Comerciantes reclamam da reforma que é realizada na feira da Praia Grande, conhecida como Casa das Tulhas, no centro do bairro da Praia Grande. Iniciada em julho, com prazo previsto de conclusão para 90 dias, a obra, com valor estimado em R$ 441. 935. 74 (recursos da Prefeitura), segundo os feirantes, não contempla as principais reivindicações, que seriam individualização hidráulica (fossas e caixas de gordura) dos boxes.
Ficaram fora da obra também o sistema elétrico e o saneamento, que é antigo e não suporta mais a demanda crescente e o aumento do número de empreendimentos. Fazem parte da reforma apenas a troca do telhado, padronização de boxes e troca de acessórios de banheiros. O sistema de escoamento nunca teve mudanças.
Historicamente, a Casa das Tulhas foi o ponto central da atividade mercantil de São Luís, e sua administração sempre ficou sob responsabilidade dos comerciantes, não havendo interesse do poder público em cuidar de seu patrimônio arquitetônico. Quem mantém a feira em funcionamento é a Associação dos Feirantes da Casa das Tulhas, que, no entanto, não teve ingerência sobre a obra.
"Toda reforma feita na feira acontece sem a participação direta dos mais interessados, os feirantes. Se nós fôssemos consultados, a nossa casa estaria em outra situação", disse Raimundo Costa, feirante há mais de 40 anos.
O presidente da associação dos feirantes e professor de matemática, Maurício Sampaio Filho, questionou a obra. "Para uma obra ser realmente válida aqui, se faz necessária principalmente a solução do problema dos esgotos. São eles que estão matando a feira", frisou.
Além da reforma, outra questão tem criado polêmica entre os feirantes. Segundo eles, a Prefeitura de São Luís propôs uma intervenção disfarçada. Quer colocar um administrador que presida um conselho a ser formado pelos feirantes. Sem poder de veto e temendo a perda da autonomia, os comerciantes não estão dispostos a aceitar a proposta. Eles acreditam que pode trazer prejuízos e até falência.
A Prefeitura de São Luís foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Saiba mais
Construído em 1805, o prédio quadrilátero foi então batizado de Terreiro Público ou Casa de Feira. Em 1820, recebeu o atual nome oficial, Casa das Tulhas, ou simplesmente feirinha, como é mais conhecida pelos frequentadores. Seus boxes ocupam a parte central da edificação. Em suas alas, tudo é comercializado: de livros a frutos do mar. Próximo de onde a maré rebentava era o ponto de armazenamento, embarques e desembarques de mercadorias que ficavam lá entulhadas. Daí o nome do logradouro.
Jornal O Estado do MA
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