terça-feira, 26 de junho de 2012

Praia limpa, já

Malazartes - Jesus Santos
malazartes50@hotmail.com


A abnegação e a vontade de melhorar o mundo e a vida de quem nele habita tem sido uma pedra no sapato de administradores que eternos nos cargos terminam destruindo tudo que é pertinente ao homem, até a cidadania.

Cabe perguntar o que existe na cidade nova além de franchising e edifícios cujo luxo esta mais para o nouveau riche do que para o bom gosto atualizado de estética inventiva. Dizem os maldosos que os projetos que não “emplacam” em outros estados, mas que por força do contrato com o arquiteto não emplacam em outros estados são edificados aqui com estrondoso sucesso e superfaturados. Eu não acredito mas que dizem ,isso lá dizem.

Em Barcelona reza a lenda que se todos os moradores usarem o banheiro ao meio dia e derem descarga a cidade some submersa sob grossa e fétida camada de dejetos. Se na península resolverem imitar o povo de Barcelona repetindo a proeza, sem dúvida some a península a Lagoa da Jansen e em Alcântara haverá um tsunami inédito que será ,alias como quase sempre acontece, capa de todas as revistas do mundo. Preparai -vos moradores da Ilha do Amor a fúria divina é implacável...

Os primeiros protestos já despontam,o que falta é fazer eco na imprensa do sul que hoje é fácil graças à internet e outros meios da comunicação. De nada adianta fazer sucesso local restrito a mentalidade pequena e de sobrevivência imediata que caracteriza nossa cultura “franco tupinambá”. Se o mundo não sabe, nada existe.

A idéia de criar um objeto em plena Avenida Litorânea, perto da praça de alimentação, com uma placa com os dizeres : “ ALÔ AUTORIDADES MEU OUVIDO NÃO É PENICO MAS A PRAIA INFELIZMENTE É. Foi brilhante. Gerou interesse e reflexão . São Luis é a última capital a se embrenhar no que costumamos chamar de desenvolvimento. Nossa tecnologia inexiste, nossos empresários ficaram no século dezenove, quando até banco e emissão de papel moeda era permitido, quando os maiores intelectuais da língua portuguesa eram nossos com uma observação se o Brasil não fala português a língua já tinha sumido, isso se é que falamos mesmo português.

Vendo os defeitos e males ocasionados em outros lugares e como outros povos com política mais eficiente contornaram o problema e tiraram proveito dessas indústrias que poluem e ninguém quer, já que não fazemos aviões e componentes para satélite, deveríamos salvar a possibilidade dos subempregos a serem criados com boa legislação e muita competência na aplicação de cada formula de desenvolvimento.

Quando fui conversar com as crianças do Dom Bosco eu pensava, vendo a alegria delas, qual destino lhes seria reservado. Só eles, se as coisas mudarem para melhor, poderão recriar a cidade investir em competência e superar o empreguismo.Mas quem disse que a coação, a chantagem, a morte não acovardará e coagira essas vidas que ainda não chegaram a se realizar e já correm grande perigo?

Quando o Dom Bosco investe no diálogo entre as suas crianças e a comunidade, ele cria um entusiasmo que desperta não só a sensibilidade mas a auto critica, a capacidade de perceber e de recriar. A idéia de educação não se limita mais a idéia jesuítica de b+a = BA hoje e para o futuro é preciso nas escolas amadurecer as identidades a capacidade crítica a percepção ou as novas gerações serão iguais à minha e vejam no que deu.

O saudável protesto da turma do ENGENHO DE FLORES em uma área que só tem a praia como aglutinador social e apesar da insegurança serve para o esporte o encontro e ao lazer, porque as praças são matagais abandonados, deve ser repensado ,deve servir de cautela nas eleições, deve repercutir como forma de amadurecimento social.

Somos um povo, um pouco dessa nossa identidade se perdeu quando trocamos os sobradões, as meia moradas as porta e janela pelos “arranha céus” ficamos nem uma coisa nem outra de tal maneira que tem franchising especializada em camarão e o franqueado tem que pagar para o dono a parte do leão quando nem atendimento que preste por parte dos garçons nos temos.

Em breve, deserdados também dos hábitos , será mais fácil comer tacacá ou acarajé que arroz de cuxá também será bom abrir uma franchising para a degustação e “bebericagem” da tiquira já que a diamba Pernambuco hoje produz melhor.

Lei que proíbe o despejo de dejetos nas praias existe mas o Brasil é um país que tem todas as leis possíveis e delas só se privilegiam os marginais porque tudo se compra e o pior, todos se vendem.

Espero que o futuro permita que se copie o que há de bom nos outros estados e países e que consigamos restituir às pessoas isenta da poluição, mais que a praia onde esta Litorânea mas também a dignidade de ter nascido aqui.

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