quarta-feira, 30 de abril de 2014

Viagem de feriado: procurava tranquilidade, encontrei poluição sonora!

Vista do rio Preguiças, nas proximidades do povoado Tapúio, em Barreirinhas - MA

Quando um feriado cai numa quinta-feira, muita gente já se planeja: enforcar a sexta-feira e emendar com o final de semana para viajar. Outros, que precisam estar de volta à rotina na sexta-feira, viajam na quarta à noite e retornam na quinta. Independentemente do plano, alguns desses viajantes têm apenas um propósito: descansar e desfrutar de momentos tranquilos com a família, amigos ou até mesmo sozinhos, e alguns provavelmente optarão por lugares mais pacatos e próximos da cidade onde moram. Quem mora em São Luís e se enquadra nesse perfil, geralmente viaja para algum município do interior do estado. Foi o que eu fiz no último feriado, o da Semana Santa. Mas calmaria não foi bem o que encontrei...

Estive em Barreirinhas com alguns amigos, mais especificamente no povoado Tapúio. Ficamos na casa de conhecidos que moram à beira do rio Preguiças, uma maravilha! Passávamos a maior parte do tempo de molho no rio. Não fizemos os convencionais passeios realizados na cidade, pois o dinheiro estava curto. Então nos restava aproveitar o feriadão apenas para relaxar e curtir o contato com a natureza. Mas não contávamos com uma surpresinha... Como a casa em que nos instalamos fica bem próxima a um restaurante, lanchas voadeiras atracavam ali aos montes! E todas elas tocavam música alta - muito alta! Parecia haver ali uma competição velada de qual lancha tocava a música com o volume mais alto! Começavam no meio da manhã e iam até à noite. Em um dos dias, inclusive, algumas seguiram com o som até a madrugada.

Quero aqui deixar claro que não tenho nada contra essa atividade. Pelo contrário, acho que seria uma prática até bem interessante, só escolheria um repertório musical menos bizarro e não faria uso de bebidas alcoólicas (que acho um desperdício de dinheiro e de tempo, pois penso ser muito mais produtivo e divertido aproveitar o dia com os amigos sem estar "sedado"). O que acho um absurdo é o desrespeito com os moradores, acostumados à vida tranquila e pacata do local. A percepção que se tem é que os visitantes simplesmente os ignoram, esquecem que ali moram pessoas que possuem os mesmos direitos que eles - mesmo que estas não possuam o mesmo poder aquisitivo.

Em conversa com a senhora muito simpática que nos recebeu em sua casa, amiga da família de um dos amigos que estava comigo, pude perceber a profunda insatisfação que ela sentia, desrespeitada por ver o seu espaço sendo invadido pelos "de fora". Lembro-me até de ouvi-la dizer que, se o contrário acontecesse, o final seria bem diferente; a polícia seria acionada e rapidamente resolveria o problema que inquietasse os abastados senhores, cheios de direitos.

Duas lanchas atracaram bem em frente da casa da senhora, bem próximo à entrada que liga a casa ao Rio. A senhora até chegou a conversar com um dos turistas para pedir que eles atracassem em outro local, mas foi prontamente rebatida com uma proposta financeira, afinal, dinheiro compra tudo, não é? Não. A prova viva disso são esses mesmos senhores, aparentemente com uma boa condição financeira, mas que não conseguiram comprar educação e empatia.

Escrito por: Juliana Vieira, da Redação do Jornal Cazumbá.

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