terça-feira, 27 de março de 2012

Inovar para vender o Turismo Brasileiro


por Ernesto Brand Neto*

Lutamos por muitos anos pela abertura dos escritórios da Embratur no exterior junto as representações diplomáticas como instrumento  e ponto avançado de divulgação do turismo brasileiro. Estavamos enganados? Como quase tudo neste país, esta abertura foi desvirtuada com custo altíssimo empregando pessoas erradas sem concurso público e sem formação em turismo. A experiência não deu certo.

Esquecemos que parte dos brasileiros residentes no exterior de forma legalizada podem ser promotores do turismo brasileiro utilizando parte do seu tempo livre  junto às empresas, clubes, associações, universidades,etc.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os 10 países onde mais moram brasileiros são, pela ordem: Estados Unidos (1.200.000); Paraguai (500 mil); Japão (300 mil); Reino Unido (150 mil); Portugal (147 mil); Itália; (132 mil); Espanha (110 mil); Alemanha (46 mil); Argentina (38 mil); França (30 mil). Os dados são de 2008.

Brasileiros selecionados, coordenados e treinados por profissionais especializados em turismo e propaganda poderiam  em contratos de trabalho temporário atuar em pequenas exposições, pequenos eventos, distribuição de posters, apresentação de filmes, palestras.

Esta ação em caráter permanente  e renovador pode dar mais resultados que equipes caríssimas colocadas nos escritórios da Embratur no exterior ou na participação de feiras de turismo caríssimas ou ainda em propagandas milionárias em redes de televisão  sem retorno garantido. A propaganda, a promoção e a venda devem ser permanentes se objetivamos aumentar o fluxo de turista para o Brasil.

APOIO A VENDA O TURISMO BRASILEIRO NO EXTERIOR


O setor bancário e de cartão de crédito brasileiro  têm sido criativo em soluções. Provavelmente o Brasil é o único país que consegue vender passagens aéreas sem juros através do cartão de crédito. Todos diriam que os juros estão embutidos no preço, mas  não acontece exatamente assim, pois a maioria das pessoas compram suas passagens com antecedência de meses. Deste modo,  conseguem melhores tarifas e  pagam  a maior parte do preço antes da viagem.

No passado, para se pagar a prestação as companhias aéreas  ofereciam o crediário, exigindo uma série de documentos e comprovantes do comprador  e do avalista e ainda cobravam juros e assim mesmo, não tinham a garantia de receber e tinham um custo para manter um departamento só para esta operação. O cartão de crédito facilitou todo o processo para o vendedor e para o comprador e eliminou  custos e parte do risco até então existente.

A venda antecipada permite as companhias aéreas  e companhias marítimas de cruzeiros a antevisão  e melhor planejamento  e políticas de preços. Este procedimento também é aplicado na venda de diária de hotéis e  pacotes turísticos de grandes operadoras.

Assim, toda atividade turística  é vendida no mercado interno brasileiro sem juros, facilitando e  beneficiando o mercado interno e também o exportativo internacional, ou seja, beneficiando os outros países.  Porque não conseguimos fazer o mesmo quando queremos vender sem juros os serviços turísticos brasileiros lá  no exterior para aumentar  a vinda de turistas estrangeiros para o Brasil???

Aí ficam algumas perguntas:

O que impede?
Considerando a existência de uma rede mundial do Banco do Brasil, se não houver impedimento jurídico nos países onde queremos vender; por que não fazemos este tipo de venda no exterior?
Porque não há engajamento do Banco do Brasil neste esforço de venda??

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* Ernesto Brand Neto – Turismólogo e  Agente de Turismo

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