quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Dinâmica do Mercado de Logística e Transportes

Afinal, o que move o mercado de prestação de serviços em logística e transportes
 
Quais as variáveis chave que afetam diretamente a sua performance O que faz com que ele suba ou desça

Como as empresas, através de seus executivos, podem interpretá-lo de forma a se antever e tomar as decisões necessárias que permitam explorar de forma adequada as oportunidades existentes

O desempenho de qualquer mercado no presente e no futuro está condicionado a AÇÕES e INTENÇÕES. Um está intimamente interligado ao outro e deles depende a dinâmica do mercado. AÇÕES e INTENÇÕES, juntas, determinarão os rumos do mercado.

O cenário ideal é aquele onde temos muitas INTENÇÕES e uma alta taxa de conversão em AÇÕES. A situação onde temos muitas INTENÇÕES mas poucas AÇÕES não é ruim, mas indica uma posição conservadora dos Clientes, onde provavelmente estejam aguardando definições estratégicas internas ou externas às suas empresas. Um mercado com muitas AÇÕES mas com poucas INTENÇÕES poderá indicar uma desaceleração futura, já que não existirão INTENÇÕES suficientes para manter acesa a chama de novos negócios.

Por INTENÇÂO entenda o interesse dos Embarcadores em desenvolver novos negócios com Operadores Logísticos e Transportadoras, que se manifesta concretamente através da solicitação de simples cotações de frete aos mais complexos editais de concorrência para a prestação de serviços logísticos integrados. Portanto, um bom indicador de INTENÇÕES é o número de processos licitatórios existentes, formais ou informais, simples ou complexos. Por mais que parte deles não se traduza em novas receitas para o mercado, a sua existência, por si só, é importante, e denota interesse em avaliar novas oportunidades, ampliar vínculos contratuais ou efetivamente realizar novos negócios.

Grande parte das INTENÇÕES se transformará em AÇÔES, e são as AÇÔES que movimentarão o mercado, produzindo receitas e rentabilidade para as empresas de logística e transportes, gerando riqueza necessária para novos investimentos em pessoas, processos, infraestrutura, tecnologia e sistemas de gestão, que por sua vez permitirão a criação de valor e competitividade, que alimentarão novas INTENÇÕES, criando-se aí um ciclo positivo. Para que esse ciclo perdure e seja automaticamente retroalimentado, a premissa básica é a rentabilidade das empresas como um todo, sem a qual, estacionaremos em um patamar de baixa inovação e investimento, levando à estagnação ou redução do número de INTENÇÕES e consequentemente, no curto e médio prazo, do volume de AÇÕES.

Mas quais os fatores que impactam direta ou indiretamente nas INTENÇÕES

Quais as variáveis de decisão que levam os Embarcadores a rever ou ampliar negócios com Operadores Logísticos e Transportadoras

As INTENÇÕES são movidas por fatores qualitativos e quantitativos e diversos são os agentes geradores existentes. A seguir concentraremos a atenção em alguns dos aspectos mais relevantes para a produção de novas INTENÇÕES.

As INTENÇÕES nem sempre dependerão de um cenário econômico estável; elas poderão se processar em ambientes de crise econômica, em situações normais e também em cenários da mais alta prosperidade financeira. Uma indústria pode, por exemplo, em função da crise econômica em seu setor, terceirizar toda a sua frota de veículos e transferir a gestão e a operação dos ativos para uma Transportadora especializada. É claro, que em ambientes de aquecimento nas vendas e na produção, as INTENÇÕES se processarão com maior facilidade, pois é mais provável que os gargalos existentes apareçam, evidenciando a necessidade de rever a estratégia logística. Mas, não há como negar que a situação econômica de um país e do mundo impactarão decisivamente nas INTENÇÕES dos Embarcadores em ampliar ou não o escopo da terceirização logística.

A estratégia logística do Embarcador é um outro importante fator para a geração de INTENÇÕES. Muitas empresas têm em seu plano diretor a orientação para a terceirização logística, e direcionam seus recursos financeiros e esforços de gestão para as suas atividades fins core business, normalmente relacionadas a vendas, marketing, pesquisa e desenvolvimento e produção. Em empresas como essas, novas INTENÇÕES surgirão de acordo com o sucesso obtido nas experiências anteriores com Transportadoras e Operadores Logísticos. Trata-se do ciclo positivo citado anteriormente.

Numa avaliação estratégica, a necessidade de desenvolver novas competências em logística também colaborará diretamente para a produção de novas INTENÇÕES. Quando claramente percebida pelo Embarcador, rapidamente a INTENÇÃO é transformada em AÇÃO.

A escassez de recursos para investimentos em infraestrutura logística e o seu alto custo de captação podem ser considerados agentes relevantes para a busca de parceiros prestadores de serviços em logística e transportes, colaborando para a geração de novas INTENÇÕES.

Altos custos operacionais também impulsionam as INTENÇÕES, levando o Embarcador a avaliar as opções apresentadas pelo mercado de prestação de serviços em logística e transportes. Igualmente, o baixo nível de serviço logístico e o avanço dos concorrentes poderão incomodar a empresa e levar os Embarcadores a reverem seu modelo operacional, contribuindo para a criação de novas INTENÇÕES.

A necessidade de constante atualização tecnológica em logística, especialmente das soluções de gestão de transportes e de Centros de Distribuição, constitui-se em outro importante fator gerador de INTENÇÕES.

A dificuldade de contratar e reter bons profissionais na área de logística, um problema cada vez maior e mais difícil de ser resolvido, também impactará no surgimento de novas INTENÇÕES. Lidar com grandes contingentes de pessoal operacional está se transformando em uma grande dor de cabeça para as empresas.

A questão da falta de infraestrutura e as restrições operacionais cada vez maiores nas grandes cidades também influenciam a quantidade de INTENÇÕES. Quanto maiores as dificuldades em operar por conta própria e otimizar o uso do ativo operacional, mais os Embarcadores tenderão a buscar alternativas junto às Transportadoras e Operadores Logísticos.

É possível influenciar os Embarcadores em suas INTENÇÕES

Como as Transportadoras e os Operadores Logísticos podem participar ativamente da geração de novas INTENÇÕES

Há como acelerar o processo de transformação de INTENÇÕES em AÇÕES

Sim, isso pode ser realizado através da ação coordenada da área de Vendas, que ao interagir com seus Clientes, poderá de forma inteligente, direcionar as suas decisões no sentido da terceirização logística.

Para que isso ocorra será fundamental a capacitação do profissional da área comercial, transformando-o em um consultor, habilitado para identificar novas oportunidades e desenvolver soluções de melhoria, que envolvam a gestão de pessoal, a disponibilização de infraestrutura adequada, processos alinhados com as necessidades e expectativas dos Clientes, ferramentas tecnológicas inovadoras e sistemas de gestão altamente competitivos.

Um profissional como esse poderá atuar na geração de INTENÇÕES e na sua efetiva transformação em AÇÕES, que produzirão resultados financeiros para Operadores Logísticos e Transportadoras, permitindo a criação e alimentação do ciclo positivo citado anteriormente.

Paralelo a isso, a área Operacional deverá estar devidamente estruturada para dar continuidade ao trabalho iniciado pelo departamento de Vendas, produzindo resultados diferenciados que conquistarão os Clientes e que automaticamente, como em uma inércia positiva, levarão a novas INTENÇÕES e AÇÕES.

E não esqueça da área de custeio e formação de preços, sem a qual será praticamente impossível o cálculo de tarifas realmente compensadoras, que proporcionem o ciclo positivo amplamente citado, permitindo o reinvestimento contínuo e a geração de novos diferenciais de competitividade.

Prepare a sua empresa para que ela possa participar ativamente da dinâmica do mercado, atuando como protagonista e não apenas como coadjuvante ou espectador de AÇÕES e INTENÇÕES

Não restrinja seus investimentos apenas aos ativos operacionais, lembre-se que uma Transportadora ou Operador Logístico é também constituído de pessoas, processos, tecnologia e sistemas de gestão.

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cultura maranhense em sala de aula - São Luís 400 anos – de mãos dadas com a história


São Luís 400 anos – de mãos dadas com a história. Com esse slogan, o Colégio Batista “Daniel de LaTouche” encerrou o primeiro semestre letivo de 2012, mostrando alguns aspectos da história de São Luís, que este ano completa 400 anos de fundação, com destaque as manifestações culturais da capital maranhense.

A cultura esta que é formada por vários elementos, como crenças, ideias, mitos, valores, danças, folguedos, jeito de falar, gastronomia, entre outros. Essas são características importantes que marcam São Luís e são transmitidas de geração em geração e demonstram aspectos locais da comunidade local. E esses foram os temas abordados durante a Feira do Conhecimento do Colégio Batista realizada no dia 23 de junho.

Os presentes no evento se maravilharam. A plateia formada pela Direção da Escola, Professores, pais e amigos dos alunos, se encantaram com os valores e costumes de nossa cidade, que foram mostrados em musicais, apresentação teatral, danças e muito humor. Mas, o ponto alto da festa foi a mostra cultural na quadra da escola, com tendas que retratavam logradouros e espaços turísticos da capital maranhense, entre os quais: Mercado das Tulhas, Praça Gonçalves Dias, Museus, entre outros, e, ainda, degustação de pratos típicos, que representam uma vasta diversidade cultural do maranhense.

Foram temas de extrema importância abordados em sala de aula. Os alunos do martenal I a 4ª ano da pré-escola aprenderam sobre a história da diversidade cultural de São Luís. Da origem de festas folclóricas, culinária, crenças e todos os tipos de manifestações culturais, fortalecendo ainda mais o processo de valorização dos costumes locais. 
Ao abordar a pluralidade cultural de São Luís, com a mostra da adversidade cultural e o jeito de ser de sua gente, o Colégio Batista “Daniel de LaTouche”, promove no aluno o sentimento de valorização a história, e, ainda, o respeito das diferentes culturas existentes na capital maranhense. E o mais interessante, com material que versa sobre a cultura maranhense, produzido por eles mesmos. 

Foi uma bela apresentação. Os alunos e professores retrataram em por menores aspectos vivenciados no dia a dia, além de aguçar a curiosidade dos visitantes com recortes do Centro Histórico de São Luís, bem com a degustação de iguarias local, o que mostra o potencial do bem receber e mostrando a verdadeira vocação de São Luís, que é o turismo, responsáveis pela propagação do destino São Luís, Capital Patrimônio Cultural da Humanidade. 

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Secretário fala sobre as melhorias no Centro Histórico de São Luís

Ontem, durante o Café com Trade, o secretário municipal de Turismo, Liviomar Macatrão destacou, entre outros assuntos, que as ações e obras da prefeitura estão resultando numa significativa melhoria do Centro Histórico. 

Entre as principais obras, relacionou a instalação de câmeras de monitoramento, a recuperação da Fonte do Ribeirão, além de melhorias na iluminação pública e limpeza.

O secretário lembrou, ainda, da segunda etapa da Reforma do Mercado da Praia Grande (Casa das Tulhas). Nessa segunda etapa, o local vai receber da Coca-Cola, parceira do projeto, mesas e cadeiras novas nos pontos-de-venda.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Praia limpa, já

Malazartes - Jesus Santos
malazartes50@hotmail.com


A abnegação e a vontade de melhorar o mundo e a vida de quem nele habita tem sido uma pedra no sapato de administradores que eternos nos cargos terminam destruindo tudo que é pertinente ao homem, até a cidadania.

Cabe perguntar o que existe na cidade nova além de franchising e edifícios cujo luxo esta mais para o nouveau riche do que para o bom gosto atualizado de estética inventiva. Dizem os maldosos que os projetos que não “emplacam” em outros estados, mas que por força do contrato com o arquiteto não emplacam em outros estados são edificados aqui com estrondoso sucesso e superfaturados. Eu não acredito mas que dizem ,isso lá dizem.

Em Barcelona reza a lenda que se todos os moradores usarem o banheiro ao meio dia e derem descarga a cidade some submersa sob grossa e fétida camada de dejetos. Se na península resolverem imitar o povo de Barcelona repetindo a proeza, sem dúvida some a península a Lagoa da Jansen e em Alcântara haverá um tsunami inédito que será ,alias como quase sempre acontece, capa de todas as revistas do mundo. Preparai -vos moradores da Ilha do Amor a fúria divina é implacável...

Os primeiros protestos já despontam,o que falta é fazer eco na imprensa do sul que hoje é fácil graças à internet e outros meios da comunicação. De nada adianta fazer sucesso local restrito a mentalidade pequena e de sobrevivência imediata que caracteriza nossa cultura “franco tupinambá”. Se o mundo não sabe, nada existe.

A idéia de criar um objeto em plena Avenida Litorânea, perto da praça de alimentação, com uma placa com os dizeres : “ ALÔ AUTORIDADES MEU OUVIDO NÃO É PENICO MAS A PRAIA INFELIZMENTE É. Foi brilhante. Gerou interesse e reflexão . São Luis é a última capital a se embrenhar no que costumamos chamar de desenvolvimento. Nossa tecnologia inexiste, nossos empresários ficaram no século dezenove, quando até banco e emissão de papel moeda era permitido, quando os maiores intelectuais da língua portuguesa eram nossos com uma observação se o Brasil não fala português a língua já tinha sumido, isso se é que falamos mesmo português.

Vendo os defeitos e males ocasionados em outros lugares e como outros povos com política mais eficiente contornaram o problema e tiraram proveito dessas indústrias que poluem e ninguém quer, já que não fazemos aviões e componentes para satélite, deveríamos salvar a possibilidade dos subempregos a serem criados com boa legislação e muita competência na aplicação de cada formula de desenvolvimento.

Quando fui conversar com as crianças do Dom Bosco eu pensava, vendo a alegria delas, qual destino lhes seria reservado. Só eles, se as coisas mudarem para melhor, poderão recriar a cidade investir em competência e superar o empreguismo.Mas quem disse que a coação, a chantagem, a morte não acovardará e coagira essas vidas que ainda não chegaram a se realizar e já correm grande perigo?

Quando o Dom Bosco investe no diálogo entre as suas crianças e a comunidade, ele cria um entusiasmo que desperta não só a sensibilidade mas a auto critica, a capacidade de perceber e de recriar. A idéia de educação não se limita mais a idéia jesuítica de b+a = BA hoje e para o futuro é preciso nas escolas amadurecer as identidades a capacidade crítica a percepção ou as novas gerações serão iguais à minha e vejam no que deu.

O saudável protesto da turma do ENGENHO DE FLORES em uma área que só tem a praia como aglutinador social e apesar da insegurança serve para o esporte o encontro e ao lazer, porque as praças são matagais abandonados, deve ser repensado ,deve servir de cautela nas eleições, deve repercutir como forma de amadurecimento social.

Somos um povo, um pouco dessa nossa identidade se perdeu quando trocamos os sobradões, as meia moradas as porta e janela pelos “arranha céus” ficamos nem uma coisa nem outra de tal maneira que tem franchising especializada em camarão e o franqueado tem que pagar para o dono a parte do leão quando nem atendimento que preste por parte dos garçons nos temos.

Em breve, deserdados também dos hábitos , será mais fácil comer tacacá ou acarajé que arroz de cuxá também será bom abrir uma franchising para a degustação e “bebericagem” da tiquira já que a diamba Pernambuco hoje produz melhor.

Lei que proíbe o despejo de dejetos nas praias existe mas o Brasil é um país que tem todas as leis possíveis e delas só se privilegiam os marginais porque tudo se compra e o pior, todos se vendem.

Espero que o futuro permita que se copie o que há de bom nos outros estados e países e que consigamos restituir às pessoas isenta da poluição, mais que a praia onde esta Litorânea mas também a dignidade de ter nascido aqui.

Turistas reclamam de situação em que está o aeroporto de São Luís


Visitantes que chegam à capital maranhense para aproveitar os festejos juninos criticam condições do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado.
O Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís, não está adequado para receber a demanda de turistas que vêm à capital maranhense para apreciar os festejos juninos. Esta é a impressão de grande parte dos visitantes, logo que desembarcam no aeroporto. Na opinião deles, o local, mesmo passando por reformas, não apresenta as condições para acolher os turistas adequadamente. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), 92% das reformas da parte estrutural do aeroporto estão concluídas, e as obras serão finalizadas dentro do prazo, que é o fim do mês de agosto.

Por causa do período junino, é notável o aumento do fluxo de turistas que vêm de todo o Brasil para passar a temporada em São Luís. No entanto, ao chegarem à capital maranhense, eles se deparam imediatamente com as deficiências do aeroporto. Falta de informação, de conforto e de organização foram os principais problemas apontados pelos turistas que chegaram à cidade.

Reclamações - Marco Antônio Barcelos, turista da cidade de Vitória (ES), foi um dos que se chocaram com as atuais condições do aeroporto. Ele veio à cidade para apreciar a temporada junina e ficou decepcionado com as instalações do local. “Logo que eu cheguei, tomei um susto com as condições do aeroporto”, afirmou o turista. Apesar da péssima impressão que ele teve do aeroporto, o turista ficou satisfeito com a educação dos ludovicenses e elogiou as atrações juninas que havia visto até o momento.

Carlos Alberto Carvalho, turista da cidade de Recife (PE), e que chegou ontem a São Luís com a família para apreciar as festividades juninas, também se surpreendeu com as condições físicas do aeroporto. Segundo ele, mesmo passando por reformas, o aeroporto deveria apresentar condições melhores para receber os turistas. “A primeira impressão que eu tive foi bastante negativa. O aeroporto não condiz com a cidade”, observou.

Já Adão Pereira, turista da cidade do Rio de Janeiro, foi mais categórico ao descrever o aeroporto da cidade. “Parece mais uma rodoviária de interior”, definiu. Sua acompanhante, Nova Reis Maria, reclamou da falta de higiene no local. “Os banheiros estavam exalando um forte odor”, afirmou.

Reformas – A assessoria de comunicação da Infraero informou que, atualmente, 92% das reformas da parte estrutural do aeroporto foram concluídas e que o Cunha Machado será entregue no dia 26 de agosto, obedecendo ao prazo estipulado. Informou ainda que as próximas etapas das obras estão relacionadas com o acabamento, como pintura e colocação do piso, do telhado e do sistema de ar-condicionado.

As obras no aeroporto deveriam ter sido finalizadas no dia 25 de maio. No entanto, a empresa que executa a reforma pediu a prorrogação do prazo por mais 90 dias. O valor da reforma, antes orçado em R$ 10,4 milhões, foi elevado para R$ 12,4 milhões. Por problemas técnicos, o prazo de conclusão da obra já havia sido adiado outras vezes.

A obra de reforma do Aeroporto Marechal Cunha Machado inclui a climatização do terminal de passageiros, que terá uma cobertura completa para embarque e desembarque. Outra modificação será o número de posições de check-in, que passará de 24 para 30. Ainda haverá uma ampliação do espaço físico da sala de embarque, de 350 m² para 500 m², além da instalação de um novo espaço comercial.

Jornal O Estado do MA

Números

R$ 12,4 milhões é o valor total da obra de reforma do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado.

92% É a porcentagem de conclusão das reformas do aeroporto atualmente.

26 de agosto é o prazo estipulado para o término das reformas no local

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mais um prêmio para lembrar um mestre da cultura popular

Ele já compôs mais de mil toadas e está lançando CD para comemorar seus 40 anos à frente de um dos mais expressivos e tradicionais grupos folclóricos do Maranhão. O cantador Humberto de Maracanã acaba de realizar mais um sonho: ver sua obra e a de todo o batalhão do Boi de Maracanã reunidas no Memorial Hermínio Barbosa, um museu que contará a história da manifestação folclórica. O nome do projeto é em homenagem a um dos incentivadores do grupo e que integra a lista dos “velhos guerreiros de Maracanã”.

O memorial, que abrirá as portas para a comunidade a partir de amanhã, foi viabilizado por meio do Programa de Fomento aos Museus do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e reunirá acervo com indumentárias, galeria de fotos de antigos colaboradores, cantadores e presidentes da manifestação folclórica, bem como placas, troféus e condecorações de Humberto de Maracanã ao longo de 40 anos de carreira. “Esta é mais uma realização, e consideramos muito importante para a história do boi, pois ficará para as futuras gerações”, disse Humberto de Maracanã.

O cantador está duplamente feliz. Este mês, foi contemplado, ao lado de outras personalidades regionais, com o Prêmio da Música Brasileira, em solenidade realizada no dia 13, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O maranhense, que recebeu o troféu das mãos da atriz Luana Piovani, foi contemplado por ter participado do CD Na Eira, do projeto Ponto BR, iniciativa do suíço Thomas Rohrer que reúne músicos de São Paulo, Maranhão, Recife e Suíça.

Dona Zezé de Iemanjá, caixeira do Divino, e Henrique Menezes, ambos integrantes da Casa Fanti Ashanti, terreiro tradicional de São Luís, além de outros mestres da cultura popular brasileira como Eder “O” Rocha (Recife), Renata Amaral (São Paulo) e Walter França (Recife) completam o grupo. A iniciativa propõe o espaço da arte como local de encontro e diálogo possível entre vertentes e gerações, na qual as diferenças estéticas e sociais são harmonizadas revelando outra via para o “fazer artístico”. Humberto representa bem essa veia regional, pois está inserido em um contexto social fortemente ligado à questão das raízes culturais.

No álbum do Ponto BR, o cantador maranhense participa na faixa Estrela/Estrada Linda, com Walter França. “No Rio de Janeiro, na hora em que recebi o prêmio, dediquei o troféu a todos os maranhenses, pois estava lá representando a nossa gente e a nossa cultura”, disse Humberto, que foi aplaudido de pé, assim como o cantor Cauby Peixoto, pois eles eram os dois mais velhos entre os artistas contemplados.

Humberto Barbosa Mendes, ou simplesmente Humberto de Maracanã, está com 72 anos, mas não se cansa de fazer o que mais gosta: puxar toada para o batalhão do Boi de Maracanã desde 1972, quando substituiu o cantador Ângelo Reis. Ele se mantém firme e forte no comando musical da manifestação folclórica. Sua paixão é compor, cantar e perambular com o batalhão pelos terreiros nas noites de São João. Na quarta-feira (20), ao fim da tarde, foi visto caminhando pela Praia Grande exibindo com orgulho o troféu que recebeu no Prêmio da Música Brasileira.

Presidente do Boi de Maracanã, Maria José Mendes, esposa de Humberto, destacou que o que mais lhe chamou a atenção na solenidade do Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi a união entre os artistas premiados, entre eles Alcione, Ivete Sangalo e Zeca Pagodinho. O homenageado foi o compositor e cantor João Bosco. “Achei fantástica a união entre todos eles, inclusive o carinho com Humberto”, disse Maria José Mendes.

Homenagens - Humberto de Maracanã é ícone da cultura maranhense e já foi homenageado outras vezes. É detentor, por exemplo, do Prêmio Culturas Populares do Ministério da Cultura e também foi condecorado com a Ordem dos Timbiras. Considerado um dos maiores compositores e cantadores de bumba meu boi de todos os tempos, ele é a estrela maior da comunidade centenária do Maracanã, estância urbana de São Luís. Está acostumado a compor vários gêneros musicais e experimentou parcerias com artistas como A Barca, Siba, Alcione, Tião Carvalho, Beto Villares e Ubiratan Souza. O cantador já participou de concertos, documentários e vários projetos de registros ao longo da carreira, a exemplo de Tambores do Maranhão, Música do Brasil, e Turista Aprendiz, além de ser tema de teses e pesquisas em todo o Brasil.

Em 2007, lançou o DVD documentário Rio do Mirinzá e o CD Estrela Brasileira. O atual projeto, um CD com 40 toadas, circulará a partir de terça-feira e tem a participação de outros cantadores maranhenses, entre eles Chagas (Boi da Maioba), Chiador (Boi de Ribamar) e Inácio Pinheiro e Roberto Brandão (Boi Barrica), entre outros.

Humberto Barbosa Mendes começou a soltar a voz para o Boi de Maracanã em 1972, depois que Ângelo Reis deixou o microfone. De lá para cá, já são mais de mil toadas e um número incontável de apresentações e participações em 40 festas de São João, de forma ininterrupta. Nos terreiros, a voz dele, juntamente com as matracas e pandeirões, embala mais de mil brincantes, entre eles os personagens principais do auto do bumba meu boi maranhense.

Nas noites de São João, o Boi de Maracanã circula pelos terreiros com a ajuda de vários ônibus para o transporte de todo o batalhão. Ontem aconteceu o tradicional batizado da manifestação folclórica, no Maracanã, e hoje, no dia de São João, o grupo faz apresentações, com Humberto no comando.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Apenas dois trechos da orla da Ilha estão próprios para banho

O período de férias está chegando e, com ele, aumenta a procura por locais de diversão. Alguns deles são as praias de São Luís, que costumam ficar lotadas, especialmente nos fins de semana. No entanto, de acordo com o mais recente laudo técnico divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), referente à ação de monitoramento realizada nos dias 17 e 18 deste mês, apenas dois trechos - sendo um na praia de Panaquatira e outro na de Juçatuba - estão próprios para banho. A mesma conclusão foi obtida após o trabalho de monitoramento da orla da Grande Ilha, feito na última semana.

Para o presente laudo, foram coletadas amostras nas praias da Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagi, em São Luís, além de Panaquatira, Praia da Sede, Boa Viagem e Juçatuba, no município de São José de Ribamar, abrangendo 26 pontos de coleta. O estudo é de responsabilidade dos técnicos do Laboratório de Análises Ambientais e da Superintendência de Planejamento e Monitoramento da Sema.

Segundo o superintendente de Monitoramento da Sema, Hulgo Rocha, não há, por enquanto, a expectativa de que outros trechos da orla sejam liberados nas próximas semanas. “Acredito que não deveremos ter novidades nos laudos seguintes, quanto a outros trechos liberados. Não sabemos nem se esses trechos liberados vão permanecer com as condições ideais para banho”, afirmou.

Ainda de acordo com o superintendente, no início do mês de julho a Sema, com o apoio do Estado, do Município de São Luís e da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), dará início ao levantamento de dados por meio de fiscalizações nos trechos da orla de São Luís mais poluídos. “Decidimos, em conjunto, na reunião realizada no último dia 29 de maio, adotar esta tática, para a elaboração do Plano de Ação contra o impacto ambiental sofrido pela orla. Até mesmo a ação do homem em afluentes das praias de São Luís será vistoriada”, disse o superintendente.

O monitoramento obedece aos padrões fixados na resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que afirma que as águas das praias são consideradas próprias quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores e colhidas no mesmo local, constarem, no máximo, 800 coliformes fecais a cada 100 mililitros de água. As águas das praias serão consideradas impróprias quando não atenderem aos critérios anteriores ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 2.000 coliformes fecais por 100 mililitros de água.

Mais

De acordo com o titular da Sema, Victor Mendes, em um curto período de tempo não será possível solucionar a questão da poluição das praias da Grande Ilha. O secretário disse ainda que não será feito apenas o trabalho de fixação das placas ao longo da orla, informando se aquele trecho está próprio ou não para banho. “É necessário intensificar as ações de conscientização e de fiscalização para que as praias voltem a ser consideradas próprias para banho. Essa é a meta da Sema”, destacou.

Mulher de fibra

De repente, a maioria das pessoas não sabe de onde, apareceu na vida da cidade aquela mulher que carregava consigo tanta simpatia e carisma.

Não era o que se pode chamar de uma mulher bonita, mas, também, não era feia. Aliás, sua presença fazia com que todos se esquecessem de classificá-la de acordo com os padrões de beleza estabelecidos.

Era negra e pobre, mas trabalhadora como poucas. Tinha de suar muito para criar e dar o sustento àquela grande prole que pariu. Foram ao todo vinte e três filhos, sem contar os que perdeu antes de nascerem.

Sei um pouco de sua vida. Não que tenha pesquisado, mas pelas próprias circunstâncias que me acompanharam ao longo de minha existência.

Quando tinha uns sete anos de idade e chegado do interior do estado, onde nasci, fui morar na Rua do Norte, onde meus pais possuíam uma casa. Ao lado, ou opegado, para ser mais fiel às nossas tradições maranhenses, morava Dona Naia, seu marido Stênio Carneiro e filhos. Daquela vizinhança nasceu uma amizade que persiste por tantos anos. Assim foi tomei conhecimento de que, em alguma época, haviam criado aquela jovem que viria a ser a mais conhecida e conceituada doceira popular que já surgiu em São Luís. 

Seu nome, como muitos dos que estão lendo esta crônica já antecipam, era Salomé. Não sei seu sobrenome, mas isso pouco ou nada pode acrescentar àquela criatura de coração de ouro e mãos de fada. 

Falei em doceira, mas, igualmente, cozinhava quitutes tão deslumbrantes que parecia ter frequentado os bancos de alguma escola de culinária. Tudo obra de um talento nato. Nunca, ou pouco, frequentou escolas. O dia a dia foi sua faculdade. 

Tão boa doceira e cozinheira que por muitas vezes foi requisitada por governadores para preparar banquetes de palácio. Autoridades com as quais manteve um relacionamento tal a ponto de lhe proporcionar algumas chances de representar o Maranhão em festividades além, no que se refere ao item gastronomia.

Ajudada espontaneamente ou por quantos procurasse, em dinheiro, açúcar ou frutas, fazia os doces mais maravilhosos que se possa imaginar. Quem a conheceu jamais esquecerá o sabor de seus doces de batata-doce, batata-roxa (lamentavelmente extinta), buriti, bacuri, cupu, jaca e tantos outros. Chegou a criar uma marca para seus produtos, que ainda hoje é explorada por alguns filhos em barracas armadas em arraiais de São João: “Salomé – Sempre Viva”.

Salomé nasceu na Maioba. Maioba do Vassoural, onde conheceu o caboclo Anastácio com quem passou a viver e que foi pai de seus muitos filhos.

Depois de incontáveis anos juntos, de tantas labutas, tantas alegrias e tristezas, a conselho de amigos, resolveram se casar. Casamento que não durou muito tempo. Devido a tramas do destino, que ninguém pode explicar, separaram-se. Dizem que já próximo de seu fim voltaram a dividir o mesmo teto.

Morreu ela vítima dos inevitáveis males provocados pelo diabetes. Desapareceu deste mundo, mas deixou como herança para seus filhos que ainda vivem, o exemplo dignificante de quem passou a vida trabalhando com honestidade e cercada de admiradores.

Salomé é daquelas pessoas que, sem favor algum,  merecem ser homenageadas de alguma forma pelo poder público. São tantos aqueles que recebem tal distinção apenas como reconhecimento por haver exercido algum cargo político, ou como simples prova de amizade, que não seria nenhum absurdo lhe prestassem essa deferência.

J.R.Martins - Brasília/DF

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Crise e incertezas dão 'significação especial' à Rio+20, afirma Dilma

Rio - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, discursaram durante a abertura cerimonial da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a Rio+20, ontem.

Mais cedo, os dois já tinham participado da abertura formal dos trabalhos, quando Dilma foi eleita por consenso presidente da Rio+20, mas falaram apenas brevemente.

Dilma abriu a solenidade às 16h30 e apresentou um vídeo enviado pelos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

Em discurso, a presidente afirmou que a concretização do desenvolvimento sustentável pode ser traduzida em três palavras: "crescer, incluir e proteger".

“A transferência das indústrias mais poluentes, do norte para o sul do mundo, colocou as economias desenvolvidas no rumo de uma produção tida como mais limpa. Mas deixou pesada a carga e a conta socioambiental para os países em desenvolvimento. A promessa de financiamento do mundo desenvolvido para o mundo em desenvolvimento com vistas à adaptação e à mitigação ainda não se materializou nos níveis prometidos e necessários”, disse a presidente.

Responsabilidades - Dilma também lembrou que o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, em que os países ricos teriam mais responsabilidade que os pobres na promoção do desenvolvimento sustentável, “tem sido, muitas vezes, recusado, na prática”.

Em seu discurso, a presidente também disse que os compromissos de redução das emissões de gases poluentes, previstos pelo Protocolo de Quioto, não foram atingidos, e que várias conquistas da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio92, permanecem no papel. “Temos a responsabilidade de agir para mudar esse quadro.”

Segundo ela, nesse cenário de crise econômica mundial, a tentação de manter os interesses nacionais acima dos temas globais é forte. “A disposição política para acordos vinculantes fica muito fragilizada. Não podemos deixar isso acontecer”, observou.

A presidente disse ainda que o modelo de desenvolvimento do Brasil, que avança no sentido da sustentabilidade, autoriza o país a demandar mais contribuição dos países desenvolvidos. Na sua avaliação, o documento final da Rio+20 trouxe avanços, entre eles a introdução da erradicação da pobreza como desafio global, o pioneirismo de falar de igualdade racial, a criação do Fórum de Alto Nível global para tratar do desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o reconhecimento de que o Produto Interno Bruto (PIB) é insuficiente para medir a riqueza dos países.

Ban Ki-moon - Em seu discurso, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também elogiou o texto da conferência. "As negociações foram longas, árduas, muito difíceis mesmo. Contudo, fizemos progressos significativos, principalmente nos ultimos estágios", afirmou.

"Fizemos história esta semana. Estamos perto de fazer um acordo que pode criar nosso futuro sustentável", disse ainda o secretário, sobre um texto que organizações da sociedade civil têm considerado pouco ambicioso.

Plenárias - A segunda sessão plenária do segmento de alto nível da conferência começou por volta das 15h15 de ontem. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi o segundo a discursar na segunda sessão, depois da Costa Rica.

Ahmadinejad começou sua fala evocando Deus e desejando aos companheiros "saúde" para seguir "o profeta". Segundo ele, a busca pelo lucro e realização material tem elevado o nível de animosidade no mundo. “Não devemos buscar hegemonia à custa de outros povos e seres humanos que habitam o planeta”, afirmou em discurso.

Ahmadinejad criticou o que considera ser um sistema "imperialista" que domina o mundo. “Um grupo minoritários de países, os chamados países desenvolvidos, estão impondo padrões de desenvolvimento, e os outros países são forçados a seguir os seus passos”, afirmou e completou, no que parecia um recado a críticos de seu governo: "As questões de direitos humanos foram concebidas para servir àqueles que dominam o mundo".

Abertura formal - Durante a primeira plenária da cúpula de alto nível, representantes da sociedade civil fizeram fortes críticas ao documento que será negociado até amanhã.

O encontro foi aberto pelo secretario-geral da ONU, Ban Ki-moon. "Novamente o Brasil é palco para [...] eventos de mudança. Estamos agora no local de um acordo histórico. não vamos perder essa chance. O mundo está observando para ver se as palavras vão se tranformar em ação", disse Ban Ki-moon.

Em seguida, ele chamou a neozelandesa Brittany Trifford, de 17 anos, para discursar aos chefes de Estado. "Suas promessas não foram quebradas, mas foram esvaziadas", disse Brittany. "Você estão aqui para salvar as suas peles ou para nos salvar?", questionou.

Sociedade civil - Em discurso, nove representantes de grupos da sociedade civil, como crianças, mulheres e ambientalistas, criticaram publicamente o rascunho do documento resultante da conferência e pediram que os governos consigam revertê-lo.

Segundo Hala Yousry, representante das mulheres, o texto não trata nada a respeito da destruição de plantas nucleares e também não protege os direitos femininos. “O desfecho da Rio+20 não nos dá os meios necessários para lidar com os grandes desafios do nosso tempo”, disse.

Ela, que é do Egito, citou a realidade atual do seu país, que vive a Primavera Árabe, e comparou com a conferência. “O que conseguimos no Egito com a última eleição parlamentar? Ao menos dois assentos. O que as mulheres conseguiram no Rio? Muito menos do que esperávamos”, disse.

Karuna Rana, representante das crianças, disse que mesmo o documento tendo sido resumido em 50 páginas, ainda “há muitas linhas que precisam ser incluídas”, como o reconhecimento da pressão humana sobre o planeta, garantia das instituições mundiais de proteção ao meio ambiente e “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” na transferência de tecnologia.

Ban Ki-moon diz que é a hora de agir

Rio - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez um chamado geral ontem aos chefes de Estado, durante seu discurso de abertura da fase final da Rio +20 (conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável), que vai até amanhã no Rio.

Ele disse que essa é a hora de agir com visão mais ampla e de longo prazo e recomendou decisões e estratégias claras sobre o emprego, segurança alimentar, energia, água, oceanos, dos transportes e cidades. "Estou contente de ver uma ênfase na educação no documento final", disse.

O representante das Nações Unidas disse também que é chegada a hora de decidir sobre as instituições que precisam guiar no desenvolvimento econômico, social e ambiental no mundo. Ele disse que a Rio +20 é um momento histórico para o mundo e que espera que seus netos não precisem convocar a Rio +40 ou Rio +60.

O secretário-geral disse de manhã, durante a abertura das negociações da cúpula da ONU, que também esperava um documento "mais ambicioso" da Rio+20.

Ele fez um apelo aos líderes mundiais presentes no Rio que desempenhem seu papel como "cidadãos globais", indo além de "interesses internos e de grupos" para fazer as escolhas certas para o futuro.

"São os líderes que podem tomar decisões políticas, que podem fazer uma escolha. Temos muitas agendas com as quais estamos preocupados, e, dependendo da prioridade política que eles escolham, as consequências serão completamente diferentes", disse Ban. "Por isso contamos com esses líderes e peço que eles atuem como cidadãos globais."

Negociação - Ele destacou que o processo de negociações do documento que resultará da Rio+20 final foi um processo delicado, por tentar conciliar os interesses da cada país.

"Alguns Estados-membros esperavam um resultado mais ambicioso. Eu também esperava um documento mais ambicioso, mas é preciso entender que as negociações foram difíceis e lentas, devido a ideias conflitantes", observou, destacando que a Rio+20 "não é o fim, mas o início" dos compromissos entre os países.

Ban ainda afirmou que os países aqui presentes devem se "inspirar" nos exemplos de sucesso do Brasil. "O Brasil tem muito potencial, mas grandes desafios. E todos os desafios que o Brasil enfrenta podem nos servir de lição durante a Rio+20.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20 e o lixo em São Luís

Uma das reuniões mais importantes entre as já realizadas na Rio+20 aconteceu ontem e debateu, preferencialmente, um problema que diz respeito diretamente ao cidadão comum das áreas urbanas: o lixo. O evento reuniu prefeitos de todas as regiões do planeta e gestores de cidades de grande, médio e pequeno porte, todos focados em alguns temas essenciais para a sobrevivência das urbes, mas evidenciando preocupação maior com o recolhimento, o tratamento e o destino de milhões e milhões de toneladas de lixo produzidas diariamente nas áreas urbanas.

No encontro, foram denunciadas situações dramáticas, feitas avaliações pragmáticas e apresentadas propostas de solução que vão das já conhecidas - o lixo seletivo, por exemplo -, passando pelas mais identificadas com o momento - a transformação industrial a partir da seleção -, até algumas de caráter futurista, como a exportação de resíduos imprestáveis para fora do planeta. Após intensos debates, um dos participantes fez uma avaliação entre preocupada e otimista e cujo resumo é o seguinte: existem meios eficientes e tecnologias suficientes para; faltam, porém, recursos e, em muitos casos, vontade política de dar ao problema solução definitiva.

A discussão do problema lixo ocorrida ontem na Rio+20 refletiu, em todos os seus aspectos, a situação de São Luís nos dias atuais. Já abrigando mais de 1 milhão de habitantes, integrante, portanto, do grupo das estruturas urbanas de médio porte, a capital do Maranhão é um exemplo acabado da cidade que ainda não sabe o que fazer com as 720 toneladas de resíduos que produz diariamente. Tão grave é a situação que no momento a Prefeitura tenta organizar o sistema de coleta, o que faz por meio de empresas terceirizadas, já que o sistema primário foi desagregado com o desmonte, criminoso e sistemático, da Coliseu, nos anos 90. O destino do lixo de São Luís é um aterro sanitário estrangulado e insuficiente e que, para muitos, já começa a se transformar numa espécie de bomba-relógio de médio prazo.

O problema do lixo em São Luís é de gravidade extrema porque não se limita à coleta. Muitas das áreas periféricas não são alcançadas pelo benefício da limpeza urbana e reagem formando lixões a céu aberto, nas imediações de moradias, num processo que atinge implacavelmente áreas verdes, rios e o mar. A maioria dos rios e córregos que cortava a Ilha de São Luís morreu sufocada e os que sobreviveram estão agonizando, transformados em depósitos de detritos e rejeitos. O Rio das Bicas, por exemplo, tem parte da sua superfície coberta por sujeira sólida, principalmente materiais plásticos, e caminha para a morte, sem que ações determinadas tentem efetivamente evitá-la.

Não se diga que a complicada realidade do lixo em São Luís não esteja sendo equacionada pela gestão municipal. A lentidão, por parte do Município, na tomada de decisões abrangentes, faz que a cidade continue convivendo com um problema que se agrava, sem sinais de que uma solução, pelo menos parcial, esteja próxima. Daí o registro da discussão de ontem na Rio+20, que pode servir de referência para os atuais e futuros gestores da Capital do Maranhão.

Jornal O Estado do MA

terça-feira, 19 de junho de 2012

Negociadores chegam a documento final da Rio+20, mas indicam brechas para mudanças

Renata Giraldi e Carolina Gonçalves/ABr

RIO DE JANEIRO – Depois de mais de 14 horas de negociações, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, anunciou às 2h30 de hoje (19) a conclusão do texto da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Ele sinalizou que foi refeito o último rascunho, finalizado no sábado (16), incluindo ajustes de “último minuto”. Também indicou que haverá nova plenária nesta terça-feira, às 10h30, que ainda pode modificar o documento.

A delegação do Brasil convocou uma plenária, às 2h20 da madrugada de hoje, que durou menos de dez minutos. Segundo Patriota, o texto finalizado será divulgado para as delegações dos 193 países a partir das 7h. Depois, ocorrerá uma plenária. Nela, qualquer delegação pode rejeitar propostas e se manifestar, discordando em relação a itens contidos no texto.

Após a plenária da madrugada, o chanceler fez uma breve declaração à imprensa. “Temos um texto e fizemos o possível para incorporar o máximo, inclusive negociações e consultas de último minuto. Quero agradecer a todos pelo espírito de cooperação e liderança”, disse ele.

“Mantivemos o compromisso de concluir o exercício da noite de ontem [18] até hoje. O texto será tornado acessível até as 7h porque precisa de uma revisão técnica. Haverá uma plenária amanhã [19] às 10h30”.

Os negociadores disseram que no documento há de forma clara a recomendação para o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e indicações para que, no futuro, seja criado um órgão independente. Há ainda detalhes sobre a proteção das águas oceânicas e uma espécie de bloco destinado aos financiamentos, mas sem cifras exatas.

No entanto, ficará para outro momento de negociações a proposta do Brasil e dos países em desenvolvimento para a criação de um fundo específico para o desenvolvimento sustentável. A ideia era criar o fundo com recursos iniciais de US$ 30 bilhões, mas que até 2018 alcançaria US$ 100 bilhões.

Os representantes dos países ricos vetaram a proposta, alegando dificuldades econômicas internas. A União Europeia anunciou ontem à noite, por meio de declaração, que o ideal era levar as negociações para o nível de ministros, retirando o debate do âmbito de diplomatas e técnicos.

Os negociadores se dividiram ontem, ao longo do dia, em quatro grandes grupos dedicados às questões sem acordo. Houve debates sobre as fontes de financiamentos para a implementação das metas fixadas, as definições referentes à regulamentação das águas oceânicas, o fortalecimento do Pnuma e o detalhamento relativo à economia verde.

Em relação ao Pnuma, foram feitas duas alterações, incluindo o fortalecimento do programa e a possibilidade de ele ser ampliado e se tornar, no futuro, um organismo autônomo. A delegação brasileira defendia a criação imediata de um órgão independente incorporando o Pnuma, nos moldes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O capítulos destinado aos meios de implementação, que se referem aos mecanismos de financiamentos, devem mencionar citações diretas sobre fontes múltiplas (privadas, públicas e organismos internacionais). 
Mas, ao que tudo indica, segundo os negociadores, não haverá menções diretas sobre as cifras específicas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Economia e natureza + 20

Por Lino Raposo Moreira
PhD, membro da Academia Maranhense de Letras

Começou a Rio + 20, ou Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A primeira foi em Estocolmo em 1972 e a segunda no Rio de Janeiro em 1992. A terceira, agora, começou sob divergências acerca de 20 grandes temas, entre eles a criação de um fundo de U$ 30 bilhões destinados ao financiamento de ações de sustentabilidade em países em desenvolvimento.

Muita tinta e saliva já foram gastas e ainda o são em discussões sobre o tema do encontro. São diárias as exortações de militantes profissionais bem pagos de ONGs em favor de educação ambiental nas escolas, combate ao desmatamento, restrição ao consumo de produtos danosos, como sacos plásticos, controle da poluição do ar, todas essas medidas idealmente capazes de levar as pessoas a evitarem um comportamento ofensivo ao planeta Terra. Quase sempre, contudo, os aspectos econômicos subjacentes são deixados de lado, como se não tivessem muita importância ou a resolução dos problemas dependesse apenas de certo idealismo ingênuo.

Tomemos o exemplo de um pequeno agricultor sem possibilidade ou capacidade de produzir seu próprio sustento, a não ser pela queima da floresta, que recebesse um apelo para não agir assim. Na ausência de alternativa econômica adequada, ele diria, como um me disse uma vez: "Está bem. Eu não queimo mais. Mas quem vai alimentar minha família?"

Consideremos agora a sustentabilidade de uma perspectiva mais ampla, como um problema econômico a ser analisado com as ferramentas de análise da Ciência da Escassez. Em pequeno livro publicado há alguns anos, Dois estudos econômicos, fiz uma análise do assunto, resumida a seguir.

A teoria econômica nos diz que o produto é o resultado da aplicação combinada de capital, trabalho e tecnologia - os fatores de produção -, segundo uma determinada função de produção, e que os fatores são remunerados na medida de sua contribuição ao produto.

Ora, os recursos naturais - chamados de capital natural -, não são considerados como fator naquela função. A razão é que a teoria considera os serviços da natureza como se grátis fossem ou, dito de outra forma, a natureza não cobra por seus serviços e não reclama uma participação no produto, colocando-se, deste modo, fora do domínio da economia.

Mas, claro, na economia moderna, vem ocorrendo um processo intenso de consumo do capital natural que chama nossa atenção para a perda dos mais variados serviços prestados pela natureza hoje e para a oportunidade perdida pelas gerações futuras de contar com esse capital. Isso significa dizer: um preço pode ou deve ser atribuído aos serviços ambientais, embora nem sempre seja possível obtê-lo no mercado e, nos casos de ser possível, imperfeições o impedem de refletir corretamente a valor dos serviços perdidos.

A teoria prevê, ainda, que a escassez gerada pela taxa de exploração dos recursos naturais, acima de sua taxa natural de regeneração, fará com que o preço aumente até um nível em que a taxa de exploração voltará a um valor compatível com a de regeneração. No entanto, não se observa esse mecanismo equilibrador nas economias de mercado tal como as conhecemos atualmente, de tal modo que a escassez do capital natural não é refletida em preços crescentes.

A explicação desse desequilíbrio está no fato de os mercados, geralmente, serem fortemente influenciados pelos arranjos institucionais da economia e terem um viés hostil ao meio ambiente, como a evidência empírica mostra.

Trata-se, portanto, na perspectiva do desenvolvimento sustentável, de um lado, de incorporar adequadamente à teoria a natureza como um fator de produção que terá de receber a compensação ou remuneração correspondente a sua contribuição à produção e por outro, de criar mecanismos institucionais de mercado que reflitam com a máxima fidelidade possível a escassez relativa dos recursos ambientais. Não há, portanto, incompatibilidade entre o crescimento econômico e a preservação ambiental, se a natureza for levada em conta de maneira correta.

O x da questão, difícil x, é passar desse entendimento teórico à prática.

E-mail: linomoreira@linomoreira.com

http://www.linomoreira.com

SUGESTÃO E APELO

Embora residente em Brasília há muitos anos, visito com certa frequência nossa capital. Em uma das últimas vezes em que lá estive fui surpreendido mais uma vez por um acontecimento que me deixou entristecido e indignado. Tomei conhecimento de que o Shopping Colonial, na Rua Grande, tinha sido desativado. O fato de sua instalação já foi motivo suficiente para que aqueles que amam a cidade lamentassem. Um quarteirão inteiro, composto de dezenas de casas centenárias, foi demolido para dar lugar a um centro comercial que agora já não mais existe. Algo realizado sem o devido planejamento e licenciado açodadamente sem a conveniente visão de responsabilidade histórica, é o que me parece. Restaram apenas as fachadas, para dar a ilusão de que nada havia mudado.  Uma perda irreparável. Mais um crime perpetrado contra o patrimônio valioso que possuímos.

Preocupado com o destino a ser dado àquele espaço, tomei a liberdade de apresentar uma sugestão às autoridades (Prefeitura, Associação Comercial, IPHAN). Acredito que não tenha sido uma boa sugestão, haja vista que não obtive a esperada atenção. Às vésperas do quadricentenário de fundação de nossa capital, volto ao assunto na esperança de que desta vez minha voz seja ouvida.

As ruas da cidade antiga vivem repletas de ambulantes que, além de conturbarem o livre trânsito das pessoas, concorrem de forma desleal com o comércio legitimamente constituído. Não seria viável a utilização daquela vasta área para acomodá-los em boxes padronizados, a exemplo do que ocorre na Feira dos Importados (também conhecida como Feira do Paraguai), em Brasília? Acredito que sim.

Lógico que haveria necessidade de um franco entendimento com o proprietário do imóvel – que no caso, segundo fiquei sabendo, é o Sr. João Claudino Fernandes, empresário-proprietário dos Armazéns Paraíba – e a prefeitura ou outro órgão competente. Caso o espaço não seja suficiente para acolher todo o numeroso contingente de ambulantes, poderia se pensar em recuperar alguns dos belos prédios do Largo do Carmo, ora abandonados e ameaçando desmoronarem, para o excedente e para as bancas de jornais e engraxates que enfeiam as calçadas do local que já foi o centro popular de São Luís. Algo que marcaria, com louvor, para sempre a passagem do executor dessa iniciativa na nossa história contemporânea. 

Sei que as dificuldades para levar avante um projeto de tal envergadura são grandes, mas não impossíveis de superação. Afinal, temos de pensar em devolver à população um pouco daquela cidade bucólica e atraente que era. Cidade que, mais do que nunca, vem evocando nostalgia naqueles que assim a  conheceram e nos que somente a conhecem agora, no estado deplorável em que se encontra.

Vale afirmar que os visitantes, turistas ou não, não vão à nossa capital apenas para visitar praias e a parte nova da cidade. Edifícios modernos e suntuosos, praias paradisíacas, avenidas amplas e bem cuidadas são coisas que facilmente se encontra em outras localidades do país. Mas, os visitantes que vêm à nossa terra o fazem principalmente para rever ou conhecer as belezas de nossa arquitetura colonial, inigualável no país e mesmo no restante do continente.

Todos nós temos o dever de zelar e, até mais que isso, exigir das autoridades o máximo de empenho em restaurar nosso inestimável patrimônio.

É agora ou nunca!

J.R.Martins - Brasília/DF

Governo assinou contratos de concessão de aeroportos

O governo assinou os contratos de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. Os três aeroportos, leiloados em 06 de fevereiro deste ano, respondem juntos pela movimentação de aproximadamente 30% dos passageiros do país, 65% dos passageiros dos voos internacionais e 57% da carga aérea transportada. A concessão tem como objetivo ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura aeroportuária brasileira, promovendo melhorias no atendimento aos usuários do transporte aéreo no Brasil. Os níveis de qualidade dos serviços determinados para esses aeroportos, baseados em padrões internacionais, constam nos contratos que estão sendo assinados e serão rigorosamente cobrados pelo governo.

Todo o processo, que teve início com a decisão de conceder os três aeroportos e passou pelos estágios de estudos de viabilidade, elaboração do edital, consulta e audiência pública, realização do leilão e assinatura dos contratos, teve duração de um ano, tempo de efetivo trabalho da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Infraero, entre outros órgãos de governo.

Os aeroportos concedidos serão fiscalizados pela ANAC, que também é gestora dos contratos. Os prazos das concessões são diferenciados por aeroporto: 30 anos para Viracopos, 25 anos para Brasília e 20 anos para Guarulhos.

Após a celebração do contrato, cada aeroporto concedido será administrado por uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), isto é, uma nova empresa formada pelo consórcio vencedor do leilão, em sociedade com a Infraero, que detém 49% de cada SPE. A Infraero, empresa pública federal, continuará administrando 63 aeroportos no país, responsáveis pela movimentação de 67% do total de passageiros.

Como acionista relevante, a Infraero participará das principais decisões da companhia, sendo acompanhada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República. Os dividendos decorrentes de sua participação acionária nos três aeroportos concedidos serão utilizados para investimentos nos outros 63 aeroportos da rede. As obras em curso nos aeroportos concedidos continuarão a ser executadas pela Infraero. As novas serão de responsabilidade da concessionária de cada aeroporto.

Nos primeiros 30 dias, os três aeroportos serão administrados pela Infraero. Nesse período, as concessionárias vão apresentar um Plano de Transferência Operacional (PTO), que será aprovado pela ANAC.

Após a aprovação do PTO, terá início a chamada operação assistida de 180 dias. Nos primeiros 90 dias, a Infraero continuará responsável pelas operações e será acompanhada pelo novo operador. Após esse período, a concessionária assume a operação de transição por 90 dias, com acompanhamento e suporte da Infraero. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 180 dias.

O objetivo do PTO é promover a transferência das atividades aeroportuárias sem interrupção, assegurando um período de transição eficaz e segura das operações aeroportuárias.

Investimentos
Para a Copa do Mundo, no aeroporto de Brasília, está prevista a construção de um novo terminal com capacidade para, no mínimo, dois milhões de passageiros/ano, pátio de aeronaves para 24 posições, acesso viário (interno ao aeroporto) e estacionamento de veículos. Em Viracopos, o novo terminal terá capacidade de receber pelo menos 5,5 milhões de passageiros/ano, pátio de aeronaves para pelo menos 35 aeronaves, acesso viário (interno ao aeroporto) e estacionamento. No caso de Guarulhos, será construído um novo terminal com capacidade para sete milhões de passageiros/ano, além de obras em ampliação de pistas, pátios, estacionamentos, vias de acesso, entre outras. A multa por descumprimento dos prazos de entrega das obras previstas nos contratos é de R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atraso. Além dos recursos privados, até a Copa, a Infraero concluirá os investimentos já em curso nestes aeroportos.

Até o final da concessão estão estimados investimentos da ordem de R$ 4,7 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,85 bilhões em Brasília. Esses montantes são valores de referência, pois o compromisso contratual é com o atendimento da demanda, independentemente de seu crescimento, e com os padrões internacionais de nível de qualidade de serviços previstos em contrato.
Fundo Nacional de Aviação Civil

Os recursos arrecadados com o leilão, decorrentes das propostas vencedoras, serão recolhidos para o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) em parcelas anuais, corrigidas pelo IPCA, de acordo com o prazo de concessão de cada aeroporto. Além do valor da contribuição fixa ao sistema aeroportuário (outorga), os concessionários também recolherão anualmente uma contribuição variável ao sistema, cujo percentual será de 2% sobre a receita bruta da concessionária do aeroporto de Brasília, 5% de Viracopos e 10% de Guarulhos. Toda arrecadação (contribuição fixa e variável) será direcionada ao FNAC, que vai destinar recursos a projetos de desenvolvimento e fomento da aviação civil. O objetivo é garantir que os demais aeroportos do sistema aeroportuário nacional também se beneficiem dos recursos advindos da iniciativa privada, especialmente o sistema de aviação regional. O FNAC é administrado pela SAC.

Leilão
Os aeroportos foram arrematados no dia 06/02/2012, em leilão realizado pela ANAC e operacionalizado pela BM&F/BOVESPA, pelo valor total de R$ 24,5 bilhões, quase cinco vezes o valor mínimo (R$ 5,477 bilhões) estabelecido pelo Governo. O certame durou cerca de três horas e foi disputado por 11 consórcios formados por 28 empresas nacionais e estrangeiras. A disputa pelos três aeroportos ocorreu de forma simultânea, para estimular a competição. O maior ágio do leilão, de 673,39%, foi para o Aeroporto de Brasília, que obteve oferta de R$ 4,51 bilhões do consórcio Inframérica (Infravix Participações S/A e Corporación América S/A), contra preço mínimo de R$ 582 milhões. O Aeroporto de Guarulhos teve ágio de 373,51%, oferecido pelo consórcio Invepar ACSA (Investimentos e Participações em Infraestrutura S/A Invepar e a AirportsCompany South África SOC Limited), com proposta de R$ 16,213 bilhões, enquanto preço mínimo era de R$ 3,4 bilhões. O Consórcio Aeroportos Brasil (TPI-Triunfo Participações e Investimentos S/A, UTC Participações S/A e pela francesa EGIS AirportOperation) foi o vencedor da disputa pelo Aeroporto de Campinas, com oferta de R$ 3,821 bilhões, 159,75% acima do preço mínimo, da ordem de R$ 1,5 bilhão.

Fonte: ANAC

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Rio+20: sustentabilidade empresarial e qualidade de vida dominam debates no segundo dia

Renata Giraldi e Carolina Gonçalves, da Agência Brasil

Rio de Janeiro – No segundo dia de debates, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, reúne hoje (14) uma série de atividades paralelas e definições no texto preliminar sobre os temas-chave que serão discutidos pelos chefes de Estado e de Governo do dia 20 ao dia 22. Organizações não governamentais (ONG) e integrantes da sociedade civil debatem alternativas para assegurar qualidade de vida no planeta.

A seis dias da cúpula, com a participação de pelo menos 115 chefes de Estado e de Governo, os ministros e especialistas de cada país se  reúnem em busca de acordos sobre o conteúdo do documento preliminar que será definido pelos líderes políticos. O texto inclui temas como inclusão social, erradicação da fome e da pobreza, alternativas para a economia verde e sustentabilidade. Porém, as divergências persistem.

Ao longo desta quinta-feira, haverá ainda discussões sobre clima, desmatamento e tecnologias para garantir a sustentabilidade em negócios e melhorias para as populações nos próximos anos. A organização não governamental WWF apresenta as propostas Água Brasil e Família de Pegadas. O objetivo é alertar sobre a necessidade de agir e não deixar que as propostas fiquem apenas nas palavras.

A Fundo Vale (da Vale) e a Fundação Roberto Marinho, com o apoio do Serviço Florestal Brasileiro, lançam o projeto Florestabilidade. A ideia é mostrar a importância econômica, ambiental e social do manejo florestal no país, que tem a maior área de floresta contínua do mundo – a Amazônia.

O manejo florestal consiste em englobar técnicas que dão prioridade à sustentabilidade sem prejuízo aos ecossistemas. Na prática, as medidas permitem determinado uso dos recursos disponíveis com o mínimo de impacto ambiental. No setor empresarial, a questão da sustentabilidade é tema de uma discussão da secretária executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Yolanda Cerqueira Leite, e dos secretários do fórum (de mesmo nome) Tim Wall e Kristen Coco.

Paralelamente, no Parque dos Atletas, um pavilhão ao lado do Riocentro – onde serão concentrados os debates das autoridades –, ficarão em exposição projetos que destacam o desenvolvimento de propostas de tecnologia associada aos negócios. No Cais do Porto, uma apresentação artística fará lembrar a Europa dos anos 20 ao satirizar o consumo e os excessos.

No Parque do Flamengo, a defesa pela inclusão social como meta a ser ratificada por todos ganhará apresentação especial com a dança dos bailarinos em cadeiras de roda. O espetáculo mostra que não há limites para a expressão nem para a arte.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

TURISMO SUSTENTÁVEL DO BRASIL PARA O MUNDO

Os destinos turísticos do Brasil e suas práticas sustentáveis também estão presentes na Rio+20. Durante todo o evento, que começa hoje (13) e vai até o dia 22 de junho, a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e o Ministério do Turismo, terão um estande de mais de 200 m2, produzido com materiais ecologicamente corretos. “Estamos reforçando o posicionamento do Brasil como um país de características únicas: uma das maiores economias do planeta, que se desenvolve com inclusão social e de forma sustentável ambientalmente”, disse o presidente da Embratur, Flávio Dino, que acompanhou a presidenta Dilma Rousseff na abertura da Rio+20.

“A concepção do estande é ‘eco-friendly’, ou seja, produzidos com matéria prima sustentável. As paredes são feitas de OSB e bambu, o teto é de madeira plástica, já o mobiliário é todo de papelão, e as luminárias, de tecido pet” explicou Dino. No espaço, os mais de 50 mil credenciados, entre eles autoridades governamentais, negociadores internacionais, parlamentares, jornalistas, poderão assistir a vídeos do Brasil em 360º, acessar informações do país por meio de totens interativos, além de utilizar o espaço de convivência, destinado a encontros entre participantes.

Os vídeos do Brasil em 360º, recorrem à tecnologia de captura de imagens e oferece uma experiência inédita e envolvente: uma vista panorâmica de paisagens e atrações turísticas de vários destinos brasileiros. “Com esta ferramenta, o turista pode vivenciar uma experiência única: interagir com as imagens, como se estivesse visitando o próprio destino e direcionando a câmera para os locais de interesse. O objetivo de apresentar esses vídeos, é encorajar potenciais turistas estrangeiros a conhecerem outros destinos brasileiros”, explicou Dino.

Por ocasião do evento, a Embratur também convidou 18 jornalistas de 17 países diferentes do mundo para visitar destinos turísticos do Brasil que possuem práticas sustentáveis. Os roteiros incluem o Rio de Janeiro (RJ), Manaus (AM), Consta do Dendê (BA), Chapada dos Veadeiros (GO), Beberibe (CE) e Fernando de Noronha (PE).

A Embratur também realizará ações de relacionamento constante com os jornalistas estrangeiros que estão cobrindo o evento. Para eles, será oferecido city tour, nos dias 16 e 17 de junho, para visitarem, além dos pontos turísticos já conhecidos, o Morro de São Marta e os projetos sustentáveis realizados por lá.

“A Rio+20 abre o ciclo de megaeventos que o país sediará, recebendo depois a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Esse ciclo é uma oportunidade única de exposição da imagem do Brasil no exterior. Bilhões de notícias serão geradas em todo o mundo sobre o nosso país e, obviamente, sobre nossos destinos turísticos”, finalizou Dino.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O BRASIL E A LONGA NOITE DA INTELIGÊNCIA

O BRASIL E A LONGA NOITE DA INTELIGÊNCIA. O mais eloqüente indício é o fato de que, num país onde há trinta anos não se publica um romance, uma novela, uma peça de teatro que valha a pena ler, ninguém dê pela falta de uma coisa outrora tão abundante, tão rica nestas plagas, que era a – como se chamava mesmo? – “literatura”.

LONGA NOITE

Olavo de Carvalho
04 Junho 2012

“Todos parecem sentir que a casa está na mais perfeita ordem, e alguns até são loucos o bastante para acreditar que o grande sinal de saúde cultural do país são eles próprios.”      

Se há uma coisa que, quanto mais você perde, menos sente falta dela, é a inteligência. Uso a palavra não no sentido vulgar de habilidadezinhas mensuráveis, mas no de percepção da realidade. Quanto menos você percebe, menos percebe que não percebe. Quase que invariavelmente, a perda vem por isso acompanhada de um sentimento de plenitude, de segurança, quase de infalibilidade. É claro: quanto mais burro você fica, menos atina com as contradições e dificuldades, e tudo lhe parece explicável em meia dúzia de palavras. Se as palavras vêm com a chancela da intelligentzia falante, então, meu filho, nada mais no mundo pode se opor à força avassaladora dos chavões que, num estalar de dedos, respondem a todas as perguntas, dirimem todas as dúvidas e instalam, com soberana tranqüilidade, o império do consenso final.

Refiro-me especialmente a expressões como “desigualdade social”, “diversidade”, “fundamentalismo”, “direitos”, “extremismo”, “intolerância”, “tortura”, “medieval”, “racismo”, “ditadura”, “crença religiosa” e similares. O leitor pode, se quiser, completar o repertório mediante breve consulta às seções de opinião da chamada “grande imprensa”. Na mais ousada das hipóteses, não passam de uns vinte ou trinta vocábulos.

Existe algo, entre os céus e a terra, que esses termos não exprimam com perfeição, não expliquem nos seus mais mínimos detalhes, não transmutem em conclusões inabaláveis que só um louco ousaria contestar? Em torno deles gira a mente brasileira hoje em dia, incapaz de conceber o que quer que esteja para além do que esse exíguo vocabulário pode abranger.

Que essas certezas sejam ostentadas por pessoas que ao mesmo tempo fazem profissão-de-fé relativista e até mesmo neguem peremptoriamente a existência de verdades objetivas, eis uma prova suplementar daquilo que eu vinha dizendo: quanto menos você entende, menos entende que não entende. Ao inverso da economia, onde vigora o princípio da escassez, na esfera da inteligência rege o princípio da abundância: quanto mais falta, mais dá a impressão de que sobra. A estupidez completa, se tão sublime ideal se pudesse atingir, corresponderia assim à plena auto-satisfação universal.

O mais eloquente indício é o fato de que, num país onde há trinta anos não se publica um romance, uma novela, uma peça de teatro que valha a pena ler, ninguém dê pela falta de uma coisa outrora tão abundante, tão rica nestas plagas, que era a – como se chamava mesmo? – “literatura”. Digo que essa entidade sumiu porque – creiam – não cesso de procurá-la. Vasculho catálogos de editoras, reviro a internet em busca de sites literários, leio dezenas de obras de ficção e poesias que seus autores têm o sadismo de me enviar, e no fim das contas encontrei o quê? Nada. Tudo é monstruosamente bobo, vazio, presunçoso e escrito em língua de orangotangos. No máximo aponta aqui e ali algum talento anêmico, que para vingar precisaria ainda de muita leitura, experiência da vida e uns bons tabefes.

Mas, assim como não vejo nenhuma obra de literatura imaginativa que mereça atenção, muito menos deparo, nas resenhas de jornais e nas revistas “de cultura” que não cessam de aparecer, com alguém que se dê conta do descalabro, do supremo escândalo intelectual que é um país de quase duzentos milhões de habitantes, com uma universidade em cada esquina, sem nenhuma literatura superior. Ninguém se mostra assustado, ninguém reclama, ninguém diz um “ai”. Todos parecem sentir que a casa está na mais perfeita ordem, e alguns até são loucos o bastante para acreditar que o grande sinal de saúde cultural do país são eles próprios. Pois não houve até um ministro da Cultura que assegurou estar a nossa produção cultural atravessando um dos seus momentos mais brilhantes, mais criativos? Media, decerto, pelo número de shows de funk.

Estão vendo como, no reino da inteligência, a escassez é abundância?       

Mas o pior não é a penúria quantitativa.           

Da Independência até os anos 70 do século XX, a história social e psicológica do Brasil aparecia, translúcida, na literatura nacional. Lendo os livros de Machado de Assis, Raul Pompéia, Lima Barreto, Antônio de Alcântara Machado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado, Marques Rebelo, José Geraldo Vieira, Ciro dos Anjos, Octávio de Faria, Anníbal M. Machado e tantos outros, obtínhamos a imagem vívida da experiência de ser brasileiro, refletida com toda a variedade das suas manifestações regionais e epocais e com toda a complexidade das relações entre alma e História, indivíduo e sociedade.     

A partir da década de 80, a literatura brasileira desaparece. A complexa e rica imagem da vida nacional que se via nas obras dos melhores escritores é então substituída por um sistema de estereótipos, vulgares e mecânicos até o desespero, infinitamente repetidos pela TV, pelo jornalismo, pelos livros didáticos e pelos discursos dos políticos.          

No mesmo período, o Brasil sofreu mudanças histórico-culturais avassaladoras, que, sem o testemunho da literatura, não podem se integrar no imaginário coletivo nem muito menos tornar-se objeto de reflexão. Foram trinta anos de metamorfoses vividas em estado de sono hipnótico, talvez irrecuperáveis para sempre.          

O tom de certeza definitiva com que qualquer bobagem politicamente correta se apresenta hoje como o nec plus ultra da inteligência humana jamais teria se tornado possível sem esse longo período de entorpecimento e de trevas, essa longa noite da inteligência, ao fim da qual estava perdida a simples capacidade de discernir entre o normal e o aberrante, o sensato e o absurdo, a obviedade gritante e o ilogismo impenetrável. 

Fim dos lixões: prefeituras correm contra o tempo…


As prefeituras maranhenses têm apenas dois meses para realizar as audiências públicas, elaborar e aprovar a lei municipal baseada na nova Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Se até agosto não tiverem com estas etapas cumpridas, ficarão impedidas de buscar recursos para financiar o Programa de Destinação Final Ambientalmente Aceitável para o lixo.

- Se as prefeituras não tiverem com esta lei pronta, não resolverão o problema do lixo, por que não terão acesso às fontes de financiamento do setor. Consequetemente, terão problema a partir de 2014 - explicou o promotor do Meio Ambiente, Fernando Barreto.

Exemplo de tratamento adequado ao lixo 
O Governo do Estado já cumpriu as etapas das audiências públicas e está na fase de elaboração da Lei de Resíduos Sólidos.

Fernando Barreto explica que as prefeituras podem se unir e elaborar um plano conjunto, os chamados consórcios.

- As prefeituras menores, por exemplo, não têm necessidade de instalar aterros sanitários. O ideal é o consórcio - frisou.

Leia também:

As “Destinações Ambientalmente Aceitáveis” não significam apenas aterros, explica Barreto. Segundo ele, os municípios podem usar também estações de transbordo, de reciclagem, usinas de compostagem, entre outros.

- Mas o Governo do Estado tem um papel fundamental, que é o incentivo às políticas para o setor. Pode estimular cooperativas de catadores de lixo e incentivar indústrias de reciclagem - apontou.

O fato é que os caminhos para o fim dos lixões estão sendo delineados.

E quem não percorrê-los, certamente ficará para trás…

Retirado do Blog de Marco D'eça

Tribo ‘mais ameaçada do mundo’ exige ação no início da temporada de exploração madeireira


A floresta dos Awá está sendo desmatada ilegalmente em um ritmo alarmante

A tribo 'mais ameaçada do mundo’ fez um apelo desesperado para o governo brasileiro para deter o desmatamento ilegal que está devastando seu território, a medida que a estação de seca na Amazônia começa.



A tribo Awá já sofre a maior taxa de desmatamento na Amazônia, e o começo da estação seca, em anos anteriores, trouxe um grande aumento de madeireiros ilegais.


A urgente mensagem dos Awá implora o Ministro da Justiça do Brasil para 'retirar os madeireiros invasores da nossa terra imediatamente'... antes que eles 'voltem para continuar a destruição.'


A campanha da Survival International para salvar a tribo Awá já gerou mais de 27.000 mensagens enviadas ao Ministro da Justiça pedindo-lhe para remover todos os invasores.



Depois do lançamento da campanha, o Ministério Público maranhense ordenou uma investigação sobre os responsáveis ​​por invadir a terra Awá, e exigiu que eles sejam levados à justiça.

No entanto, acredita-se que milhares de madeireiros ilegais estão ainda operando na área.




Desde que Colin Firth lançou a campanha da Survival, cerca de seis semanas atrás, a organização brasileira em defesa dos direitos dos povos indígenas, CIMI, mostrou o filme para membros da tribo Awá.




Um homem Awá reagiu dizendo: 'Muito bom, não-índios, Essa é uma atitude muito importante e muito bonita! Nos ajudem o mais rápido possível.  Mandem muitas mensagens [ao Ministro].'



O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse hoje, 'Os Awá provavelmente numeram em torno de 450 pessoas, mas em pouco tempo sua causa se tornou notícia mundial. O governo do Brasil deve parar de ignorar os Awá, e colocá-los no topo de sua agenda. O início da temporada de seca é um momento crítico. A pressão não deve cessar.'



A Survival está instando que o público apoie os Awá enviando mensagens ao Ministro da Justiça do Brasil.

terça-feira, 5 de junho de 2012

CUIDADOS COM ANIMAIS

JR Martins

Está em contínua e crescente evidência o interesse pelos animais. Animais a que me refiro, no caso, não são os animais silvestres. Não são aqueles que viviam livremente nas florestas por milhares de anos, compartilhando do bioma do qual fazemos parte. Não são aqueles que há muito tempo vêm sendo perseguidos e abatidos pelo homem, maior predador da face da terra. Com esses ninguém se preocupa.

A Amazônia e o pouco que resta da Mata Atlântica são impiedosamente devastados sem que nós, brasileiros, teoricamente os maiores interessados, nos manifestemos de forma concreta em sua defesa. Com elas, vão-se também seus habitantes  naturais – os animais.

Quando os colonizadores aqui chegaram, fizeram com os aborígenes, denominados erradamente índios, o mesmo que agora fazem com nossa fauna. A perseguição aos índios continua, convém afirmar, embora já não existam tantos e a maioria tenha se integrado – entregado, melhor dizendo – à “civilização” e à vontade dos homens. Costumamos reprovar o morticínio aberto deflagrado pelos invasores, em nome da catequese e da necessidade de ocupar “racionalmente” o imenso território que alegam ter descoberto. Como se as terras da América já não fosse ocupadas por gente que nelas nasceu e cuja origem ninguém sabe precisar. Apossaram-se com toda a pompa e direitos outorgados pela Igreja e monarquias de além-mar.

Sou um modesto contribuinte de uma das mais respeitadas organizações internacionais de defesa do meio ambiente – Greenpeace. Por diversas vezes, instigo meus amigos também a ela filiarem-se, mas não tenho conhecimento de algum que tenha se interessado. Parece que a sobrevivência do planeta e, consequentemente, da humanidade, não nos atinge individualmente.

Todas essas considerações que faço se devem ao fato de que, nos dias atuais, em nosso país, a preocupação, os cuidados para com os animais, se voltam exclusivamente para aqueles que convivem conosco em nossas casas. Aqueles que passaram a ter o mesmo tratamento que têm nossos filhos. A ponto de já existirem tantas ou mais clínicas para animais domésticos do que para seus proprietários. Digo proprietário, mas não sei se o termo agrada aos que possuem seus animaizinhos de estimação. Eles provavelmente vão preferir ser chamados de pais.

Os hotéis destinados a hospedar tais criaturas espalham-se pelas cidades; salões de beleza; clínicas psiquiátricas para curar os estresses, depressões e outros males que afligem as pobres criaturas; lojas especializadas em alimentação especialmente preparadas para não prejudicar a frágil saúde dos bichinhos; lojas de roupinhas de grife, de calçados sob medida; até mesmo cemitérios luxuosos, com direito a crematórios já existem por aí. Enfim, um mundo de artigos e locais especialmente preparados para agradar mais aos pais do que aos pretensos interessados.

Há pouco tempo, quando procurava entrar em meu carro, fui abordado por um dos três pequenos cachorros de uma vizinha. Queria por que queria lamber-me a perna. Eu estava de bermudas e ele, certamente, achou que seria delicioso afagar-me com a língua. A minha reação contrária não agradou àquela senhora, que imediatamente chamou a “criança” para junto de si e olhou-me com desprezo de cima a baixo. A partir daquele dia pouco nos cruzamos, mas sempre que me vê desvia o olhar e fecha o semblante.

Costumo avaliar que se um motorista atropelar alguém com seu carro, a reação dos espectadores será bem mais complacente do que se a vítima for um cachorro. Já não gosto de chamar cachorro de cachorro, pois soa como depreciativo. O correto, pelo que me parece atualmente, é cão. Se assim forem tratados já é um passo para conquistar simpatias.

Se não estou enganado, no Brasil, a população de caninos já ultrapassa em muito a casa dos cinquenta milhões. Convenhamos que é um número bastante grande de indivíduos para alimentar e tratar. As indústrias do ramo se tivessem boca e dentes, estariam com eles arreganhados de tanta satisfação.

A quantidade de gente que mendiga pelas ruas, dorme em calçadas, come a sobra dos lixos, morre à míngua e de frio é muito grande. Em conversa, escutei muitas vezes as pessoas dizerem que não dão esmolas, não ajudam esses pobres diabos sem a mínima expectativa  de melhorar de vida. Mas, também conheço gente que já acolheu cachorros abandonados, os levou para casa e dispensou-lhes tratamento que não sabem dar aos seus semelhantes. Igualmente conheço quem já gastou, ou ainda gasta, grandes somas para tratar em clínicas caras os seus pequerruchos que sofrem de doenças que os desamparados seres humanos não conseguem tratar junto ao SUS.

Aos pequenos animais é permitido usar as áreas públicas como latrinas, pondo em risco a saúde de quantos pisarem seus dejetos. Algumas insignificantes campanhas procuram conscientizar seus donos a coletar as porcarias e depositar no lixo. Mas não conseguem êxito. Quanto aos homens... Bem, quanto aos homens, já existem leis severas que proíbem terminantemente urinarem em vias públicas, ainda que em situações extremas e escondidos atrás de árvores. Mesmo na ausência de sanitários públicos. Atentado ao pudor? Vê se pode!

A imprensa, especialmente a televisiva, tira proveito de toda essa situação, para ganhar mais alguns pontos no Ibope, e expõe pessoas que por qualquer motivo que seja (acredito que nem sempre  por instinto de maldade) espancam seus animais. A vizinhança, claro, vibra com a possibilidade de filmar a cena e transformar-se por alguns instantes em vedetes.

Agora mesmo aconteceu uma dessas situações. Uma senhora filmou uma vizinha espancando seu cão e enviou o vídeo à mídia e à polícia. Depois de muito estardalhaço, como é de hábito, a agressora foi devidamente intimada a prestar esclarecimentos e está sujeita a sofrer sérias sanções punitivas.

Um pit-bull foi recentemente morto por um segurança de uma empresa quando estava prestes a ser atacado. O fato causou profunda comoção popular depois que a mídia deu o costumeiro destaque. Certamente o homem será punido. Todo mundo sabe que esses cachorros são excessivamente agressivos e já têm matado muitas pessoas, principalmente crianças indefesas. Nessas ocasiões todos são favoráveis à eliminação da raça. No presente caso, talvez o homem devesse ter sido mais paciente e esperasse primeiramente ser atacado, antes de tomar uma providência tão radical. Se ficasse muito mutilado ou viesse a morrer, certamente todos teriam compaixão e se perguntariam por que não eliminou antes o animal.

Coisas que acontecem e não sabemos explicar.