quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Crescer com o turismo

Por Moreira Franco*

Com o término do carnaval já é possível à indústria do turismo fazer o balanço da movimentação nessa temporada de verão no Estado do Rio de Janeiro. Mesmo com as chuvas, que se intensificaram no começo de 2012, os municípios fluminenses conseguiram atrair milhões de visitantes que incrementaram o mercado, sejam eles direcionados para a capital, as cidades litorâneas ou na serra.

Os números que sustentam esse segmento da economia permitem-nos alcançar um trânsito de quase 3 milhões de turistas até o próximo mês de março. O fluxo maior é de brasileiros – 2,2 milhões –, e o de estrangeiros se aproxima de 750 mil. Como cada turista tem gasto médio diário de US$ 300, o volume de dinheiro que circula no período chega a US$ 2,2 bilhões.

Isso reforça ainda mais a necessidade de acompanhamento do setor para que cresça e se desenvolva a cada ano. Porém, para que se possa alcançar resultados cada vez maiores é preciso estar atento a cada elo da rede turística fluminense. Saber como a rede hoteleira está se comportando com o aumento do fluxo de visitantes, ou até mesmo os bares e restaurantes, é crucial para que possamos assegurar que o turista retorne satisfeito e resolva voltar mais vezes e, ainda, que propague esse atendimento a outros visitantes.

A chamada “propaganda boca a boca” tem a capacidade de atrair mais turistas em outros períodos do ano. Mesmo que a procura ocorra na alta temporada, há instrumentos que podem garantir o equilíbrio da movimentação em outras ocasiões, como, por exemplo, em períodos de férias escolares, nas convenções ou feiras.

Pelos menos seis grandes eventos que vão ocorrer nos próximos prometem um aquecimento no mercado do turismo. Alguns terão impacto imediato no município do Rio, como a Rio+20, que acontece no meio do ano. Mas é possível prever que mesmo a Copa do Mundo Fifa 2014 ou as Olimpíadas Rio 2016 vão atrair turistas que terão interesse em conhecer outras cidades do Estado do Rio.

Outro ingrediente deve ser levado em conta: a publicidade que o Rio de Janeiro ganhará com os eventos com certeza irá despertar o interesse, especialmente, dos turistas estrangeiros, que poderão injetar mais dinheiro na economia local. Por sua vez, isso vai possibilitar ganhos indiretos aos fornecedores de produtos para hotéis e pousadas, indústria de alimentos e bebidas ou indústria de entretenimento.

Esse impacto no aumento da produção levará ao incremento da oferta de postos de trabalho. Assim, o trabalhador que enxergar a movimentação colherá os benefícios daquilo que projeta o mercado. Mas um importante conselho deve ser dado: é preciso que os candidatos estejam qualificados para que ocupem as melhores vagas, ou seja, aquelas com os maiores salários.

*Moreira Franco é ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A quarta onda das reservas on-line

Praticamente impensável há quatro décadas, quando a via crucis do operador e do agente de viagens era consultar e concluir uma reserva, utilizando meios de comunicação que, hoje, nem sequer povoam o imaginário das novas gerações que atuam no Turismo, o atual momento on-line no setor supera as mais ousadas expectativas.

Para acompanhar a oferta desse mundo virtual, onde a velocidade na troca de informações está combinada à maior segurança e organização dos dados envolvidos em uma reserva, surgem no cenário empresas mais robustas e com nova bagagem. Aquelas que, tradicionalmente, operam na formatação de viagens e contam com a parceria de ampla base de vendas, agora unem modelo aprimorado de gestão à expertise em atender o cliente, auxiliadas por sistemas de reservas dotados da alma do negócio Turismo.

Se paira no ar qualquer dúvida sobre tentativa de despersonalizar as operadoras e agências de todos os portes, que utilizam esse recurso de reservas, vale uma resposta. A de que o atual reforço tecnológico que esses sistemas proporcionam contribui exatamente para seleção e atualização mais criteriosa de fornecedores, qualidade e customização no atendimento ao cliente final e grande dose de competitividade, num mercado que pede originalidade e pressa em soluções.

Muitas operadoras brasileiras têm, sabiamente, abrigado sob seu teto a inteligência dos sistemas de reservas on-line, desenvolvidos com performance além do que se podia prever. Desde a capacidade de que dispõem de proporcionar controle gerencial remoto, redução de custos entre outros aliados da administração ao approach dado aos departamentos de vendas. Sem esquecer do impacto sensorial que recursos multimídia provocam no universo de trabalho do agente de viagens e, por consequência, no cliente final.

Grandes, médias, pequenas operadoras ou formas virtuais de vender viagem. Enfim, importa menos como esta ou aquela empresa se dirige ao consumidor. O que conta nessa corrida contra o tempo e face ao alto grau de informação do viajante é a capacidade de corresponder aos desejos do cliente e até mesmo superar expectativas, por exemplo com viagens de experiência. Pesquisar, aprofundar-se, contar com o produto e/ou serviço adequado e oferecer a quem está do outro lado do balcão, em fração de segundos, um novo roteiro já é possível. Tudo com uma mágica poção de ineditismo e exclusividade, algo impossível pelos métodos do passado.

O turista experiente ou aquele recém-chegado ao mundo das viagens, sempre vai requerer das agências muita transpiração. E a inspiração? Nessa um sistema de reservas on-line pode ser decisivo.

Thiago Campos é diretor da T4W, empresa de tecnologia que desenvolveu o sistema de reserva on-line Cangooroo

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Flávio Dino fala pela 1ª vez sobre a morte do filho Marcelo

Uma sucessão de erros tem chance de ter contribuído para a morte de Marcelo Dino. Um relatório escrito por uma das médicas que atendeu o estudante de 13 anos revela que não havia profissionais habilitados na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Santa Lúcia quando o garoto passou mal. A Polícia Civil do DF investiga também a falta de aparelhos fundamentais para contornar as crises asmáticas do menino, além de apurar por que Marcelo foi levado, primeiramente para uma UTI adulta, e, horas depois, transferido para uma unidade pediátrica sem equipamentos adequados para o tratamento.

O filho caçula do presidente do Instituto Brasileiro deTurismo (Embratur) e ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA) morreu há 10 dias, após passar 18 horas internado na unidade de saúde, na 716 Sul. Flávio prestou depoimento ontem na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

Ao fim da oitiva, que durou mais de quatro horas, ele conversou com a reportagem, pela primeira vez desde a perda do filho, sobre o trágico episódio que tirou a vida de Peixinho, como Marcelo era conhecido.

“Eles receberam o meu filho vivo e me entregaram morto”, desabafou (leia entrevista). O Correio também teve acesso ao parecer assinado por uma pediatra intensivista. No documento, ela narra desde o momento em que o adolescente chegou ao hospital, pouco depois das 12h, até a hora da morte, às 6h15 (leia fac símile). Num dos trechos, a médica confirma que estava ausente da UTI na hora em que o estudante começou a apresentar dificuldades para respirar. “Fui chamada pela auxiliar para avaliar o Marcelo devido à queixa de desconforto respiratório”, escreveu.

A profissional ratifica ainda a versão dos parentes, de que o jovem chegou estável e consciente ao centro clínico: “Marcelo se sentia bem até a hora em que foi medicado com broncodilatadores, usados para controlar doenças que comprometem o aparelho respiratório. “Dormiu bem, mantendo os parâmetros respiratórios, sem desconforto”, atestou.

A partir daí, o quadro clínico se agravou. Os batimentos cardíacos, até então na casa dos 102bpm, baixaram drasticamente. O oxigênio se mantinha em 96%, mas despencou para 60%, minutos depois da aplicação do remédio. A gravidade do caso fez com que mais dois médicos entrassem na sala na tentativa de reanimar o menino, mas nem as sessões de massagens cardíacas, nemas 12 doses de adrenalina foram capazes de salvá-lo.

Marcelo morreu na frente do pai e da mãe, a professora da Universidade de Brasília (UnB) Deane Maria Fonseca de Castro e Costa, que também prestou esclarecimentos à polícia ontem.

Negligência

O delegado-chefe da 1ª DP, Anderson Espíndola, apura ainda a denúncia de que um aparelho essencial para levar ar aos pulmões de Marcelo estaria danificado e teria sido trocado às pressas. “Todas as informações prestadas pelos familiares que estavam no hospital vão ser confrontadas com a versão apresentada pelos médicos. Se for preciso, vou pedir a ajuda de médicos do CRM (Conselho Regional de Medicina) para entender se a conduta dos profissionais atendeu ao protocolo”, explicou o investigador.

Os três médicos que participaram do atendimento a Marcelo deveriam prestar depoimento ontem à tarde, mas, a pedido do advogado do Hospital Santa Lúcia, as oitivas foram adiadas para a próxima semana. “Não podemos retirar três médicos de uma vez só do hospital. Se isso ocorrer, pode comprometer o tratamento dos pacientes”, justificou Frederico Donati Barbosa.

O defensor negou todas as denúncias feitas por familiares. Sobre a suposta ausência de um médico na UTI, respondeu: “A sala de descanso dos médicos fica ao lado da UTI. A enfermeira não teve de andar o hospital todo para chamá-la. Assim que foi comunicada, ela (a médica) atendeu prontamente o menino”. Os parentes alegam que o socorro demorou mais de cinco minutos.

Frederico garantiu que nenhum aparelho apresentava defeito na UTI, nem houve erro na manipulação dos medicamentos. “Não houve na nenhum problema de falta de pessoal, falta de aparelho ou equipamento danificado”, disse.

A 1ª DP investiga outra morte no Hospital Santa Lúcia por suposta negligência. O Instituto de Medicina Legal (IML) divulgou o resultado parcial do laudo que apura a causa da morte de Marcelo Dino. Nos exames clínicos, os legistas não conseguiram apontar com exatidão o que levou ao óbito do garoto. Outras amostras de fragmentos serão avaliadas em um exame histopatológico, que consiste em observar microscopicamente tecidos de órgãos do paciente, com o intuito de tirar as dúvidas em relação à morte. Esse novo procedimento deve ser concluído em uma semana

Apuração

A 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) investiga a morte de uma fisioterapeuta de 28 anos, ocorrida há cerca de dois meses, também no Hospital Santa Lúcia. Juliana Araújo de Souza deu entrada no centro médico com vômito e diarreia. A família alega ter ocorrido negligência devido à suposta demora no atendimento realizado no fim da noite de 18 de dezembro do ano passado. Por volta das 7h do dia seguinte, ela morreu. Na certidão, a causa da morte foi atestada como “a esclarecer”.

Quatro perguntas para Flávio Dino, presidente da Embratur e pai de Marcelo

Como o senhor tem acompanhado as investigações sobre a morte do seu filho?
Eu só quero que o (Hospital) Santa Lúcia responda a uma pergunta: é comum um garoto de 13 anos morrer de asma dentro de uma UTI? Se eles conseguirem provar por meio de estatísticas ou através da literatura médica que isso é normal, eu me calo. Mas o que eu tenho ouvido de vários profissionais é que o meu filho estaria vivo hoje se os procedimentos adotados fossem corretos. Se o Marcelo tivesse morrido dentro da escola, eu não iria responsabilizar a instituição de ensino, mas, dentro de um hospital e dentro de uma UTI, é inadmissível aceitar que uma criança morra dessa forma. Quero que o hospital, em respeito à memória do meu filho, diga o que ocorreu naquele dia, pois eles receberam o meu filho vivo e me entregaram morto.

O que leva a família a acreditar que houve erro da equipe médica?
Eu não classifico o que ocorreu como erro médico. Eu quero que a polícia investigue se houve um crime ou não. Até agora, o Santa Lúcia não me deu nenhuma explicação. Eles (gestores do hospital) fizeram uma reunião a portas fechadas e depois divulgaram para a imprensa uma nota omissa, que não diz nada. Eu passei o dia anterior inteiro andando de bicicleta com ele. Ele se comportava bem, com saúde. O que ele teve na escola foi uma crise como tantas outras, uma asma leve que sempre foi contornada sem maiores problemas.

O que o senhor viu antes da morte do Marcelo?
Eles aplicaram uma medicação no meu filho e, em seguida, ele começou a ter dificuldades para respirar. A médica demorou a chegar e o meu filho morreu. Sem contar que eles não fizeram a entubação no Marcelo quando ele começou a passar mal e, para piorar, ainda solicitaram material quando ele estava passando mal.

Retirado do Blog de John Cutrim

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Atins: alguns entraves no paraíso natural dos Lençóis Maranhenses


Um dos maiores atrativos turísticos do Maranhão, sem dúvida, é a região dos Lençóis Maranhenses, cujo portal de entrada é o município de Barreirinhas. A cidade já possui boa infraestrutura turística. O interesse dos turistas, contudo, se concentra nas dunas e nas lagoas paradisíacas que se formam no Parque Nacional, ao longo do período chuvoso, no Maranhão.

Descendo pelo rio Preguiças, vários povoados se descortinam, até que se chega a Atins. Trata-se de uma tranquila vila de pescadores situada no estratégico local em que o Preguiças deságua no mar. Por isso é uma região simples e repleta de belezas naturais. Ali já existem várias pousadas que atendem bem aos visitantes.

Atins está incrustada na área de preservação ambiental onde as pessoas podem acessar o parque a pé ou de carro (passeios para o parque de 4x4), conforme a escolha do visitante e o tempo disponível. A energia elétrica no Atins ainda é monofásica, portanto, no vilarejo não tem pousadas com ar condicionado ou chuveiro elétrico, TV ou frigobar. Nenhum lugar no Atins aceita cartão de crédito, apenas cheque e dinheiro.

A pousada Rancho dos Lençóis, em Atins, foi feita pelo artista plástico Buna, que construiu a pousada toda sem nenhum projeto arquitetônico, apenas feito por ele mesmo; é uma pousada charmosa. Alguns móveis rústicos também são criação dele, a pousada é simples, mas, bem aconchegante. Oferece mosquiteiro, ventilador, um banheiro espaçoso nos chalés (principalmente nos chalés triplos e quádruplos), varanda com rede e um café da manhã legal para abastecer as energias.

A pousada dispõe ainda de piscina, restaurante, carros 4x4 para passeios, horta orgânica e espaço de massagem. O local abriga também uma área verde com muitos animais como pavões, cachorros, gatos, peixes, galinhas, patos, gansos.

O percurso de São Luís para Barreirinhas pode ser feita de carro privativo (em média R$ 160,00 a R$ 200,00) ou com a BR Tour (R$ 40,00 por pessoa, agendado geralmente nas pousadas de São Luís) ou por ônibus da aviação Cisne Branco (R$ 35,00 por pessoa).

A ida de Barreirinhas para o Atins já é um passeio. O rio é um dos rios mais bonitos do Brasil, margeado de manguezais, árvores de juçara, buritis, carnaúbas, além de ser surpreendentemente intercalado por dunas brancas. As paradas pelo rio são nos vilarejos ribeirinhas como Vassouras, Mandacaru e Caburé, uma península entre o rio Preguiças e o mar. O percurso pode ser feito por barco de linha normal, e a viagem dura 4 horas (R$ 13,00 por pessoa).

As lanchas voadeiras podem cobrar valores absurdos, até R$ 80,00 por pessoa. Ida e volta custa mais do que o valor de uma diária com almoço nas pousadas. Além desse valor exorbitante cobrado por alguns donos de lanchas, existem alguns problemas que precisam ser sanados em Atins.

Frequentemente falta energia elétrica, a internet cai e os celulares ficam mudos, o que inviabiliza, inclusive, o fechamento de pacotes turísticos para as pousadas. Já seria o caso de se pensar em energia alternativa (eólica, solar) para Atins, e ainda em algum sistema que facilitasse a comunicação entre os visitantes e o local. Portanto, além de se caracterizar como um potencial local para o exercício do turismo ecológico, o visitante deve se preparar para algumas surpresas, dentre elas a falta de energia, o que pode caracterizar o passeio como um verdadeiro exemplo de turismo de aventura, que não é para todas as almas.

Está colocado, dessa forma, um tema interessante para o debate em torno do desenvolvimento do turismo no Maranhão.

ServiçoPousada Rancho do Buna – Atins
Contatos: (98) 3349.5005/8858.0550/9616.9646

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Escola de samba Beija-Flor encanta o público

Carro abre-alas representando a Lenda da Serpente adormecida no subterrâneo de São Luís
Por volta das 4h da madrugada de segunda-feira a Beija-Flor entra na Sapucaí, foi a penúltima escola a entrar na passarela. Homenageando os 400 anos de São Luís/MA, a escola empolgou e encantou o público, com um samba gostoso de cantar e muito fácil de colocá-lo na ponta da língua. Na dispersão essa era a frase ouvida: "É campeã".

A escola, 12 vezes campeã do carnaval carioca, veio com 48 alas, 8 alegorias e 4 mil componentes. A comissão de frente trouxe uma enorme serpente, que é separada em várias partes, indicando estar morta. Na sequência, os componentes da comissão desfilaram carregando as várias partes da pele da serpente, morta pela guerreiro. A novidade ficou por conta de uma super ala, a do “Mercado”, formada por componentes com diferentes fantasias.

A ala com o bumba-meu-boi empolgou e encantou aos presentes. Um espetácculo lindo de se ver. O Maranhão foi só empolgação.

A bateria da Beija Flôr, teve um componente a mais. Ou melhor, dezenas de batuqueiros com pandeirões usados no Bumba meu boi, onde os brincantes da Maioba, que foram de São Luís, especialmente para dar a batida certa, emocionando todos os maranhenses que estavam presentes no sambodromo, bem como os que assistiam em todos os cantos do planeta.

O pássaro símbolo da escola de Nilópolis foi um dos destaques do carro abre-alas, que exibia uma quimera gigante e dourada de três cabeças e uma cauda de serpente, representando as culturas europeias que invadiram a ilha que hoje é São Luís.

A Ala “Angústia dos Grilhões” trouxe um navio cheio de escravos acorrentados, representados pelos componentes da escola e por esculturas que revestiam o carro. Outros 360 componentes deram vida aos negros que ajudaram a construir a capital maranhense na ala “O mercado de dialetos africanos”, décima a entrar na Avenida. Passistas mascarados representaram os pretos-velhos, que atuavam como guias dos negros encarnados.

Segundo a direção da agremiação, o desfile teve cinco toneladas de búzios. As milhares de conchas foram usadas em alegorias e fantasias que retratam a escravidão.

O penúltimo carro mostrou os personagens da literatura de São Luís, conhecida como Atenas Brasileira. Que segundo, uma das apresentadores da Rede Globo de Televisão, seria uma alusão aos valores culturais da cidade, que fala o melhor portugês do Brasil.

O carnavalesco João Trinta, que morreu em 17 de dezembro do ano passado, em São Luís, também foi homenageado no último carro. Uma escultura do carnavalesco surpreendeu o público em meio ao desfile cercado de mendigos, numa releitura de “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.

A Beija-Flor mostrou o melhor da capital maranhense, passeou pela história, tradição, festividades e cultura, levou à avenida toda a magia de São Luís. Foi emocionante vê a capital de tosos os maranhenses, com, irrreverencia de seu carnaval de Rua, folguedos de São João e as belezas de seus casarios e sobrados, sendo cantados e decantados na Marquês de Sapucai.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sem dinheiro, construtora pode tornar incerta a conclusão da reforma no Aeroporto de São Luís…

A Proman Engenharia LTDA., empresa que realiza a obra de recuperação do Aeroporto Hugo da Cunha Machado, em São Luís, tem tentado obter das autoridades federais e estaduais garantias para a conclusão dos trabalhos.

Motivo: enfrenta dificuldades financeiras e para contratação de mão-de-obra especializada.

Sem dinheiro, a empresa pode fechar as portas, o que tornará ainda mais incerta a conclusão da reforma, que já dura mais de um ano.

Os donos da Promam já comunicaram das dificuldades o ministério do Turismo, dos Transportes e das Cidades, e tentaram, sem sucesso, audiência com a governadora Roseana Sarney (PMDB).

Esta semana, o superintendente do Aeroporto de São Luís, Hildebrando Coelho, esteve em Brasília, em reunião com a Infraero para tentar solucionar os problemas.

Mas a solução que a Infraero quer é absurda: simplesmente bancar a empresa, o próprio poder público, para garantir a conclusão da obra
 
A preocupação da Infraero é com os prazos e com os constantes atrasos na obra do aeroporto, que já chamou a atenção da Procuradoria da República na capital federal.

Iniciada em março de 2011, a recuperação do aeroporto teve prazo de entrega inicial marcado para junho. Depois, novo adiamento, para agosto.

Outro adiamento levou a inauguração para dezembro, depois para janeiro de 2012.

E agora, sabe Deus quando…

Empresa limpa-fossas é flagrada despejando dejetos na rede de esgotos de São Luís



Um caminhão de uma empresa limpa-fossas foi flagrado, pela equipe do Jornal Cazumbá, jogando dejetos em área urbana de São Luís em plena luz do dia. Não há fiscalização e por esse motivo todos os dias nós flagramos caminhões despejando dejetos em nossa rede de água e esgotos. Essa é nossa terra, a terra sem lei, sem governantes.

Esperamos que as autoridades competentes multem essas empresas, estabelecimentos e proprietários que jogam dejetos nas galerias pluviais da cidade. Esses mesmos dejetos terminam nas praias de São Luís, sendo assim um dos principais agentes de poluição. Assim, é necessária educação para a população e uma fiscalização mais rigorosa pelos agentes públicos municipais, estaduais e federais.

Questionado o porquê de estar despejando “merda” na rede de esgoto, próximo a Praia do Olho D’agua, que é uma das praias mais movimentadas de São Luís, o motorista do caminhão respondeu que a empresa tinha autorização da Caema para fazer aquilo. Procurado, a Caema, disse que não era verdade e disse também que não podia impedir esse ato, uma vez que não tem poder policial e que, portanto, não podia fazer nada com relação ao episódio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O mercado de cruzeiros no Brasil tem ainda um grande potencial


Por Thiago K. Vasconcelos*

Apesar do crescimento significativo do mercado de cruzeiros no Brasil registrado nos últimos anos, é interessante observar que este segmento tem ainda um grande potencial a ser explorado. Isso diz respeito principalmente aos cruzeiros Premium e de luxo. É interessante observar que existe uma demanda reprimida, principalmente daqueles que já tem uma vivência maior na prática de cruzeiros, por novos roteiros, experiências e qualidade de serviço que atendam ou até mesmo superarem as suas expectativas.

Neste sentido a Pier 1 tem procurado oferecer produtos e desenvolver serviços para atender este tipo de demanda. E a resposta deste segmento de mercado tem sido das mais positivas tendo registrado ao longo de 2010 um crescimento superior a 20%, em um ano que foi muito duro para a indústria de cruzeiros a nível global. Isso comprova na prática esta teoria. A verdade é que ainda existe um grande filão de mercado a ser explorado por empresas e companhias que atuam nesta área.

O Brasil também pode aumentar a sua relevância nesse segmento e oferecer um numero maior de roteiros nesse segmento, mas é preciso que se invista cada vez mais em infraestrutura portuária, redução das taxas portuárias, equalização de procedimentos entre todos os portos brasileiros e massiva divulgação do destino Brasil no exterior. Um bom modelo que o pais deveria se espelhar e no da Austrália, que hoje conta com diversas companhias com sedes próprias e navios na sua costa praticamente durante o ano todo.

No momento em que se tem realizado investimentos em outras áreas não se pode deixar de lado esta indústria dos cruzeiros marítimos. E os segmentos Premium e de luxo tem grande potencial para aumentar sua importância no mercado. Paga-se a mais sim, mas o retorno é muito maior e boa parte dos passageiros que optam por este tipo de cruzeiro regressam já com planos de realizar novas viagens.

Os cruzeiros mais populares têm seu espaço, assim como os têm estes segmentos. Cabe explorá-los com competência e profissionalismo que têm sido a marca da Pier 1, já que é um mercado que lida com clientes extremamente exigentes, que na grande maioria das vezes já fizeram uma pesquisa a respeito do produto que pesam em adquirir. A maior prova disso é que representamos aqui no Brasil algumas das principais companhias que atuam nesta área como Crystal Cruises, Holland America, Seabourn, Silversea e The World. Cabe ao governo e ao setor privado adotarem medidas de incentivo para que o Brasil entre também nesta rota.

*Diretor da Pier 1

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sepultamento de filho de Flávio Dino será hoje em Brasília


O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino, e sua família estão em luto pela perda de seu filho mais jovem, Marcelo Dino Fonseca de Castro e Costa, 13 anos, que morreu às 7h, da manhã de ontem, em Brasília (DF), vítima de parada cardíaca após crise de asma. O corpo do adolescente foi velado na capela do Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, e será sepultado hoje, às 10h, no mesmo local.

Segundo assessoria de Flávio Dino, Marcelo participava de aula de educação física na escola onde estudava, na Capital Federal, quando começou a passar mal. O garoto foi levado para o Hospital Santa Lúcia, onde permaneceu em observação.

De acordo com nota divulgada pelo hospital, o paciente foi encaminhado "imediatamente" para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ao chegar ao hospital e ter perdido a consciência durante uma crise na manhã em que foi internado. A família relatou à equipe de atendimento que o jovem tinha asma crônica e era usuário de broncodilatadores.

Segundo o hospital, Marcelo passou a noite consciente e sendo monitorado na UTI, com quadro estável, mas queixou-se de desconforto e dificuldade para respirar. Observado um quadro súbito de piora da oxigenação, quando a equipe responsável pela assistência iniciou os procedimentos de emergência, mas o adolescente não respondeu a tentativa de reanimação e faleceu.

Inquérito - A causa da morte só poderá ser conhecida após laudo do Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil do Distrito Federal abriu inquérito para apurar se houve alguma falha no atendimento do adolescente. Políticos e amigos de Flávio Dino se solidarizaram com a perda prematura de seu filho. Membros do Ministério Público do DF estiveram no Hospital Santa Lúcia para obter informações a partir das quais iniciarão investigação.

Alguns deputados maranhenses viajaram para Brasília para confortar a família. A governadora Roseana Sarney enviou telegrama ao presidente da Embratur lamentando o ocorrido. Já o ministro do Turismo Gastão Vieira divulgou nota de pesar no site do ministério. Nas páginas das redes sociais, amigos, colegas de escola e conhecidos de Marcelo Dino também deixaram mensagens de apoio aos seus familiares.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Filho de Flávio Dino, de 13 anos, morre vítima de crise de asma


O filho de 13 anos do presidente da Embratur, Flávio Dino, morreu nesta terça-feira (14), em Brasília. De acordo com as primeiras informações, Marcelo Dino teria sofrido uma crise de asma na escola e, em seguida foi levado para o hospital.

No entanto, durante a madrugada, Marcelo sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Fávio Dino tinha dois filhos, Marcelo era o mais novo.

O blogueiro envia pêsames à família do ex-parlamentar.

(Foto: Arquivo/Pessoal)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O gênio turista

* Por Antonio Noberto

Um gênio, apegado a estudos culturais, deixou o seu planeta e resolveu procurar um lugar na terra para fazer um tour. Escolheu o Nordeste brasileiro e, neste, como ponto de partida, decidiu-se por São Luís. Chegando ao Centro Histórico da capital maranhense encontrou dois europeus, que residiam na Ilha, um português e um francês, e lhes pediu informações sobre o primeiro capítulo da história da cidade.

O gênio – Qual de vocês aqui chegou primeiro e fundou fortalezas, casas, capelas, criou leis e nomeou a cidade com o nome do seu rei?

O português (indicando o francês com o polegar) – foi ele, amigo.

O gênio – Quem foi que, autorizado pelo papa, no início dos anos mil e seiscentos trouxe para esta Ilha quinze padres franciscanos e aqui fundou o primeiro convento capuchinho do Brasil?

O francês – Fomos nós gauleses, nobre visitante.

O gênio – Quem foi que deixou todo o Brasil setentrional abandonado e não se preocupou em colonizá-lo?

O francês – Foram eles.

O gênio – Quem foi que escreveu os primeiros livros, relatos, crônicas e descrições sobre o povo, a fauna e a flora do Maranhão e toda a região.

O português – foram eles, senhor.

O gênio – Quem foi que aportou aqui convidado pelos legítimos donos da terra, os tupinambás, e viveu em harmonia com eles?

O francês – Fomos nós, senhor.

O gênio – Quem foi que entrou pelos fundos da Ilha, na calada da noite, e se aproximou do Forte principal se escondendo nas matas no lugar conhecido hoje como Fonte das Pedras?

O português – Fomos nós, amigo.

O gênio – Quem dizimou as 27 aldeias existentes na Ilha e promoveu o maior genocídio do Brasil?

O francês – Foram eles, senhor.

O gênio – Quem foi que levou representantes indígenas tupinambás das aldeias do Maranhão para a Europa e fez-lhes grande recepção.

O português – Foram eles, senhor.

O gênio – Quem foi que não cultivou as artes e viveu somente para a guerra e, para isto, sempre utilizando o nome de Deus e de outros santos como forma de legitimação dos seus procedimentos?

O francês – Foi ele, senhor.

O gênio – Quem veio de um país pequenininho, mas que quis metade do Novo Mundo para si e, por conta disto, colonizou mal suas possessões?

O português – Fomos nós, senhor.

O gênio – Quem foi que não investiu em educação, promoveu a política do chicote e ainda levou o ouro do Brasil e deixou a cultura da exploração e do privilégio branco?

O francês – foram eles, mestre.

O gênio – Quem foi que em pouquíssimos dias após se apossar da Ilha, simulou uma fundação e nega a fundação de quem passou três anos?

O francês – Foram eles, meu gênio.

O gênio – Logo, por tudo isso, posso concluir que quem passou para a história brasileira como ambicioso, perverso, pirata e invasor foi você? (apontando para o português).

O português – Não senhor, foi ele!

À vista destas palavras o gênio arrumou as malas e foi para outra cidade do Nordeste.

*Baseado no texto O Rei da criação, de Humberto de Campos

EM RESPOSTA AO ARTIGO

SÃO LUÍS, UMA CIDADE FRANCESA? PAS DU TOUT!


Por: Rafael dos Santos Marques

Ao ler o artigo “O Gênio Turista” na pag. 06 da edição 93 deste jornal, não posso deixar de manifestar a minha indignação. O autor se mostra claramente “franco-cêntrico” e “anti-ibérico”, defendendo os gauleses com garras e unhas, reiteradamente e em vários artigos, como se não tivessem - aliás como todos nós seres humanos – defeitos. Admiro o seu trabalho de pesquisa sobre a presença histórica dos gauleses em nossas terras, mas daí passar a denegrir a imagem dos lusitanos e dizer – indiretamente - que o legado francês é tão quanto (ou mais) importante do que o ibérico é demais! e quase ingênuo.

É bem sabido por catedráticos da história colonial brasileira e até pelos estudantes de primeiro grau que a cultura econômica expansionista européia nos séculos 15, 16, 17, 18, 19 resumia-se a: descoberta e exploração de novas terras. Todos queriam explorar e extorquir as nossas riquezas, cada um com as suas peculiaridades e modos de fazê-lo, porém com o mesmo fim. Os franceses aqui se aliaram aos tupinambá não por serem bonzinhos e desprovidos de preconceito e racismo, mas por mera estratégia de povoamento e exploração dessas terras americanas que eram dos ibéricos, de acordo com o tratado de Tordesilhas.

Não sou historiador nem conheço a fundo a nossa história - sobre qual ainda tenho muito a aprender - mas sou um ludovicense, brasileiro e turismólogo interessado e conhecedor de boa parte das coisas que fazem do Maranhão, o Maranhão; e comprometido com as nossas tradições, com a nossa cultura e com o nosso meio-ambiente. Ninguém nega a importância da passagem dos franceses aqui nas terras setentrionais do Brasil. No entanto, é efêmera, superficial e não passou disso: uma breve passagem. No Rio de Janeiro os franceses permaneceram por bem mais tempo do que aqui e não é por isso que os cariocas se sentem quase descendentes dos conterrâneos de “La Ravardiere”, como o autor cearense. Pelo contrário: quase não lembram disso. Mesma coisa os bragantinos do Pará, cuja cidade também teria sido fundada pelos papagaios amarelos. Os portugueses vieram, se estabeleceram, povoaram e quase exterminaram os nossos índios e levaram boa parte das nossas riquezas sim - como era de praxe entre todos os europeus colonizadores da época -mas deixaram um importante e indiscutível legado na formação histórico-sócio-cultural ludovicense, maranhense e brasileira, que vai muito além do idioma.

Especialmente aqui em São Luís, uma cidade luso-brasileira construída nos moldes das cidades coloniais portuguesas adaptadas ao nosso clima equatorial. A “vila dos pequenos palácios de porcelana” era/é uma urbe tipicamente lusitana e neo-ibérica. Qualquer brasileiro, independentemente da naturalidade, ao pisar as terras de Cabral sente no mínimo um clima familiar. E qualquer ludovicense, ao visitar Lisboa ou o Porto pela primeira vez, tem a sensação de já ter estado ali. Não é por acaso. Um dos maiores símbolos de São Luís, o azulejo, é herança portuguesa, com certeza, que os herdou dos árabes, como os espanhóis.

A nossa culinária, o nosso jeito de falar, os nossos sobrenomes e até o nosso folclore tem todos um pé em Portugal, e aqui se abrasileiraram e se tropicalizaram com a mistura e a miscigenação não vistas em nenhum outro lugar do mundo (o Maranhão é estatisticamente o estado mais mestiço e pardo do país e o Brasil é um país essencialmente mestiço), com os índios nativos e com os negros africanos. Isso porque eles não apenas tentaram exterminar todos os índios: também se misturaram a eles, no sangue e na cultura -por estratégia política ou não - mas é um fato: de todos os europeus colonizadores, o português foi o que mais se misturou com as culturas autóctones e o que mais assimilou parte dessas culturas, ao incorporá-las à sua própria. Até o tupi foi aprendido e difundido em todo o país pelos jesuítas (com claros objetivos de catequização, é claro), virou a “língua brasileira”(nheengatu) – a mais falada pelo povo - até meados do século 18 no centro-sul e século 19 no norte (incluindo o Maranhão), até ser suplantado pelo português.

No entanto, muitos dos seus vocábulos sobrevivem ate hoje na nossa toponímia, nomes de frutas, árvores, bichos, nossa fauna e flora e até expressões populares que tornam o português brasileiro e maranhense únicos. Hem-heim! Isso sem falar nas crendices, lendas, mitos, biotipos físicos, religiões, comidas, danças,costumes que também herdamos dos índios e dos negros. Já da França não temos quase nada. O nome da cidade e talvez “un poquito más”. . Até a fundação de São Luís é controversa. O que recebemos da França não difere do que o resto do Brasil e do mundo recebeu do mesmo país, na época em que exercia uma forte influência cultural em todo o mundo ocidental.

Pois bem, todas as pesquisas feitas por maranhenses ou não sobre a nossa história, cultura e lugar são muito bem vindas; inclusive sobre os franceses, holandeses, libaneses, etc., e nos ajudam também a entender melhor a nossa história e a nossa cultura; mas partir para a xenofobia e discursos repetitivos, românticos em excesso e consequentemente parciais, não. Nem aqui e nem em Paris.

A lenda de Ana Jansen e sua carruagem



Por José Ewerton Neto (ewerton.neto@hotmail.com)
1. A lenda de Ana Jansen e sua carruagem é a mais famosa de São Luís, por motivos não muito bem entendidos. Freud não explica e São José de Ribamar muito menos. Aliás, se Ana Jansen soubesse que um dia iria virar lenda, vaidosa e ousada como era, teria sido lenda antes de ter vivido para poder gozar dessas horas de fama que não estão ao alcance de qualquer imortal que se preze. Como se sabe, as candidatas à celebridade de hoje vivem exibindo suas grandes e pequenas vergonhas em rede nacional ao vivo, por dois míseros segundinhos de fama.

O fato é que Ana Jansen, que não era lá essas coisas de boniteza, se perpetuou bem mais do que se tivesse escrito um romance, por exemplo. Isso, embora já não desse dinheiro, na época, dava muito prestígio - pelo menos o suficiente para fazer companhia, no futuro, à estátua de algum pilantra transformado pela História em herói, no corredor soturno de algum museu.

2. Admitindo que ela tenha sido mortal um dia, tudo começou quando ela nasceu em São Luís, em 1787. Nessa sociedade de então, provinciana e carente, ela começou a treinar para virar lenda quando enviuvou duas vezes. Nessa época, é bom lembrar, não havia divórcio fácil, nem desquite ou amizade colorida, as mulheres se casavam para sempre e a única forma da mulher conseguir casar duas vezes era matando o marido, o que, aparentemente, não aconteceu. Melhor acreditar que os maridos, sabendo que ela estava predestinada a virar lenda, facilitaram-lhe o trabalho, inclusive deixando muito dinheiro para ela.

Ora, o fato de ter se livrado de dois maridos da forma mais segura que existe, que é o desaparecimento destes sem assassinato, faz desconfiar de que muita coisa da qual se falava a seu respeito como, por exemplo, a de que era cruel com seus escravos, não passava de inveja de mulher fofoqueira, desejosa de ter tido a mesma sorte. Inclusive, a história que se conta por aí, de que ela caminhava sobre uma trilha de escravos para não sujar os sapatos franceses quando seguia para seu sítio – que crueldade tem isso? Muito prefeito de interior faz igual ou pior hoje em dia, comprando carros importados com o dinheiro público, e pisoteando, da mesma forma, carentes e futuros cadáveres, e nem por isso deixam de ser admirados e reeleitos.

O certo é que Ana Jansen incomodava muita gente: era pobre e ficou rica, era feia e teve homem como quis e, além disso, entrou na política. Criou desafetos às pencas até que morreu para bem de todos e felicidade geral da nação ludovicense, mais ou menos em paz, em 1869.

3. Se esse é um resumo das peripécias de Ana Jansen quando viva imagine o que ela não fez depois de morta!

Toda quinta-feira ela pegava uma carruagem, saía do cemitério e ia rever suas diversas casas residenciais. (Tem-se de admitir que a vida no cemitério é meio enfadonha para quem trepava quando e onde queria. O estoque de pretendentes era desanimador, e ainda por cima, não havia viagra). Era justo que tivesse saudades e quisesse escapar daquela monotonia.

Intrépida como sempre, lá ia ela com um batalhão de decapitados dirigindo a carruagem e fazendo um barulho dos infernos. Decapitados? Claro, embora o povo com isso se espantasse, era natural que - depois de lidar, em vida, com certo tipo de gente - ela passasse a confiar, agora, em seres humanos sem cabeça, inclusive o cavalo que puxava a carruagem. O que prova que, ao contrário do que se dizia, era a favor da igualdade social e não via diferença, por exemplo, entre cavalos e seres humanos. Quanto ao barulho, isso só causava estranheza porque ainda não havia trios elétricos e carros de som, cujo barulho, como se sabe, é muito mais ensurdecedor e infernal.

4. E, foi assim que, de passeio em passeio, eternizou-se a lenda de Ana Jansen e sua carruagem que, no entanto, foi gradativamente caindo de moda e deixando a sensação de déjà vu, substituída que foi, pelos desfiles carnavalescos das escolas de samba, repletos de decapitados vivos e cavalos com cabeça, entre demônios sarados e diabas completamente nuas.

Hoje, quando ela sai para desfilar em com sua carruagem pelas ruas do centro de São Luís, ninguém se dá ao trabalho de espiá-la (preferem o forró do Arlindo, o reggae da Toca da Praia ou a Bandida). Descansando em sua sepultura, nos intervalos dos desfiles de sexta, ela pensa: “A indiferença desse pessoal não me atinge! Nenhum deles vai virar lenda !”

Fonte: Jornal O Estado do MA

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ROTA DAS EMOÇÕES: Embratur recebe pedido de apoio na divulgação da Rota das Emoções, roteiro que une destinos de Ceará, Maranhão e Piauí


O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Flávio Dino, recebeu, esta semana, o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que pediu reforço na divulgação dos destinos associados à chamada Rota das Emoções, produto turístico que une atrativos do Maranhão, Ceará e Piauí. O Parque Nacional de Jericoacoara e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que compõem a Rota das Emoções, são considerados “destinos estrela” – grau máximo – na divulgação realizada pela Embratur.

Dutra também solicitou o apoio da Embratur para pleitear melhorias na infraestrutura de acesso aos pontos turísticos. “Precisamos de apoio para inserir o tema na pauta de nossa competitividade no turismo internacional brasileiro”, disse Dutra, referindo-se especificamente às rodovias e ao aeroporto de Barreirinhas (MA).

O presidente prometeu incluir o tema em sua agenda de temas com o governo federal e secretarias estaduais de turismo. Para Dino, acessibilidade é condição básica para que as políticas de promoção do Brasil no exterior sejam mais efetivas. “É necessário ter uma conjunção de fatores e apoio de todas as esferas governamentais para que os turistas estrangeiros visitem nossos destinos, a promoção  dos destinos brasileiros no exterior é o primeiro passo”.

Será que programa de qualificação do governo Lula precisa ser varrido do mapa?

por Cláudio Magnavita*

O turismo oficial brasileiro vive a sua prova de fogo. Sairá desse processo de purificação mais fortalecido ou chamuscado. O rescaldo da Operação Voucher ainda está ocorrendo. A tentativa de virar a página emperra na corajosa atitude de separar o joio do trigo, principalmente na área da capacitação profissional.

Com a Copa 2014, coube ao Ministério do Turismo a missão de qualificar a mão-de-obra já empregada. Motivar quem já está na zona de conforto de um emprego fixo foi o grande desafio do governo Lula.

Para atender os desempregados e os que sonham conseguir um emprego através de um curso de qualificação já existem mecanismos públicos, inclusive programas do Ministério do Trabalho. A motivação vem com a promessa de emprego. Para qualificar os profissionais que estão atuando e que cumprem jornada de emprego o aspecto motivacional é mais complexo.

A fórmula da administração Lula foi buscar o apoio da iniciativa privada. Um pacto inusitado entre capital e trabalho. Coube aos empregadores a responsabilidade de mobilizar sua tropa e colocar seus funcionários na sala de aula.

As entidades que representam as diferentes categorias de profissionais do setor do turismo foram convocadas. A palavra é esta mesma: CONVOCAÇÃO, através do Governo Federal para desenvolver um programa de qualificação bem amplo. Para garantir o conteúdo e chancelar a execução dos programas, foi escolhida uma entidade acima de qualquersuspeita, a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A FGV foi a fiadora dessa ação e desenvolveu um programa de acompanhamento on-line da sua execução.

As entidades escolhidas pelo governo representam legitimamente os seus segmentos no CNT (Conselho Nacional de Turismo). Essa triagem evita, neste caso, que programas sejam entregues a entidades fantasmas, como ocorreu no Amapá, através de emendas de uma deputada federal por aquele Estado.

Aliás, essa parte boa do programa de qualificação iniciou uma verdadeira revolução no turismo e na relação patrão/empregado. A esse segmento houve até a adesão da Contratuh (Confederação dos Trabalhadores do Turismo e Hospedagem), que também foi convocada para um programa de qualificação.

O joio deste processo são as entidades fantasmas que sugiram depois e até mesmo sem nenhuma legitimidade institucional ou representatividade. Ao invés de punir esses abusos cometidos por representações fantasmas, o que assistimos agora é uma inversão davelha máxima, onde todos são inocentes até que se prove o contrário.

As entidades sérias correm o risco de serem tragadas para o fosso da inadiplencia sem terem o seu direito de resposta devidamente analisado. Elas correm o risco de assistir a interrupção dos programas de qualificação que estão em curso, de serem declaradas inidôneas e proibidas de conveniar novamente com o Governo Federal e de até realizar a devolução de parte das verbas recebidas. Tudo isso pela incapacidade de ter no Ministério do Turismo uma equipe que analisasse tecnicamente as respostas das entidades aos questionamentos da CGU.

É como se, de uma hora para outra, tudo que foi realizado no governo Lula na área de qualificação para a Copa estivesse podre e realizado de maneira errada. Se a atitude fosse tomada por um governo de oposição seria compreensível. Faz parte do jogo político. Só que isso ocorre em um ministério do PMDB, partido que faz parte do governo e que tem a Vice-presidência da República.

A falta de tato na condução dessa execução em massa é inacreditável. As entidades do turismo estão sendo coagidas a reagir a ponto delas próprias exigirem a separação do joio do trigo. É como se a interrupção dos programas que estão em execução pela metade não gerasse prejuízo aos cofres públicos.

Transformar em bandidas entidades sérias, algumas com dezenas de anos de tradição, pode abalar os alicerces de um setor que se organizou e que cresceu com representatividade exatamente pelos programas do mesmo governo. Só que agora essa administração é crucificada pela incapacidade de tempo e, de certa forma, de coragem de uma equipe de servidores públicos escolhidos para serem os verdugos desse passado recente.

Quem errou deve ser exemplarmente punido. Cadeia para quem roubou o dinheiro do povo! Mas para que isso ocorra é necessário haver justiça. Inocentes não podem pagar no lugar dos bandidos. Se houvesse altivez e preocupação de agir com justiça, preservando aqueles que aceitaram a missão dada por um governo que elegeu o seu sucessor, a situação seria diferente. Não estaríamos na beira de um embate entre o setor privado e os atuais dirigentes do Ministério do Turismo. O diálogo não pode ser estabelecido apenas pela ameaça do uso do tacape.

O Ministério do Turismo precisa passar por um processo de serenidade.Deve-se estabelecer o respeito aos secretários nacionais, todos legitimamente nomeados. A secretaria executiva tem que participar e colaborar com cada passo e não descobrir o que ocorre na pasta através da leitura do “Diário Oficial”. As entidades que fazem parte do Conselho Nacional de Turismo devem se sentir respeitadas e devem perceber que o discurso do MTur está afinado com a sua prática. Os programas desenvolvidos pelos ministros anteriores devem ser respeitados.

Decisões intempestivas, como o fim abrupto da edição 2012 do Salão de Turismo, devem passar por uma ampla consulta. Perdemos a nossa vitrine quando mais precisávamos dela. Os secretários estaduais de Turismo precisavam ser consultados previamente antes do surpreendente anúncio no Fornatur.

O que precisamos é restabelecer a confiança, a serenidade e criar um clima de união. O MTur pode seguir o exemplo do que ocorreu com o Ministério do Esporte, no qual o ministro Aldo Rebelo colocou ordem e, corajosamente, separou o joio do trigo.

O senador José Sarney (PMDB-AP) demonstra com atitudes, conselhos e coragem que política não se faz apenas como uma boa conversa. É preciso ter muito mais do que uma boa lábia. No dia que Lula deixou o poder, o senador foi o único político que acompanhou o já ex-presidente da República até sua residência em São Bernardo (SP). Mostrou ao Brasil o seu respeito a um presidente que fez história e que promoveu no turismo uma verdadeira revolução. Criar o MTur foi uma decisão pessoal de Lula. Ele o criou e o preservou.

Hoje, o que assistimos é uma verdadeira desconstrução de tudo o que foi feito nos últimos oito anos. Será que os parceiros que aceitaram a convocação de preparar - no governo de um operário - os trabalhadores brasileiros para os megaeventos esportivos serão jogados aos leões sem que ninguém reclame?

Talvez, o grande erro tenha sido a tentativa de qualificar o trabalhador. Aquele que tem carteira assinada e que além de se submeter a uma jornada de trabalho tinha que sentar em uma sala de aula ou diante de uma tela de computador para tentar crescer na vida. Se fosse um programa para beneficiar empresários e trocar as geladeiras e televisões dos hotéis não faltaria quem aparecesse para defender e lutar por sua continuação.

O ministro Gastão Vieira pode se espelhar no exemplo do seu líder maior, José Sarney, e demonstrar o respeito pelo que foi feito no governo do presidente Lula na sua pasta. Ele tem a sorte de ter um secretário executivo como o Valdir Simão, que tem o aval do Planalto e da Casa Civil, além de ser um excelente gestor público. Ainda conta com dois secretários nacionais, Fábio Mota e Isabel Mesquita, respaldados por correntes fortes do PMDB, além da simpatia inicial do CNT (Conselho Nacional de Turismo), através do endosso dado pelo ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Na Embratur de Flávio Dino, um conterrâneo maranhense de quem é opositor regional, está sendo aplaudidíssimo pela sua atuação no executivo e tem sido ético de afastar as picuinhas da politica maranhense.

O ministro tem dado demonstração de humildade e de vontade de acertar. A partitura da banqueta do maestro parece se diferente daquela que foi distribuída para a orquestra. Para haver harmonia, todos precisam tocar a mesma música. Gastão está com a batuta na mão e para começar o seu concerto, sem trocadilhos da palavra, é preciso união, respeito e coerência.

*CLÁUDIO MAGNAVITA é presidente do Jornal de Turismo e membro do Conselho Nacional de Turismo do MTur

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Brechó na Praia Grande anima Centro Histórico

A ideia não é nova, mas a atividade é bastante estimulante. Brechó é uma palavra que está associada a uma loja de roupas e objetos usados.

Na sua origem, era na verdade chamado de Belchior, pois no século XIX, no Rio de Janeiro, existiu um sujeito que atendia por esse nome, e que teve a idéia de abrir uma loja para comercializar produtos de segunda mão. O nome Belchior, sofrendo o processo de corruptela, acabou se transformando em brechó. Parente do Sebo, que comercializa especificamente livros usados, esses estabelecimentos disponibilizam todo tipo de produtos, inclusive livros. São roupas, retratos antigos, colares, pulseiras, bonés, lenços, discos de vinil, louças, relógios e calçados, dentre tantos outros objetos que a imaginação puder conceber.

O brechó é uma alternativa inteligente e saudável em tempos de vacas magras, ou para quem deseja descolar algo diferente. A opção de compra não se resume apenas a se ter acesso a um produto barato, mas, a objetos de qualidade. Nesses lugares, é possível encontrar verdadeiras preciosidades a preço de banana, embora algumas bananas vendidas em hipermercados estejam custando mais caro do que muita coisa que se pode encontrar num brechó. O ambiente é propício, também, para colecionadores, estimulando ainda a reciclagem, o que coloca o negócio ao lado da modernidade, pois contribui na luta contra o desperdício, encaixando-se o brechó no rol das práticas ecologicamente corretas.

A atividade sempre atraiu um público mais alternativo ou até mesmo excêntrico em relação ao vestuário e à decoração. A criatividade pode ser exercida sem medos nesses lugares, pois as roupas e demais objetos ali negociadas podem proporcionar um look descontraído e contemporâneo ou uma decoração de ambientes cult . É por essa razão que tais lugares são bastante frequentados por atores, atrizes, dançarinos, músicos, figurinistras, modelos, designers, fotógrafos, performers e diretores de teatro, que estão sempre em busca de novidades para seus espetáculos.

O local também oferece opções alegres e originais para quem deseja usar seu bom gosto numa festa à fantasia. Além da comercialização tradicional, com o sistema da compra e venda, ali também funciona o esquema da consignação, no qual o cliente deixa o seu objeto no brechó e recebe o dinheiro quando o mesmo é vendido, ficando uma porcentagem para o dono do estabelecimento. O negócio também permite que não somente o dono ganhe dinheiro com o processo, mas também quem compra os objetos, pois servirão para compor figurinos ou cenários que irão gerar renda mais adiante.

Animada por esse espírito alternativo que a jornalista e produtora cultural Giselle Bossard criou o “Brechó no Olho da Rua”. Trata-se de um brechó itinerante, realizado ao ar livre. Amanhã, quinta-feira , dia 09/02, o brechó que ela organiza estará montado em frente ao bar Moiras, situado na rua Humberto de Campos, Praia Grande, em pleno Centro Histórico de São Luís. O Moiras é um bar recentemente inaugurado na área, e fica ao lado do Roots Reggae, quase defronte da Secretaria de Turismo do Município - SETUR . O brechó funcionará a partir das 17h e ficará aberto até meia-noite. Na ocasião, irá rolar um som e pode ser também que haja livros e vinis pra vender. “Levem as crianças, as irmãs, tias, avós, amigos, namorados ou namoradas! Os artistas podem levar suas artes. Trata-se também de um momento para conversarmos, rirmos e articularmos projetos e ações”, convida a animada produtora cultural Giselle Bossard.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

AVIAÇÃO: Consumidor será afetado no bolso com privatização de aeroportos

A privatização em alguns terminais aeroportuários brasileiros deverá elevar os custos aos consumidores, mas deverá trazer também melhorias nos serviços prestados. A avaliação é do especialista em direito administrativo da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) José Carlos Oliveira.

O especialista usou o exemplo das concessões das rodovias federais e do serviço de telefonia para explicar o provável aumento de custos. Ele lembrou dos pedágios “extremamente altos” nas rodovias e da “maior tarifa telefônica do mundo” paga, segundo ele, pelos brasileiros. “Vamos sentir no bolso as tarifas de embarque e as de transporte de carga [com a privatização]”, afirmou em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Os aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e Brasília (JK) foram leiloados na última segunda-feira na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) arrecadou R$ 24.535.132.500 com o leilão.

“As empresas passam a ser responsáveis pela locação das áreas dentro dos aeroportos, como bares, restaurantes e lojas, essas áreas ficarão também muito mais caras”, afirmou o especialista.

“Logo, o empresário vai ter que repassar esses custos para nós, consumidores. Então podemos dizer que o consumidor será afetado no bolso com acréscimo significativo nos preços cobrados nos aeroportos”, completou.

O especialista explicou que o modelo de concessão adotado no país é chamado de PPP (Parceria Público-Privada). Nesse modelo há uma grande preocupação com a repartição dos riscos, pois se o negócio não der certo, o governo assume uma parte dos riscos do empreendimento.

“Na verdade esse modelo não é privatização, porque privatização é quando o governo vende todos os ativos e não fica com nenhum tipo de controle. Nesse caso, a Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária], empresa estatal que atualmente administra os aeroportos leiloados, terá uma participação de 49% em cada um dos três consórcios vencedores”, disse.

Agência Brasil

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Turismólogo: a trajetória para a oficialização da profissão

Por: Tânia Omena

Todo comportamento humano está sujeito a determinadas regras, que buscam manter o equilíbrio das relações entre os homens na sociedade. Tais regras, normas, obrigações, em seu conjunto, formam a legislação. O Turismo, como em todos os demais campos do saber e da produção vem a cada dia, constituindo e ampliando globalmente suas relações, e assim solicitando profissões, que em quase sua totalidade permanecem sem regulamentações ou normatizações, por leis ou sistematizações jurídicas.

Essa realidade de evolução do Turismo tem obrigado a todos os envolvidos, em âmbito público ou privado, a se interessarem pela legislação, considerando o fato de que através dela se estabelecem direitos e deveres, que seu trato específica e efetuado pelos próprios profissionais favorece uma melhor e maior participação dos mesmos no desenvolvimento da área e, por fim, de acordo com o que está disposto no Código Civil Brasileiro, em seu artigo 3°, "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece".

Nesse sentido o projeto de lei em andamento que oficializa a profissão do turismólogo - PLS 290/01, agora no aguardo da sanção presidencial, tem muitos significados: oficializar um título ao bacharel que cursa Turismo, em nível de graduação completa; fortalecer a formação de profissionais para buscar a atualização e melhoria da qualidade dos cursos, dos perfis docentes e discentes, da ampliação da pesquisa; por conseqüência apresentar um perfil de competências e âmbitos de atuação, o que legalmente não deve significar uma reserva de mercado mas um posicionamento frente a ele. Nessa nova condição concursos públicos, chamadas para projetos e consultorias, por exemplo, poderão clara e legalmente abranger o turismólogo.

Por outro lado, a forma como se desenvolvem hoje as relações de mercado e produção, não pode pretender que o turismólogo ocupe todos os espaços relacionados com o Setor, mas sim, deverá conquistá-los pela atitude e competência, além de compartilha-lo por via da multidisciplinaridade, de profissões e ocupações. A oficialização via uma Lei regularmente sancionada, ainda traz o valor moral, social, psicológico e emocional para com os profissionais, numa busca continua pela melhoria e evolução, além do convívio com a coletivo que, ao longo do tempo, assimilará o papel do turismólogo.

A palavra lei é usada na linguagem corrente e científica com um sentido muito amplo, que determina as ações humanas. O conceito de lei emana da idéia de ordem, isto é, a disposição de seres em função de um objetivo que lhes dá unidade, de que algo ocorre em conseqüência de um princípio, que envolve necessariamente a expressão da vontade dos homens.

A qualidade de jurídico exprime o sentido de legítimo, legal ou justo, ao mesmo tempo em que, apoiado na lei estabelece os parâmetros, as normas legais, que têm por objetivo oferecer proteção, não só aos que exercem a atividade, mas também ao conjunto de entes – indivíduos, territórios, patrimônios materiais e imateriais, a quem é dirigida. Nessa ordem jurídica está assentado também o conjunto de regras obrigatórias, formulado para proteção de todos os interesses e para norma de conduta de todas as ações, impondo-se ao respeito e obrigatoriedade de todos, visando o bem comum. Assim é que a organização política de uma sociedade está baseada na ordem jurídica instituída pela lei, como um meio para manter o equilíbrio entre as relações do homem na sociedade, com seus direitos e deveres.

Pode-se avaliar, portanto, que o processo legislativo pelo qual passa um projeto de lei é complexo e exige posturas coerentes, acompanhamento. Sofre influências políticas e de contextos que predominem em cada período e na gestão de cada época. Exige presença, ética, maturidade e vivência de quem o articula. Por isso a atuação contínua e persistente da ABBTur, entidade de representação dos turismólogos, e agragando hoje demais profissionais do Turismo, significa algo de sério e de credibilidade frente a parlamentares, empresários, gestores públicos, comunidade em geral. A história de 40 anos da profissão do turismólogo amealhou três vetos integrais em projetos de lei que tramitaram durante anos. Só o atual PLS 290/01, em aguardo da sanção presidencial, tem 10 anos de vida.

Os pioneiros do Turismo vem vivenciando esses processos desde os anos 70, lutando para acompanhar cada PL que se instituía, tentando respaldar parlamentares e comissões com informações e argumentos e, desta forma, pretendendo fazer valer direitos e assegurar o desenvolvimento dos espaços turísticos e de suas comunidades, da profissão e dos profissionais. Em muitos aspectos essa atuação rendeu os frutos esperados e em outras, nem tanto. Necessitou sucessivas estratégias e negociações, e ainda terá que ser continuada pelas gerações futuras de turismólogos. Estudantes da área também devem ser mobilizados desde o momento em que escolhem suas profissões e seu campo de conhecimentos, para participarem na vida social e política da área através das organizações sociais, para poder influenciar efetivamente nos destinos da profissão, do setor e do país.

De tudo que vem se vivenciando ao longo das décadas de lutas pela profissionalização e pelo Turismo, fica um importante aprendizado: o conhecimento do processo para elaboração de normas jurídicas deve fazer parte da formação e do interesse dos profissionais. Só assim cumprirão seu papel, serão socialmente reconhecidos e valorizados, serão benéficos para todos, sobretudo para a sociedade a que deve servir.

Tânia Omena é presidenta da Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo (ABBTur Nacional) e da Seccional Rio de Janeiro.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cicloturismo se transforma em estilo de viajar no Brasil

São ciclistas de todo tipo: amadores e profissionais, fãs de natureza e apaixonados por desafios São ciclistas de todo tipo: amadores e profissionais, fãs de natureza e apaixonados por desafios O que seria uma bicicleta, se não ‘asas’ para quem explora o mundo? Que o digam os adeptos do cicloturismo, atividade que ganha força no Brasil, ancorada por seguidores de todos os perfis: ciclistas amadores e profissionais, fãs de natureza e apaixonados por desafios, simpatizantes de valores ecossutentáveis os mais diversos.
 
A modalidade é incentivada pelo Ministério do Turismo em 53 municípios brasileiros, que receberam R$ 20,2 milhões para a construção de ciclovias, entre 2001 e 2011. Segundo o Ministério das Cidades, há 2.500 km de ciclovias e ciclofaixas no País, mas um tapete curto para as 75 milhões de bicicletas que existem hoje no Brasil.
 
Além de servir como alternativa de transporte em regiões nas quais o trânsito desafia a qualidade de vida dos brasileiros, as ciclovias são usadas por pessoas que querem desfrutar da paisagem e interagir com ela. É o caso da praia de Capão da Canoa (RS), que em 2008 ampliou, com recursos do MTur, a via expressa exclusiva para a circulação de bicicletas. Segundo o secretário municipal de Turismo, Marcelo Vieira, a extensão de 1km de ciclofaixa na região central da cidade é um atestado de segurança para o lazer das cerca de 600 bicicletas que circulam pela orla diariamente, durante os finais de semana de verão.
 
De tirar o fôlego
Muitas ciclovias brasileiras estão ganhando fama pela nova vocação turística. Isso porque elas nasceram entrecortadas por paisagens urbanas, litorâneas e rurais de tirar o fôlego. Enquanto o Rio de Janeiro disputa com Bogotá (Colômbia) o título de cidade com maior número de ciclovias da América do Sul, Fortaleza e Recife abrem espaço para 'pedaladas culturais' e projetos especialmente desenvolvidos para fãs de viagens e passeios sobre duas rodas. Outros roteiros já sacramentados do país - como as praias catarinenses e o centro da capital do Paraná, Curitiba - também estão entre os destinos redescobertos pelos cicloturistas e suas 'magrelas’.

Meio de transporte divertido, saudável, ecológico e inteligente, a bicicleta é a estrela da Kuritbike, criada há dois anos em Curitiba e que faz trocadilho com o nome da empresa. Segundo o empresário Gustavo Carvalho, pioneiro em cicloturismo urbano no Brasil, “a ideia é aproveitar a atividade para produzir um outro olhar sobre a cidade, usando a bicicleta como uma ferramenta de descoberta”.

A malha cicloviária de Curitiba, com 120 km de extensão, favoreceu a operacionalização das mais de seis rotas criadas pela empresa. Pelo menos 70% do percurso dos roteiros são baseados no traçado das ciclovias. Cada uma das rotas interligam, em média, cinco tradicionais pontos turísticos da cidade, que incluem o Jardim Botânico, o Teatro Guaíra, o Museu Oscar Niemeyer, o Parque Barigui e a Ópera de Arame. O serviço é regular, individualizado e inclui aluguel da bike, acompanhamento de condutor e equipamentos de segurança. Os roteiros têm duração de 3 horas, com custo médio de R$ 50 para percorrer aproximadamente 15 km.

Além do serviço turístico, a empresa vem atraindo outro perfil de interessados: os que querem inserir a bicicleta no seu cotidiano de alguma maneira, aproveitando para fazer uma atividade física, fugir do estresse do trânsito e curtir a paisagem curitibana. “Vejo que esta é uma contribuição que podemos prestar à cidade”, orgulha-se Gustavo.

Outro projeto que deu certo está em Santa Catarina, lugar onde o turismo de sol e de praia nunca perde a majestade. No entanto, um caso especial chama a atenção de viajantes que descobriram no turismo rural uma forma de dar férias à metrópole e ‘recarregar as baterias’. Em Santa Rosa de Lima, Anitápolis e na região da Serra Geral catarinense, o roteiro de cicloturismo Acolhida na Colônia oferece experiências ligadas à agricultura familiar, banhos termais e de cachoeiras, visitas a marcenarias, sítios e hortas de cultivo orgânico.

Formado por atrativos naturais e o clima romântico e bucólico de pequenas comunidades do campo, “Acolhida na Colônia” foi um dos roteiros formatados e estruturados pelo Ministério do Turismo por meio do projeto Destinos-Referência. O circuito completo tem entre 300km e 400km, mas também pode ser feito por iniciantes, que têm a opção de escolher trechos do roteiro que conectam as propriedades rurais e atrativos naturais de cada município.

Com apoio do MTur, filhos de empreendedores do circuito turístico local realizaram curso com duração de 200 horas/aula, com ênfase em Empreendedorismo no Cicloturismo. Segundo Eduardo Green, sócio da empresa Caminhos do Sertão, responsável pela execução do curso, “os alunos saíram aptos não só a conduzir os turistas, mas a atender com prontidão a qualquer tipo de demanda gerada no receptivo ao cicloturista, como a própria manutenção das bicicletas”.

Depois de formado no curso, Luís Henrique Vanderlinde, 19 anos, terá sua primeira experiência como condutor de um cicloviajante. Ele vai acompanhar uma turista paulistana, que visitará a região da Acolhida na Colônia na segunda semana de fevereiro. Luís, que também é agricultor, encontrou no turismo uma oportunidade de fazer bons negócios numa região onde o turismo rural cresce rapidamente: “Depois que eu me formar, tenho pretensão de montar uma agência de turismo para toda a família”. Segundo o estudante de Agronomia, o serviço de condução sai por R$ 80 e representa “mais uma fonte de renda”.

Manual de orientação
Diretrizes que auxiliam o poder público, empresários e gestores do setor na formatação de roteiros de cicloturismo estão reunidas no Manual de Incentivo e Orientação para Municípios Brasileiros: Circuitos de Cicloturismo, desenvolvido pela Associação dos Ciclousuários de Florianópolis (ViaCiclo) e apresentado pelo governo de Santa Catarina durante o 6º Salão do Turismo - Roteiros do Brasil, realizado pelo Ministério do Turismo em São Paulo, em julho do ano passado. A publicação sugere os primeiros passos para a viabilidade técnica, econômica e publicitária de um projeto de cicloturismo.

Na Alemanha, os cicloturistas são mais de 21 milhões, universo que movimenta nada menos que cinco bilhões de euros ao ano. No Brasil, o segmento começa a se organizar, estimulando as economias locais e despertando pequenas regiões turísticas para a força da modalidade. O gasto médio do viajante é estimado em R$ 50 ao dia.

Fonte: Jornal de Turismo

Eventos Internacionais no Maranhão

O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Flávio Dino, recebeu, esta semana em Brasília, o secretário estadual de Turismo, Jura Filho. O tema do encontro foram formas de apoiar os próximos dois grandes eventos de turismo que o Maranhão irá receber este ano: a BNTM 2012 e o Congresso Nacional da Skal.

A BNTM 2012 (Bolsa de Negócios Turísticos) é encontro de empresários e operadores do trade turístico com o objetivo de vender os produtos nordestinos nos mercados nacional e internacional, será realizada em São Luís, entre os dias 9 e 13 de maio. A Skal, organização de líderes de turismo em todo o mundo, também realizará seu congresso em São Luís, entre maio e junho.

Os dois encontros são de grande importância para o turismo do Nordeste e para celebrar os 400 anos de São Luís, comemorados este ano, na avaliação de Dino. “A BNTM este ano dará ênfase ao quarto centenário de São Luís, uma excelente oportunidade para a realização de projetos de promoção da capital maranhense no exterior", avalia.

"Os dois eventos terão um foco maior no Maranhão, como estado anfitrião. No caso da BNTM, haverá visitas guiadas a São Luis, Barreirinhas e Chapada", afirma o secretário Jura Filho.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Patrícia Pillar viverá “Viúva Maranhense” em série da Globo

Patrícia Pillar, como a viúva Ludmila,
de "As Brasileiras"
Caberá à atriz Patrícia Pillar intepretar a representante do Maranhão na série “As Brasileiras” que a Rede Globo estreou ontem com o episódio “A Justiceira de Olinda”, protagonizada por Juliana Paes.

O episódio com Patrícia Pillar tem por título “A Viúva do Maranhão”, e foi gravado no município de Alcântara. A atriz vive uma mulher de meia-idade, que perdera o marido há cerca de um ano e já começa a sentir a necessidade de novo casamento.

Ludmilla herdou a fortuna do marido. Bonita e rica, mantém viva a memória do marido morto, mas encontra um novo amor ao conhecer Edson, vivido pelo ator Marcello Antony.

Além do sotaque maranhense, o episódio focará na cultura do estado, mostrando aspectos da arquitetura e da culinária de São Luís e Alcântara.

É provável que a Globo use também boa parte de atores maranhenses para desenvolver a trama, dirigida por Daniel Filho.

Fonte: Blog do Marco D'Eça

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Salão do Turismo não acontecerá esse ano

Secretária nacional de políticas de turismo do Ministério do Turismo, Bel Mesquita
A secretária nacional de políticas de turismo do Ministério do Turismo, Bel Mesquita, confirmou, nessa terça-feira, em Brasília, o que parte da cadeia produtiva do turismo já esperava – O Salão do Turismo não acontecerá em 2012.

Durante reunião do Fornatur (Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo), a secretária explicou os motivos da decisão, entre eles a participação da pasta no Rio + 20 e o problema com datas e espaço, além do fato das eleições para prefeito no mês de outubro. “Além disso, uma das principais razões é que muitos dos interlocutores dos estados discutem modificações no salão”, disse.

Bel Mesquita adianta que o ministério pretende colocar o edital para o evento de 2013 já a partir do mês de abril. “Precisamos estabelecer as modificações no evento, inclusive buscar uma data melhor, como abril ou maio, para assim contemplar as ações de comercialização”, defende. A proposta é que o evento aconteça a cada dois anos e não está definido se continuará em São Paulo.

A pasta fará reuniões com o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília para reformular ações do evento e fazer adaptações e mudanças necessárias.

O presidente do Fornatur, Domingos Leonelli lembrou que os secretários são parceiros e representantes do MTur nos estados e que só souberam de um possível cancelamento do evento pela imprensa. Leonelli cobrou que os secretários fossem informados de forma antecipada e, se possível, até participem do processo de decisão.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Empresas investem 43% a mais em eventos durante 2011


Dados da pesquisa O Impacto Econômico dos Eventos, encomendada pelo Instituto Alatur, em parceria com o capítulo brasileiro da MPI (Meeting Professionals International), revelam que as melhores e maiores empresas do Brasil aumentaram em 43% seus investimentos em eventos durante o ano de 2011. O número superou o índice de 2010, que acumulou crescimento de 41% em relação a 2009 e registrou, em média, gasto de R$ 2,4 milhões por empresa.

A amostra indica que as empresas tendem a realizar eventos próprios, como convenções, lançamentos de produtos e patrocínio de shows. Hoje, 97% das companhias acreditam que o número de eventos verdes deve aumentar significativamente no Brasil e 74% já utilizam materiais naturais para organização das ações. Efetivamente, 41% já organizam eventos verdes e 25% conversam sobre o tema, assim como 90% confiam na atual expansão do mercado no País. “O share dos eventos próprios e patrocinados cresce gradativamente ano a ano, pois o ROI pode ser bem mais significativo”, diz Alberto Moane, diretor da Alatur Eventos & Incentivos.

Segundo o material, cada companhia realiza, em média, 18 eventos pequenos (dez a 50 pessoas) durante o ano. Ações de médio porte (51 a 250 pessoas) somam 19 realizações e os grandes eventos (250 pessoas ou mais) chegam a 12. Os investimentos estão direcionados para exposições, salões e stand em feiras (42%), bem como confraternizações (40%) e treinamentos/workshops (33%).

Atualmente, 65% das companhias já utilizam novas tecnologias para reuniões e eventos e promovem treinamentos para utilização das mesmas (57%), como sistema de telepresença (55%), avaliação do ROI das mídias sociais (29%), uso do holograma nas reuniões (14%) e promoção de reuniões virtuais/ híbridas (71%).

Planejamento
Os eventos estão cada vez mais planejados, controlados e normatizados. Prova disso, 89% das empresas possuem diretrizes para busca de savings e 26% já utilizam o sistema Return On Investiments (ROI) para eventos corporativos como um todo. Em 74% das companhias, os eventos são organizados a partir dos setores de marketing, comunicação, viagens ou próprio departamento de eventos. Entretanto, o setor de compras colabora no processo em 57% das empresas, com o poder de decisão em apenas 6%.

No geral, em ordem decrescente, a relevância na satisfação após contratação de fornecedores depende de atendimento (29%), preço (26%), conceito criativo (19%), expertise (15%) e tempo de organização (11%). Exatamente 90% das entrevistadas dizem que esperam empenho de seus profissionais no momento de negociação em busca dos savings e 83% confiam e consideram seus fornecedores altamente organizados. A preferência de 54% é pela contratação de agências de pequeno e médio porte, por conta de um melhor atendimento.

“A pesquisa diz que 78% das empresas precisam de mais de um fornecedor. Porém, a fragmentação de serviços em excesso pode prejudicar a gestão de eventos”, avalia Moane. A solução pode estar no planejamento, pois o tempo de organização dos grandes eventos é próximo a três meses. Atualmente, 66% das companhias possuem calendário de eventos, mas 22% das ações realizadas não estão previstas no papel.

Perfil do profissional
As empresas avaliam o profissional que está no mercado como qualificado e experiente. Entretanto, 64% acreditam que faltam cursos de formação adequados às atuais demandas do mercado. Em média, cada gestor de eventos está no cargo há cinco anos, 66% possuem pós-graduação, e 75% das empresas acreditam que contam com profissionais qualificados.

Realizada pela Fran6 Análise de Mercado, a amostra abordou gestores de eventos de 75 empresas (64% indústrias e 34% comércio e serviços), com média de 13 mil colaboradores, consideradas entre as mil maiores e melhores do País.

Jornal de Turismo