sábado, 1 de agosto de 2015

Tradição e reconhecimento a personagens maranhenses no Mais Cultura e Turismo




A tradição invadiu a praça Nauro Machado, centro histórico de São Luís, com as apresentações dos bois de Maracanã, Santa Fé e o tambor de crioula do Mestre Felipe. Os mais de duzentos anos de história dessas manifestações diferenciam a cultura maranhense e foram prestigiados no Mais Cultura e Turismo. O projeto, desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Cultura e Turismo, recebeu ainda o Maratuque Upaon-Açu, além de um público animado.

Com a benção de São Benedito, o tambor de crioula encantou com o balé das saias rodadas das toureiras. Em mais uma apresentação, o grupo difundiu ainda mais a herança cultural deixada pelo Mestre Felipe, fundador do grupo Tambor  de Crioula de São Benedito, e mais conhecido pelo próprio nome de seu criador. Mestre Felipe, falecido aos 90 anos em 2014, exerceu influência importante na preservação dessa manifestação. Desde os três anos, ele tocava tambor, e na década de 90 ministrava oficinas no Laborate. A maioria dos tocadores de tambor dos novos grupos maranhenses foram alunos de Mestre Felipe. “Valorizar as manifestações populares e reconhecer as histórias de personagens como a do Mestre Felipe, Humberto do Maracanã e outros da cultura maranhense é fortalecer nossa tradição e o Mais Cultura e Turismo também contempla esse objetivo”, ressaltou a secretária de Cultura Ester Marques.

Com 90 anos de história, o boi da Santa Fé pediu passagem e colocou cerca de 150 brincantes do boi no palco do Mais Cultura e Turismo. Um dos mais tradicionais grupos de bumba meu boi do Maranhão os integrantes se orgulham e o público aplaude a preservação do sotaque de zambumba. Os primeiros registros de manifestações do tipo datam de 1920, mas foi no interior que o ritmo se perpetuou. Originário da região da Baixada Maranhense, o sotaque de zabumba espalhou-se por outras cidades, sendo presença constante nas festas do calendário litúrgico-popular ao longo de todo ano, culminando com a festa de São João. “Esse lugar, o centro histórico é especial para nós, pois, é o encontro da cultura com a cultura! Termos a oportunidade de se apresentar aqui por meio do Mais Cultura e Turismo é o reconhecimento da nossa brincadeira tanto pelo público que vem porque gosta quanto pelas autoridades”, disse Zé Olhinho, da  coordenação do boi de Santa Fé.

A nostalgia tomou conta da última apresentação da noite com o boi de Maracanã. Recentemente, o batalhão perdeu seu amo; Humberto de Maracanã que há 40 anos fazia parte de um dos mais tradicionais grupos de bumba meu boi, no sotaque de matraca do qual era compositor e intérprete de toadas desde os 12 anos. O grupo deixou a tristeza de lado e apresentou o que há de mais genuíno no sotaque; o som das matracas e pandeirões, fazendo uma homenagem ao seu eterno amo e ao público quando tocou "Maranhão, Meu Tesouro, meu Torrão", música que também foi já gravada pela cantora maranhense Alcione. Além das apresentações na capital, Maracanã anima terreiros em outras cidades maranhenses. O batalhão destaca-se pela originalidade de seu projeto e por desenvolver um trabalho de permanência de sua autenticidade e tradição ao longo de mais de um século de história.

O Mais Cultura e Turismo retorna na próxima quinta e sexta feira, dias 06 e 07 de agosto. Com atrações maranhenses. O projeto segue até o final desse mês na praça Nauro Machado, centro histórico. O grande encerramento será no CEPRAMA dia 29 com shows de Luiz Melodia, Papete e Divinas Folioas.

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