O escritor e historiador Carlos de Lima morreu na madrugada de hoje (9), aos 91 anos.
O Maranhão perdeu na madrugada de hoje (9) um dos maiores pesquisadores de cultura e história maranhense. O escritor e historiador Carlos de Lima, internado desde terça-feira por problemas cardíacos, no UDI Hospital, morreu aos 91 anos.
Sempre bem humorado e vivaz, Carlos de Lima, que enfrentava uma leucemia desde 2010, era membro da Academia Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Entre as suas principais obras, estão os livros “Lendas do Maranhão”, a trilogia “História do Maranhão” e “Caminhos de São Luís”. Era casado há 64 anos com a folclorista e pesquisadora Zelinda Lima, depois de namorar por sete anos, um total de 71 anos de relacionamento.
Sua obra é reflexo de um Maranhão rico em diversidade cultural. São lendas ou mitos que os mais velhos em sua sabedoria conhecem e repassam. Detalhes espalhados nos cantos e recantos de São Luís e que também se encontram em outros municípios do estado. Um excelente resgate da memória popular, perpassando por narrativas de medo, esperança, coragem, alegria, deslumbramento, convivência com um mundo misterioso, impregnado de magia e encantamento.
Além de um competente e incansável pesquisador, Carlos de Lima era uma figura engraçada, educada e espirituoso, que fará certamente falta à cultura e intelectualidade do estado.
Bibliografia
a) Folclore: Bumba-meu-boi, 1968 (2ª ed. 1973, 3ª ed. 1982); Bumba-meu-boi do Maranhão, 1969 (coletânea de toadas); A festa do Divino Espírito Santo em Alcântara, 1972 (2a ed. 1988); Lendas do Maranhão. São Luís: [s.n.], 2006.
b) História: História do Maranhão, 1981; Vida, paixão e morte da cidade de Alcântara, 1997; Caminhos de São Luís: ruas, logradouros e prédios históricos, 2002; Breve história da Igreja dos Remédios de São Luís do Maranhão, 2004; História do Maranhão: a colônia. São Luís: Instituto Geia, 2007.
c) Cordel: Carta ao compadre Triburtino, 1995; ABC do Sebrae, 1995; Lendas do Maranhão, 1996.
Publicou ainda: As minhas e as dos outros: estórias maranhenses, 1988, livro de crônicas e contos; uma elegia, Requiem para um menino, 1982; com Mário Meireles e Kátia Bogea, Palácio Arquepiscopal: 100 anos de história. São Luís: Clara Editora, 2002. Tem ainda a publicar Poesias esparsas; Arquivo morto (memória); Tempestade no lago (novela); História do Maranhão: o império.
Fonte: Site AML
Homens com a estatura moral e intelectual de um Carlos de Lima deveriam ser eternos como suas obras. O Maranhão perdeu um de seus mais ilustres representantes, que o amou e respeitou durante toda a vida.
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