segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mesmo ilegal, táxi-lotação se expande nos bairros de São Luís

Diariamente, 572.136 pessoas utilizam o sistema de transporte coletivo em São Luís, que tem uma frota de 1.108 ônibus distribuídos em 185 linhas, segundo dados da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT). Com uma média de 516 passageiros por veículo, o sistema de transporte coletivo da capital tem se mostrado insuficiente para atender à crescente demanda de usuários, que passaram a buscar meios alternativos para se deslocar pela cidade, situação que está provocando a expansão do serviço de transporte irregular de passageiros feito por carros particulares em diversos bairros da cidade.

Em São Luís, o uso de carros particulares para o transporte urbano de passageiros (o chamado táxi-lotação) é ilegal, mas isso não impediu que a prática fosse realizada e se consolidasse, principalmente a partir de 2009, em diversos bairros da cidade, onde passou a competir com o transporte coletivo prestado pelas 23 empresas de ônibus que operam na capital.

Não há dados oficiais, mas apenas na área Itaqui-Bacanga duas das cooperativas que prestam o serviço somam pelo menos 400 veículos e os próprios representantes dessas associações estimam que outros 300 atuem de forma independente em diversas outras áreas da capital, formando uma frota que já é equivalente a 63% da frota de ônibus de São Luís. "A prática é comum nos bairros de São Luís com grande concentração populacional", afirmou Maxwell Castelo Branco, que há três anos trabalha em táxi-lotação.

Crescimento - É o caso da Cidade Operária, onde já é possível encontrar carros de passeio sendo utilizados para transportar moradores da área até o Centro. "Aqui, essa prática ainda está no início. O número de veículos que atuam no transporte de passageiros não chega a 50 e não tem muita organização, como acontece no Anjo da Guarda, que já falam em cooperativas. Os motoristas que transportam passageiros aqui atuam principalmente nos bairros do entorno, como Santa Efigênia e Janaína", afirmou Bruno Chaves, que há dois meses trabalha no transporte de passageiros.

A procura pelo serviço irregular é tão grande que os motoristas já transformaram alguns pontos da cidade em terminais rodoviários. Somente na Praça Deodoro, diariamente, é possível encontrar até 10 veículos estacionados à espera de passageiros durante todo o dia. Outro ponto já tradicional de lotação é o Anel Viário. Lá, outros 10 veículos, estacionados nas proximidades da Passarela do Samba, transportam os passageiros até os bairros da área Itaqui-Bancanga.

Os dois pontos são mantidos pela Cooperativa de Táxi e Transporte da Área Itaqui-Bacanga (Coopertai), que tem 150 veículos e há mais de cinco anos explora o serviço na capital. "Além desses pontos fixos na Praça Deodoro e no Anel Viário, temos postos na Praça do Pantheon, Fonte do Bispo, Vila Mauro Fecury II, Anjo da Guarda, Vila Embratel e em outros dois locais do centro de São Luís", informou Raimundo Jansen, um dos cooperados.

Os preços cobrados, R$ 2,00, são praticamente dos mesmos das linhas regulares. Em alguns casos, o valor pode chegar a R$ 2,50, dependendo do percurso. Cada veículo da cooperativa transporta até quatro passageiros por viagem, chegando a fazer até 20 viagens por dia, faturando, em média, até R$ 160,00, valor que deixa de ser pago às empresas de ônibus e que, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) ajuda a onerar ainda mais o sistema de transporte coletivo em São Luís.

Números

700 táxis-lotação atuam em São Luís

176 é o número de táxi-lotação multados pela SMTT

1.108 é a frota de ônibus de São Luís

Jornal O Estado do MA

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