quarta-feira, 27 de julho de 2011

Reserva Ecológica enfrenta problemas de poluição


A Estação ecológica do Rangedor vem sofrendo com a poluição e o desmatamento de sua área.
A Reserva Ecológica do Sítio do Rangedor, em São Luís, vem sofrendo com alguns problemas. O parque está com parte da área sendo degradada, desmatada pela ambição da especulação imobiliária que vem desmatando e erguendo construções em áreas de preservação permanente, causando vários problemas.

Nascentes, brejos, muitos dos quais já estão poluídos pela descarga direta de esgotos canalizados, configurando, inclusive uma agressão ao meio ambiente.


E não para por aí. O desrespeito com a unidade de conservação do Rangedor é ainda maior. Criada para preservar espécimes remanescentes da fauna e flora brasileira, em contraste com as edificações urbanísticas dos bairros Calhau e Cohafuma, a área - que seria intocável – é constantemente utilizada como depósito de lixo doméstico, banheiro improvisado, refúgio para criminosos e até mesmo, palco para a realização de rituais macabros.

Além disso, ao longo de sua extensão, o Sítio Rangedor apresenta falhas nas estruturas que delimitam a área protegida. Em diversos trechos, sobretudo nas imediações da Estrada do Calhau, a cerca de arame farpado foi derrubada - facilitando o acesso ao interior da reserva - ou encoberta pelo mato que avança pelas calçadas, comprometendo a visão dos motoristas e dificultando a passagem dos pedestres.

Outro agravante é que a área tornou-se propícia para abrigar criminosos. Moradora de um condomínio nos arredores da estação ecológica, a professora Lúcia Carvalho Alencar, 43 anos, ressalta a insegurança que ronda os moradores. “Tenho receio de ficar no ponto de ônibus, porque várias pessoas já foram assaltadas. Há dois meses, a polícia montou uma campana e conseguiu prender um homem que cometia os assaltos e se escondia na reserva”, revelou.

A Estação Ecológica do Sítio Rangedor ganhou notoriedade também, em virtude da construção dos prédios da Assembleia Legislativa do Maranhão, inaugurada em 18 de novembro de 2008. Na ocasião, militantes da causa ambiental contestaram o desmatamento da reserva para a edificação da nova sede, sob a alegação de que as obras infringiam as leis de proteção ambiental.

Impasse

Diante dos fatos relatados, a Promotoria do Meio Ambiente informou que desconhece a situação e que nenhuma denúncia formal chegou ao órgão. No que tange a fiscalização, a Promotoria afirma que compete ao Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). Entretanto, o Batalhão de Polícia Ambiental esclareceu que apesar de auxiliar no monitoramento das áreas de conservação em todo o estado, sua atuação efetiva limita-se à Reserva do Itapiracó e Bacia do Bacanga.

“Embora tenhamos acompanhado uma ação na reserva do Rangedor, que visava localizar uma suposta zona de desmatamento, há aproximadamente dois meses, nossas atividades são voltadas para a Reserva do Itapiracó e Bacia do Bacanga. Desse modo, não é competência do BPA monitorar a reserva”, reiterou o coronel Tinoco.

Área de recarga

A Estação Ecológica do Sítio Rangedor foi criada por meio do decreto estadual nº. 21.797/2005, em 15 de dezembro de 2005, com o intuito de preservar a biodiversidade local, bem como proteger as áreas de recarga do aquífero são-luisense. Apesar da expansão imobiliária em seu entorno, a Estação Ecológica do Sítio Rangedor ainda representa um importante elemento na absorção da água das chuvas, e no reabastecimento dos lençóis freáticos. Numa extensão 120 hectares de floresta, residem espécies nativas como bacuri, pequi e babaçu, além da diversidade de aves e animais silvestres como lagartos, pacas, tatus e cutias.

Fontes: TV Mirante e Jornal O Imparcial

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