segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sítios arqueológicos da Ilha de São Luís têm preservação precária

Os sítios arqueológicos da Ilha de São Luís têm preservação precária por causa do crescimento desordenado das cidades. O alerta foi dado durante o Seminário Nacional "Arqueologia e Sociedade", que foi encerrado sexta-feira, dia 19, no Auditório Central da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Já foram catalogados pelo menos 23 sítios arqueológicos na Ilha de São Luís, oito deles somente na Capital. Alguns já se estão totalmente destruídos.

As principais referências pré-históricas da Ilha de São Luís são os sambaquis, que são sítios arqueológicos formados por amontoado de conchas, restos alimentares e cultura material deixados pelas populações que habitavam a Ilha antes da chegada dos europeus no século XVII. Os registros mais antigos datam de 6.600 anos e mostram que os primeiros habitantes de São Luís eram povos pescadores-caçadores-coletores.

Pesquisa - O arqueólogo maranhense Arkley Bandeira, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, pesquisa sambaquis no Parque Estadual do Bacanga (São Luís), em Panaquatira (São José de Ribamar) e em Paço do Lumiar. "O objetivo é a caracterização dos grupos de pescadores-coletores e caçadores do litoral do Maranhão com base na tecnologia, cultura material, subsistência e assentamento espaço-temporal dos sítios remanescentes desses povos sambaquieiros", informou.

Os estudos arqueológicos já localizaram 15 sítios de sambaquis em São Luís, cinco em São José de Ribamar e três em Paço do Lumiar. "Esses povos exploravam os recursos aquáticos disponíveis na Ilha, vivendo principalmente da pesca e coleta de mariscos. Para tanto, fabricavam instrumentos como anzóis e varas de pescar. Trata-se de adaptações dos primeiros povoadores ao ambiente em que se instalaram", explicou Arkley Bandeira.

A intervenção humana no meio ambiente é a principal responsável pela deterioração dessas formações arqueológicas. Ainda na década de 1930, o pesquisador maranhense Raimundo Lopes, ligado ao Museu Nacional (RJ), localizou o Sambaqui do Pindaí, em Paço do Lumiar. Esse é um dos sítios que se encontra totalmente destruído por ações como a construção de estradas, residências, extração de terra preta, etc. "As cidades da Ilha cresceram sem planejamento e muitos sítios arqueológicos devem ter se perdido antes mesmo de serem localizados", acredita o arqueólogo.

As informações são do Jornal O Estado do MA.

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