terça-feira, 18 de setembro de 2012

Coco de babaçu, o fruto sustentável

Muito comum no Maranhão, o coco de babaçu é fonte de renda de muitas famílias que encontraram maneiras de utilizar todas as partes do fruto.
Conhecidas como quebradeiras de coco de babaçu, mulheres da região do Médio Mearim, no interior do Maranhão, descobriram diversas maneiras de utilizar este fruto, que vão além da simples colheita e quebra que antes praticavam. Sem que nenhuma parte do coco de babaçu seja desperdiçado, elas utilizam desde a casca do fruto até a amêndoa, desenvolvendo produtos como óleo, artesanato, doces e farinha.
Com a ajuda da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA) e das cooperativas que a associação apoia, tornou-se possível para estas mulheres o conhecimento de todas as propriedades do coco, que é dividido entre a casca, o mesocarpo e a amêndoa, e de como cada uma destas partes pode ser aproveitada.
A amêndoa é a parte mais valiosa para a renda destas famílias, já que ela é a principal matéria prima para a produção do óleo de coco de babaçu. Após a quebra e a separação das partes que compõe o fruto, as famílias vendem a semente na chamada cantina (pequeno supermercado criado pela ASSEMA para a troca da amêndoa por alimento ou dinheiro).
Após a troca, as amêndoas são levadas para a usina de processamento de uma das cooperativas que a ASSEMA ajuda: a Cooperativa de Produtores Agro-extrativistas de Lago do Junco (COPALJ). Na COPALJ, as amêndoas são utilizadas para a produção do óleo de babaçu, a partir de um processo de trituração, processamento e filtração. Este óleo é em sua maior parte exportado para países como a Holanda, Alemanha e Itália, mas também é aproveitado pelas quebradeiras de coco, que o transformam em sabonete para uso pessoal e sabão para a lavagem de roupas. Estes produtos são comercializados localmente.
Entre a casca e a amêndoa, há a parte do coco de babaçu conhecida como mesocarpo. O mesocarpo é retirado do fruto em flocos e moído, originando a farinha de babaçu, muito utilizada como complemento alimentar na região.
A casca do coco, além de servir para a realização de artesanatos pode ser transformada em carvão após o processo adequado de queima. Ao ser transformada em carvão, a casca pode então ser utilizada como um dos meios de esquentar a comida das próprias famílias agroextrativistas, bem como também pode ser comercializado por grandes empresas da região.
Contudo, os benefícios do babaçu vão além do fruto, já que as folhas das palmeiras podem ser utilizadas na fabricação de cobertura de casas, assim como em janelas, portas, cercas, gaiolas, cestos, peneiras e esteiras. Além disto, no período de seca elas servem de alimento para o gado e quando apodrecida, servem como adubo para as plantações.
A vasta diversidade de aplicações das propriedades do fruto e das folhas das palmeiras de babaçu é o que possibilita para uma parte da população do Médio Mearim sustentar ou complementar o sustento de suas famílias através do mercado solidário e de modo sustentável, respeitando a natureza e utilizando a criatividade.
 
Sobre a ASSEMA
Fundada em 1989 pela junção do trabalho das quebradeiras de coco e dos trabalhadores rurais, a Associação em Áreas de Assentamento do Maranhão (ASSEMA) é uma instituição sem fins lucrativos que luta por melhores condições de vida para as famílias agroextrativistas da chamada Região do Médio Mearim – interior do Maranhão. A ASSEMA atua política e socialmente nos assentamentos e cooperativas da região, atendendo cerca de 7 mil famílias direta ou indiretamente. Pensando nisso, a associação tem como missão buscar alternativas autossustentáveis para o crescimento destas famílias do Médio Mearim.  

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