parabéns a este profissional abnegado e que acima de tudo narra os
fatos, conta historia, denuncia mazelas e que faz desta atividade seu alimento diário.
O ser humano vem utilizando
escritos para divulgar notícias desde antes de Cristo. O mais antigo jornal
conhecido é o Acta Diurna, de 59 AC. O imperador romano Júlio César ordenou que
os eventos principais da corte romana fossem divulgados através de escritos em
grandes placas e expostas nos locais públicos, como as Termas ( sala de banhos
). Nelas, os romanos eram informados das principais notícias como campanhas
militares, julgamentos, execuções e fofocas da corte.
Em 1501 o papa Alexandre VI
decretou que todos os jornais tinham que passar pela autoridade da Igreja antes
de sua publicação. O descumprimento deste decreto custaria desde uma excomunhão
até a vida.
Em 1556, em Veneza, na
Itália, os leitores pagavam os jornais com uma pequena moeda chamada de
“gazetta”. Daí veio o nome de Gazeta para centenas de jornais. Em 1690, é
publicado em Boston o primeiro jornal das Américas, chamado de “Publick
Occurrences”, com a proposta de circular uma vez por mês. As autoridades reais,
receosas de publicações sem sua autorização, proíbem o jornal após o primeiro
número. No início do século XVII na Europa, os jornais surgiram como
publicações periódicas, como o jornal Gazette na França em 1631 e outros.
A censura era normal na
época e os jornais nunca podiam publicar alguma notícia que pudesse colocar o
povo contra o regime. Em 1704, Daniel Defoe, o famoso escritor de Robinson
Crusoe, inicia a publicação de Review, periódico com notícias da Europa. Em
1812, na Alemanha, Koenig inventa a prensa por cilindro a vapor e em 1814 o
editor do The Times de Londres, começa a montar a primeira prensa em segredo,
com medo que seus gráficos se rebelassem contra a nova idéia. Essas prensas a
vapor permitiam uma velocidade de 1.000 folhas por hora.
No século XIX os jornais se
tornaram o principal veículo noticioso e na época, um dos poderosos da mídia
foi Joseph Pulitzer, aquele que até hoje tem um grande prêmio de jornalismo com
seu nome. Pulitzer era o dono do New York World e disputava o mercado com
Randolph Hearst, dono do New York Journal. A briga entre os dois era tão
acirrada a ponto de contratarem gângsteres para explodir caminhões de
distribuição do rival.
Em 1880 aparecem as
primeiras fotos em jornais e em 1890 foi inventada a máquina de 4 cores. Logo
em seguida, Pulitzer lança em seu jornal um quadrinho com um garoto que falava,
não na forma de balões como é hoje, mas com os escritos em sua grande camisola
amarela. Ficou famoso como o “yellow kid” (garoto amarelo) e passou a ser a
bandeira do New York World. A briga entre os dois jornais continuou de forma
tão agressiva e com ataques de todas as formas entre eles, que a imprensa
sensacionalista e de escândalos nos EUA passou a ser chamada de imprensa
amarela.
Na época, aqui no Brasil, o
Diário da Noite do Rio de Janeiro quis colocar uma manchete na cor amarela
sobre o suicídio de um cineasta que estava sendo chantageado. O dono do jornal,
Alberto Dines, entrou na sala em que era feita a primeira página e o seu chefe
de redação Calazans Fernandes protestou dizendo que no Brasil o amarelo é cor
bonita e não queria ver esta cor ligada a fatos deste tipo. Ele disse na época:
“põe marrom que é cor de merda”. Dines tirou o amarelo e colocou o marrom. Daí
ficar conhecida no Brasil a imprensa sensacionalista como “marrom”, diferente
da “amarela” nos EUA.
O jornal de maior circulação
do mundo é o Yomiuri Shimbum do Japão, com 14 milhões de jornais por dia em
duas edições. Aliás, os cinco maiores jornais em termos de circulação são do
Japão. Para se ter uma idéia, o maior jornal inglês é o The Sun, com cerca de
3,0 milhões de exemplares por dia e nos EUA, é o USA Today, com cerca de 2,5
milhões de exemplares por dia.
Exemplos de circulação
diária de jornais por países e habitantes
País
País
|
Jornais/dia
(milhões)
|
Habitantes
(milhões)
|
% Jornais por
habitante
|
China
|
105
|
1.300
|
8,0 %
|
Índia
|
100
|
1.150
|
8,6 %
|
Japão
|
70
|
130
|
53,8 %
|
EUA
|
52
|
300
|
17,3 %
|
Alemanha
|
21
|
84
|
25,0 %
|
Reino Unido
|
12
|
60
|
20,0%
|
Brasil
|
4,5
|
190
|
2,3 %
|
Jornalismo no Brasil
A história do jornalismo no
Brasil começa em 1808, com a chegada da corte portuguesa. Neste ano, circulou o
Correio Braziliense, jornal republicano clandestino editado em Londres pelo
gaúcho Hipólito José da Costa. Para combatê-lo, D. João VI criou a Imprensa
Régia, que passou a editar o jornal monarquista Gazeta do Rio de Janeiro. Neste
período, já existiam vários jornais em diversos estados, a maior parte a favor
da independência e a imprensa era considerada livre, pois D. Pedro, com seu
espírito de superioridade, não ligava para a imprensa contrária a monarquia.
Durante o reinado de D. Pedro II, surgiu o Jornal do Commércio e, com ele, o
uso da caricatura com fins políticos.
1900 e 1920, a cidade
do Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, viu nascer O Globo, Jornal do
Brasil e Correio da Manhã. Durante o
governo Vargas de 1937 a 1945 a imprensa esteve sob censura e muitos jornais
tiveram sua licença cassada por exprimirem idéias contrárias ao regime. Em
1946, a liberdade de imprensa foi restituída, mas os atos institucionais dos
governos militares pós-64 modificaram o jornalismo brasileiro e a imprensa
livre. A partir de 1968 os jornais brasileiros entram na fase da “nota oficial”
e do “press-release”, que ficavam muitas vezes sendo a única fonte de notícia
publicável. Mais tarde, aparece o jornalismo opinativo como um forte formador
de opinião pública.
Em 1969 surge no Rio de Janeiro O Pasquim como imprensa
alternativa que contestou o regime, o empresariado, a igreja e a burguesia da
época. A censura se acirrou e chegamos em 1974 ao rigor absoluto com todas as
matérias sendo analisadas previamente. Com o fim do regime militar em 1985,
inicia-se a Nova República e em 1988 é restabelecida a democracia no país, e,
com ela, a liberdade de imprensa.
Segundo números do IVC (
Instituto de Verificação de Circulação ), temos hoje no país uma média de 4,5
milhões de jornais por dia, o que é muito pouco comparando com outros
países. Não temos nenhum jornal
brasileiro entre os 100 maiores do mundo.
Maiores jornais em
circulação do mundo:
-Yomiuri Shimbum -
Japão: 14 milhões/dia
-Bild - Alemanha: 4,0
milhões/dia
-The Sun - Grã Bretanha
- 3,0 milhões/dia
-Canako Xiaoxi - China -
2,7 milhões/dia
-USA Today - EUA - 2,5
milhões/dia
-The Chosun Ilbo -
Coréia do Sul - 2,4 milhões/dia
-Dainik Jagran - Índia -
2,0 milhões/dia
-Ouest France - França -
790 mil/ dia
-Corriere della Sera -
Itália - 690 mil/dia
- Pravda - Rússia - 650
mil/dia
Jornais Brasileiros de maior circulação no início de 2009
-
Folha de São Paulo - São Paulo - 298.000/ dia
- O Globo - Rio de Janeiro - 290.000/ dia
- Super Notícias - Belo Horizonte - 286.000/ dia
- Meia Hora - Rio de Janeiro - 230.000/ dia
- Extra - Rio de Janeiro - 225.000/ dia
- O Estado de S. Paulo - 220.000/dia
- Zero Hora - Porto Alegre - 185.000/dia
- Diário Gaúcho - Porto Alegre - 160.000/dia
- Correio do Povo - Porto Alegre - 155.000/ dia
- Lance - Rio de Janeiro - 120.000/dia
- O Globo - Rio de Janeiro - 290.000/ dia
- Super Notícias - Belo Horizonte - 286.000/ dia
- Meia Hora - Rio de Janeiro - 230.000/ dia
- Extra - Rio de Janeiro - 225.000/ dia
- O Estado de S. Paulo - 220.000/dia
- Zero Hora - Porto Alegre - 185.000/dia
- Diário Gaúcho - Porto Alegre - 160.000/dia
- Correio do Povo - Porto Alegre - 155.000/ dia
- Lance - Rio de Janeiro - 120.000/dia
O título de “quarto poder”
atribuído à imprensa implica a sua capacidade de construir ou destruir imagens
especialmente em países em desenvolvimento. Um jornal tem a sagrada missão de
ser imparcial, levar a verdade ao povo e defender a liberdade do seu país.
Voltaire, filósofo e
escritor francês (1694-1778), disse: “Posso não concordar com suas palavras,
mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las.”
Mais
tarde, Thomas Jefferson, filósofo, político, terceiro presidente americano e
principal autor da Declaração da Independência Americana (1743-1826),
sentenciou: “Se tivesse que decidir se devemos ter governo sem jornais ou
jornais sem governo, eu não vacilaria um instante em preferir o último.
”
Fontes de pesquisa:
ANJ - Associação Nacional
dos Jornais
IVC - Instituto Verificador
de Circulação
AJORB - Associação dos
Jornais de Bairro – SP
Reproduzido: midiarj.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário