verdade?
FD:
Nesse momento, ser candidato é ser um bom presidente da Embratur, esse é o meu foco e objetivo. Temos um calendário eleitoral que remete ao debate dessa questão para 2012 e, politicamente, essa a definição é do nosso partido. Eu não posso nem afirmar que serei, porque seria falso, assim como não posso afirmar que não o serei, porque seria igualmente falso.

CAZ: E se pó senhor for chamado, vai se ater à incumbência em 2012?
FD:
Uma eleição majoritária nunca é definida individualmente. É preciso, acima de tudo, ouvir o meu partido e os partidos aliados. Tenho feito isso, mas a definição será só em 2012.

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