quinta-feira, 12 de maio de 2011

No Brasil tudo pode!


É...a cada dia a gente vai se apercebendo que, nesse Brasil de nosso Deus, as coisas continuam “imexíveis”, como diria o ex-ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri (Governo Collor). Veja essa última “façanha” do alto escalão do governo Dilma:

“Ministério da Cultura autorizou a captação de R$ 1,9 milhão para a primeira turnê no Brasil da cantora Bebel Gilberto, sobrinha da titular da pasta, Ana de Hollanda. O projeto "Bebel Gilberto - Sem Contenção" foi apresentado em dezembro passado pela empresa Super Amigos e prevê shows em 11 cidades, além da gravação de um DVD da cantora, que é filha de João Gilberto e Miúcha – irmã da ministra.

Na última sexta-feira, o MinC autorizou a captação dos recursos em empresas em troca de isenção fiscal. O projeto de Bebel, aprovado em março desse ano, foi apresentado em 20 de dezembro de 2010, mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff formalizou o convite para Ana de Hollanda assumir o Ministério da Cultura”.


Segundo o MinC, a legislação proíbe apenas que parentes da ministra apresentem formalmente os projetos. Ora, ora, ora... mas se o responsável pelo “Bebel Gilberto – Sem Contenção” for uma empresa, como a Super Amigos, a Lei Rouanet garante! E aí pode, né?

Ontem pela manhã, a presidente Dilma Rouseff “cruzou” com a ministra Ana de Hollanda lá pelos corredores do Palácio do Planalto e prestou “sua solidariedade”. Colocou as mãos sobre os ombros da ministra e disse: “Fica firme, Ana!”.

Coisas de Brasil!

E é por isso que uma servidora da Assembleia Legislativa da Bahia, no intuito de “ajudar uma amiga doente”, “tadinha”, se achou no direito de comercializar uma rifa nada convencional naquela Casa: quatro horas num dos motéis mais luxuosos de Salvador - cuja diária custa R$ 80,00. O preço do bilhete? R$ 5,00. A servidora, que exerce cargo de chefia na Assembleia, já teria vendido 90 bilhetes – ou seja: R$ 450,00.

O mais interessante de tudo isso, e é aqui que cabe a nossa maior crítica, é que os deputados baianos se sentiram ofendidíssimos com a atitude da servidora Shirlei Góes. “Esta Casa não admite tamanho absurdo!”, declarou um deles, com dedo em riste.

É, deputado. Quando a gente diz que tudo pode nesse Brasil de nosso Deus, é porque tudo pode mesmo: favorecimento de parentes em patrocínios federais, rifa de motel em uma casa legislativa... até mesmo as falcatruas que os senhores, doutores da lei, estão cansados de saber e de participar, no que se refere à sangria de dinheiro público para paraísos fiscais que caem, vejam só, em vossas contas bancárias (!!!). E ainda tem subornos, a tal comissãozinha de 20% para cada “sim” ou “não” dado em determinadas votações e por aí vai.

De fato, deputado, é inadmissível tamanho absurdo numa Casa que rege as leis do povo! Mas como dissêmos antes, isso são "Coisas de Brasil"...

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