quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Líder indígena viaja à Espanha para denunciar o ataque do Brasil aos direitos indígenas

Ivaldo André viajou a Madri para denunciar o ataque aos direitos indígenas no Brasil © Survival

O vice-coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Ivaldo André, está na Espanha para denunciar o ataque do estado brasileiro contra os direitos territoriais dos povos indígenas do país, tão arduamente conquistados, em um marco de protestos que mobilizaram milhares de indígenas no Brasil e originaram manifestações de apoio internacionalmente.

Junto com a Associação Uyamaa e a Survival International, o Ivaldo se reuniu com a Agencia Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), e solicitou o apoio do governo e da sociedade espanhola.

O Ivaldo também falou com jornalistas, expondo as ameaças aos povos indígenas do Brasil resultando dos novos projetos de lei e de emenda constitucional que estão sendo considerados. Se aprovados, debilitariam de forma dramática o controle dos povos indígenas sobre as suas terras, colocando em risco muitas tribos brasileiras, inclusas, tribos isoladas altamente vulneráveis.

‘Dezenas de projetos de lei, decretos e propostas de emendas constitucionais pretendem reduzir e inviabilizar os direitos indígenas reconhecidos e garantidos pela Carta Magna’, explica o CIR na petição escrita que foi dirigida aos membros do governo espanhol e à cidadania. Assim prossegue: ‘O objetivo destas iniciativas é, claramente, beneficiar os setores econômicos vinculados à agroindústria ou à mineração de exportação’.

Manifestação em Londres apoiando os milhares de indígenas protestando contra os projetos de lei © Survival

Se forem aprovados os projetos, o Congresso, altamente influenciado pelo poderoso lobby ruralista, teria poder na demarcação das terras indígenas e as terras já demarcadas estariam expostas a projetos industriais. Em Roraima, 900 requerimentos de pesquisa mineral aguardam despacho no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Este mês, os simpatizantes da Survival International participaram em protestos em frente às embaixadas brasileiras londrina e berlinense, em solidariedade com os milhares de manifestantes indígenas que saíram às ruas brasileiras para protestas contra as mudanças no legislativo e na constituição que os ameaçam.

Ivaldo André disse à Survival: ‘Estamos pedindo o apoio internacional, para que sejam parados os PECs, e que seja feita a justiça, para que o governo brasileiro respeito os povos indígenas… Essas ameaças nos preocupam muito; ferem nossos direitos e não sabemos o que será para nós no futuro se forem aprovadas.’

Fonte: Survival International

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Para refletir: Não sou amigo de pessoas que expõe a desgraça alheia

Por: Reginaldo Rodrigues, editor do Jornal Cazumbá.

Nos últimos dias só tenho me surpreendido com alguns "amigos feicibuquianos", e muito mais com os que se vestem de Jornalista, que sem nenhuma decência afrontam a sociedade com seus "pôsteres" de cadáveres trucidados, vítimas de acidentes de trânsito, e toda sorte de desgraça alheia, expondo o infortúnio de pessoas, famílias. Tudo isso no afã de "noticiar". Será que isso é jornalismo?

Como urubus ávidos por carniça, essas aves de rapina, transvestidas de "jornalistas", sem nenhum pudor, saem com seus celulares fotografando e filmando a dor alheia, e logo em seguida postam nas redes sociais como sendo a última "descoberta".

Isso é triste e deprimente. Talvez eu esteja sendo radical, mas, uma decisão tomei a partir de agora. Assim, como eu posso me dar o privilégio de só assistir o canal de TV que quero, ouvir as músicas que me agradam, ler os livros que de uma maneira ou outra me edificam e contribuem para minha formação como profissional e pessoal, sem que me cause repulsa, resolvi, excluir do meu convívio, da minha relação de "amigos", essas pessoas que vivem de expor a desgraça dos outros.

Entendo que esse canal, assim como toda Rede Social, é um espaço de interação, de encontros, de trocas de experiências e de ensino e muito aprendizado. É um espaço em que coloquemos aquilo que nos faça rir, pensar, aprender e ensinar.

Mas, lastimavelmente, ao entrar nesse canal o que vejo são pôsteres de pessoas, que na sua grande maioria são "pseudo jornalistas", sem nenhuma formação ou preparo para exercer essa atividade tão digna. São usurpadores da profissão alheia, que por escrever num "bloguesinho", se auto intitulam "jornalistas", se acham no "dever" de informar, deformando com suas notícias putrefatas e de muito mal gosto. É para se lamentar.

Pois, então, será que as pessoas que agem assim estão certas ou sou eu o errado?

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Protestos internacionais demandam o fim das ofensivas do Brasil contra direitos indígenas

Manifestações em Londres hoje pediram o fim do ataque contra os direitos indígenas no Brasil. © Survival

Apoiadores da organização de direitos humanos Survival International realizaram um protesto fora da Embaixada do Brasil em Londres hoje em forma de apoio aos milhares de manifestantes indígenas demonstrando o seu descontentamento aos ataques aos seus direitos territoriais duramente conquistados.

Nixiwaka Yawanawá, um índio amazônico brasileiro, liderou o protesto londrino vestindo o seu cocar e as suas pinturas faciais. A ele juntaram-se dúzias de apoiadores que também traziam pinturas faciais e cartazes.

Nixiwaka afirmou, ‘Nós estamos aqui para apoiar os nossos irmãos e irmãs indígenas no Brasil que estão enfrentando o pior ataque aos seus direitos em décadas. Os povos indígenas brasileiros têm vivido nas suas terras desde sempre, e nós não podemos viver sem elas. Essas novas leis significariam o fim dos nossos direitos às nossas terras e não podem ser aprovadas!’

Manifestações estão ocorrendo por todo o Brasil e o mundo contra as tentativas do governo brasileiro de trazer abaixo os direitos constitucionais dos povos indígenas em nome do impulso para a industrialização e ‘desenvolvimento’.

Nixiwaka Yawanawá da Amazônia brasileira entrega uma carta para o Primeiro Secretário da Embaixada brasileira em Londres. © Survival

Diversos novos projetos estão sob discussão, os quais, se aprovados, debilitariam de forma dramática o controle dos povos indígenas sobre as suas terras, colocando em risco muitas tribos brasileiras, inclusas, tribos isoladas altamente vulneráveis.

Uma emenda constitucional proposta daria ao Congresso Nacional – altamente influenciado pelo lobby ruralista – o poder de participar na demarcação das terras indígenas. Um projeto de lei em discussão abriria terras indígenas a bases militares, mineração, barragens e outros projetos industriais, e outro abriria reservas indígenas à mineração em alta escala pela primeira vez.

Essas mudanças seriam desastrosas para tribos brasileiras como os Guarani, os quais já sofrem de extremos níveis de violência por fazendeiros locais e que estão lutando para que a sua terra ancestral seja devolvida a eles; e os Awá, que têm sido conhecidos como a tribo mais ameaçada do mundo, devido à invasão e destruição em larga escala de sua floresta.

O diretor da Survival, Stephen Corry, afirmou hoje, ‘Esse conjunto de projetos de lei é efetivamente uma sentença de morte para os primeiros povos do Brasil – tribos não sobrevivem quando as suas terras são roubadas. Enquanto o Brasil se prepara para receber fãs de futebol de todos os cantos do mundo, quais deles estão cientes da repressão governamental?’

Fonte: Survival International