sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Flanelinhas abusam na cobrança pelos espaços públicos

Tirar o carro da garagem e ter de sair para qualquer atividade em São Luís hoje tem sido um verdadeiro suplício. Digo isto, porque se você tiver de parar dez vezes em lugares diferentes da capital, terá de pagar dez vezes para os “donos” das ruas, que se auto intitulam donos do pedaço.

Na realidade, o problema não é somente de São Luís. Muitas outras cidades, também sofrem do mesmo mal, a exploração das vagas de estacionamento em vias públicas sempre caminhou no sentido oposto da formalidade, sem que o poder público tente disciplinar essa prática danosa aos proprietários de veículos automotores.

As avenidas, teatros, praças e até mesmo igrejas da capital encontram-se loteadas por flanelinhas, passando a tratar os locais como propriedade privada. Essa demarcação de território muitas vezes se dá de forma violenta, até mesmo armada, o que faz com que a intimidação seja intrínseca ao próprio exercício da atividade.

Ao parar o veículo em qualquer ponto da cidade, o motorista logo é avisado ou pelo menos é “saudado” pelo dono do pedaço, dando um recado direto: “pode deixar doutor” ou “boa tarde”, numa alusão direta para dizer que aqui quem manda sou eu. Ainda tem os flanelinhas mais diretos, com abordagens acompanhadas de ameaças implícitas: “o valor é este e se não quiser pagar, pode tirar pra fora”.

São inúmeras as ocorrências que envolvem esses “profissionais”, por não querer receber a quantia dada pelos motoristas e exigem de forma intimidadora o pagamento de determinado valor. Logo cedo, o cidadão já tem que ter um troco ao sair da padaria para esse serviço de “vigia”, se for à farmácia, teatro ou mesmo na igreja, eles estão ali para fazer a cobrança.

O valor exigido varia de acordo com a localização e disponibilidade de vagas. A renda mensal dos guardadores também é variável, mas sabe-se que tem muita lucratividade. A situação se torna ainda mais preocupante, pelo fato de que grande parte dos flanelinhas, terem um certo número de passagens pela polícia, principalmente por furto ou roubo.

Apesar de haver uma enorme reprovação pública, em relação a essa injusta abordagem, a fiscalização e repressão da conduta praticamente inexistem, apesar de que eventualmente a Polícia Militar promova tímidas operações para combatê-la.

Entretanto, via de regra, os flanelinhas detidos são liberados logo em seguida, voltam a atuar em seus "pontos", o que gera profunda indignação na população, pela atuação fraca do poder público.

Para que esses pseudos guardadores de carros, não atuem mais nos locais públicos, se torna necessário que as autoridades competentes tomem uma posição, de pelo menos criar um Programa de Capacitação que ofereça cursos técnicos, para qualificar esses flanelinhas.

Partindo daí vão poder sair dessa “profissão” ilegal e buscar se inserir em uma ocupação digna. Não esquecendo que nosso Estado está passando por um grande momento de desenvolvimento na construção civil e industrial (refinaria), que requer a mão de obra qualificada. Essa é uma saída bem mais viável e cidadã.

Um comentário:

  1. O q acham do Kazumbá iniciar um movimento contra a pratica da "flanelagem" ? Se é que podemos chamar assim? Pois o cidadão paga pois teme q seu bem seja danificado, o q poderia ser enquadrado no Art. 163 do Codigo Penal, bastando para isso, q se faça um BO, ou no mínimo, iniciar 1 campanha de sensibilização para que os cidadão entendam q é opcional o pagamento da gorjeta, posto que como o local é público, ninguém pode auferir lucro com ele sem o devido processo legal.

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