quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Terezinha Rêgo: responsabilidade social apesar das dificuldades

Terezinha Rêgo em seu consultório localizado no Herbário Ático Seabra - UFMA. Foto: Juliana Vieira.

Terezinha Rêgo, coordenadora do Programa de Fitoterapia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), percorreu uma longa trajetória na busca por um dos seus principais objetivos de vida: estudar e descobrir as propriedades medicinais da flora maranhense a fim de beneficiar a comunidade com medicamentos fitoterápicos mais baratos e com menos efeitos colaterais.

Com doutorado em Botânica pela USP, ela foi responsável pelo desenvolvimento de três medicamentos fitoterápicos que auxiliaram no tratamento da pneumonia asiática – pelo qual recebeu até prêmio na China. Além disso, por meio do Programa de Fitoterapia – programa de extensão da UFMA –, atende um grupo de 27 portadores do vírus HIV que recebem tratamento fitoterápico gratuito que ajuda a aumentar a resistência do portador.

Dentre os projetos sociais que estão sendo desenvolvidos atualmente, Terezinha destaca o trabalho realizado no Liceu Maranhense. Toda a primeira e última quinta-feira do mês, a doutora desloca-se para o colégio a fim de prestar assistência aos alunos, professores e demais funcionários da instituição. Além disso, ajudou a criar o horto medicinal do Liceu, onde os alunos são estimulados a plantar e cuidar das plantas.

“Eu tenho uma história muito marcante com o Liceu. Eu fui aluna do Liceu, fui professora do Liceu, sou aposentada pelo Liceu como professora de biologia, e agora eu volto pro Liceu como profissional, dando a minha contribuição para melhorar a qualidade de vida dos estudantes do Liceu”, relata Terezinha.

Dificuldades

Mesmo o estudo das plantas tendo-se mostrado, notadamente, ser de grande importância para a área da saúde – área essa que no Brasil encontra-se em estado emergencial –, Terezinha afirma que as instâncias governamentais ainda não têm atentado para a sua relevância. “Sentimos muito a falta de apoio do governo para a realização desses estudos, tendo em vista a potencialidade das plantas brasileiras. O Brasil é o país com maior potencialidade de plantas medicinais. Essas plantas estão sendo levadas para o exterior, patenteadas e voltam sob a forma de insumos para a fabricação dos nossos medicamentos. Nós compramos em dólar aquilo que as multinacionais levam sem pagar nada”, denuncia ela.


Além disso, a doutora também relata faltarem recursos que possibilitem o aprimoramento e intensificação de suas pesquisas na Universidade. “O espaço físico nós temos e, quanto a isso, não deixo de agradecer ao professor Aldir Melo, que se sensibilizou muito com o nosso projeto. Nós ficávamos jogados ‘nos porões’ da escola de Farmácia”, conta ela. “O que a gente se ressente é pela falta de um laboratório para controle de qualidade, que nos permita levar adiante mais pesquisas e isolar mais princípios ativos”, aponta. “Acho que deveria ter um apoio mais substancioso quanto à preparação de um laboratório de controle de qualidade para que a gente pudesse expandir mais os nossos projetos. Nisso a gente se ressente”, lamenta-se Terezinha.

Terezinha, hoje com 80 anos de idade – tendo, destes, devotado mais de 50 ao estudo das plantas –, acredita estar se aproximando o momento de parar de trabalhar (descanso mais do que merecido, dada a idade em que se encontra). Até então, ela tem dado continuidade às suas atividades junto ao Programa de Fitoterapia da UFMA por conta da paixão que sente pelo que faz. “Essa é a minha vida, é a minha maneira de ser e de viver. Eu digo que a Fitoterapia é o meu oxigênio”, revela.

Outro motivo que a leva a ainda continuar desempenhando suas funções, é o fato de, segundo ela, não ter quem dê prosseguimento aos estudos da flora maranhense. “O que me preocupa muito é que eu não tenho conseguido adeptos para darem continuidade ao trabalho. Eu tenho vários bolsistas, mas a fitoterapia não dá tanto retorno financeiro. Eu não conheço nenhum botânico rico. A gente luta com muita dificuldade, é uma dedicação constante. Os estudantes de Farmácia começam a estudar botânica no primeiro período. Aí eles vêm para cá animados e até vão comigo para os interiores ministrar palestras, mas quando eles começam a fazer análises clínicas, que é muito mais rentável, eles abandonam a fitoterapia”, lamenta-se a doutora.


Atendimento ao público


Em seu consultório (Herbário Ático Seabra, UFMA - Av. dos Portugueses, 1966, Bacanga), Terezinha Rêgo faz atendimentos de segunda à sexta-feira das 8:00h às 12:00h e das 14:00h às 18:00h. Durante a consulta ela pode indicar fitoterápicos para o alívio de doenças, como a gastrite, algumas intolerâncias alimentares leves, artrite, artrose, reumatismo e outras.


A consulta é gratuita para discentes e docentes da UFMA e para moradores de comunidades carentes, como Fumacê, Bacanga, e outras. Para os demais, é cobrada taxa de R$ 50,00, valor que é destinado à manutenção do Programa de Fitoterapia da Universidade.


Para agendar uma consulta, é necessário ligar para o número: (98) 3272-8525/8524. E para contatar Terezinha por e-mail: terezinha_rego@hotmail.com.


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Autora: Juliana Vieira, da Redação.

5 comentários:

  1. Professora Terezinha Rêgo, é um exemplo em vários sentidos. Como profissional Farmacêutica, incentivando vários estudantes a seguirem seus passos, como mãe e esposa uma pessoa sempres dedicada e como ser humano, alguém que sempre esta pronta para ajudar o próximo. Tenho muito orgulho de ter sido aluno e discípulo de muitos dos seus ensinamentos. Parabéns pela reportagem!!
    Luiz Fernando Ramos Ferreira
    Farmacêutico

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  2. Oi meu nome e sirlei de gostaria de ajuda para encontrar uma planta. Chamada de janaúba .pois tenho dúvidas de qual seja

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  3. qual o contato da dra. Terezinha Rego?

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    1. Para agendar uma consulta, é necessário ligar para o número: (98) 3272-8525/8524. E para contatar Terezinha por e-mail: terezinha_rego@hotmail.com.

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  4. qual o contato da dra. Terezinha Rego?

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