quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

AVIAÇÃO: Consumidor será afetado no bolso com privatização de aeroportos

A privatização em alguns terminais aeroportuários brasileiros deverá elevar os custos aos consumidores, mas deverá trazer também melhorias nos serviços prestados. A avaliação é do especialista em direito administrativo da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) José Carlos Oliveira.

O especialista usou o exemplo das concessões das rodovias federais e do serviço de telefonia para explicar o provável aumento de custos. Ele lembrou dos pedágios “extremamente altos” nas rodovias e da “maior tarifa telefônica do mundo” paga, segundo ele, pelos brasileiros. “Vamos sentir no bolso as tarifas de embarque e as de transporte de carga [com a privatização]”, afirmou em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Os aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e Brasília (JK) foram leiloados na última segunda-feira na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) arrecadou R$ 24.535.132.500 com o leilão.

“As empresas passam a ser responsáveis pela locação das áreas dentro dos aeroportos, como bares, restaurantes e lojas, essas áreas ficarão também muito mais caras”, afirmou o especialista.

“Logo, o empresário vai ter que repassar esses custos para nós, consumidores. Então podemos dizer que o consumidor será afetado no bolso com acréscimo significativo nos preços cobrados nos aeroportos”, completou.

O especialista explicou que o modelo de concessão adotado no país é chamado de PPP (Parceria Público-Privada). Nesse modelo há uma grande preocupação com a repartição dos riscos, pois se o negócio não der certo, o governo assume uma parte dos riscos do empreendimento.

“Na verdade esse modelo não é privatização, porque privatização é quando o governo vende todos os ativos e não fica com nenhum tipo de controle. Nesse caso, a Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária], empresa estatal que atualmente administra os aeroportos leiloados, terá uma participação de 49% em cada um dos três consórcios vencedores”, disse.

Agência Brasil

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