terça-feira, 26 de julho de 2011

Bumba-meu-boi do Maranhão: a um passo do registro

Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reúne em Brasília no dia 30 de agosto para definir se aceita ou não o Bumba-meu-boi do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil.

O bumba-meu-boi do Maranhão pode ser transformado em patrimônio imaterial brasileiro ainda este ano.
O bumba-meu-boi, a manifestação da cultura popular com maior força de mobilização no Maranhão, pode ser transformado em Patrimônio Imaterial Brasileiro. Em sua próxima reunião, agendada para o dia 30 de agosto, em Brasília, o Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai apreciar o pedido de registro do Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil.

Kátia Bogéa:
"O registro do bumba-meu-boi
é um excelente presente
para o aniversário de São Luís"
Em entrevista ao blog, a superintendente regional do Iphan/MA, Kátia Bogéa, ressaltou que a proposta de registro do Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil é um dos mais completos e está apta para ser votada pelos membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan. “O que está sendo analisado é a importância dessa manifestação na coesão da sociedade maranhense, na construção da identidade do povo maranhense e nas relações sociais que ela estabelece e isso dentro de uma cadeia produtiva. A gente não está fazendo o registro do bumba-meu-boi, mas do complexo cultural dessa manifestação que envolve desde o artesanato, a musicalidade, a teatralidade, a coreografias, toda uma rede social de pessoas que participam na criação e reelaboração dessa manifestação que é secular”, explicou Kátia Bogéa.

A superintendente do Iphan/MA informou também que o engenheiro mineiro de Juiz de Fora, Luiz Phelipe Andrés, que é um dos 22 membros do conselho consultivo, radicado no Maranhão desde 1977, foi escolhido como relator da proposta do registro. Kátia Bogéa disse que o estado será muito bem representado, pois Phelipe Andrés é uma das referências na área de Patrimônio Cultural e muito tem ajudado a preservar a história da cidade que adotou para viver.

Segundo ela, o conselheiro Phelipe Andrés já recebeu o dossiê de pedido do registro e tem até o dia 30 para estudar o processo e dar o seu parecer aos outros membros que irão julgar e dar seu voto a favor ou não, sobre a inscrição da manifestação como Patrimônio Cultural do Brasil no Livro de Registro das Celebrações. “Se a votação for favorável, o pedido de registro é encaminhado ao Ministro da Cultura que sanciona e encaminha a Presidente da República que manda registrar no Livro de Registro das Celebrações. A partir desse momento ele é reconhecido como manifestação do Patrimônio Cultural brasileiro”, disse a superintendente do Iphan/MA.

O dossiê Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão contém um vasto material mais de 1.450 páginas com informações referentes à brincadeira como uma expressão da dança e da música no estado, CDs, DVDs e álbuns fotográficos. O dossiê aponta também as características mais humanas e peculiares da brincadeira junina, como o seu forte vínculo com a religiosidade.

Memória
A proposta de registro do Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil foi apresentada em 2008, pela Comissão Interinstitucional de Trabalho. O grupo é composto pela Superintendência do Iphan no Maranhão, Secretaria de Estado de Cultura, Fundação Municipal de Cultural, Comissão Maranhense de Folclore, Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular da UFMA, representantes dos Grupos de Bumba meu boi de sotaques além de representantes e membros de grupos de bumba-boi e da comunidade.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro, presidido por Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

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