terça-feira, 12 de novembro de 2013

Viagem de cruzeiro volta a ser para poucos

Um dos ícone da ascensão da classe média, as viagens de cruzeiro a preços populares vão ficar só na lembrança. A oferta de navios para esta temporada caiu pela metade em relação a três anos.

Onze navios viajarão pela costa brasileira de agora até março. No verão de 2010/2011, foram 20 navios. Naquela temporada, mais de 40% (quase 800 mil) dos cruzeiristas embarcados pertenciam à nova classe média.

"Este ano praticamente não teremos minicruzeiros de três dias com tudo incluído e que atraíram bastante a nova classe média", diz o presidente da BCR Cruzeiros, Milton Sanches. Esses minicruzeiros chegavam a custar US$ 200 por três noites.

Os operadores reclamam da falta de infraestrutura nos portos e de custos elevados para justificar a queda na oferta este ano.

Assim como no mercado de cruzeiros, no setor de aviação a classe média foi um grande motor de crescimento.

Mas o aumento no preço das passagens -a tarifa média subiu 4,15% no primeiro semestre, na comparação com igual período do ano anterior-, juntamente com a baixa atividade econômica, afastou esse novo viajante.

Depois de dez anos com taxas de crescimento de dois dígitos, a aviação doméstica encolheu 0,7% no acumulado até setembro.

A rota mais atrativa para as companhias aéreas, a Ponte Aérea Rio-São Paulo, registrou uma queda de cerca de 1% a 2% de janeiro a agosto.

Em contrapartida, no terminal rodoviário do Tietê, em São Paulo, os embarques para o Rio cresceram 8% até outubro, na comparação com os primeiros dez meses de 2012.

Nos três terminais de São Paulo administrados pela Socicam (Tietê, Barra Funda e Jabaquara) houve um aumento de 2,4% no movimento de passageiros para todos os destinos.

Quem tenta fugir dos altos preços das passagens aéreas sofre com o aumento generalizado de bens e serviços.

O funcionário público aposentado José Rocha, 60 anos, vive no Rio de Janeiro e tem cortado até viagens curtas que fazia com a família pelo interior do Rio ou Minas Gerais. "A diária para uma pessoa, que saía por R$ 50, R$ 60 há quatro, cinco anos, hoje não sai por menos R$ 120."

Fonte: Site Diário do Turismo

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Passagens aéreas sobem mais de 130% acima da inflação nos últimos anos

O preço das passagens aéreas no Brasil aumentou 131,5% acima da inflação desde 2005, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A informação foi apresentada pelo presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino, no último dia 2, entre o governo e representantes das companhias aéreas.

Segundo Dino, o desequilíbrio entre demanda e oferta e o aquecimento do mercado faz com que haja práticas comerciais abusivas - que ficam mais evidentes no caso das festas de fim de ano e agora da Copa do Mundo do ano que vem -, sendo verificados aumentos de até 1.000% no preço das passagens. “Não temos nenhum fator econômico objetivo no que se refere a custo ou tributação que justifique esse aumento, que é obviamente abusivo”, acrescentou.

As quatro empresas que operam no Brasil – TAM, Gol, Azul e Avianca – vão participar da reunião de amanhã, além de representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Secretaria de Aviação Civil e do Ministério da Justiça. Segundo Dino, se as empresas não atenderem ao “chamado do bom senso”, é possível que haja mudanças na regulação do setor, inclusive acabando com a chamada liberdade tarifária. “A liberdade tarifária não é um dogma, pode ser revista a qualquer tempo. Esse seria um caminho, voltar a praticar uma administração de preços como já foi feito no passado”, explicou.

Outra medida para reduzir o preço das passagens no país é ampliar a oferta mediante a abertura do mercado para empresas estrangeiras fazerem voos domésticos no Brasil. “Se as empresas atuais não conseguirem ter práticas adequadas e oferecer bons serviços a preços justos, o mercado brasileiro é altamente atrativo para outras empresas”. Segundo ele, não é válido o argumento de que essa ação levaria a uma desnacionalização do setor, porque as empresas atuais também já não são totalmente nacionais. Para essa mudança, seria preciso alterar o Código Brasileiro Aeronáutico.

Os preços da hotelaria também estão na mira da Embratur. Segundo o ranking que será apresentado na reunião, o Rio de Janeiro aparece em quarto lugar nas tarifas de lazer, com diária média de US$ 210, atrás apenas de Miami, Punta Cana e Nova York. “Aí junta passagem aérea, que muitas vezes também é mais barata. É por isso que o cidadão de classe média prefere viajar para o México, para Montevideu, por isso que os voos internacionais estão abarrotados de brasileiros”.

Para a Copa do Mundo, Dino defende que a Fifa e a Match, empresa suíça escolhida para intermediar as vendas de pacotes de turismo para a Copa, liberem os quartos que já foram adquiridos nas cidades-sede para que a oferta aumente e os preços sejam reduzidos. “Constatamos que, além de eles terem o monopólio, colocaram uma taxa de intermediação de 40% sobre o valor que estão pagando, que é abusivo. Se não rompermos esse monopólio, temos uma oferta muito diminuta no mercado”, disse.

Fonte: Agência Brasil