segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Nome de Secretário para quê mesmo?

Neste Maranhão as coisas não acontecem por acaso. Passada as eleições e eleito Flávio Dino, governador, de repente, mais que de repente um grupo de pessoas que se auto intitulam representantes do trade turístico local começa a conclamar pessoas, a indicar nomes para ser o secretário de turismo do Maranhão.

Ora, essa escolha não compete ao governador eleito? Ou estes acham que chegando com um nome debaixo do braço o governador vai nomeá-lo sem que este tenha a mínima afinidade com o projeto ou história de luta do governador? É ser muito senil, achar que isso pode acontecer.

O turismo de fato não chegou, ainda, a este Estado, onde poucos empresários tentam de todas as maneiras desenvolver essa atividade, que até então tem se mostrado inglória. Tudo isso por falta de políticas sérias e sustentáveis, com planejamento sensato e que comtemple todo o Maranhão.

É preciso muito esforço para isso. É preciso haver muita dedicação. E nisso, convenhamos, os últimos secretários foram de uma aplicação comovente, mesmo sem recursos e sem um projeto macro que transcendam além do governo a qual foi implantado, onde quem assume está sempre recomeçando tudo de novo. Assim, tem sido nos últimos três governos.

Então, o que quer esse grupo? Simplesmente fazer valer a máxima maranhense que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”, numa clara declaração destes “preocupados” com a atividade turística do Estado. Com raríssimas exceções, seus corações pulsam mesmo é pela boa “vida”, com as benesses do poder. Assim pensam estes “heróis”.

Os líderes deste movimento entendem que podem elencar três, quatro ou seis nomes e levar ao governador e saírem desta reunião com o novo secretário nomeado. Isso é risível! Estes pseudos representantes do turismo, antes de pensar em nome, deviam era pensar no turismo e os males que travam seu desenvolvimento e, assim, elencarem uma lista de prioridades, bem como uma agenda positiva com proposições e levarem ao governador eleito. Isso sim seria plausível.

Longe de mim querer aqui fazer patrulhamento ideológico ou achar porque governador eleito, me o cumprimentou um dia ou até mesmo me concedeu entrevista, ele é meu amigo, isso seria ridículo de minha parte. Uma coisa é o candidato Flávio Dino, outra coisa é o governador do Maranhão.
Como disse não se trata de patrulha, mas de vergonha na cara e de simancol mesmo.
Querer impor um nome numa mesa, quando todos sabem que um governo é feito com articulação e compromisso, mesmo que o governador tenha declarado que o critério de nomeação de seus auxiliares venha a ser técnico, que pode ser alguém de nosso convívio, ou alguém que trabalhou com ele na EMBRATUR.

A hora é para se deixar claro o que se quer, o que pode ser feito a médio e longo prazo pelo turismo. Querer definir nomes e na hora H, e se esse nome for descartado? Isso seria ridículo e exporia mais uma categoria já fragilizada ao longo dos anos. Mas todos podem colaborar e se predispor a ajudar o governador eleito a projetar o Maranhão turisticamente, com propostas e trabalho sérios. Capacidade o empresariado já mostrou que tem.

Nada contra os nomes já sugeridos para a pseudo lista, mas se for para fazer esse papelão é melhor defender nomes de maior envergadura, com trânsito livre com o governador eleito, com os empresários e academia, assim como também com os políticos. Ou esquecem esses defensores que o turismo é bem mais que a “indústria sem chaminé”, e requer sabedoria e muito molejo de seu titular? Se quiser saber mais, basta pesquisar a palavra transversalidade, dai terão uma real mostra do papel de um secretário.

Em vez de nomes não seria melhor defender projetos consistentes? Maiores recursos e a nomeação de quem de fato vive e faz do turismo seu alimento diário e não nomes de pessoas, só porque um dia se reuniram numa mesa de bar e acham que fulano ou sicrano é um bom nome.

É bem verdade que temos líderes sérios no turismo e se for para existir alguma lista, deveriam encabeçar, e se fazer ouvir, uma vez que fazem um trabalho sério e não temem confrontar suas ideias em questões relevantes para o turismo.

Então o que falta? Falta uma diretriz de quem de fato tem o poder de liderar as discussões, mas que de fato, ainda não mostrou as caras, gerando um vazio que alguns tentam usurpar para si.
Essa aproximação seria o início de um diálogo com o governo e com o trade, que acabaria com os oportunistas que se valem da velha sabujice e com o apoio dissimulado.

Assim, cabe a pergunta: “Nome de Secretário para quê?”.

2 comentários:

  1. Muito boa a avaliação!
    Às vezes percebo que falta um pouco de maturidade em algumas pessoas. Fazem as coisas sem se aperceberem que aquilo que estão fazendo não constrói. Às vezes tem o efeito contrário aquilo que se propõe.

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  2. Texto com uma percepção corretíssima de como nosso turismo está sendo gerido (ou não está). Infelizmente, o setor turístico está no final da "cadeia administrativa". O setor, que mais emprega e mais movimenta recursos no mundo, e muitos deles sustentáveis, é ano ano vítima de pegadinhas. Aumentam-se os valores de investimentos, depois, gradativamente, sofrem os famosos contingenciamentos e no final das contas, não houve aumento nenhum. Espero e torço muito para que os nossos atuais gestores tenham o turismo como um potencializador das nossas riquezas e tratem o empresariado com seriedade, pois muito têm como contribuir para o estado e transformá-lo num estado próspero e mais justo para todos.

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