sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana: Um elefante branco pouco utilizado por incapacidade do trade

O Centro de Convenções de São Luís, localizado no Complexo do Multicenter SEBRAE – Cohafuma, tem seis anos de inaugurado e corre o risco de se tornar mais um elefante branco no Maranhão. Motivo: subutilização do espaço, que é gerido pela Secretaria Estadual de Turismo e pela incapacidade do Trade turístico da capital e incompetência da Fundação São Luís Convention & Visitors Bureau em captar eventos, que até aqui tem sido muito tímido.

Empresários e presidentes de entidades que compõem a cadeia produtiva do turismo tem reclamado barbaridade da ausência de turistas em São Luís, e, isso se deve a falta de eventos, simpósios, congressos, entre outros, que poderiam está sendo captados, aquecendo um nicho do turismo que acontece muito timidamente em São Luís, o Turismo de Eventos e Negócios. A ausência destes é algo muito ressentida pelos empresários do setor, e que onera o Estado na manutenção daquele espaço.

A administração do Centro de Convenções tem sido feita por amadores, onde, na verdade os cargos são ocupados por indicação política, resultando em problemas na condução daquele equipamento. Dotado de 01 auditório para 1500 pessoas, sistema de som e imagem (terceirizado), 01 auditório para 500 pessoas, 08 salas de apoio para até 150 pessoas, 01 sal VIP mobiliada, 01 sala para Imprensa, 01 restaurante para 700 pessoas com cozinha industrial (com 02 fogões e 02 coifas e 06 pias/lavatórios) e O1 lanchonete (atualmente administrada por terceiros). Na parte externa, o mato toma conta das laterais daquele complexo.

Como se vê, o novo e já tão surrado Centro de Convenções é dotado de uma infraestrutura média e com problemas grandes a serem equacionados, entre eles o serviço de climatização que é administrado por uma pessoa que liga e desliga o ar-condicionado e cobra R$ 900,00 por dia de operação. Se forem dois eventos simultâneos são cobrados o valor de 02 diárias para os dois organizadores.

Mesmo com toda infraestrutura o Centro de Convenções é refém dessa pessoa. Segundo as mesmas denúncias, já houve casos em que a dita pessoa do “clima” ter desligado propositalmente o sistema inteligente de controle automático de temperatura e outras coisas, causando um mal estar nos usuários, para que o Centro de Convenções fique a mercê dele. Mais o mais grave: o equipamento pertence ao Estado e terceiros ganham dinheiro como se fosse o dono da parafernália.

Outra situação que onera o organizador do evento é que o Centro de Convenções não tem gerador elétrico. O interessado em contratar o espaço para algum evento tem que locar também por fora um gerador, como forma de prevenção para a falta energia da Cemar. Isto tudo está previsto no Contrato de Locação, o que é um absurdo.

Como se vê, o Centro de Convenções Governador Pedro Neiva de Santana, consome energia, telefone, internet, funcionário público, serviço de limpeza terceirizada, segurança, água, entre outras despesas e não dá o retorno desejado para o Estado e muito menos para o turismo do Maranhão.

Os valores arrecadados com as locações dos espaços (coisa que nos últimos meses se tornaram raras) vão direto para a Receita Estadual e não tem retornado em forma de investimento para o Centro de Convenções.

Ainda tem o problema do agendamento de eventos. A agenda tem que ficar com muitas datas bloqueadas para o cerimonial do governo, prevendo uma necessidade de prioridades. O estacionamento é outro problema. O espaço pertence ao SEBRAE, que tem que ser avisado com antecedência para poder ser liberado.

Outro problema grave são os constantes roubos dentro do local. Já foram roubadas durante eventos máquinas fotográficas, notebooks, fora o sumiço de bens patrimoniais, mobília e equipamentos em geral, pois o Centro não possui Circuito de TV para monitoramento de quem entra e sai daquele espaço.

O que se percebe é um modelo de gerenciamento, feito pelo Estado, através da Secretaria de Turismo, fadado ao fracasso. A Setur-MA, ja muitas atribuições, com pouco material humano capacitado, a mesma devia seguir o modelo de gestão aplicado em outros centros de convenções do País como é o caso do Rio Centro, no Rio de Janeiro, onde foi aberto concorrência pública e uma empresa faz o gerenciamento de todo aquele espaço. Assim também acontece em São Paulo e outras capitais.

Com toda esses, o Secretário de Turismo do Estado, Jura Filho, que acabou de assumir a pasta, acreditamos que ja tenha dectado essa situação e sinaliza mudança na gestão do Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana. É esperar e conferir!

Um comentário:

  1. Sou capaz de garantir que, quando projetado e construído, já sabiam que seria um "elefante branco". Os interesses maiores não são sempre visíveis e identificáveis. Além do mais, pelo que me parece, avançaram em uma importante área de preservação ambiental. Lamentável!

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