sexta-feira, 30 de março de 2012

Eliziane defende coleta seletiva de lixo e incentivo às cooperativas de catadores


A presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, a deputada Eliziane Gama (PPS) defendeu, na manhã desta quinta-feira (29), a implantação da coleta seletiva e também o incentivo ao trabalho das cooperativas de catadores de lixo no Maranhão. Na tribuna, a deputada destacou a preocupação com o destino dos resíduos sólidos produzidos no Estado e falou sobre a audiência que acontecerá na tarde desta quinta-feira.

“Infelizmente o Maranhão não tem nenhum programa de coleta seletiva de lixo. Nossa Comissão inicia agora uma serie de ações com esse grande debate para saber como está a ação dos gestores municipais e, ao mesmo tempo, também saber qual a política referencial que o governo do Estado adotará a partir da elaboração do seu plano”, explicou.

Eliziane esclareceu que um dos objetivos da audiência pública é discutir a lei federal nº 12.305/2010, que dispõe sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos/ PNSS, que prevê ações relacionadas à gestão integrada ao gerenciamento de resíduos sólidos, principalmente a elaboração dos planos do Estado e dos municípios.

“Vamos tratar nesta audiência sobre a lei nº 12.305, que estabelece a política de resíduos sólidos no Brasil. Pela lei, as cidades e os estados brasileiros têm até o mês de agosto para apresentar os planos municipais e estaduais da política de resíduos sólidos e até 2014 para que todos os lixões sejam erradicados no Brasil”, enfatizou a deputada.

INOVAÇÃO
De acordo com a deputada, este plano apresenta algumas inovações, como a responsabilidade compartilhada, logística reversa, coleta seletiva e acordos setoriais entre poder público e privado para resolver o problema do lixo.

A deputada defendeu o trabalho dos catadores e disse que é preciso incentivo do poder público. “Uma das grandes preocupações hoje são os catadores de lixo do Estado, pois eles precisam de capacitação técnica, e também das mínimas condições para viabilizar as suas ações e a funcionalidade da coleta seletiva do lixo e a destinação dos grandes conglomerados, e empresas que trabalham na política da reciclagem”, afirmou.

DESTINO DO LIXO
No Brasil, 60 a 65% do lixo domiciliar é composto por matéria orgânica, 30% por material reciclável e apenas 10% é rejeito. Em São Luís, em média, são destinadas ao aterro da Ribeira, 1.400 toneladas de lixo por dia. Cerca de 36% do lixo domiciliar e comercial de São Luís é potencialmente reciclável (não orgânico), outros 34% do lixo de São Luís é resíduo da construção civil.

Segundo informações, mais 90% dos municípios maranhenses não tem aterro sanitário e nem gerenciamento de resíduos sólidos. Na Capital, um único aterro atende a Grande Ilha, o Aterro da Ribeira que encerra prazo de atividade em 2014. “Temos em São Luís apenas um Aterro Sanitário, que é o Aterro da Ribeira que já está com a sua vida útil exaurida e, precisa de um trabalho de revitalização”, destacou.


Fonte: Site Assembléia Legislativa do Maranhão

São Luís será cenário da nova novela das seis da TV Globo


O Maranhão será mais uma vez cenário de uma novela da TV Globo. As primeiras cenas de “Lado a Lado” serão gravadas no Centro Histórico de São Luís a partir de julho, logo após o período Junino. A trama será a nova novela das seis, depois de “Amor eterno amor”, que está no ar. As construções antigas do Centro Histórico ambientarão o Rio antigo (1903 a 1915). A novela é autoria de João Ximenes Braga e Cláudia Lage, com supervisão de Gilberto Braga.

“Lado a Lado” vai contar como surgiram as favelas do Rio de Janeiro, a construção da Avenida Central, hoje Rio Branco, em 1908. A Rua do Ouvidor também será um dos cenários da história que começará a ser vivida em São Luís.

O diretor Dennis Carvalho esteve na capital maranhense antes do Carnaval para conferir o local onde as primeiras cenas de “Lado a Lado” serão gravadas.

“Nós acompanhamos o diretor Dennis Carvalho e a sua equipe antes do Carnaval na busca das locações pelas ruas do Centro Histórico. Eles encontraram muitos casarões interessantes para possíveis cenas e algumas ruas com pedras de cantaria, que preservam o Patrimônio Histórico. Foi muito interessante porque tivemos que encontrar ruas sem fiação elétrica suspensa. Até isso foi observado. Também acompanhei a visita deles ao Mercado Central e ao Mercado da Praia Grande. Eles estavam em busca de adereços que irão compor o cenário”, explicou ao G1 a gerente de programação da TV Mirante, Samira Salomão.

A expectativa é de que pelo menos 100 pessoas, entre atores, técnicos e diretores venham a São Luís para a gravação da nova novela. “Eles querem gravar tudo dentro de 15 dias”, finalizou Samira.

Já estariam confirmados no elenco nomes como Camila Pitanga, Marjorie Estiano, Lázaro Ramos, Thiago Fragoso, Patrícia Pilar e Cássio Gabus Mendes.

Além de “Lado a Lado” que começará a ser gravada em julho, o Maranhão já foi cenário de outras novelas da TV Globo como “O Clone” (2001), “Da Cor do Pecado” (2004) e “Cama de Gato” (2009).

quinta-feira, 29 de março de 2012

Conheça a história do restaurante japonês em que o cardápio digital fica na própria mesa

Estadão.com.br
Projetado na mesa, menu de restaurante na Inglaterra permite que clientes escolham seus pratos sozinhos
Quem quiser comer comida japonesa em Londres, capital inglesa, pode se surpreender ao entrar no restaurante Inamo. Para pedir os tradicionais sushis e sakês, o restaurante oferece um moderno menu interativo, proporcionando uma experiência única em um jantar.

O menu é projetado na mesa e o cliente escolhe, com a ajuda de um mouse, qual prato quer comer. Para ajudar na escolha, o prato recebe a projeção da foto da iguaria escolhida, ao lado de uma caixa de texto com informações como ingredientes e preço.

Além de escolher seu pedido, o cliente pode escolher a decoração da mesa, trocando a estampa da toalha virtual e ver ao vivo, através de câmeras, os chefes trabalhando nos pratos que acabaram de pedir. Para fidelizar os consumidores, o restaurante ainda oferece promoções como sobremesas grátis para reservas fora do horário de pico e o serviço de agendamento de táxis, que pode ser feito também no cardápio projetado na mesa.

Inovação brasileira

Os menus interativos também fazem sucesso no Brasil e são a mais nova aposta empresas voltadas à modernização de restaurantes. Com a ajuda de aplicativos especialmente projetados, os menus ganham funcionalidade multimídia que permitem que o consumidor interagir com o cardápio.

Em São Paulo, o Bar Brahma investiu no menu interativo em ipads, usando o sistema da empresa Esys Colibri, que desenvolveu um aplicativo voltado para cardápios. No bar Wall Street, também na capital paulista, conta um software desenvolvido especificamente para a casa.

Desenvolvido pela Vipware o programa permite que o cliente faça os pedidos sem ajuda de garçom em telas touch screen e ainda ajude na proposta da casa, que segue a lógica da bolsa de valores. Os produtos mais pedidos são valorizados e seus preços aumentam, enquanto os menos pedidos têm o menor preço, assim como a lei de oferta e demanda.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Prefeituras têm até agosto para apresentar alternativa aos lixões municipais

Estados e municípios têm até o mês de agosto para discutir e aprovar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

O plano deverá explicar a alternativa a ser  usada em cada cidade para por fim aos lixões até 2014.

Trata-se de uma exigência da Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010.

Os prefeitos têm, portanto, apenas cinco meses para realizar audiências públicas e aprovar a nova política de resíduos sólidos a ser adotada em sua cidade.

Detalhe: quem não aprovar o plano a tempo, não poderá firmar contratos com o Governo Federal para financiar sua política de resíduos sólidos.

Um grupo de prefetios viajou ontem para Córdoba, na Argentina, onde conhecerão uma prática de tratamento de lixo na cidade de Lincoln, referência mundial.

Há outras no mundo inteiro, mas as prefeituras precisam se planejar.

Blog Marco D'Eça

terça-feira, 27 de março de 2012

Inovar para vender o Turismo Brasileiro


por Ernesto Brand Neto*

Lutamos por muitos anos pela abertura dos escritórios da Embratur no exterior junto as representações diplomáticas como instrumento  e ponto avançado de divulgação do turismo brasileiro. Estavamos enganados? Como quase tudo neste país, esta abertura foi desvirtuada com custo altíssimo empregando pessoas erradas sem concurso público e sem formação em turismo. A experiência não deu certo.

Esquecemos que parte dos brasileiros residentes no exterior de forma legalizada podem ser promotores do turismo brasileiro utilizando parte do seu tempo livre  junto às empresas, clubes, associações, universidades,etc.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os 10 países onde mais moram brasileiros são, pela ordem: Estados Unidos (1.200.000); Paraguai (500 mil); Japão (300 mil); Reino Unido (150 mil); Portugal (147 mil); Itália; (132 mil); Espanha (110 mil); Alemanha (46 mil); Argentina (38 mil); França (30 mil). Os dados são de 2008.

Brasileiros selecionados, coordenados e treinados por profissionais especializados em turismo e propaganda poderiam  em contratos de trabalho temporário atuar em pequenas exposições, pequenos eventos, distribuição de posters, apresentação de filmes, palestras.

Esta ação em caráter permanente  e renovador pode dar mais resultados que equipes caríssimas colocadas nos escritórios da Embratur no exterior ou na participação de feiras de turismo caríssimas ou ainda em propagandas milionárias em redes de televisão  sem retorno garantido. A propaganda, a promoção e a venda devem ser permanentes se objetivamos aumentar o fluxo de turista para o Brasil.

APOIO A VENDA O TURISMO BRASILEIRO NO EXTERIOR


O setor bancário e de cartão de crédito brasileiro  têm sido criativo em soluções. Provavelmente o Brasil é o único país que consegue vender passagens aéreas sem juros através do cartão de crédito. Todos diriam que os juros estão embutidos no preço, mas  não acontece exatamente assim, pois a maioria das pessoas compram suas passagens com antecedência de meses. Deste modo,  conseguem melhores tarifas e  pagam  a maior parte do preço antes da viagem.

No passado, para se pagar a prestação as companhias aéreas  ofereciam o crediário, exigindo uma série de documentos e comprovantes do comprador  e do avalista e ainda cobravam juros e assim mesmo, não tinham a garantia de receber e tinham um custo para manter um departamento só para esta operação. O cartão de crédito facilitou todo o processo para o vendedor e para o comprador e eliminou  custos e parte do risco até então existente.

A venda antecipada permite as companhias aéreas  e companhias marítimas de cruzeiros a antevisão  e melhor planejamento  e políticas de preços. Este procedimento também é aplicado na venda de diária de hotéis e  pacotes turísticos de grandes operadoras.

Assim, toda atividade turística  é vendida no mercado interno brasileiro sem juros, facilitando e  beneficiando o mercado interno e também o exportativo internacional, ou seja, beneficiando os outros países.  Porque não conseguimos fazer o mesmo quando queremos vender sem juros os serviços turísticos brasileiros lá  no exterior para aumentar  a vinda de turistas estrangeiros para o Brasil???

Aí ficam algumas perguntas:

O que impede?
Considerando a existência de uma rede mundial do Banco do Brasil, se não houver impedimento jurídico nos países onde queremos vender; por que não fazemos este tipo de venda no exterior?
Porque não há engajamento do Banco do Brasil neste esforço de venda??

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* Ernesto Brand Neto – Turismólogo e  Agente de Turismo

segunda-feira, 26 de março de 2012

Revista Pós Ciências Sociais será lançada na UFMA


A Universidade Federal do Maranhão - UFMA, através do Centro de Ciências Humanas - CCH, por intermédio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - PPGCSoc, estará realizando no próximo dia 29 de março (quinta-feira), a partir das 18 horas, o lançamento do número 16 da Revista Pós-Ciências Sociais, tendo como eixo o dossiê "Religiões Afro-Americanas", organizado pelo Prof. Dr. Sérgio Figueiredo Ferretti. O evento acontecerá no Auditório A (sala Mário Meireles) do Centro de Ciências Humanas – CCH, na UFMA.
Na oportunidade, haverá a realização da Aula Inaugural do programa, ministrada pelo Prof. Dr. Hippolyte Brice Sogbossi (Professor Associado da Universidade Federal de Sergipe - UFS), que abordará o tema "Da Filologia à Antropologia: percursos de um profissional itinerante". No contexto da programação, em seguida, haverá o lançamento do "Museu Afro Digital - Maranhão", que estará disponibilizando pela internet importantes coleções abordando religiões, cultura popular, quilombos, movimentos negros, exposições (www.museuafro.ufma.br). A viabilização do museu cabe ao PPGCSoc, Departamento de Desenho e Tecnologia - DeDet e Núcleo de Tecnologia da Informação – NTI, da UFMA. Após o encerramento das atividades, será oferecido um coquetel aos presentes. Entrada Franca.
Como é comum em todas as revistas acadêmicas, o dossiê é uma parte majoritária de cada número, e privilegia uma temática previamente escolhida e preparada por uma equipe de professores do PPGCSoc e de outros Programas, geralmente a partir de trabalhos apresentados e discutidos em eventos científicos. Os dossiês ou números especiais são dedicados também ao público em geral, mais interessado nos respectivos temas, como por exemplo, Elites, Educação indígena, Sociologia Econômica, Amazônia e paradigmas do desenvolvimento, dentre outros temas.
O dossiê deste número da revista trata das Religiões Afro-Americanas, tema amplamente discutido pela Antropologia brasileira e internacional desde muito tempo. No Brasil e em outros países as religiões de origens africanas despertam interesse e possuem numerosos especialistas. Muitos eventos locais, regionais, nacionais e internacionais abordam essa temática, e muitos artigos, livros e revistas são frequentemente publicados sobre o assunto.
No Maranhão, as religiões de origens africanas constituem tema que despertam o interesse de estudiosos de todo o Brasil e do exterior. “No próximo XIII Simpósio Nacional da Associação Brasileira de Estudos da Religião (ABHR), que será realizado na UFMA em fins de maio próximo, o grupo de pesquisas sobre Religiões Afros e Espiritismos foi o que recebeu maior número de inscrições (mais de cinquenta inscritos) e terá que ser desdobrado em três subgrupos, funcionando durante os três dias do evento. Isto mostra o interesse deste assunto entre estudiosos interessados pelas religiões no Brasil”, informa o Prof. Dr. Sérgio Ferretti. A Revista se destina basicamente ao público acadêmico de ciências sociais e áreas afins, professores universitários, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e de graduação do Maranhão e do Brasil.

Após estatização, Fundação Sarney está abandonada no Maranhão

Fundação Sarney está abandonada no Maranhão
Pouco mais de cinco meses após a aprovação da lei que estatizou a fundação José Sarney, a sede da instituição em São Luís está fechada, sem perspectiva de ser aberta ao público.

Do lado de fora, um cadeado tranca a principal entrada do prédio e ao lado do prédio, o mato alto é o retrato do abandono do local que abriga o acervo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB).

Em 19 de outubro do ano passado, a Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou a lei que criou a Fundação da Memória Republicana e extinguiu a Fundação José Sarney. Na época, a governadora do Estado, Roseana Sarney (PMDB), encaminhou o projeto à Assembleia em regime de urgência alegando que a entidade vivia uma grave crise financeira. Roseana dizia ter receio do destino do acervo do ex-presidente, composto por mais de 23 mil documentos, 25 mil livros e 1,1 milhão de textos.

Após a aprovação do projeto de lei, a Fundação foi vinculada à Secretaria Estadual da Educação (Seduc) do Maranhão mas, quase seis meses após a aprovação da lei, não foi encaminhada à Assembleia Legislativa projeto de dotação orçamentária da nova entidade (algo que estava previsto no projeto de lei). Estima-se que a entidade custe cerca de R$ 1 milhão ao ano.

A Fundação está fechada desde o final de abril de 2011 e na prática mantém apenas três soldados da Polícia Militar que fazem a vigilância no local e cinco funcionários de serviços gerais, responsáveis pela conservação interna da sede da fundação. Do lado externo, uma área serve como uma pequena lixeira para moradores do bairro Portinho, no Centro Histórico de São Luís. Segundo moradores, crianças encontraram ratos e baratas no local.

Após o fechamento à visitação pública, o Convento das Mercês, sede da Fundação abriu as portas em apenas duas ocasiões: na festa de final de ano promovida pelo presidente do Senado e na aula de abertura do ano letivo de 2012 da Escola de Música do Bom Menino das Mercês, há exatamente uma semana.

Além disso, a reforma iniciada ainda no primeiro semestre do ano passado caminha a passos muito lentos, conforme informações de pessoas que moram ao lado da entidade. “A governadora encaminhou o projeto de lei para a Assembleia em regime de urgência porque não queria o debate. Não havia intenção nenhuma de resguardar o acervo”, disse o líder da oposição na Assembleia Legislativa do Maranhão, Marcelo Tavares (PSB).

SANTOS
Além do acervo do ex-presidente, a Fundação José Sarney também mantém uma sala de difícil acesso com quadros de familiares e amigos do pemedebista encarnando figuras religiosas e cristãs.

Na sala, há Roseana Sarney retratada como uma freira, com a faixa de governadora; José Sarney como padre; o filho do presidente do Senado, o empresário e vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Fernando Sarney, como pastor de ovelhas, entre outros como também o ex-presidente da Fundação, o advogado José Carlos Sousa e Silva.

Essa sala dificilmente é aberta à visitação. Ela fica na parte superior do prédio direita do Convento das Mercês, entre uma sala vip e um dos auditórios da Fundação. São mais de 30 quadros do tipo que estão abrigados na entidade. “Eu acho de péssimo gosto. É um verdadeiro culto à personalidade, mas com dinheiro público. É algo parecido com o que fazia Saddam Hussein”, afirmou Tavares. Ainda não se sabe se, com a Fundação Pública, essa sala será aberta para a visitação.

A crise na Fundação José Sarney, hoje da Memória Republicana, começou em 2009 quando o jornal O Estado de São Paulo denunciou possíveis desvios de recursos públicos por meio da entidade. Em janeiro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) acatou denúncia por suposto desvio de recursos da Petrobras por gestores da Fundação José Sarney. Pelo menos R$ 500 mil de convênios da ordem de R$ 1,3 milhões teriam sido desviados para empresas de fachadas em São Luís.

Os responsáveis pela Fundação não responderam ao iG até o fechamento desta reportagem.

sexta-feira, 23 de março de 2012

25 anos de homenagens a Elis Regina

O cantor Gabriel Melônio apresenta o show Elis e Eu, hoje, às 21h, no palco do Teatro Arthur Azevedo.
Há 25 anos, cinco anos após a morte de Elis Regina, rendendo-se aos encantos da voz da cantora, que considera a mais marcante da música popular brasileira, o cantor Gabriel Melônio decidiu realizar um show anual em homenagem à artista, reverenciando canções que se popularizaram na voz da cantora. A homenagem deste ano será hoje, às 21h, ao palco do Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol) com o show Elis e Eu. A produção é de Mário Jorge e o cenário, da Ruber Produções.

No show de hoje à noite, Gabriel Melônio executará 17 canções imortalizadas na voz de Elis Regina, entre elas Águas de Março, composição de Tom Jobim que está completando 40 anos em 2012. A canção, no duo de Elis e Tom Jobim, foi considerada pela crítica mundial como a música mais bem gravada de todos os tempos.

Além de Águas de Março, estarão no repertório Tiro ao Álvaro, Madalena (de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), entre outras, como três canções do memorável show Falso Brilhante, que a cantora apresentou em 1976. As escolhidas são Como nossos pais, Velha roupa colorida e Fascinação.

“Para o show, eu incluí as músicas que mais lembram a Elis e as que o público canta. Fascinação, por exemplo, foi um marco na carreira dela. Vou abrir o show com Romaria, de Renato Teixeira”, antecipa Gabriel Melônio.

No palco, o cantor estará acompanhado dos músicos Luís Júnior (violão), Mauro Travincas (contrabaixo), Marquinhos (teclado), Vanderson (percussão) e George Gomes (bateria). Gabriel fará também uma homenagem ao ídolo da gaúcha, a cantora Ângela Maria. Para tal, cantará Vida de Bailarina. Como nos anos anteriores, o show será intercalado por rápidas histórias de vida sobre a homenageada.

Ambientação - O cenário complementará essas histórias. A Ruber Produções montou um painel com fotos que retratam diferentes momentos da carreira de Elis Regina. Uma foto de Gabriel Melônio estará entre elas. Sobre uma pequena mesa, haverá dois porta-retratos, sendo um com a imagem de Elis e o outro com a de Gabriel Melônio.

O maranhense é um profundo conhecedor da obra de Elis Regina. Além de fã, é um exímio pesquisador de seu ídolo. Coleciona recortes de jornais e revistas, discos de vinil, CDs e DVDs. Para Melônio, jamais existiu artista com a qualidade de Elis Regina na história da música brasileira.

“Sou suspeito para falar, mas não encontrei nas gerações subsequentes qualquer artista que pudesse chegar a sua altura”, disse o cantor, que já fez a mesma homenagem em outras casas, como no Espaço Armazém, bar Antigamente, restaurante Feijão de Corda, entre outras.

Saiba mais

Os tributos pelos 30 anos da

morte de Elis Regina terão lugar em diferentes palcos nacionais. Um exemplo é turnê de Maria Rita, filha da cantora, com produção de João Marcelo Bôscoli, também filho de Elis. Além disso, será relançado o disco de 1979, com os dois shows realizados por ela no mesmo dia, na Suíca

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre no dia 17 de março de 1945. Logo chamou a atenção por sua presença de palco, sua voz e personalidade. Com os sucessos de Falso Brilhante e ransversal do Tempo, ela inovou os espetáculos musicais no país, pois era capaz de demonstrar emoções totalmente contrárias, como a melancolia e a felicidade, em uma mesma apresentação ou em uma mesma música. A cantora aparaceu em festivais de música da década de 1960 e seu estilo era influenciado por cantores do rádio, principalmente Angela Maria, que se tornaria seu ídolo principal.

Seus primeiros discos, iniciando com Viva a Brotolândia (1961), refletem o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro, e que teve exigências de mercado e mídia. Elis mudou-se para São Paulo em 1964, onde ficaria até sua morte.

Serviço

• Show

Elis e Eu, com Gabriel Melônio

• Quando

Hoje, às 21h

• Onde

Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol)

• Ingressos:

R$ 30,00 (platéia), R$ 20,00 (camarote) e R$ 15,00

(balcão e galeria).

quinta-feira, 22 de março de 2012

França Equinocial

No ano de 2002 a professora Maria de Lourdes Lauande Lacroix publicou o livro “A fundação francesa de São Luís e seus mitos”. Embora acreditando no melhor dos propósitos que nortearam o trabalho da respeitável e ilustrada autora, sou da opinião de que a tese por ela defendida apenas se tem prestado a despertar dúvidas entre a população pouco esclarecida, que quase nada conhece sobre a fundação da cidade de São Luís. De uma forma geral, não são muitos aqueles que atualmente possuem o hábito da leitura em nossa antiga Atenas Brasileira. Muito menos a leitura investigativa, como seria o caso de procurar entre os registros bibliográficos o que de verdade ocorreu durante os primórdios de nossa colonização. Assim, com pouca chance de estar enganado, creio que serão facilmente influenciáveis pelas opiniões que surjam no seu dia a dia, vindo a consolidar um falso ponto de vista.

Desde o descobrimento, em virtude do extenso litoral brasileiro, as atenções dos portugueses se voltaram quase que absolutamente para as terras localizadas abaixo de Pernambuco. A região extrema norte e o meio norte, onde situo o Maranhão, viveu por muito tempo totalmente esquecida e abandonada.

Com terras férteis e abundantes em madeiras de lei, era cobiçada por piratas, corsários e outros aventureiros de além-mar, que ali também vislumbravam a possibilidade de descobrir jazidas de ouro ou outros minerais preciosos. Entre esses, Charles des Vaux certamente foi o que mais se destacou. Depois de um naufrágio nas costas do Maranhão, ali morou por longos anos, angariando a simpatia da população indígena. De volta a Paris, convenceu Henrique IV que valia a pena investir naquelas paragens. Isso só veio a acontecer depois da morte do monarca, quando já ocupava o trono a rainha regente Maria de Médice, em face da menoridade de Luís XIII, rei de França e de Navarro.

Em março de 1612, por determinação da referida rainha, Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, partiu com sua frota de três navios do porto de Cancale, para o novo continente, com a missão de fundar a ambicionada França Equinocial.

Depois de desembarcarem em Upaon-Mirim, que foi por eles batizada de Sant’Ana, dirigiram-se para a ilha de Upaon-Açu, que tomou o novo nome de São Luís, em homenagem ao pequeno rei de França,  e como ainda hoje é conhecida. Ali decidiram estabelecer-se e erguer os fundamentos de uma futura cidade. Seria a sede de seus novos domínios. Procederam aos rituais que de costume caracterizavam a posse de uma região, mandando construir uma enorme cruz de madeira extraída das matas pelos nativos, celebrando as cerimônias religiosas católicas em nome da coroa francesa, erigindo um forte igualmente de madeira, capela, um grande armazém e outras construções provisórias necessárias. Fizeram incursões pelo interior da ilha, onde detectaram a existência de 27 aldeias indígenas, e conseguiram, com suas maneiras refinadas, conquistar a admiração dos seus principais e de toda a população aborígene. Empreenderam também excursões mais distantes ao longo da costa maranhense. Tudo isso sem molestar a população nativa, como mais tarde, reconhecidamente, fizeram os portugueses. Esse tipo de tratamento perdurou, pelo que se consegue apurar, até a retirada dos gauleses das terras maranhenses.

Decorridos três anos de ocupação, os portugueses, inconformados com o que se passava naquela região do país, decidiram pela expulsão dos franceses e retomada das terras que se encontravam ocupadas.

Foi o intrépido guerreiro Jerônimo de Albuquerque que, oriundo de Pernambuco, depois de renhida batalha, conhecida como “de Guaxenduba” , conseguiu surpreendentemente desbaratar a mais forte e preparada frota de navios dos franceses. Estes, apesar de derrotados, ainda tiveram a dignidade de socorrer aos portugueses que, feridos e sem alimentos, encontravam-se em difícil situação para minorar seus sofrimentos. Os dois comandantes militares mantinham constante entendimentos o que tornou fácil o envio de médicos e remédios aos pontos ocupados pelos adversários lusitanos.

Foi firmado um armistício entre as tropas dos dois países, até que a decisão final fosse tomada pelas suas metrópoles europeias. Apesar da pouca distância que mantiveram entre si, trataram-se com respeito, sem hostilidades, os franceses em seus navios e os portugueses em terras próximas à atual cidade de Icatu, às margens da baía de São José de Ribamar.

Eis que em novembro de 1614, furtivamente, o comandante português Alexandre de Moura, à frente de uma grande frota de navios, desconsiderando os termos da trégua firmada, ataca fulminantemente a combalida frota dos franceses. Sem condições de reagir, o Senhor de La Ravardière deu-se como vencido e ficou à mercê do agressor.

No dia 3 de novembro de 1615 é oficialmente entregue o Forte de São Luís a Alexandre de Moura. No mesmo mês, provavelmente em uma fortaleza conhecida por Sardinha, na Ponta de São Francisco, o vencido Ravardière foi forçado a assinar um humilhante termo de rendição. Naquele momento entregou-se à vontade dos vencedores, viajou com o comandante inimigo para Pernambuco e mais tarde foi conduzido a Portugal, onde ficou encarcerado na Torre de Belém por cerca de três anos.

Jerônimo de Albuquerque Maranhão (sobrenome adotado após seu feito heróico), a partir daí e já empossado como capitão-mor, deu início às melhorias do núcleo habitacional. Manteve como ponto básico, entretanto, o mesmo local onde os franceses assentaram os fundamentos de suas construções. Reforçou e melhorou a fortaleza que, apesar da tentativa de mudar-lhe o nome para São Filipe, continuou conhecida como Forte de São Luís, tal como primeiramente batizada. E por São Luís também estendeu-se o nome até hoje à cidade ali fundada e à própria ilha. 

Foram apenas três anos que se passaram da chegada de La Ravardière à ilha até sua expulsão. Assim, as alegações de que nada deixaram de permanente para comprovar que tenham fundado a cidade não procede.

Como poderiam realizar obras de envergadura em tão pouco tempo? Somente no século passado, no Brasil, por iniciativa de um denodado presidente da república de nome Juscelino Kubitschek de Oliveira, em apenas cinco anos conseguiu a façanha de construir e transferir a capital do país para uma cidade planejada – Brasília. Algo totalmente impossível nas condições e época em que foi fundada a França Equinocial.

Bom seria que esse trabalho de formiguinhas que alguns historiadores desenvolvem para modificar algo consolidado e há muito aceito como a pura realidade fosse abandonado para sempre. De resto, o que resultaria de positivo para nossa capital o sucesso de seu propósito? Ao nosso pobre estado que, além de suas abandonadas relíquias arquitetônicas, pouco ou nada possui que cause orgulho à sua sofrida população, restaria a desmoralização, exposição à galhofa e mais um motivo para envergonhar-se.

Que se deixe nossa História em paz, do jeito que é conhecida e respeitada por toda nação, e comemoremos com festas e dignidade os quatrocentos anos de fundação da linda São Luís do Maranhão.

J.R Martins - Brasília/DF

Dia Mundial da Água será lembrado em São Luís com protesto

Ator Uimar Junior realizará performance denunciando poluição na Ilha de São Luís
O "Dia Mundial da Água" foi criado pela Organização das Nações Unidas – ONU no dia 22 de Março de 1992. A data dedicada ao líquido mais precioso do planeta discute sobre os diversos temas relacionadas à água, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 da Agenda 21. Apenas 0,008 % do total da água do nosso planeta é potável e grande parte das fontes dessa água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, como acontece em São Luís. Esta situação é preocupante, e a data marca um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.
 
Nesse contexto, vários países do mundo inteiro foram convidados a realizar atividades ligadas à preservação da água, ações efetivas que promovam a conscientização da população por meio de publicações, difusão de documentários e organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21.Todos os países são convocados para realizar atos relacionados a problemas de abastecimento de água potável, visando aumentar a consciência da população sobre a importância da conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável.
 
A intenção da ONU é promover a crescente consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e do setor privado, incentivando a todos para a participação e cooperação na organização nas celebrações do Dia Mundial da Água. “Primeiramente, o ser humano precisa preservar e cuidar do que restou deste planeta; por outro lado, é necessário regenerar todas aquelas partes que foram profundamente agredidas, de tal forma que penso que, inicialmente, uma grande atenção deva ser dada à questão da água potável que possivelmente será no futuro um dos bens mais escassos da natureza”, declara o frei Leonardo Boff.
 
Em São Luís, quase todos os rios se encontram poluídos, como é o caso do rio Calhau, transformado num esgoto a céu aberto. A construção de prédios nessa área fere a Resolução Conama n°303/2002, já que ali se localiza a presença de mangue, uma Área de Proteção Permanente (APP), que não pode ser aterrado para edificações. São Luís precisa de um ordenamento territorial, que proteja áreas de interesse ambiental, tal como determinada a legislação federal. Por sua vez, o Sítio Rangedor é uma área de preservação ambiental que se encontra impactada pelo próprio poder público (instalação da Assembleia Legislativa e projeto de implantação de hospital pela prefeitura, no local), o que atesta a omissão dos governantes em relação à questão ambiental.
 
Tal situação será denunciada através de uma ação performática do ator Uimar Junior, que promete ir às ruas encarnando a Mulher Babaçu, personagem por ele criado e que defende a causa ecológica. Uimar pretende, no dia 22 de março, realizar protesto em frente à Assembleia Legislativa do Estado e na cabeceira da Ponte de São Francisco, visando chamar a atenção da população para a degradação de áreas que deveriam ser preservadas, como o Sítio Rangedor e o rio Calhau, dentre outros locais que sofrem impacto ambiental na Ilha de São Luís.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Risco de ‘genocídio’ no Brasil, apesar da luta da ONU contra o racismo

Exploração madeireira ilegal poderia destruir os Awá, que são a tribo mais ameaçada do mundo. © Survival

A sobrevivência dos Awá depende de sua floresta.© Survival
Os apelos para acabar com uma ‘verdadeira situação de genocídio’ na Amazônia brasileira são cada vez maiores, conforme a ONU marca o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.

Especialistas alertam que os índios Awá no Brasil estão diante da sua extinção, a menos que haja mais esforços para proteger seus direitos à terra, que estão sendo violados por madeireiros ilegais e pecuaristas.


A ONU quer que a ‘dignidade e direitos’ dos seres humanos sejam respeitados a nível mundial. No entanto, muitas comunidades indígenas continuam a sofrer com o ódio étnico.


Os Awá são uma pequena tribo de cerca de 355 pessoas, que sobreviveram a massacres brutais. Eles vivem no leste da Amazônia, e são uma das últimas tribos caçadores-coletores nômades no mundo. Alguns membros da tribo permanecem isolados.


Os Awá dependem da floresta para tudo, mas ela está desaparecendo rapidamente conforme a exploração madeireira intensiva destrói a terra dos índios.


Bruno Fragoso, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), adverte: ‘Os Awá-Guajá, no processo de aceleração de invasão em que se encontram, se não houver ação rápida e emergencial, o futuro desse povo é a extinção.’


Um juiz brasileiro, que visitou o território dos Awá para investigar a situação também alerta: ‘Trata-se de um verdadeiro genocídio.’


Da mesma forma, uma pesquisa realizada pela antropóloga e especialista sobre os Awá, Dra. Eliane Cantarino O'Dwyer concluiu: ‘Os Awá estão enfrentando uma situação real de genocídio.'


A floresta dos Awá está enfrentando uma das maiores taxas de desmatamento de todas as áreas indígenas na Amazônia. Imagens de satélite mostram que mais de 30% da floresta, em um dos quatro territórios habitados pelos Awá,  já foi destruída.


Os especialistas estão especialmente preocupados com o impacto que essas invasões de terra têm sobre os Awá isolados, que são particularmente vulneráveis ​​à doença.


O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse hoje, ‘A tribo Awá é a mais ameaçada do mundo. Se os seus direitos não são protegidos, eles só existirão nas páginas de livros de história. O apelo da ONU para acabar com a discriminação racial é um passo para mudar atitudes, e ajudar a manter a floresta dos Awá intacta.’


Survival International

O abandono da Praça de Santo Antônio ou a espera de um milagre

Fachada da igreja de Santo Antônio apresenta degradação
Todos os domingos, às 11 horas da manhã, religiosamente, o prefeito de São Luís, João Castelo, assiste à missa na igreja de Santo Antônio, Centro Histórico de São Luís. Cumpridor de suas tarefas espirituais, Castelo talvez não tenha tempo ou disposição para ver o que muita gente enxerga, o abandono da praça na qual a igreja que ele frequenta se encontra instalada. As ruas que a emolduram estão esburacadas, a iluminação é precária, falta segurança (o espaço, durante o dia, abriga jovens que se embriagam e, à noite, fica entregue a desocupados), e a sujeira se espalha a olhos vistos. Trata-se de mais um cartão postal às avessas na cidade patrimônio cultural da humanidade.

Será que São Luís ainda merece esse título? A indignação toma conta de ludovicences que amam a cidade, e se relacionam com ela de forma passional, alimentados por lembranças de tempos menos insensíveis. Na praça de Santo Antônio foi erguido, em fevereiro de 1625, por padres franciscanos, o Convento de Santo Antônio (que hospedou o papa João Paulo II, quando da sua visita a São Luís), o qual possuía uma capela anexa, denominada de Senhor Bom Jesus dos Navegantes. Ali o padre Antônio Vieira proferiu o famoso "Sermão de Santo Antônio aos Peixes", no qual desferiu, através de ácidas metáforas, uma incisiva crítica à sociedade abastada da São Luís de então. Vieira se utilizou dos nomes de vários peixes para se referir a alguns figurões que assistiram ao seu sermão. Ele se referiu aos peixes voadores (representando a ambição, presunção), aos peixes roncadores (referindo-se à soberba, ao orgulho), aos peixes pegadores (os parasitas, que vivem na dependência dos grandes, e morrem com eles), dentre outros.

Ruas esburacadas integram o cenário da praça de Santo Antônio
O local é detentor de grande importância histórica. Nos jardins do convento aconteceram as reuniões que antecederam a Revolta de Beckman, em 1684. Um episódio surrealista da nossa história também aconteceu ali. Trata-se do famoso ‘Processo Contra as Formigas’, no qual os frades teriam denunciado as formigas que danificavam os alicerces da construção do lugar e que roubavam alimentos da despensa do convento. Em 1838 foi criado o Seminário Episcopal de Santo Antônio, conferindo nova prosperidade ao convento, que culminou com a construção da igreja de Santo Antônio, inaugurada com grande pompa em 20 de janeiro de 1867. A igreja, atualmente, carece de reformas, a fachada está com o reboco em frangalhos, a pintura está gasta, e até o mato já toma conta da cruz que a encima. Lamentável.

Na praça, também se encontra instalada a tradicional Escola Modelo Benedito Leite, Unidade Escolar da Rede de Ensino Público Estadual que, de modelo, já não tem nada. Está, como se costuma dizer no Maranhão, em petição de miséria. Aqui se verifica a grande omissão do estado para com a educação e para com o patrimônio histórico de São Luís. Defronte à escola se localiza a Casa do Estudante da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. O prédio está caindo aos pedaços, faltam algumas janelas na fachada do imóvel que, sem infra-estrutura alguma, já deveria ter sido fechado pela Defesa Civil. Degradante. O prédio serviu de residência a um ilustre maranhense, Antônio Lobo, um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras.
 
Antônio Lobo nasceu em São Luís a 4 de julho de 1870. Atuou no meio intelectual da capital do estado como professor, jornalista e escritor (ensaísta, poeta, romancista e tradutor). Exerceu os cargos de Oficial de Gabinete do Governo do Estado, da Biblioteca Pública Benedito Leite, do Liceu Maranhense e da Instrução Pública. Juntamente com Fran Paxeco, Ribeiro do Amaral, Barbosa de Godois, Corrêa de Araújo e outros intelectuais, fundou no dia 10 de agosto de 1908 a Academia Maranhense de Letras. Reuniu em torno de seu nome os mais importantes escritores da época. Na praça, sobrevive o busto de Antônio Lobo, e a sua figura imponente, com uma austera expressão, do alto do pedestal no qual repousa, parece cobrar das autoridades uma atitude digna para com o logradouro público em frente ao qual morou.

Casa em que morou Antônio Lobo se encontra em estado deplorável
Talvez, se o padre Antônio Vieira vivo fosse, talvez acrescentasse ao seu incisivo sermão alguns novos espécimes de peixes. Na pregação de Vieira não faltariam os peixes cegos, surdos, mudos, e ainda os peixes indiferentes, incompetentes, os peixes escorregadios, gelatinosos e, talvez, os mais daninhos de todos, os peixes omissos. Essa omissão para com a cidade é criminosa, absurdamente criminosa. Qual a razão para tudo isso?

Talvez o padre Vieira ainda nos dê uma resposta: “Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar...”. Se o sal é insípido ou se os peixes são cegos ou omissos, isso não faz muita diferença para o patrimônio histórico de São Luís. O certo é que a praça de Santo Antônio continua esperando o milagre de uma restauração, com peixe ou sem peixe, salgado ou não...

Autor: Paulo Melo Sousa

terça-feira, 20 de março de 2012

VERGONHA! Conclusão de reforma no aeroporto de SLZ só em maio

Já foi “jogado” para o dia 27 de maio o prazo de conclusão das obras de reforma do aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís. Este já é o terceiro adiamento da data de inauguração, pelo menos, do terminal de desembarque.

Em comunicado anterior, enviado até mesmo ao ministro do Turismo, Gastão Vieira, a Infraero informava que a obra terminaria dia 31 de março, data na qual o saguão principal do aeroporto – interditado desde o dia 19 de março do ano passado – seria liberado para o desembarque.

Além do atraso, o valor total da obra já passou de R$ 10 para R$ 12 milhões. Uma vergonha!

____________________Leia mais

Aeroporto de SLZ deve ser privatizado

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O prazo de conclusão da obra já foi adiado por problemas técnicos outras três vezes. A última alteração ocorreu em dezembro do ano passado, quando a Infraero estendeu a finalização da reforma até o dia 31 deste mês. Antes, a entrega estava prevista para 31 de janeiro deste ano.

Segundo a Infraero, o novo adiamento ocorreu porque a empreiteira E.P. Engenharia Comércio e Representaçãoes Ltda., responsável pela recuperação do terminal, subestimou o número de empregados para trabalhar na obra. Inicialmente, a empresa havia destinado 120 homens para o serviço.

De acordo com a Infraero, o adiamento, desta feita, teria ocorrido por conta de uma falha administrativa da E.P. Engenharia, que não avaliou corretamente o número de empregados necessários para concluir os serviços dentro do prazo.

VII Semana do Teatro no Maranhão

O evento será aberto às 20h, do dia 26 de março.

44 espetáculos foram selecionados (25 locais e 19 nacionais) para se apresentarem no palco do Teatro Arthur Azevedo – TAA e em outros espaços, durante a realização da VII Semana do Teatro no Maranhão. O evento, que é articulado pelo Teatro Arthur Azevedo e uma Comissão Artística, será realizado em São Luís no período de 26 de março a 1º de abril, e de 13 a 22 de abril em outros municípios do estado. A ação lembra o Dia Internacional do Teatro e o Dia Nacional do Circo e do Artista Circense, que acontece no dia 27 de Março, e terá a participação de grupos e companhias de teatro maranhenses e de outros estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Paraíba, Rio Grande do Sul e do Pará). As apresentações nos teatros e praças públicas serão gratuitas, e acontecerão pela manhã, tarde e noite.

A semana será aberta no próximo dia 26, às 20h, com o espetáculo “A poltrona escura”, com o ator e diretor teatral Cacá Carvalho (SP). Na programação, está incluída a realização de 12 oficinas ministradas por professores de vários estados, lançamento de livro, cortejo artístico pelas ruas do centro de São Luís, mesa redonda e homenagem a personalidades do Teatro Maranhense. Além do Arthur Azevedo, os espetáculos acontecerão também nos palcos do Alcione Nazaré e João do Vale, Centro de Artes Cênicas do Maranhão (CACEM), Galeria Russa ECIMUSEUM, praças Nauro Machado e João Lisboa, além do Circo Cultural Nelson Brito.

Dentre as oficinas que serão oferecidas no Arthur Azevedo para atores, estudantes de teatro e para a comunidade destacam-se Música Movimento e Cena, ministrada por Lenine Vasconcellos /UFRJ; Percussão Corporal, com Daniel Matallana (Colômbia); Elaboração de Projetos Culturais, coordenada por Cassiano Gomes (RJ); Corpo Poético do Ator, pelo Coletivo Trupe Arlequin/ GECA (PB) e O Ator Contemporâneo com Guido Campos / GO. A programação inclui ainda lançamento dos livros Bastidores/Crônicas, do jornalista, ator e crítico teatral maranhense Ubiratan Teixeira, na noite de 26 de março, durante a abertura da VII Semana do Teatro que, no dia 1º de abril, quando do seu encerramento, homenageará o ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro Aldo Leite e a dona Benedita Silva (dona Bibi), camareira e ex-funcionária do TAA.

PARTE DA PROGRAMAÇÃO DA VII SEMANA DO TEATRO
ESPETÁCULOS DE PALCO
A POLTRONA ESCURA - Cacá Carvalho (SP)
Teatro Arthur Azevedo 26/03 20h
Kabupe - Silvana Cartágenes (MA)
Teatro João do Vale 27/03 10h
Os Saltimbancos - Cia 4 na Trilha (SP)
Teatro Arthur Azevedo 27/03 16h
Chica Baladeira, a Eterna - Os Tagarelas da Matriz (MA)
Teatro João do Vale 27/03 19h
Navalha na Carne - Grupo Imagens de Teatro (CE)
Teatro Alcione Nazaré 27/03 21h
Joaquim e As Estrelas - Cia Teatro de Nós (RJ)
Teatro Arthur Azevedo 28/03 10h
Laterssa Dei Pagliacci
Teatro Alcione Nazaré 28/03 10h
Boi - Guido Campos (GO)
Teatro Alcione Nazaré 28/03 18h
Um Estranho Que me Quer – OUTRO PLANETA (MA)
Teatro João do Vale 28/03 19h
O Processo das Formigas - Casemiro Coco -(MA)
Teatro Arthur Azevedo 28/03 20h
Curta a Temporada - Circo Vox (SP)
Teatro Arthur Azevedo 29/03 20h
Gran Circo Gonçalez - Grupo Zibaldoni (SP)
Teatro Alcione Nazaré 30/03 10h
Livres e Iguais - Teatro Sim Por Que Não (SC)
Teatro João do Vale 30/03 16h e 19h
As Revoluções da Borboleta Sissi - (MA)
Galeria Russa ECIMUSEUM 30/03 16h
Nada, Nenhum e Ninguém - TRUPE Arlequim/ GECA (PB)
Teatro Alcione Nazaré 30/03 18h
História de Todos os Dias - Miramundo (MA)
Teatro Arthur Azevedo 30/03 20h
Vater - DRAO (MA)
Teatro João do Vale 31/03 19h
O Jogo do Poder - Ivan Lima (GO)
Teatro Arthur Azevedo 31/03 20h
Pois é, Vizinha - Cia Solos e Bem Acompanhados (RS)
Teatro João do Vale 01/03 20h
Morta Entre Lírios (MA)
Centro de Artes Cênicas do Maranhão 30/03 19h
Cemitério de Espumas - Grupo Abluir (MA)
Espaço ODEON 31/03 19h
Eles e Nós - Tapete Criações Cênicas (MA)
(circulação)
Contação de Histórias - Xama Teatro (MA)
(circulação)
A Lua de Sofia - La Oficina (MA)
(circulação)
O Miolo da História - Santa Ignorância (MA)
(circulação)Quadros Bonéquicos - (MA)
Galeria Russa ECIMUSEUM 27 e 28 16h
Brincar Sem parar de Transformar - (MA)
Galeria Russa ECIMUSEUM 29/03 16h
ESPETÁCULOS DE RUA:
Lá Fábula - CIA Madalenas (PA)
Praça Nauro Machado 27/03 17h
Cidade em Fotodrama - Teatro de Maquinaria (RJ)
Praça Nauro Machado 28/03 16h
Valentim - Trupe do Descoco (RJ)
Praça Nauro Machado 29/03 17h
Arruaça - Circo Vox (SP)
Praça Nauro Machado 30/03 17h
O Dilema do Paciente - Grupo Manjericão (RS)
Praça Nauro Machado 31/03 17h
Caminhos - Cia Inviezada (RJ)
Praça João Lisboa 31/03 11h
A Verdadeira História de Romeu e Julieta - Sinos de Teatro (MA)
Praça Nauro Machado 01/03 17h
Vide Verso Meu Endereço - Áurea Teixeira (SP)
PERFORMANCES SELECIONADAS
Frente do Teatro Arthur Azevedo 27/03 17h
VERONIQUE - (Quarto Cênico) MA
Fosso da Orquestra do Teatro Arthur Azevedo 28/03 19h
Lamas e Paraísos - (CACEM) MA
Centro de Artes Cênicas do Maranhão 28/03 18h

segunda-feira, 19 de março de 2012

Transparência e confiança nas relação entre agentes e operadoras

Por: Michael Barkoczy

O profissional de turismo que atua como agente de viagem necessita de várias qualidades como simpatia, estar atualizado com novidades ligadas a destinos e tecnologia, além de ser bom ouvinte para compreender os anseios de seus clientes e transformar ideias e sonhos em uma viagem inesquecível. Essa busca frenética em oferecer o melhor serviço, com base em uma relação positiva de custo-benefício ao passageiro, está diretamente ligada ao trabalho desenvolvido pelas operadoras.

Em um mercado tão competitivo como o de turismo, é essencial que as agências trabalhem com muitas operadoras. Elas oferecem, cada vez mais, uma gama maior de destinos e possibilidades de vendas ao agente como viagens de aventura, formatura, românticas, circuito de compras, entre outras.

O agente precisa ter confiança nas operadoras, afinal o cliente é o seu maior patrimônio e ele terá de confiá-lo às melhores empresas. Dessa forma, o tripé formado pelo agente, operadora e passageiro precisa estar muito bem lubrificado, pois as tarefas a serem executadas para atender o viajante são complexas, como:

• Negociar preços e condições com hoteis;
• Organizar traslados;
• Emitir bilhetes aéreos;
• Verificar a logística da locação de carros;
• Agendar visitas a parques temáticos;
• Informar os clientes sobre a rota dos voos, escalas, horários e tarifas;
• Montar roteiros personalizados;
• Fazer a entrega de passagens, vouchers, seguros e tirar dúvidas.

Porém, o agente deve identificar quais são as operadoras que irão melhor auxiliá-lo no desenvolvimento do seu trabalho. Simples detalhes o ajudarão a analisar:

• Certificar-se das vantagens ao oferecer o serviço desta empresa (descontos, promoções, serviços diferenciados etc.);
• Atentar que o sistema de comissão é importante, mas não é o essencial no momento de verificar os melhores parceiros. O foco deve ser o cliente;
• Verificar como funciona o sistema de produtos disponibilizados para venda pelo agente; e
• Treinamento – analisar se a operadora oferece condições para o desenvolvimento do seu trabalho, com treinamento sobre os produtos, sistema tecnológico e suporte em tempo integral.

A relação entre operadora e agente é de “mão dupla”, apesar de certas vezes não ser fácil, ela é fundamental. Afinal, o agente necessita da operadora e esta somente tem sucesso em seus negócios por conta do trabalho desenvolvido pelo agente. Contudo, é preciso estar atento ao movimento de mercado das operadoras, pois aquelas que possuem uma rede própria de lojas e condicionam seus franqueados a venderem somente seus produtos podem um dia se tornar concorrentes na praça de atuação do agente e levar seu patrimônio - o cliente - embora.

Para driblar esse contratempo, o agente tem em mãos o poder de escolha, em que deve conhecer bem a filosofia e postura de mercado das operadoras parceiras. Entender e acompanhar com profundidade o comportamento delas no setor é um diferencial importante para que o agente não seja surpreendido, pois, no futuro, o parceiro poderá estar do outro lado do balcão e acirrar a concorrência no segmento.

A diversidade na escolha das operadoras trará sempre ao agente a oportunidade de oferecer ao viajante uma ampla gama de pacotes e opções variadas de serviços para que ele possa fazer a melhor escolha. O profissional deve enxergar a operadora como uma grande aliada e vice-versa. Afinal, a evolução dos negócios para as duas partes virá somente por meio de uma relação transparente e de confiança.


Michael Barkoczy é presidente da Flytour Viagens.

sábado, 17 de março de 2012

Rodovia na Amazônia ameaça trazer desastre para índios

A rodovia proposta ameaça parte dos últimos povos
indígenas isolados do mundo, no Brasil e Peru
A maior área protegida do Peru está à beira de ser invadida por uma rodovia, que ameaça destruir as vidas de milhares de indígenas. O projeto proposto iria cortar duas reservas indígenas e um Parque Nacional, expondo milhares de índios para os riscos do tráfico de drogas, extração ilegal de madeira e contatos indesejados.

Ademais, ele colocaria em perigo imediato algumas das últimas tribos isoladas no mundo, que vivem na área protegida pelo governo no Peru, e no outro lado da fronteira, no estado brasileiro do Acre.

Os políticos estão debatendo a questão da rodovia, cujos apoiadores dizem que abrirá para o ‘desenvolvimento’ econômico áreas da Amazônia que ainda são isoladas.

Ele quer que seu povoado, que faz fronteira com o oeste do Brasil, tenha melhores ligações de transporte para a vila de Iñapari, que fica mais ao sul.

No entanto, organizações indígenas da região são contra o projeto, e cada vez mais exigem que o Congresso do Peru investigue os motivos do sacerdote.

Das 3.200 pessoas dentro da área protegida, 80 por cento são indígenas. AIDESEP, a organização nacional do Peru para os povos indígenas, diz, ‘A estrada, longe de resolver o suposto isolamento da província, só trará a degradação e destruição.’

Da mesma forma, Flora Rodriguez da organização indígena local FECONAPU diz: ‘A estrada não é desenvolvimento. Ela está criando divisão. A estrada não tem nenhuma utilidade para nós; traria a morte, porque a floresta é vida.’

O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse hoje, ‘Este projeto não só põe em perigo as vidas de milhares de indígenas, mas faz uma paródia das leis do Peru. Se for adiante, sem consultar os povos indígenas, uma das partes mais importantes da Amazônia para os índios isolados será devastada.’

Fonte: www.survivalinternational.org/news/8178.

sexta-feira, 16 de março de 2012

A importância estratégica dos grandes eventos

Não há dúvida de que os grandes eventos, como Rock in Rio, Fórmula 1, SWU e Carnaval são importantes para aquecer o turismo e a economia das cidades onde acontecem. O impacto econômico é, justamente, o argumento mais utilizado da defesa dos eventos, justificar o investimento público ou amenizar os eventuais transtornos que vêm como efeitos colaterais (excesso de lixo, trânsito etc).

Não há como excluir do planejamento dos destinos estes grandes fatos geradores de demanda. Do Festival de Parintins, no Baixo Amazonas, à Festa do Peão Boiadeiro de Barretos, passando pelo Festival de Teatro de Curitiba ou o Festival de Inverno de Campos do Jordão, festas, festivais ou grandes eventos de modo geral, quando bem executados, trazem um aspecto pouco calculado, mas cada vez mais considerado: a promoção daquele destino, seja por meio da mídia, da cobertura da imprensa ou transmissão do evento.

Em São Paulo, por exemplo, teremos no final de abril (dia 29) a etapa da Indy 300, um dos mais festejados eventos para os amantes do automobilismo, com transmissão para quase 200 países. Com a dobradinha com a Fórmula 1, que acontece no segundo semestre, será responsável por um grande volume de negócios, nos mais diversos segmentos, com destaque para o turismo, hotelaria à frente. Em 2012 ainda teremos o Salão Internacional do Automóvel, o que potencializará o tema no segundo semestre.

Ao longo dos últimos anos, a São Paulo Turismo passou a acompanhar de perto a realização dos eventos. Mais que isso até: junto com o SPCVB faz um trabalho de captação e congressos e convenções, principalmente e, como empresa de eventos do município, atua na linha de frente da realização de muitos deles, com destaque para o Carnaval, a Fórmula 1, as viradas Cultural e Esportiva e o Réveillon na Av. Paulista.

Círculo virtuoso, os eventos incentivam o fluxo turístico, o que gera recursos e permite investir em melhorias na infraestrutura, ajudando na captação e realização de mais eventos. Na capital paulista não há como fazer um planejamento sem considerar a importância estratégica dos eventos. Mais que isso até, temos trabalhado de olho no calendário, alinhando e preservando os objetivos públicos e privados e caracterizando cada vez mais os grandes eventos como filão fundamental para o nosso turismo.
 
Por Luciane Leite, diretora de Turismo e Entretenimento da São Paulo Turismo.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Será que São Luís merece isso?

Pelo que parece os 400 anos de São Luís será comemorado nessas condições.
Esse é o suplício que motoristas e transeutes vivem todos os dias na Avenida em frente ao Litero
Sujeira, esgoto estourado e água da chuva se mistura ao lixo e o resultado é visto a olhos nús
Haja paciência...até quando isso vai acontecer?
Esta poderia ser uma via alternativa. Rua na lateral do Litero. Mas, vejam as condições...até tem placas com dizeres que a Prefeitura está trabalhando. Mas, como eu disse só tem a placa...trabalho que é bom, nada. Acredito que essa via não tem 500 metros. Sua melhoria ajudaria em muito a desafogar a Edson Brandão. Passo por aqui ha muito tempo e a cada dia essa via só piora. Vamos vê até onde isso vai.

Rambô no Chico Discos

O ator Wagner Heineck está comemorando 10 anos da experiência teatral "Rambô", com uma temporada no espaço Chico Discos, no Centro Histórico de São Luís, ao longo deste mês de março. “Rambô” é uma experiência teatral inspirada na obra e na vida do poeta francês Arthur Rimbaud (1854 – 1891) e no vocalista da banda The Doors, Jim Morrison. O solo performático encarado pelo ator Wagner Heineck, que estreou em 2002, voltou a entrar em cartaz no dia 07 de março (quarta-feira) e segue por mais duas quartas-feiras, dias 14 e 21/03, sempre às 20h.

Arthur Rimbaud (Charleville, 20 de outubro de 1854 - Marselha, 10 de novembro de 1891) foi um importante poeta francês, autor de “Uma estação no Inferno”, dentre outras obras. Produziu seus livros mais incisivos quando ainda era adolescente, sendo descrito por Victor Hugo, à época, como "um jovem Shakespeare". Aos 20 anos já havia desistido de escrever. Como parte do movimento decadente, Rimbaud influenciou a literatura, a música e a arte modernas. Era conhecido por sua fama de libertino e por uma alma inquieta, viajando de forma intensiva por três continentes, dentre eles a África, antes de morrer de câncer aos 37 anos de idade.

Jim Morrison (Melbourne, 8 de dezembro de 1943 — Paris, 3 de julho de1971) foi um cantor, compositor e poeta norte-americano, vocalista da banda de rock The Doors. Foi o autor da maior parte das letras da banda. O nome da banda – The Doors - foi inspirado no livro The Doors of Perception de Aldous Huxley, que o tinha ido buscar a um verso de um poema de William Blake, que dizia: If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is, infinite (Se as portas da percepção estiverem limpas / Todas as coisas se apresentarão ao homem como são, infinitas). Morrison desenvolveu um estilo de cantar único e um estilo de poesia a tocar fortemente no misticismo.
 
O público poderá chegar para assistir ao espetáculo a partir das 19h, onde estará funcionando o barzinho com som de primeira, e também oferecido um cardápio de sanduíches e saladas com títulos de obras da literatura universal. No espaço também funciona um Brechó, o "Matriosca", com usados e customizados. O trabalho é uma produção independente de Wagner Heineck.
 
A iniciativa amplia a ação cultural no Chico Discos, iniciada pelo poeta e jornalista Paulo Melo Sousa, que idealizou e realiza no local, desde novembro de 2010, o Projeto Papoético. O Chico Discos se localiza na rua de São João, 389 – A, Centro Histórico de São Luís. Ali, funciona um sebo, no qual se comercializa livros antigos e usados, CD’s e discos de vinil. No espaço, foi adaptado um barzinho, que atende uma clientela fiel que aprecia música de qualidade.
 
O Papoético acontece normalmente uma vez por semana. Recitais de poesia, lançamentos de livros, canjas musicais, exibição de filmes, discussões filosóficas e exposição de ideias são algumas das muitas atividades que fazem desse projeto algo singular. Nos encontros semanais, o público pode entrar em contato com o que é produzido na arte maranhense e brasileira e ainda poderá encontrar algumas pessoas que têm participação ativa na construção da cultura contemporânea.
 
Serviço:
Experiência Teatral: “Rambô” – Este é o fim de tudo que pára em pé!
Direção, produção e atuação: Wagner Heineck
Dias: 14 e 21 de março (quartas-feiras) às 20h
Local: Chico Discos – Rua de São João, 389-A (Esquina com a Rua dos Afogados, onde tem um semáforo. Altos do Banco Bom Sucesso), Centro – São Luís-MA.
Duração: 25 minutos
Valor do Ingresso: R$ 5,00

terça-feira, 13 de março de 2012

Triste fim dos babaçuais

Roda Viva - Benedito Buzar

No final do ano passado, a população maranhense tomou conhecimento de um escândalo político, que gerou muita confusão no âmbito da Assembleia Legislativa.

Tudo começou quando a mídia denunciou deputados de receberam R$ 1,5 milhão de empresas da construção civil para aprovação de uma lei para permitir a derrubada de palmeiras de babaçu em áreas urbanas do Maranhão.

A denúncia imediatamente colocou uma espada de Dâmocles na cabeça dos parlamentares, principalmente na do deputado Stênio Resende, autor da proposta. Dias depois, os licurgos ficaram livres da espada por conta da Corregedoria da Assembleia, que, com indisfarçável esperteza e corporativismo, isentou os deputados de terem recebido o dinheiro para aprovar a chamada Lei Antibabaçu, uma afronta ao próprio Poder Legislativo que aprovara a Lei nº 338, no dia 22 de dezembro de 1952, proibindo a derrubada de palmeira de babaçu, que desde 1854 o presidente da Província do Maranhão, Eduardo Olimpio Machado, em mensagem à Assembleia Provincial, por isso clamava.

Valho-me desse triste e deplorável episódio para cotejá-lo com as ações de autoridades públicas do Maranhão, que, num passado não tão remoto, em vez de depreciarem ou minimizarem, por ignorância ou má-fé, a influência do babaçu, lutaram incansavelmente para transformá-lo num fator importante para melhorar as condições vitais da população rural e incrementar o desenvolvimento industrial do Estado.

Quem se der ao trabalho de pesquisar o babaçu, com certeza, vai encontrar, sobretudo na primeira metade do século passado, documentos, estudos, relatórios e trabalhos abundantes acerca desse produto nativo e das numerosas tentativas e tratativas, destinadas ao seu aproveitamento econômico integral, empreendidas por órgãos públicos e privados, especialmente a Associação Comercial e a Federação das Indústrias.

Nesse particular, não há como negar ou ofuscar, independentemente de qualquer juízo político sobre o interventor Paulo Ramos, desde que assumiu o comando do Executivo estadual, em 1936, até renunciar ao cargo, em 1945. Com destemida determinação, não mediu esforços e nem poupou saliva, no sentido de convencer as autoridades federais e a iniciativa privada, especialmente a mais capitalizada, para darem ao babaçu um tratamento especial, no entendimento de que o seu aproveitamento industrial, além de ser um investimento rentável, geraria progresso e renda ao país.

Ao lado desse discurso ufanista, o governante também deu provas evidentes das providências realizadas no Estado, com o propósito de atrair os investidores, destacando-se um decreto-lei concedendo vantagens às “usinas que se instalarem no Maranhão, com o aparelhamento necessário à industrialização do fruto da palmeira de babaçu, aproveitando tanto a amêndoa como a casca do coco”, dando-lhes ainda “pelo período de 10 anos, a começar da data em que iniciarem seus trabalhos isenção do imposto de indústrias e profissões e limitação em 2 %, no máximo, do imposto sobre a exportação dos produtos que fabricarem”.

Numa prova eloqüente de que as palavras do interventor não foram levadas pelo vento, logo surgiram manifestações empresariais interessadas no projeto industrial do babaçu. Um grupo de São Paulo, formado pelas firmas Bernardes & Cia, Almeida Prado & Cia e a Sociedade Paulista de Exportação, veio a São Luís e viu as condições de viabilidade econômica do projeto e as vantagens oferecidas pelo governo do Estado.

O conglomerado empresarial, com o nome de Indústrias Babaçu Ltda, escolheu o povoado de Kelru, no município de Itapecuru, para instalação da fábrica experimental destinada à industrialização do coco de babaçu, no prazo de 24 meses.

A concretização do empreendimento deu-se com a assinatura do contrato em que o Governo do Maranhão permitia às Indústrias de Babaçu Ltda, “a utilização, a título gratuito, dos frutos dos babaçuais que se encontrarem num perímetro de terras devolutas do Estado”, e assumia o compromisso de construir o aterro de Perizes e a ligação rodoviária entre Estiva e Itapecuru, através da qual se daria o escoamento da produção.

No dia 7 de agosto de 1944, Paulo Ramos inaugurava em Kelru as instalações da usina, ainda que em caráter experimental, com capacidade de extrair o óleo da amêndoa e de aproveitar todos os subprodutos do babaçu.

Depois de dois anos de atividade, no alvorecer de 1946, a fábrica começou a sinalizar problemas de toda ordem, alguns dos quais complicados e difíceis de solução, porque resultantes de erros de avaliação técnica, a começar pelo local escolhido para a montagem da usina.

Resultado: em setembro de 1946, de São Paulo, a empresa comunicava a desativação da fábrica e a demissão em massa dos empregados.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Grandes eventos: o Brasil está preparado para recebê-los?

* Por José Worcman

Há menos de três anos para o início da tão esperada Copa do Mundo, e somando ainda as expectativas para Olimpíadas, Copa América e Copa das Confederações, essa que acontece um ano antes do torneio mundial, a grande pergunta que sempre fica no ar é: O Brasil está preparado para receber os grandes eventos?

E, a resposta é categórica: Ainda não. Temos um longo caminho a percorrer para satisfazermos os exigentes turistas que por aqui desembarcarão. Porém a notícia não é tão ruim assim, já que o brasileiro, por natureza, é um povo hospitaleiro. O que por si só já é uma vantagem para o desenvolvimento da melhora na prestação de serviço.

Grande parte dos brasileiros que serão responsáveis pela experiência dos turistas estrangeiros é profissional da área de hospitalidade. Até pouco tempo, o mercado de hospitalidade no Brasil era restrito a profissionais que se formavam nas poucas faculdades de hotelaria existentes e aos que faziam escola em cadeias hoteleiras internacionais presentes no País. Esta realidade mudou drasticamente nos últimos anos. As faculdades de hotelaria se multiplicaram e aprimoraram a grade educacional, novos cursos técnicos profissionalizantes nasceram e o setor nacional se fortaleceu.

Para complementar a boa formação destes profissionais brasileiros e assegurar uma boa prestação de serviço, as empresas estão cada vez mais investindo em capacitação, treinamento e monitoramento. E, uma das ferramentas utilizadas para este monitoramento que vem se destacando cada vez mais é o cliente oculto. Através do qual os profissionais são colocados à prova a qualquer momento, sendo eventuais falhas aprimoradas e boas práticas premiadas.

Com a chegada dos grandes eventos nos próximos anos, o Brasil receberá turistas exigentes e acostumados a receberem serviços e atendimento de alto nível. Com isso, testará não apenas a tão falada infraestrutura, mas também a capacidade de prestar um serviço profissional e de qualidade.

Com o devido investimento em qualidade de serviço e o crescimento desse mercado, o Brasil pode sim estar preparado para os grandes eventos que virão nos próximos anos e tornar-se, finalmente, um pólo turístico mundial de alto nível.


* José Worcman é sócio-diretor da OnYou, uma das principais empresas do país especializada em qualidade de serviços a partir de avaliações de clientes ocultos.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Air Supply: Marafolia, quem diria, traz um show de qualidade a SL…


Expert em produções caça-níqueis de baixo custo, o grupo Marafolia acertou desta vez, ao trazer para São Luís a dupla australiana Air Suply, um dos ícones do pop internacional.

Ao contrário das produções de baixo custo e baixa qualidade, como os pseudo-forro o sertanojo universitário e o pagode barato, produções como esta atraem exatamente o público na faixa entre 30 e 40 anos, boa parte já consolidada financeiramente e pronta para consumir produtos de qualidade.

O show do Air Suply está previsto para o estacionamento do Rio Anil Shopping, no dia 24 de março.

Formada pelo britânico Graham Russell e pelo australiano Russel Hitchcock, o Air Suply especializou em baladas pop que embalaram os jovens dos anos 80 e 90.

Sucessos como Making love Out of Nothing at all, Without you, All Out Of Love e Lonely is The Night são clássicos a várias gerações.

Antes de São Luís, o Air Supply faz show em São Paulo, no próximo dia 14, com lotação já esgotada no HSBC Hall.

Sem dúvida uma sacada de mestre dos produtores do Marafolia para São Luís, que já perdeu ícones como Cyndi Lauper e A-HA, que estiveram no brasil em 2011, mas não vieram para cá.

A propósito, o vocalista do A-Ha, Morten Harket, estará novamente no Brasil em setembro, para apresentações solo em São Paulo, Belo Horizonte e Recife.

Exatamente na época do aniversário de 400 anos de São Luís.

Seria imperdível…

Memória pra quê?

Sanatiel Pereira

Realmente algumas coisas em São Luís não tomam rumo. Passei meses vendo diariamente, em minha viagem matinal para a universidade, o monumento da Pedra da Memória, abandonado e quase destruído pelos vândalos, ser preterido de um trabalho decente que lhe trouxesse dignidade e estampasse na sua beleza a grande mensagem para o qual foi construído. Dom Pedro, provavelmente agora na sua velhice lá no Céu, não desceria do seu carrossel divino para inaugurar tão assombroso monumento, como hoje se encontra em solo descaracterizado. Acho que não houve inauguração dos serviços de recuperação daquele marco, e se houve, não tive conhecimento. Um dia, quando passava, percebi que tinham retirado o tapume de zinco e pintado o chão ao redor. Sinceramente, confesso que nunca vi ninguém trabalhando naquele local.

Como cidadão do mundo, eu tive a oportunidade de ver monumentos em várias cidades da Europa e das Américas, que louvam a trajetória humana nos diferentes povos e culturas. Cada um enaltece os seus feitos através de monumentos que reproduzem momentos da historia do próprio povo, ou são construídos para enaltecer algum filho ou homem notável que foi responsável por uma mudança significativa no caminhar daquela nação.

Encontramos na maior parte da América Latina monumentos erigidos a San Martin pela sua ação como agente libertador de muitas pátrias do domínio dos colonizadores. Em Curitiba encontrei uma pequena praça arborizada de pau d'arco com um busto de San Martin. É um espaço, que embora pequeno, é digno. Em todos os monumentos percebemos pela grandeza e expressividade, que os governantes não pouparam recursos para fazer um símbolo digno do homem que ele foi. Em Paris existe um local destinado a heróis sul-americanos onde novamente encontramos lado a lado San Martin e Garibaldi. Um monumento riquíssimo e exuberante. Este é um paço nobre onde percebemos o respeito e a consideração que os franceses têm por estes homens que fazem parte essencial da história da humanidade. Cabe aqui lembrar, que San Martin morreu na França, e somente depois os seus restos mortais foram transladado para a Matriz de Buenos Aires, na Praça Rosada, onde é honrado até hoje em um monumental esquife rodeado de aparatos e da bandeira daquele país.

Os monumentos existentes em São Luís estão em ruínas, como estão as nossas memórias. O primeiro fato histórico da decadência e desrespeito aos nossos homens notáveis aconteceu na depredação e retirada dos bustos da Praça Deodoro; aquela que deveria ser a praça da cultura e da tradição. Os monumentos, de fato, estão pedindo arrego para os que por eles passam. Quase nada digno temos para mostrar aos turistas, que chegam de lugares longínquos da Terra, para ver uma fonte construída pelos holandeses, ainda no século XIX, completamente abandonada. Irra! Diria minha amada professora de português Niela, que ainda guardava, em seu sotaque, traços nítidos da língua mater.

Mas, voltando ao Caís da Sagração, onde encontramos a Pedra da Memória, quedo-me a pensar que na construção do piso que lhe rodeia, no primeiro nível, deveria ter sido utilizado um material que lhe acompanhasse o valor histórico e, se não o rodeasse de mármore de Carrara, pelo menos, de pedra portuguesa, porque do material que foi confeccionado ofende a dom Pedro II, São Cosme e Damião e todo o povo ludovicense. É triste levarmos algum visitante a esse lugar e percebermos, em seu semblante, o desapontamento diante da forma como tratamos os nossos monumentos.

Vale a pena lembrar que na Bahia, particularmente em Salvador, encontramos não só monumentos isolados, mas prédios, que hoje compõem o seu rico acervo arquitetônico, construídos pelos fidalgos e homens de fortuna da época da colonização, totalmente restaurados e conservados. Dessa forma, conclamamos àqueles que honram a sua estirpe e a riqueza que obtiveram na exploração da terra gentil, que se dignem a dar uma relevante contribuição, mostrando, através do seu exemplo, como se deve recuperar e restabelecer a dignidade de um monumento histórico. O valor é irrisório, mas a ação incomensurável.

Espero que não tenhamos que buscar, expondo a nossa falta de vergonha, nos países que nos colonizaram, os recursos para estabelecer uma política de preservação e proteção dos nossos monumentos, pois se isso ocorrer, pelo lado deles, tenho quase certeza, lamentarão ter aportado as suas caravelas por estas bandas, dando origem a um povo divorciado da sua herança cultural e, dessa forma, da sua própria memória.

Oxalá, isso não aconteça, como gosta de se expressar João Balanceia, notável sambentuense, no seu alter ego, digno e impecável, de nobre com brasão, que honra a sua origem portuguesa. Oxalá!


Engenheiro, professor da UFMA, membro da Academia Sambentuense