segunda-feira, 30 de julho de 2012

O sucesso da SBPC

É de euforia, motivada principalmente pelo sentimento do dever cumprido, o clima entre os responsáveis maranhenses por causa dos resultados da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no Campus da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e que foi também uma eloquente homenagem aos 400 anos de São Luís. Com foco na contribuição que o desenvolvimento científico pode dar, direta e diretamente ao processo de combate à pobreza e às desigualdades sociais no Brasil, a reunião acadêmica levou ao Campus do Bacanga, rebatizado de Cidade Universitária, durante a semana passada, mais 20 mil pessoas de todo o país e de todas as idades.

Não foi uma reunião qualquer, a começar pelo tema, que a diferenciou das demais. A primeira impressão é a de que desenvolvimento científico e tecnológico pouco ou nada tem a ver com o desenvolvimento de ações contra a pobreza e a exclusão social. Ciência e tecnologia, vistas de maneira superficial, parecem reflexo de sociedades avançadas, que em tese não enfrentam problemas de natureza social, incluindo os dois pires males, a miséria e a exclusão. Essa visão equivocada já foi superada no Brasil, e a segunda reunião da SBPC em São Luís mostrou isso com clareza solar.

Ao longo de seis dias, milhares de cientistas, pesquisadores, professores, estudantes, profissionais liberais, e pessoas de todas as idades e níveis de escolaridade frequentaram auditórios, salas de apresentações, pavilhões e estandes. Nesses espaços, foram apresentados os mais diversos experimentos científicos, muitos deles já transformados em elementos e materiais para o desenvolvimento da tecnologia de consumo, ou seja, aquele resultado científico que beneficia diretamente o ser humano.

Nesse contexto, o momento maior foi a participação do israelense Daniel Shechtman, ganhador do Prêmio Nobel de Química em 2011 por ter descoberto, em seus vastos estudos, novos materiais usados na indústria de equipamentos, principalmente os destinados à atividade de medicina. Celebridade mundial no meio científico, Shechtman encantou plateias ao apresentar resumidamente alguns dos seus estudos, demonstrando que a ciência não tem limites quando é praticada com apoio de uma estrutura acadêmica e investimentos em pesquisa. O Nobel também mostrou, ao visitar uma obra social da UFMA na Vila Embratel, que o Olimpo científico que frequenta não pode ignorar as distorções da base social. Ao contrário, deve se aproximar cada vez mais dela.

Mesmo que não tivesse produzido muitos resultados altamente positivos, a 64ª Reunião Anual da SBPC, na UFMA, teria entrado para história da ciência no Brasil por ter escolhido o tema de viés social e demonstrado que uma coisa está fortemente ligada à outra.

Jornal O Estado do MA

sábado, 28 de julho de 2012

Praia suja faz turismo despencar em São Luís

Esgoto sendo despejado em direção ao mar da praia da Ponta d’Areia, uma das mais movimentadas de São Luís (MA)

A ocupação dos hotéis na alta temporada em São Luís (MA) – marcada pelos festejos juninos, pelo bumba meu boi e pelas férias– despencou neste ano. A culpa, diz o setor, é das praias sujas.

Por ordem da Justiça Federal, o Estado teve de divulgar um relatório sobre a situação das praias e instalar, em abril, placas alertando sobre a poluição. Todas as praias da cidade estão impróprias para banho devido ao esgoto, segundo monitoramento do governo.

Praias como a do Calhau, considerada uma das mais bonitas da cidade, e a da Ponta d’Areia, a mais movimentada, onde ficam os clubes de reggae, estão com o nível de coliformes fecais na água acima do considerado tolerável.

TRANSPARÊNCIA

Segundo a Promotoria do Meio Ambiente, a situação é conhecida pelo menos desde 1997, quando foram feitos estudos sobre a falta de tratamento de esgoto na ilha.

“A população não percebia a realidade porque não havia transparência”, explica o promotor Fernando Barreto.

A cidade sentiu os reflexos. “O turismo e a rede hoteleira estão ameaçados. Estamos tendo que fazer cálculos mirabolantes para não demitir”, diz o presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) em São Luís, João Antônio Barros Filho.

A taxa de lotação de hotéis e pousadas na cidade em junho e julho de 2011 foi de 75%. Neste ano, caiu para 53%. “É culpa das praias.” As empresas associadas à ABIH têm 5.800 leitos, diz Barros Filho.

MÁ IMPRESSÃO

“No caminho do aeroporto para o hotel, o taxista me avisou de que nenhuma praia estava própria para banho”, disse o turista mineiro Thiago Bernardo Pinto, 32, que visitou São Luís em junho. “Foi a primeira má impressão.”

Em frente à pousada de Barros Filho, um cano despeja esgoto na praia há quatro anos. O cheiro incomoda os hóspedes, que só usam a piscina. Ele diz que alertou a Caema (companhia ambiental do Estado), sem sucesso.

A Caema, sociedade de economia mista gerida pelo Estado, explora os serviços de abastecimento e coleta e tratamento de esgoto na cidade. Segundo o site do órgão, apenas 38,6% dos moradores têm acesso à rede de coleta.

De 1994 para cá, a Promotoria ajuizou oito ações contra o Estado e a Caema, cobrando o tratamento do esgoto.

Uma delas transitou em julgado em 2005. A Justiça ordenou que o governo parasse de lançar esgoto in natura nas bacias dos três maiores rios.

Como a ordem não foi cumprida, a Promotoria pediu à Justiça, em junho, que bloqueie as verbas de publicidade da Caema e do governo de Roseana Sarney (PMDB) para pagar R$ 22 milhões de multas.

Segundo a Promotoria, a prefeitura também é ré em parte das ações, por fazer a concessão do esgoto à Caema sem cobrar bons resultados.

OUTRO LADO

O governo do Maranhão informou, por meio de nota, que a cobertura do tratamento de esgoto na capital São Luís vai chegar a 90% em cinco anos.

“Atualmente, é de 10%, estando acima da média do Nordeste, que é de 7%”, afira a nota.

De acordo com o governo estadual, a primeira etapa do programa de melhorias já teve início e deve ser concluída em 18 meses.

“Os recursos para a primeira etapa, de R$ 124 milhões, são oriundos do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] 1, com contrapartida de 20% do governo do Estado.”

Já a Prefeitura de São Luís, questionada a respeito da concessão do esgoto à companhia ambiental do Estado, afirmou que criou, no ano passado, uma comissão para identificar falhas e adotar punições previstas no contrato de concessão, que poderá ser revisto.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Guerra entre Gastão X Dino

O blog de política maranhense, assinado pelo jornalista Gilberto Leda publicou a seguinte notícia sobre uma guerra de bastidores entre Gastão Vieira e Flavio Dino. Devidamente autorizado pelo Leda, publicamos a baixo a transcrição da sua nota:

http://gilbertoleda.com.br/2012/07/26/gastao-vieira-e-flavio-dino-em-guerra-de-bastidores/

Gastão Vieira e Flávio Dino em guerra de bastidores

Publicado em 26 de julho de 2012 por gilbertoleda

" Os ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), e o presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), travaram, nesta quarta-feira (25), uma verdadeira guerra de bastidores para tentar “faturar” com o lançamento de uma campanha turística do Brasil nas Olimpíadas de Londres.
Com o título “O mundo se encontra no Brasil. Venha celebrar a vida”, a peça promocional será exibida em 100 países e deve atingir 1,2 bilhão de pessoas.

O lançamento aconteceu no  London Film Museum. Participaram a presidente Dilma Roussef (PT), Gastão e Dino, além do ministro do Esporte Aldo Rebelo (PCdoB).

Mas tanto o ministro do Turismo, quanto o presidente da Embratur fizeram suas assessorias dispararem releases à imprensa como se cada um, separadamente, houvesse lançado o programa com a petista.

Assim, no texto da Embratur ficou: “Dilma Rousseff e Flávio Dino lançam campanha promocional do Brasil no exterior”. Gastão Vieira e Aldo Rebelo citados apenas como participantes da “concorrida solenidade”, no segundo parágrafo.

Já na matéria do MTur: “Em Londres, Dilma e Gastão Vieira lançam campanha turística do Brasil”. Referência a Flávio Dino apenas no quinto parágrafo. E nenhuma menção a Aldo Rebelo.

Pra quê isso?!"

Receita supera em 6% o ingresso de divisas com turistas. estrangeiros

O efeito da Rio+20 já pode ser sentido na entrada de divisas no mês passado. Os turistas estrangeiros que visitaram o Brasil durante o primeiro semestre deste ano deixaram US$ 3,5 bilhões nos destinos nacionais. O volume é 6% superior aos US$ 3,3 bilhões do total de gastos registrados no mesmo período do ano passado.

“Em 2011 tivemos recordes na entrada de estrangeiros e na receita cambial. A expectativa é que, com a chegada dos megaeventos esportivos nos próximos anos, o número de turistas aumente em nossos destinos e, consequentemente, os gastos destes visitantes”, afirmou o ministro do Turismo, Gastão Vieira. O Brasil deve receber 600 mil turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo da FIFA 2014.

Em junho, os gastos dos turistas estrangeiros somaram US$ 462 milhões, contra US$ 471 milhões apurados no mesmo mês em 2011. O dado representa uma retração de 1,96%. Os dados de receita e despesa cambial do turismo são apurados pelo Banco Central.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ministro faz discurso de 705 palavras e só cita a Embratur protocolarmente

Embratur citada só protocolarmente: Ministro não registra o trabalho de Dino e de toda a equipe de tecnicos da autarquia

O Jornal de Turismo publica a transcrição na integra do discurso do Ministro Gastão Vieira em Londres que confirma a omissão ao trabalho da Embratur e de Flavio Dino. O Ministro refere-se a presença do Dino só em dois tempo: na saudação de abertura e no encerramento. Uma referência apenas protocolar e só! O ministro não registra que o evento que participava era uma ação da Embratur. Que o filme lançado e aplaudido foi uma ação da autarquia responsável pela promoção do turismo brasileiro e que todas as ações de promoção em Londres levava a assinatura do Instituto..

Não se trata apenas de dar paternidade do trabalho lançado ao Dino, mas de ter a elegância de reconhecer um trabalho de equipe; Estavam presentes todos os diretores e vários técnicos da Embratur. Nenhum deles foi citado. Era como a solenidade ocorresse por osmose e se a turma da Embratur não existisse. Leiam a seguir integra do discurso de 705 palavras e confira que a Embratur, a verdadeira anfitriã da solenidade, é citada duas vezes por obrigação protocolar. É a exportação para Londres da brigas políticas do Maranhão.


Discurso na integra do Ministro Gastão Vieira em Londres:

“É uma honra participar deste evento na presença da Excelentíssima Senhora Presidenta da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff, dos (cita diversas autoridades presentes) , do Presidente da Embratur, Flávio Dino, representantes governamentais e demais autoridades. Em nome do turismo brasileiro, agradeço a presença de todos e a oportunidade de lançarmos, aqui em Londres, às vésperas dos Jogos Olímpicos, esta campanha de promoção internacional do Brasil.

O momento é muito oportuno, pois, a exemplo do Turismo, os Jogos Olímpicos constituem instrumento privilegiado de integração e congraçamento entre os povos.

A campanha "O mundo se encontra no Brasil. Venha celebrar a vida" apresenta o Brasil como um país de cultura única e diversa: que inspira alegria e harmonia entre os povos, que propicia grandes experiências e encontros que só podem ser vividos lá.

Temos certeza de que a simpatia e receptividade do nosso povo são algumas das características mais marcantes de nosso país. E que a interação natural entre brasileiros e visitantes, o "querer" estar junto e o preocupar-se com o próximo, simbolizam o jeito caloroso do brasileiro, que em sua formação histórica recebeu outros povos num processo singular de miscigenação pacífica.

O Brasil vive um excelente momento. Somos protagonistas de um cenário que transmite credibilidade a empresários, investidores e, acima de tudo, turistas. Viajar não é mais artigo de luxo e já faz parte da prateleira de consumo de nossos cidadãos. 94 milhões de pessoas hoje formam a nova classe média brasileira e fazem parte de um mercado em amplo desenvolvimento.

Em 2011, o turismo mundial cresceu em média 3%. No Brasil, alcançamos o dobro: 6%. Com medidas de estímulo à cadeia turística e à qualificação de produtos e serviços, atingimos sucessivos recordes na movimentação de passageiros, receita cambial e criação de empregos formais no setor, que hoje somam 2,8 milhões em todo o país.

Estas são as credenciais de um país que obteve sucesso no controle da inflação, que pratica a responsabilidade fiscal, que conseguiu dinamizar seu mercado de consumo interno, retomando a trajetória de crescimento sustentado, a despeito das dificuldades decorrentes da crise econômica mundial.

O setor turístico é um instrumento seguro para abrir oportunidades que promovam o desenvolvimento socioeconômico, a inclusão social e a redução das desigualdades regionais.

Por isso, nossa visão futura é ambiciosa: em 2022, no ano em que celebraremos o bicentenário de nossa independência, queremos ocupar um lugar entre as três maiores potências turísticas do mundo.

Um passo essencial neste sentido é a modernização do produto turístico brasileiro, com melhoria em sua competitividade, mediante organização, inovações tecnológicas e pedagógicas, apoio à comercialização, qualificação de profissionais e gestores; outro é a diversificação das fontes emissoras de turistas para o Brasil. Este novo modelo turístico demanda um firme comprometimento com a valorização do patrimônio ambiental de nossos destinos.

No tripé crescer-incluir-preservar, a relevância estratégica desta filosofia de desenvolvimento transcende o legado meramente material. Só teremos atrativos turísticos amanhã se eles estiverem protegidos hoje; só conseguiremos sensibilizar visitantes conscientes se fizermos a nossa parte na institucionalização de práticas sustentáveis em nossos ecossistemas e em toda oferta turística.

Estamos preparando-nos para sediar os dois maiores eventos esportivos do mundo: a Copa do Mundo FIFA de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Eles constituem motivo de comemoração para os brasileiros, pelas expectativas geradas e pelo empenho demonstrado na organização. Mais do que isso: eles são motivo de orgulho para todos nós, em todas regiões e Estados, com diferentes sotaques e histórias.

Gostaria de registrar aqui os parabéns ao governo britânico e às autoridades aqui presentes pela hospitalidade e pelo trabalho realizado para que a cidade pudesse receber os Jogos Olímpicos. Estamos aqui, com os nossos atletas, para competir, mais importante do que vencer.

Hoje, estamos aqui para divulgar nosso país, mas também para aprender. Juntamente com a bandeira olímpica, levaremos conosco as lições de competência e dedicação na organização do grande evento esportivo.

Temos um encontro marcado no Brasil. O país está de braços abertos para receber turistas de todo o mundo. Venham todos celebrar a vida conosco!

Muito obrigado e aproveito para chamar o presidente da Embratur, Flávio Dino, para em nome do Turismo Brasileiro, entregarmos uma pequena lembrança para a nossa Presidenta da República, Dilma Rousseff.


 
Por: *Cláudio Magnavita é presidente do Jornal de Turismo e membro do Conselho Nacional de Turismo

Extraido do Jornal de Turismo.com.br

Gastão desafia Dilma ignorando Dino e a Embratur em solenidade da própria autarquia em Londres

As autoridades brasileiras presentes na solenidade de lançamento da campanha publicitária internacional em Londres não acreditaram no que ouviram, ou melhor, no que não ouviram. Em seu discurso, o Ministro do Turismo e deputado maranhense Gastão Vieira não teve a gentileza de citar a Embratur e nem se referir ao presidente do Instituto, o também maranhense Flavio Dino, o verdadeiro anfitrião do evento. Era como se estivesse em outro planeta e não em uma solenidade promovida pela autarquia de sua pasta. Tudo isso, na presença da Presidenta Dilma.

Com a descortesia ao conterrâneo e subordinado, Gastão conseguiu a proeza de exportar para Londres as agruras da política maranhense. Mesmo após, em conversa com um jornalista há poucos dias, ter jurado que gostaria de se manter distante da briga política da família Sarney com Dino.

O pior é que esta ousada bravata provinciana ocorreu em profundo respeito à figura presidencial. Gastão acabou usando uma aparente aproximação com a Presidenta Dilma para esquentar a política maranhense. Se foi deselegante com o Dino, foi também com a Presidenta Dilma, ao não poupá-la de presenciar um ato político provinciano e até ser agente involuntária da exportação do atrito regional.

Entretanto, a deselegância londrina já estava anunciada. No domingo, na coluna social do jornal da família Sarney, o Estado do Maranhão, uma nota já desafiava a autoridade presidencial. Na curta notícia o colunista lembrava que Gastão estaria indo para Londres no avião presidencial, enquanto Dino seguiria em avião de carreira. Apenas o Gabinete do Ministro sabia destas filigranas operacionais da viagem. Usar uma deferência da Presidenta Dilma de incluí-lo em uma comitiva presidencial para tripudiar localmente de um colega de Governo é, no mínimo, falta de bom senso. É desafiar a capacidade da presidenta Dilma de reagir ao descobrir que foi usada para atingir uma liderança da sua base de sustentação.

Voltando a Londres, a Presidenta Dilma também não escondeu o seu descontentamento a outra omissão de seu Ministro do Turismo. Ele não citou a presença da ex-jogadora de basquete Hortência como mestre de cerimônias, o que obrigou a Dilma – ela não iria falar - a pedir a palavra e corrigir a gafe do ministro, que estava com a cabeça muito mais voltada a alfinetar o seu opositor na política maranhense, do que a prestar atenção no objetivo do evento. Dilma falou grosso no ouvido do Gastão.

Em sua fala, Dilma também corrigiu o fato do Governador do Rio de Janeiro e anfitrião da próxima Olimpíada, Sérgio Cabral ter sido colocado em segundo plano pelo protocolo. Dilma fez questão de se referir a campanha da Embratur e de citar o presidente do Instituto.

A comitiva presidencial percebeu a deselegância de Gastão com o Flávio Dino e todos ficaram sem entender como um político aparentemente habilidoso como ele, pôde demonstrar ter perdido o faro político, além de desconhecer a capacidade de percepção da Presidenta.

As autoridades ligadas ao turismo presentes ao evento saíram da solenidade preocupadas com o clima de desconforto gerado pelo Ministro do Turismo com o presidente da Embratur. “O nosso medo é que os assuntos da política maranhense contaminem a promoção do turismo brasileiro. Para prejudicar o Dino, o ministro pode acabar prejudicando o Brasil”, afirmou um dos presentes, que confirmou por telefone a nossa reportagem o festival de gafes ocorridas em Londres.

Fiel ao seu principio “de que somos jogadores de times rivais locais que foram convocados para a seleção Brasileira” Flavio Dino fez registros respeitosos ao seu chefe e Ministro. Ele quebrou o protocolo ao entregar à Presidenta Dilma um presente para seu neto. Uma replica de um taxi londrino adesivado com a campanha da Embratur. O discurso do presidente da Embratur arrancou aplausos e estava em plena sintonia com a plateia. Ele não imaginava que minutos depois de falar, receberia caneladas do Ministro conterrâneo, que para agradar ao seu líder José Sarney, aceitou desafiar pela segunda vez, na mesma semana, a autoridade da Presidenta Dilma.

Fonte:Jornal de Turismo

Taxa de embarque da rodoviária de São Luís pode ficar mais cara


Apesar das críticas quanto aos serviços prestados e à infraestrutura do Terminal Rodoviário de São Luís, a Agência de Serviços Públicos do Maranhão (Arsep) pretende reajustar o valor da taxa de embarque cobrada dos passageiros, que atualmente custa R$ 1,00. Em nota publicada hoje em jornais, a autarquia anuncia que fará uma consulta pública para discutir a questão.

Para fundamentar a proposta de reajuste, a Arsep apresentará um relatório técnico com informações sobre a rodoviária e sua rotina de funcionamento. O documento estará disponível na sede da agência, situada na rua Djalma Dutra, nº 121, sala 01 (antigo Beco Catarina Mina), Centro, ou no site www.arsep.ma.gov.br.

Contribuições ao relatório poderão ser enviadas diretamente à sede da Arsep ou apresentadas no dia da consulta pública, marcada para 13 de agosto, das 9h às 13h, no auditório da Secretaria de Estado de Igualdade Racial (Seir), que funciona no mesmo endereço da Arsep.

Mais

O Terminal Rodoviário de São Luís, que antes funcionava na Alemanha, próximo ao Hospital da Criança, foi inaugurado em 1987. Atualmente instalada no bairro Santo Antônio, a rodoviária oferece diversos serviços, como caixas eletrônicos, lanchonetes, lotérica, perfumaria, lojas de variedades e salões de beleza.

Quarenta empresas de ônibus operam no terminal, que dispõe de 24 boxes de comercialização de bilhetes. Além da taxa de embarque de R$ 1,00, até o início do ano o público era obrigado a pagar R$ 0,50 pelo uso dos banheiros. A cobrança foi suspensa depois que o deputado estadual J. Pinto esteve no terminal e ao usar o sanitário teve que desembolsar a quantia.

Dias depois, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, o parlamentar denunciou que a administração do terminal descumpria uma lei estadual que prevê a gratuidade desse serviço.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Reitor da Uema visita o estande do Centro Alemão de Ciência e Inovação na 64ª SBPC e fala sobre as parcerias com o país

O reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), José Augusto Silva Oliveira, visitou o estande do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP) na Exposição de Ciência e Tecnologia da 64ª reunião anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), a ExpoT&C, que encerra suas atividades nesta sexta-feira (27), quando termina a reunião anual da SBPC.

Segundo José Augusto Silva Oliveira a visita foi muito importante para fortalecer as parcerias com o país. Uma dessas parcerias, de acordo com o reitor, é o projeto Ciência sem Fronteiras, que promove o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação no exterior. “Em consonância com o Ciência sem Fronteiras, já temos estudantes estagiando na Alemanha, na França, na Itália, na Coréia, na Espanha, e em Portugal, e acreditamos que até o próximo ano outros estudantes possam fazer o mesmo”, disse. 

O professor doutor Antonio Roberto Serra, coordenador do Núcleo de Tenologias da Uema, reforça que o projeto Ciência sem Fronteiras está aberto a todas as áreas de conhecimento. Ele ressaltou ainda que: “A Alemanha hoje é um dos países que mais investem com bolsas e oportunidades de trabalho e de pesquisa em outros países. A condição financeira daquele país permite que ele seja um dos maiores investidores em tecnologia, e eles fazem isso levando para o seu país profissionais de todo o mundo, por isso é fundamental essa parceria, que pode resultar em muitos benefícios para o Maranhão.”

Marcio Weichert, coordenador do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH/SP), falou sobre a parceria.  “Temos uma grande parceria com Brasil, e o atual momento do país – que deu um salto no seu desenvolvimento cientifico – despertou na Alemanha o interesse de aproximação com o país, visto que a Alemanha investe muito em ciência e tem como foco as parcerias com instituições de outros países.”

Ciência sem fronteiras
O Programa Ciência sem Fronteiras foi criado em 2011, e tem por meta promover a consolidação, internacionalização e expansão por meio de intercâmbio de alunos da graduação e da pós-graduação. O projeto pretende beneficiar 75 mil alunos em quatro anos.

A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes -, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

O programa permite que brasileiros façam estágio no exterior, com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, além de criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.

Mais
O Sistema de Ensino Superior e Pesquisa Público da Alemanha ocupa hoje a quarta posição no ranking mundial de produção científica, o que corresponte a  7,5 % da producão mundial. Na sua estrutura estão 117 Universidades Clássicas, 207 Universidades de Ciências Aplicadas, 237 Institutos, sendo 15 Helmohltz (responsáveis por pesquisas de grande porte de interesse do Governo Alemão), 80 Max-Plack (destinados à pesquisas básicas), 58 FRAUNHOFER (direcionados para pesquisas aplicadas) e 84  Leibniz (que fazem  pesquisa básica até sua aplicação) .

FOTO: Wagner Moreira

terça-feira, 24 de julho de 2012

Novela da Globo em São Luís e o turismo local

A Rede Globo de Televisão realizou no início deste mês, no Centro Histórico de São Luís, a gravação dos primeiros capítulos da próxima novela das 18 horas, Lado a Lado, com a atriz Camila Pitanga, que estréia em setembro. Durante o período de trabalho, várias ruas da Praia Grande foram interditadas, placas de estabelecimentos comerciais tiveram que ser momentaneamente retiradas e os comerciantes indenizados, já que nos dias de gravação o comércio nas artérias interditadas não funcionou.
 
A população teve acesso restrito aos espaços ocupados durante o trabalho de técnicos, atores e atrizes, figurantes arregimentados na cidade, diretores e o pessoal da produção dos três primeiros capítulos da novela. Lojas de artesanato, bares, restaurantes, livrarias, pousadas, lanchonetes e demais logradouros fecharam as portas nos locais das gravações. Pelo menos, a Globo não cobrou nada da prefeitura ou do governo do estado para fazer as suas gravações, desta vez. Deve ter sido pelo fato de que, numa gravação anterior de novela global, tendo como palco o mesmo cenário, a emissora teve que pagar indenizações para lojistas e moradores que a processaram em razão de prejuízos causados pela interdição do local.
 
Cabe lembrar que em várias ocasiões anteriores os atores maranhenses foram maltratados em tais situações, como aconteceu durante as gravações do filme de Andrucha Waddington, “Casa de Areia”, nos Lençóis Maranhenses, quando atores como Urias de Oliveira e outros foram obrigados a fazer refeições numa estrebaria...Quem não se lembra disso? 

O curioso é que o Centro Histórico de São Luís servirá de palco, na verdade, para uma ambientação que irá levar o telespectador a imaginar a cidade do Rio de Janeiro do início do século XX, o período de 1904 a 1915. Além de Camila Pitanga, destacam-se no elenco da novela Marjorie Estiano, Lázaro Ramos e Thiago Fragoso, com direção de Denis Carvalho. Toda a movimentação contou com o apoio da Prefeitura de São Luís, com suporte realizado através da Secretaria Municipal de Turismo - SETUR, Secretaria de Trânsito e Transporte - SMTT e Secretaria de Segurança - SEMUSC. Esse apoio, naturalmente, mobilizou pessoal do funcionalismo, inclusive fora do expediente de trabalho, o que significou recursos públicos investidos.
 
Segundo o Secretário de Turismo de São Luís, Liviomar Macatrão, embora na novela da Rede Globo São Luís seja retratada como o Rio de Janeiro antigo, os atores globais se comprometeram em dar entrevistas falando sobre a capital maranhense em programas televisivos e em revistas especializadas, o que garantiria uma boa mídia para divulgar a São Luís como destino turístico, a nível nacional, já que se sabe do grande e inestimável potencial turístico que São Luís abriga, sobretudo neste momento atrativo envolvendo o momento histórico das comemorações pelos 400 anos da cidade patrimônio cultural da humanidade.
 
A promessa existe, agora se os globais vão cumprir, ah! Isso é outra história, uma vez que esses atores tem contrato com a Globo e tudo que fazem ou dizem tem que ter o aval da emissora. Se ela vai permitir ou liberar seus profissionais é outros quinhentos. É pagar pra ver!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cultura, manifestação e inclusão marcam abertura da 64ª SBPC

SÃO LUÍS - A abertura da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Concha Acústica da Cidade Universitária, foi marcada pela presença três mil pessoas que acompanharam a solenidade da qual exaltou ciência e tecnologia brasileiras, além da cidade de São Luís, que completa seus 400 anos de fundação em setembro. A mesa de abertura foi composta por autoridades da Universidade Federal do Maranhão, da SBPC Regional e Nacional, representantes do governo estadual, ministros do governo federal e o vencedor do Prêmio Nobel de Química de 2011, Daniel Shechtman.

Na ocasião, o reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado Filho, agradeceu a presença de todos e destacou a importância da 64ª SBPC para a UFMA e para a cidade de São Luís, que chega ao seu quarto centenário de existência. “Este evento é um presente para São Luís, que completará 400 anos este ano. É, também, um marco para a UFMA, porque é o momento que a Universidade se consolida como Cidade Universitária”, destaca o reitor. Ele ainda ressaltou a importância do tema do evento, que traz os saberes tradicionais e a cultura como campos de pesquisas científicas.

O vice-reitor, Antonio Oliveira, recebeu a oportunidade de homenagear o maranhense Renato Archer, por sua atuação na área de pesquisa científica e tecnológica no país. Oliveira destacou que Archer lutou pela inclusão da ciência e tecnologia no campo político e foi o primeiro ministro de Estado de Ciência e Tecnologia do Brasil. Para consolidar o reconhecimento ao cientista, foi entregue a Júlio Archer, irmão de Renato, uma placa de homenagem ao grande incentivador da ciência e tecnologia.

Durante a abertura, também, foi entregue o prêmio “José Reis de Divulgação Científica”, na categoria Instituição e Veículo de Comunicação 2012, para a Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, declarou que, acima de tudo, é membro da SBPC e tem o prazer de estar presente na 64ª edição do evento. “Estou muito satisfeito e acredito que o Brasil precisa muito da ciência e tecnologia para se consolidar como país desenvolvido”, ressalta Raupp.

A presidente da SBPC Nacional, Helena Nader, finalizou a Mesa de Abertura agradecendo a presença de todos e ressaltando a riqueza arquitetônica e cultural de São Luís, que sedia a SBPC. “É com muita alegria e orgulho que abrimos mais uma edição da SBPC, que acontece graças ao apoio das agências de fomento à pesquisa, dos governos municipal, estadual e federal e é uma honra estarmos nesta cidade com um rico acervo arquitetônico e 400 anos de história para comemorar”, finaliza Helena Nader.

A solenidade abertura contou com uma média de três mil pessoas de diversas áreas do conhecimento, dentre eles estudantes, professores, pesquisadores e profissionais. Para o estudante do curso de Educação Física da Universidade do Estado da Bahia (UNEB, Luís dos Santos,que participa pela primeira do evento, essa edição da SBPC garante boas expectativas. “É interessante ver como esse evento consegue reunir vários nomes da ciência e da educação e traz uma boa imagem para quem está participando pela primeira vez, assim como eu. Minha expectativa é a melhor possível porque temos a oportunidade de estabelecer contato com pessoas de várias áreas do conhecimento e, assim, trocar experiências”, declara Luís.

Toda a abertura foi traduzida na linguagem brasileira de sinais (libras) como forma de inclusão social, marcando a estréia da SBPC Inclusiva. O evento contou, também, com uma programação cultural que ressaltou a cultura maranhense, como a apresentação de Poetas Quatrocentistas da São Luís - Voz e Violão, Tambores do Maranhão, Boi Barrica e a entoação do Hino Nacional, Hino de São Luís e, pela primeira vez, o Hino da UFMA, executado pelo Coral da universidade.

Manifestação

Momentos antes da abertura da 64ª Reunião Anual da SBPC, professores, alunos e técnico-administrativos em greve, nacional, que abrange 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 Institutos do país, realizaram manifestação por melhorias nos respectivos planos de cargos e carreiras e nas condições de serviço.

Para Cláudia Durans, estudante de pedagogia da UFMA e membro do Movimento Quilombo, Raça e Classe, essa foi a oportunidade de mostrar para o público de todo o Estado, a situação da greve. “Como a abertura da SBPC tem muita visibilidade, viemos apresentar nossas reivindicações e mostrar, também, que a ciência e a tecnologia têm que estar a serviço da classe trabalhadora”, ressalta a estudante. Os manifestantes exporam suas reivindicações pacificamente.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ano Brasil Portugal começa com ações no dia 7 de setembro no Rio

A programação do Ano Brasil Portugal terá abertura com a apresentação da cantora de fado Mariza e de Roberta Sá em Brasília, no dia 7 de setembro. Em Portugal, o evento estreia em Lisboa com Ney Matogrosso, Monobloco e Martinho da Vila entre os dias 21 e 23 de setembro. A programação se estende até 10 de junho do ano que vem.

O lançamento do evento foi hoje (17), no Rio de Janeiro, com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda e do presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte) e responsável pela programação brasileira, Antonio Grassi. O comissário de Portugal no Brasil, Miguel Horta, divulgou a programação lusitana. A intenção é a de promover o intercâmbio cultural e fortalecer os laços históricos entre os dois países.

Com um orçamento de R$ 7 milhões em 2012, podendo chegar a R$ 14 milhões em 2013, o Brasil levará a Portugal grandes nomes das artes como os músicos Gilberto Gil, Elba Ramalho e Adriana Calcanhoto; Marília Pera e Bibi Ferreira do teatro, Deborah Colker da dança, e Ferreira Gullar da literatura.

Nas artes visuais o destaque será um caminhão itinerante com réplicas de obras de Lígia Clark, que circulará por várias cidades portuguesas. "Era um sonho dela colocar seus bichinhos, que são esculturas manipuláveis de alumínio, em um trailer e rodar a Europa partindo do Sul de Portugal", disse a neta e diretora da Associação Cultural o Mundo de Ligia Clark, Alessandra Clark.

Para compor a programação do Ano do Brasil em Portugal, um edital será lançado pelo Ministério da Cultura, nos próximos dias, para receber projetos de grupos brasileiros de arte como o circo, a dança e o teatro.

Em Portugal, além de Lisboa, cinco cidades estão confirmadas no festival: Porto, Guimarães, Coimbra, Sintra e Faro. As apresentações serão feitas em museus, teatros e praças. As apresentações nos espaços abertos serão gratuitas e nas demais devem ficar abaixo de 10 euros.

Em Lisboa, por meio de uma parceria com o Ministério do Turismo, será construído um centro cultural para abrigar obras brasileiras. Entre elas, a de Clarice Lispector, exposta no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.

Já no Brasil, os eventos organizados por Portugal tendem a ser mais modestos. Por enquanto, foram confirmadas apenas as apresentações de Mariza em Brasília, São Paulo e no Rio, onde ela se apresenta no Theatro Municipal ao lado de Milton Nascimento, no dia 12 de setembro.

O ponto alto do Ano de Portugal no Brasil, no entanto, deve ser um jogo entre as seleções de futebol dos dois países, que ainda não tem data definida, mas deve ser no próximo ano.

Reuniões empresariais com mostras na área de petróleo e gás natural e atividades entre universidades e centros de pesquisas também estão previstas pelos dois países.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Embalagens de papel cartão: sustentáveis e aliadas do marketing

Os desafios da preservação ambiental, recuperação dos ecossistemas e biomas e reversão do efeito estufa, que dominaram recentemente a atenção mundial na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), exigem a priorização de produtos e insumos cada vez mais alinhados a essas exigências. Nesse sentido, um item essencial na escala produtiva são as embalagens, que acondicionam 70% de tudo o que os sete bilhões de habitantes da Terra consomem.

Esse dado nos dá a perfeita dimensão do quanto é importante o caráter sustentável das embalagens. As de papel cartão atendem com precisão a esse requisito, em especial no Brasil, onde 100% de toda a celulose e do papel destinados à indústria gráfica provêm de florestas cultivadas. Ou seja, não se cortam árvores nativas para fabricá-las! Trata-se, ainda, de matéria-prima renovável, totalmente reciclável no pós-consumo e biodegradável. Além disso, as florestas cultivadas sequestram enormes quantidades de carbono na atmosfera, contribuindo para a reversão do aquecimento global. No Brasil, a área total de floresta plantada é de 5,5 milhões de hectares - 1,7 milhão de hectares destina-se à plantação de eucalipto e pinus para produção de celulose e papel.

Além de seu caráter sustentável, as embalagens de papel cartão conquistam de modo crescente a preferência das indústrias de cosméticos, sabonetes, perfumes, remédios, pastas de dente, gêneros alimentícios e numerosos outros itens consumidos no dia-a-dia das famílias. Esse posicionamento deve-se à sua versatilidade quanto aos tamanhos, formas e espessuras, à ampla possibilidade de inserção de conteúdos informativos sobre os produtos, alta qualidade de impressão, apelo de marketing e integração às campanhas publicitárias. Além disso, as embalagens de papel cartão, por todas essas propriedades, influenciam a decisão de compra do consumidor no varejo. Ademais, permitem melhor posicionamento visual nas gôndolas dos pontos de venda.

Há outro fator importante: elas apresentam mais facilidades quanto à logística e distribuição. Isso é um ganho em duas pontas para os fabricantes, distribuidores e varejistas: a primeira refere-se à eficácia e agilidade do abastecimento; a segunda diz respeito à logística reversa, determinada pela nova Política Nacional de Resíduos Sólidos. O papel cartão atende de modo mais eficiente a exigência de recolhimento e reciclagem dos produtos descartados pelos consumidores, que será obrigatória no âmbito de numerosas cadeias produtivas.

Segundo pesquisa do professor Fábio Mestringer, coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM, há semanas em que se lançam, no mundo, quase 600 embalagens de papel cartão. Ele reforça a importância disso no tocante ao marketing e à propaganda, lembrando que 90% dos produtos vendidos nos supermercados não têm qualquer apoio de comunicação. Ou seja, seus únicos canais de interação com o público são as embalagens, essas sustentáveis aliadas dos setores produtivos.

Dieter Brandt
Presidente da Heidelberg América do Sul

Hotéis e pousadas são alvo da campanha Férias Seguras

Para conscientizar pessoas e coibir a exploração sexual de crianças e adolescentes, técnicos da Secretaria de Estado do Turismo (Setur) realizaram, na tarde de ontem, visitas a 15 pousadas e hotéis de São Luís, como parte da campanha Férias Seguras, Maranhão sem exploração. O objetivo é orientar gerentes e funcionários dos estabelecimentos para que aperfeiçoem os métodos de triagem dos hóspedes, especialmente aqueles acompanhados de menores.

De acordo com o secretário titular da Setur, Jura filho, a ação deve contar com o auxílio da população. "A campanha requer o engajamento de todos, não apenas do governo estadual, como também da sociedade. Além de todo o material informativo como panfletos, bótons, viseiras e leques, precisamos todos juntos combater esse mal", afirmou.

Ainda segundo Jura Filho, além de São Luís, até o fim deste mês, a ação da Setur visitará os principais polos turísticos do Maranhão, como a rede hoteleira do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e do Parque Nacional da Chapada das Mesas. O secretário disse também que, se durante o trabalho de conscientização da Setur for levantada alguma suspeita de exploração sexual contra os mais jovens, o caso será encaminhado ao Ministério Público da capital maranhense. "O trabalho da Setur é meramente educativo, no entanto, caso haja alguma suspeita de exploração contra menores, informaremos ao MP para que sejam tomadas as devidas providências", informou.

Visitas - O primeiro local visitado pela Setur foi o Calhau Praia Hotel, na Avenida Litorânea. De acordo com o chefe de reserva do hotel, Dilmar Lemos, os funcionários da recepção já recebem orientações sobre como proceder em caso de suspeita de exploração sexual contra menores. "No nosso estabelecimento, menores de 18 anos só podem se hospedar mediante a apresentação de documento pessoal, acompanhados dos pais ou de responsáveis legais. Além disso, o hotel fixou, em todos os elevadores, cartazes do Disque 100, para estimular a denúncia", frisou.

Já no Hotel Solare Praia Bella, também na Avenida Litorânea, foram entregues à gerência materiais informativos da campanha realizada pela Setur. De acordo com a gerente Maria de Jesus Pereira Diniz, é importante contar com o apoio do poder público nesse trabalho de fiscalização contra a exploração sexual dos mais jovens. "É a primeira visita que recebemos do poder público com esse intuito. Até o momento, não registramos nenhum caso de exploração sexual", disse a gerente.

O secretário titular da Setur informou que o trabalho começou na orla de São Luís, pois são os locais mais procurados pelos responsáveis por esse tipo de crime. "Segundo levantamento feito por entidades que abordam essa temática, normalmente os criminosos levam os jovens a locais próximos às praias. Não há uma justificativa para isso, apenas uma constatação. Por isso, o trabalho da Setur começou por hotéis e pousadas localizados na orla de São Luís", enfatizou.

Mais

De acordo com dados do Disque 100, nos últimos quatro anos foram registradas 770 denúncias de crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes em todo o Maranhão. Somente nos seis primeiros meses deste ano, o estado registrou 160 denúncias de crimes com essa característica.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Bustos do Panteon: um assunto recorrente

Por Jomar Moraes

Apedeutas dos mais diversificados matizes, graus e quadraturas, tão visceralmente apedeutas que lhes falta a consciência de que o são, fato que de modo algum os dispensa de serem, insistem, persistem e não desistem de (aí vai o primeiro neologismo) apedeutar sob a desculpa ou o pretexto de estarem defendendo esta nossa pobre cidade tão mal e porcamente cuidada pelos mandatários eleitos e pagos para administrá-la com o mínimo de zelo, competência e vergonha.Pobre e desditosa cidade também vítima do vandalismo de muitos de seus habitantes.

Alguns desses habitantes, que além de apedeutas e mentecaptos, apresentam-se travestidos de zelosos defensores de São Luís, embora não protestem contra o roubo de azulejos de nossos casarões, nem lamentem a indecente e malcheirosa poluição de nossas praias, nem critiquem as tábuas de pirulitos em que se transformaram nossas vias públicas, dizem-se muito incomodados com a ausência dos bustos da Praça do Panteon. E já que estamos na citada praça, esses mesmos apedeutas e mentecaptos jamais protestaram contra o fechamento, por mais de dois anos, da única Biblioteca Pública da cidade, e que passa por uma recuperação executada a passos de cágado. E por haver usado a palavra que por último recebeu um ponto continuando, imaginemo-la sem o acento agudo e, em consequência, transformada de proparoxítona em paroxítona. Com mais uma pequena operação mental, mudemos-lhe o gênero, fazendo-a feminina, e teremos o estado geral e permanente da tal Praça do Panteon: suja, imunda mesmo, visualmente poluída, abandonada, degradada e literalmente cag-da.

É nesse espaço cujo estado de completo abandono a todos nós nos envergonha, que apedeutas e mentecaptos insistem em ver os bustos colocados. Pois saibam todos que os bustos foram retirados desse logradouro atualmente rebaixado a uma condição vexaminosa, graças à ação tempestiva da Academia Maranhense de Letras, legitimamente representada por mim, que à época era seu presidente, e por mais 13 confrades.

Na tarde do dia 11 de agosto de 2005 (portanto, há quase sete anos completos), após uma reunião na Academia em que o assunto principal foi a precária situação dos bustos da Praça do Panteon, de onde haviam já roubado o busto de Humberto de Campos e uma grande e bela placa junto ao busto de Corrêa de Araújo, elaboramos e assinamos uma exposição de motivos dirigida ao Dr. Tadeu Palácio, então Prefeito de São Luís. Nessa mesma tarde fomos em comissão levar o documento ao Prefeito, que gentilmente nos recebeu em seu gabinete e, após atentamente ouvir nossa manifestação pela voz do acadêmico José Chagas, além de receber o conjunto de fotografias que documentavam o estado deplorável da praça, indagado se tinha condições de manter vigilância permanente e eficaz daquele espaço, respondeu-nos francamente que não.

Diante disso, postulamos a solução imediata de evitar que os bustos remanescentes fossem roubados, a exemplo do que já acontecera com o busto de Humberto de Campos e a placa sob o busto ao poeta Corrêa de Araújo. Ali mesmo e ato contínuo o prefeito adotou a providências que resultariam na retirada, logo na manhã seguinte, de todos os bustos, que foram recolhidos a lugar seguro e passaram a ser objeto dos cuidados de restauração.

Na tarde/noite de 24 de outubro de 2007, o mesmo prefeito Tadeu Palácio,na companhia de auxiliares seus e presentes alguns acadêmicos, entre os quais Ceres Costa Fernandes e eu, fez a solene entrega à cidade, sob o nosso testemunho agradecido, dos bustos restaurados e acrescidos do busto do escritor Josué Montello, embora, lamentavelmente com o busto de Humberto de Campos ausente, por motivo de roubo. Todos esses pequenos e venerandos monumentos acham-se, desde então, devidamente expostos, porém resguardados de roubos e outros malefícios nos jardins internos do Museu Histórico e Artístico do Maranhão, imponente conjunto arquitetônico situado parte na rua do Sol e parte na rua de São João, sem prejuízo, porém, de ser, como de fato é, uma só e ampla unidade imobiliária.

Essa história, já a contei aqui por mais de uma vez, e desde agora aviso que sempre estarei disposto a recontá-la quantas vezes necessário for. Intriga-me, porque ainda não consegui atinar para o motivo por que os bustos preservados da degradação a que estavam submetidos na Praça do Panteon, tanto incomodam apedeutas, mentecaptos e outros imbecis. Serão eles agentes ou prepostos dos donos de fundições que praticam o crime de receptação de bronze? Ou serão meros espíritos de porco, empenhados em ver a cidade cada vez mais agredida e criminosamente danificada?

Insisto nas perguntas, porque elas verazmente me intrigam. Por que os bustos, tratados com zelo e dignidade nos jardins do Museu Histórico o Artístico do Maranhão, tanto incomodam apedeutas e mentecaptos? Qual a razão de esses mesmos indivíduos desejarem que os bustos sejam removidos do local onde gozam de respeito, incolumidade e segurança, para um espaço conspurcado por dejetos e outras imundícies? Seria pelo torpe motivo de que se comprazem em ver os monumentos representativos de Gomes de Castro,Teixeira Mendes, Urbano Santos, Maria Firmina dos Reis, Bandeira Tribuzi, Arnaldo Ferreira, Silva Maia, Coelho Neto, Gomes de Sousa, Clodoaldo Cardoso, Henriques Leal, Artur Azevedo, Corrêa de Araújo, Raimundo Correia, Dunshee de Abranches e Nascimento Moraes rebaixados à mais infame degradação na verdadeira cloaca em que se transformou a hoje impropriamente chamada Praça do Panteon?

Rápida consulta aos dicionários Aurélio e Houaiss, dos mais autorizados de nossa língua, informa-me que não existe o verbo bustificar, que aqui comparece como outro neologismo, talvez estapafúrdio, mas para exprimir a ação de colocar bustos. E que, na infeliz hipótese de retornarem os bustos à chamada Praça do Panteon, sem que ela esteja devida e eficazmente policiada e posta a salvo de vândalos e outros malfazejos, e mais: sem que ela haja passado por completos reparos e higienização, essa hipotética volta, de infeliz lembrança, nas condições atuais, não seria uma bustificação. Seria, com todas as vênias, pedidos de desculpa e de perdão aos olhos e ouvidos mimosos, suscetíveis e, por isso mesmo, propensos a desmaios e delíquios verdadeiros ou meramente espetaculosos, reitero, com todos os tarrabufados e salamaleques possíveis: nas condições atuais da impropriamente denominada Praça do Panteon, um retorno desses monumentos representaria, não uma bustificação da praça, mas uma bostificação dos bustos.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Hoje é o Dia de Proteção às Florestas

Hoje (17.07) não é uma terça-feira comum. É o Dia de Mobilização Pelas Florestas, movimento organizado pelo Greenpeace. A data, na verdade, celebra o Dia de Proteção às Florestas, que, segundo a organização, anda meio esquecida. Através da internet, o objetivo é agregar mais assinaturas ao projeto de lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero. Ela terá início às 15h e se estenderá até as 22h.

A campanha foi lançada em março deste ano e já conta com mais de 380 mil assinaturas. A expectativa é chegar à marca de 1,4 milhão de assinaturas até o final de 2013. Queremos um Brasil com florestas!

As hashtags a serem usadas serão #BrasilcomFlorestas e #DesmatamentoZero. Participe e assine a petição.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Escândalo do bicheiro Cachoeira afeta reabertura do Hotel Nacional

O Hotel Nacional Rio em São Conrado dificilmente ficará pronto para a Copa do Mundo. O imovel, que foi arremetado em um discutido leilão promovido no ano passado, foi adquirido por um empresario de Goiás na área de remedios e ligado ao grupo do contraventor.

A própria Rede IHG, que colocaria  bandeira do Hotel Intercontinetal no novo hotel não acredita mais que o equipamento ficará pronto para a Copa de 2014.

Além dos problemas com o escandâlo do Cachoeira, o próprio leilão de venda do hotel está sob suspeita. "Já corre a lenda que os problemas do Nacional são decorrente do carma espirutal das dezenas de operários que morreram durante a obra" afirma um ex-funcionário da Horsa, empresa do empresario José Tjurs.  

terça-feira, 10 de julho de 2012

UemaNet lança nova logomarca

O Núcleo de Tecnologias para Educação – UemaNet lançou no mês de junho sua nova logomarca. A marca deixa claro que a tecnologia está ligada à modernidade, em constante processo de mudança e atualização, ou seja, infinita.

Assim é o UemaNet, oferecendo por meio dos cursos inúmeras possibilidades de promover e incentivar a educação. E partindo desta afirmação surge a marca. Dois semicírculos passando a ideia de movimento, como a tecnologia que está sempre em constantes mudanças e se renovando como a educação que é contínua.

A Universidade Estadual do Maranhão – UEMA oferta cursos na modalidade a distância desde o ano 2000. Cursos esses que são intermediados pelo UemaNet. O Núcleo é responsável pela concepção, gestão e avaliação de projetos em educação a distância da Universidade.

Na ocasião, a equipe da Assessoria de Comunicação apresentou o Plano de Comunicação do Núcleo, o qual mostra todas as ações que serão realizadas no biênio 2012 – 2014.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Taxistas recebem orientações para atuação durante a Reunião da SBPC

Membros da organização da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá de 22 a 27 deste mês em São Luís, promoveram ontem uma reunião com motoristas de táxi conveniados que vão trabalhar durante o evento científico. Os coordenadores do curso de Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) proferiram palestra e entregaram selos para taxistas das cooperativas do Aeroporto Hugo da Cunha Machado, do Terminal Rodoviário e de outros pontos de passageiros.

Foram também distribuídos kits com material informativo intitulados "Sou taxista hospitaleiro sou parceiro da SBPC na UFMA... e você?" para os taxistas aprenderem a se comportar da melhor forma possível com os turistas, tratando-os educadamente e instruindo-os sobre pontos turísticos e onde há segurança para que tenham uma boa estadia.

"O objetivo da reunião é sensibilizar e envolver taxistas em prol do acolhimento da SBPC e também distribuímos selos para cada parceiro taxista para terem o livre acesso no evento, dando a devida segurança para nossos participantes", disse o professor do curso de Hotelaria da UFMA Davi Andrade.

Todos os táxis que tiverem o selo "Sou parceiro da SBPC" terão livre acesso à Cidade Universitária, onde será realizado o evento. Segundo a coordenadoria, há cerca de 2 mil táxis cadastrados. Os selos servem para que os participantes percebam que a cidade está envolvida com a reunião da SBPC e os taxistas estão comprometidos com o público.

Taxistas estão com grande expectativa para a reunião da SBPC. Eles acreditam que aumentará o número de turistas, o que trará, consequentemente, melhoria de renda para a categoria. "O turista será muito bem vindo e a nossa fonte de renda vai aumentar", afirmou Raimundo de Jesus , 46 anos. "O movimento de entrada e saída da rodoviária vai ficar bom demais", alegrou-se Valdeci Sá , 49 anos. Quanto aos kits, eles disseram que poderão receber bem melhor os turistas, sendo gentis e educados, ajudando a melhorar a imagem de São Luís.

sábado, 7 de julho de 2012

Vaquejadas viram "motojadas" e reacendem críticas de defensores dos animais no Nordeste

Conhecidas com o “esporte sertanejo”, com milhares de adeptos no Nordeste, as vaquejadas ganharam o incremento de motos em substituição aos cavalos, criaram uma nova modalidade motorizada, a motojada, e reacenderam as críticas de instituições de proteção aos animais, que já criticavam a vaquejada tradicional.

A vaquejada consiste em o vaqueiro usar o cavalo para derrubar o boi, segurando-o pelo rabo, numa pista de corrida. Com a motojada, a tarefa ficou ainda mais cômoda, já que o cavalo deu lugar aos motores de veículos de motocross.
Para defensores dos animais, as motos causam uma batalha desleal com o garrote --que é perseguido numa pista de 150 metros para que o vaqueiro (agora motoqueiro) derrube-o dentro da faixa.

As críticas começaram  após o anúncio de uma “motojada” marcada para ocorrer no próximo dia 29, na Fazenda Santo Antônio, localizada entre os municípios de Palmácia (CE) e Pacoti (CE).

A Motojada de Gado dos Ferros deverá ser realizada pela segunda vez, caso não haja impedimento judicial. A “festa para derrubada do boi” promete distribuir R$ 2.000 em prêmios, além de três shows de bandas de forró. A expectativa de público é de dez mil pessoas e mais de 50 competidores.

Mas, no que depender da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais) no Ceará, o evento não sairá dos panfletos. A presidente Geuza Leitão de Barros disse ao UOL que fez uma representação ao MP (Ministério Público Estadual) contra a realização da motojada.

Geuza alegou maus-tratos no confinamento do gado no curral e durante a corrida. Uma campanha também foi lançada nas redes sociais para pressionar contra a realização do evento.

Para a Uipa, a prática configura crueldades e infringe a Constituição e a Lei de Crimes Ambientais, já que “neste evento o boi será perseguido por um motoqueiro (em vez de um cavaleiro, também crime), movido a grupos de forró e premiação em dinheiro, prática delituosa que ocorre à custa de crueldade para com os animais usados na arena”.

“O barulho do motor das motos assusta ainda mais o animal, que sai correndo desesperado sem entender o que se passa. Além do mais, o motoqueiro tem muito mais chances do que o vaqueiro em um cavalo de alcançar o boi por conta da potência da motocicleta”, afirmou Geuza.

A presidente da Uipa afirmou que, além da representação, está questionando a liberação do evento por órgãos como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar. “Eles são órgãos estaduais e deveriam cumprir a lei de proteção aos animais, não conceder o alvará de funcionamento para ocorrer a motojada. Também vou questionar o Detran sobre a legalidade do uso de motos na pista. Quero que os responsáveis sejam punidos”, disse.

Organização nega maus-tratos

Um dos organizadores da “Motojada de Gado dos Ferros”, Claerton de Abreu Nascimento disse que, apesar das campanhas nas redes sociais, não vai deixar de trabalhar para conseguir a permissão do Corpo de Bombeiros para “garantir a segurança do público e dos animais”.

“Há uma campanha negativa de apostar no fracasso do evento, mas a vaquejada é tradição aqui no Nordeste, e o público gosta de ver coisas diferentes, como as motos em pista. Quem está questionando não sabe que pegamos o gado que estava morrendo de sede e fome no sertão e estamos alimentando-o e tratando-o muito bem”, disse.

Segundo Nascimento, a ideia da motojada cearense surgiu após assistir a um DVD de um evento similar realizado em Pernambuco em 2010. Ele afirmou que motojadas já ocorrem em Pernambuco e Paraíba sem problemas. “No evento realizado em outubro do ano passado, não houve nenhum acidente com motoqueiros, público ou animais.”

Ele disse que alugou 150 animais e pretende devolver todos saudáveis ao dono. “Ninguém iria ceder ou alugar seu gado para que sofresse maus-tratos porque quem lida com animal não admite isso”, disse Nascimento.

“Também os riscos que o motoqueiro corre são mínimos porque 90% dos bois correm mais rápido do que a moto, que demora a arrancar na saída por conta da pista fofa, pronta para o gado cair sem se machucar. Os participantes já acostumados com as duas práticas porque tanto correm vaquejada quanto fazem MotoCross.”

A motojada

As regras da nova modalidade da vaquejada são as mesmas. Numa pista com extensão de 150 metros, o boi, que fica em um curral com outros animais, é solto, e o vaqueiro, em cima de uma moto, sai em investida para segurar o rabo do animal, fazer o manejo de dobrá-lo com uma das mãos e derrubá-lo na linha.

Cada inscrição tem direito a duas tentativas para derrubar um garrote de cada vez. Caso não consiga alcançar o animal ou derrubá-lo fora da faixa, o vaqueiro é desclassificado.

A única regra diferente da vaquejada é que o motoqueiro tem de usar equipamentos de segurança, como capacete, colete, cotoveleiras e joelheiras para se proteger caso haja um acidente durante a corrida para pegar o boi.

Reproduzida do site www.uol.com.br.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

​Maranhão discute redução do ICMS de bares e restaurantes

Uma reunião entre representantes da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Maranhão - ABIH-MA e do Sindicato de Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares do Maranhão - SINDHORBS-MA, apresentaram ao Secretário de Estado da Fazenda, Dr. Cláudio Trinchão, uma proposta para redução no valor do Imposto sob Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, cobrado para as empresas que exercem atividades de fornecimento de alimentação (bares, restaurantes, hotéis e motéis) no Estado.

Durante a reunião, foi solicitada a inclusão dos associados das respectivas entidades no Sistema Simplificado de Tributação do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, nos moldes da Lei Estadual no LEI Nº 9.094, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009.

Atualmente o valor do ICMS cobrado no Maranhão para estes tipos de empreendimentos é de 17%. Os presidentes das entidades levaram uma proposta para o Secretário de Fazenda solicitando uma redução do valor do imposto para 3,5%, o que já acontece em outras capitais do Nordeste, como Fortaleza e também já é uma realidade em São Paulo.

Em contrapartida, as entidades ficariam responsáveis por uma ampla divulgação e também por um trabalho de conscientização junto aos seus associados e aos demais empresários do setor para que estes busquem regularizar suas situações junto ao Sistema de Arrecadação de ICMS do Estado.

Para o presidente da ABIH-MA, João Antônio Barros Filho, ganha tanto o Estado quanto o empresariado local com a redução do imposto. "O empresário ganha na medida em que reduz a sua carga tributária. Já o estado, ganha na medida em que aumentará sua arrecadação, pois essa redução contribuirá para que mais empresas possam aderir ao sistema de arrecadação com um valor baixo.", afirmou João Antônio.

A proposta apresentada pelos empresários é fruto de uma participação do vice-presidente da ABIH-MA, Armando Ferreira no EQUIPHOTEL 2012, realizado em Pernambuco, no mês passado. Lá, Armando Ferreira teve acesso ao Decreto nº 27.426, de 20 de abril de 2004, Instituído pelo Governo do Estado do Ceará, que concede o benefício aos empresários do setor. "Esta proposta foi apoiada pelos empresários do Grupo Luzeiros, que mantiveram o primeiro contato com o Secretário. Depois, nós da ABIH e do SINDHORBS tomamos à frente e expandimos o projeto para todos os setores.", colocou Armando.

O presidente do SINDHORBS-MA, Paulo Coelho, afirmou que a reunião foi muito positiva e que a ampliação da proposta para outros setores que não só a hotelaria contribuirá ainda mais para aumentar os investimentos no setor. "Alcançamos o nosso objetivo com a apresentação desta proposta e saímos daqui satisfeitos, e certo de que os empresários dos setores de bares, restaurantes, hotéis e motéis do Estado darão um salto importante em seus investimentos.", afirmou Paulo Coelho.

A proposta foi muito bem recebida pelo Secretário Cláudio Trinchão. A mesma deverá ser transformada em um projeto de Lei, que deverá ser encaminhado à Assembleia Legislativa e dependerá ainda da sanção da Governadora Roseana Sarney para entrar em vigor.

Estiveram presentes na reunião com o Secretário de Fazenda o presidente da ABIH-MA, João Antônio Barros Filho, o presidente do SINDHORBS-MA, Paulo Humberto Coelho, o vice-presidente da ABIH-MA, Armando Ferreira e o vice-presidente do São Luís Conventions & Visitors Bureau, Nan Souza.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Especialista, Dr. Mário Beni, analisa o turismo brasileiro

Durante o Encontro dos Empresários de Turismo em São Luís, a reportagem do Jornal Cazumbá, entrevistou com exclusividade o Professor Doutor Mário Carlos Beni*, membro representante da Américas no Conselho de Ética da OMT - Organização Mundial do Turismo, que falou entre outros assuntos, sobre as reais perspectivas Brasileiras para os próximos anos em relação ao turismo.

Para ele, nós estamos ainda vivendo um processo reinterante de déficit na balança turística, déficit que ascende hoje a algo em torno de 1bi e meio de reais por mês.

“Considerando o receptivo que vem se apresentando desde 2001 nós temos cravados aí, com quase 10 anos, cerca de 5 milhões e 100, 2011 fechou com 5 milhões e 400 mil turistas. Para um emissivo, na verdade o nosso emissivo, a última estatística foi em 2007, então nós estamos aí defasados; há 4 anos que o Ministério não publica a questão do turismo emissivo, mas nós na universidade temos acompanhado, fizemos algumas projeções e estimamos que 2011 tenha fechado em torno de 9 milhões e 400 a 9 milhões e 500 mil turistas, então aí você percebe o déficit que existe entre o emissivo e o receptivo”.

TURISMO INTERNO
Beni afirma que o Brasil continua a ser um país eminentemente emissor e não receptor de turismo. “Claro que dentro desse quadro há uma coisa muito boa, há um cenário que nos anima que é o crescimento do turismo interno, isso foi excelente e está ultrapassando as previsões, projeções e estatísticas que até então tínhamos. Nós estamos nos aproximando muito rapidamente a 60mi de turistas, fechou com 58mi de turistas que circulam no país, claro que por conta das medidas do governo federal que tornou possível uma ampla mobilidade social que atingiu algo em torno de 50mi de habitantes, ou seja, que passaram da classe C para classe B em torno de 30mi e da classe D para classe C algo em torno de 20mi totalizando 50mi de habitantes que conseguiram esta mobilidade social.”

E continua: “Então, isto ampliou efetivamente a questão das viagens internas e nos colocou como o único país do Mundo que teve esse crescimento exponencial do turismo interno, já passamos muito próximo a taxa de partida em férias que é ideal definida OMT de 7.6, já ultrapassamos isso da população como taxa de partida em férias. Isto é gratificante e a razão principal é efetivamente essa questão da mobilidade social que atingimos.”

SUSTENTABILIDADE
Mário Beni aproveitou também para falar sobre o turismo sustentável e apontou alguns caminhos. Segundo o especialista, uma região para se desenvolver com o turismo sustentável, precisa começar a vender o seu próprio produto. “O produto turístico precisa ser consumido primeiramente na própria região e isto não tem ocorrido com a questão de um mecanismo que eu chamo de governança participativa, de governança de sustentabilidade da comercialização do produto turístico na própria região.”

Para Beni, “a maioria das regiões turísticas querem imediatamente um fluxo interno, buscar o fluxo nacional, buscar o turista do sul, etc., mas esquece que um estado como o Maranhão com esta imensidão territorial tem um demanda interna reprimida muito grande. Então,  porque não buscar essa demanda interna reprimida e depois amplia-la regionalmente pegando o nordeste. Esse trabalho que você faz de resgate da cultura que é muito arraigada e típica do Maranhão, precisa ser em toda região e em todo país. Vai muito por aí, é uma coisa muito simples, muito fácil de fazer, mas os agentes, as operadoras locais ficam olhando lá em baixo uma amplidão maior e esquecem dessa demanda reprimida interna. Temos que começar a buscar, isso eu tenho falado em relação a Amazônia, tenho falado com relação a outras regiões.”

BOAS PRÁTICAS
“Eu tenho o exemplo vivo disso porque quando eu fui trabalhar como docente do corpo de Pós-Graduação do programa de mestrado do Rio Grande do Sul, isso há 15 anos atrás, nós começamos com um trabalho e hoje a Serra Gaúcha é o primeiro território que nós poderíamos caracterizar como cluster de turismo, é uma rede de produção. Muita gente confunde arranjos produtivos com rede de produção que é o caminho final para se chegar ao cluster. A região do país que está muito próxima de ser, não é ainda, um cluster turístico é a do Rios Grande do Sul, a região de Caxias e das Serras Gaúchas, Gramado, Canela, Bento Gonçalves. Isso precisa ser feito em outras regiões do país, como começou lá, trabalhando exatamente com a região, eles se visitando entre eles e aí foi ampliando, depois de cinco ou seis anos começando com os arranjos produtivos e chegando a rede de produção com toda sensibilização e conscientização da população se chegou efetivamente a definição de um produto turístico regional que acabou sendo o transferido pro consumo nacional com a CVC. Um modelo que precisa começar a ser desenvolvido aqui no Maranhão e em outros estados.”

POTENCIAL TURÍSTICO DO MA
“Costumo dizer que o Maranhão tem um potencial extraordinário. Eu sou apaixonado pelos Lençóis Maranhenses, eu tive muitas vezes lá, tive pelo lado do Maranhão e entrei pelo Piauí, pelo Delta do Parnaíba. Eu não entendo porque o sucesso, do exemplo que eu dei ainda pouco da Serra Gaúcha, não é aplicado, porque na Serra Gaúcha a Universidade de Caxias do Sul que é uma universidade não só atuante, mas com uma característica importante, ela é uma universidade com campi em todos os municípios da região, quer dizer ela é uma universidade comunitária. Então, ela atua com muita presença e foi por meio dos vários departamentos que nós conseguimos fazer o desenvolvimento do turismo da Serra Gaúcha. Eu uso sempre como exemplo porque foi possível fazer a mobilização, a sensibilização da sociedade para trabalhar efetivamente com aquilo que eu chamo de força social, se não houver efetivamente essa união, o que eu acho muito difícil. Resumindo isso tudo para você, eu acho que o Brasil ainda não encontrou, apesar de ter o ministério do Turismo, apesar de ter toda essa instrumentação de planejamento estratégico, não consegue visualizar o que eu chamo de Instancias de Governança Regional, ou seja, IGR.”

IGRs
Beni reforça a importância do entendimento entre as Instâncias de Governanças. Segundo ele, enquanto não houver um entendimento entre essas instancias, ou não houver uma identificação muito correta destas instâncias e elas trabalharem em conjunto, nós não vamos conseguir, em lugar nenhum, voltar a resgatar isso tudo que nós necessitamos para trabalhar com o desenvolvimento sustentável  do turismo. Os cenários de sustentabilidade só serão assegurados a partir destas Instancias de Governança.”

Ele continua ressaltando que: “Se você for fazer uma pesquisa no primeiro setor, você vai ficar estarrecido porque a Secretarias não se falam entre si, o secretário A não fala com o secretário B, quando falo não fala, não há dialogo, não há interface. Quando o turismo só acontece pela inter e transdisciplinalidade e pela transversalidade das ações ele não acontece, isso tanto em nível municipal, estadual e eu lhe afirmo que em nível federal. Nós estamos assistindo esta historia há muito tempo. Quantos programas você já ouviu falar, primeiro era o plano nacional de municipalização do turismo PNMP, no seu tempo de estudante, agora é o Plano de Regionalização e agora na ultima reunião do Conselho Nacional de Turismo  apresentaram um outro plano sem acontecer o Plano de regionalização, e por uma razão muito simples, as instancias e governanças regionais jamais foram identificadas, não é que o ministério está errado, o ministério está correto em suas diretrizes, estava correto nas suas diretrizes estruturantes com relação ao plano de regionalização, mas não chegava na ponta nem o recurso e nem a orientação.”

O professor aponta ainda que: “Nós estamos vivendo o século da convergência, o século da parceria e não há parceria nem entre o primeiro setor e nem entre o segundo com o primeiro setor que é o empresariado a PPP que tanto se fala, a parceria pública e privada, eu ainda estou procurando por ela, é muito rara acontecer. Na verdade, existe consórcios, e a gente sabe como são esses consórcios, todos nós sabemos, mas chamar isso de parceria público privada...Então, é por aí que eu acho que se realmente houver todas essas instancias de governança regional isto vai efetivamente acontecer. Eu vou hoje na minha fala deixar muito claro, eu estou preocupado com o que está acontecendo no nordeste, não está acontecendo ainda no Maranhão, mas já aconteceu no Ceará, Rio Grande do Norte, há um processo crescente de desterritorialização no litoral do nordeste, e o pior a Espanha gasta hoje 55bi de euros, ela já gastou isso, para demolir um modelo de turismo residencial na Costa do Sol, nós estamos importando esse modelo para o nordeste.”

GLOBALIZAÇÃO E TURISMO
O professor falou também como a globalização vem influenciando o turismo. Beni ressalta que: “O turismo foi um grande instrumento da globalização, talvez um dos maiores instrumentos da globalização, entre tantos como a tecnologia que facilitou a comunicação e essa seria o primeiro fator, o turismo está entre os primeiros fatores que determinaram a globalização. Veja essa participação como é importante, mas temos problemas muito sérios, hoje eu diria a você que 85% cresceu mais 20, na década de 70 era em torno de 75%, hoje 85% no trafego aéreo, trafego turístico está no Atlântico Norte na Europa e Estados Unidos, então veja o que sobra para os demais países da América do Sul, Oriente Médio, Sudeste Asiático etc. A participação da América do Sul no trafego turístico mundial é de 3%, o do Brasil 0,5% de participação do trafego turístico mundial, não chega a 1% e somos um continente.”

Beni continua, explicando que: “Se você fizer essas analises comparativa você vai situar o Maranhão no contexto do turismo brasileiro com o grande potencial que ele tem, que ainda está preservado porque eu não sei até quando vai ser preservado, com isso então precisa fazer as coisas acontecerem corretamente com muita segurança e com muito planejamento para evitar o que já aconteceu nos outros estados. O Ceará em 2007, foi a última pesquisa de demanda que foi feita no Ceará. Em 98, eu participei dessa pesquisa, o Ceará tinha 7% do trafego do turístico interno do país a Bahia chegava a 12 quase 13%, o nordeste tinha algo em torno de 30% do trafego turístico interno do país. Hoje, a última pesquisa foi em 2007 o Ceará baixou para 3% e o nordeste 18%.”

O professor alerta que essa queda se deve, principalmente, ao alto custo da hotelaria no país. “Primeiro coincidentemente foi a partir de 2007 que começa efetivamente esse processo da mobilidade social de um lado, mas o pior disso, o que provoca efetivamente isso é o custo da hotelaria no Brasil. O preço, o custo do Brasil hoje é um dos mais altos do mundo, então é muito mais barato, faça essa experiência um dia e tente pegar a família e ficar uma semana em Porto de Galinhas ou escolher um dos melhores resorts do Caribe e você vai ver que você vai economizar muito, isto inviabiliza totalmente. Estão, estimando 1 milhão de turistas e eu tenho afirmado que a copa vai vir exatamente 10% do que temos no anual, nós temos 5 milhões e se vierem 500 mil eu acho que é um número bastante razoável, porque é o custo Brasil, o custo Brasil inviabiliza.”

*Mário Carlos Beni - Professor Doutor; Tem experiência na área de Turismo. Atuando principalmente nos seguintes temas: Sistema Nacional de Turismo, Administração Pública e Turismo. Autor do livro mais utilizado pelas academias de turismo: Analise Estrutural do Turismo. É membro representante da Américas no Conselho de Ética da OMT - Organização Mundial do Turismo.

Nosso “calcanhar de Aquiles”

Temos muito que nos orgulhar da nossa cidade durante esses 400 anos de fundação. Possuímos uma das mais belas capitais, com um litoral invejável, além de uma cultura e história únicas. Todos esses atrativos naturais e particulares da nossa cidade fazem com que várias pessoas venham nos visitar durante todo o ano. Apesar dos pesares e da desvalorização dos próprios ludovicenses, muitas pessoas adorariam conhecer nossa bela ilha. 

Recentemente estive em uma capital do Sudeste e em uma loja do shopping uma pessoa perguntou de onde eu era, e quando disse que era de São Luís, ela logo se alarmou, e pensei que ela fosse criticar a minha cidade, mas muito pelo contrário, ela perguntou se eu era doido de estar lá em uma cidade sem nenhum atrativo natural, e disse que a história, cultura e atrativos de nossa cidade eram perfeitos, tudo isso sem nunca ter vindo aqui. 

Contudo, mesmo com todos esses pontos que nos favorecem, ainda temos alguns “calcanhares de Aquiles” que  nos envergonham e que deixam algo a desejar em todos os nossos visitantes e até mesmo na própria população. Dentre muitas questões importantes para serem revistas, existe uma que precisa urgentemente da atenção de todos.

Quem nunca andou pelo centro da nossa cidade e se deparou com certo odor?  Ou, quem nunca, no centro, sentiu necessidade, precisou ir ao banheiro e percebeu que não tinha nenhuma opção?

Já nos deparamos com essa situação por muito tempo, o centro se transformou em um grande banheiro a céu aberto e sem contar com as várias pessoas que moram nas ruas da cidade e que fazem suas necessidades fisiológicas em qualquer canto tirando muito do nosso “encanto”. 

No Centro Histórico da capital, quase não há banheiros públicos, os únicos que ainda restavam eram administrados pela SINDHORBS - Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Maranhão, numa parceria com a Secretaria de Turismo do Estado, e hoje estão fechados. Toda essa situação e descaso mostra a falta de sensibilidade e respeito das autoridades que não se importam nem com simples necessidades básicas de todo ser humano, então, porque se preocupar com educação, segurança, qualidade de transporte, etc. Nas praças Deodoro, Nauro Machado e demais pontos estratégicos, os banheiros não tem a mínima condição de uso, a sujeira e a falta de higiene predominam, até  os animais passam longe! 

Com vários eventos nos últimos dias, consequentemente aumentou o número de visitantes e a situação tornou-se caótica, inevitavelmente as pessoas que estão mais “apertadas” não vão conseguir dizer não ao chamado da natureza e esperar até encontrar algum banheiro. Precisamos dar a devida atenção para esse detalhe que somado a muitos outros fazem com que nossa bela São Luís não seja ainda mais admirada por todos. 

A solução mais simples seria a implantação de banheiros químicos por todo território central e uma empresa terceirizada que faça a vigilância, manutenção e higienização. Dessa maneira ficaremos muito mais “aliviados”. Caso nada disso aconteça teremos que fazer uma campanha, atravessar a ponte José Sarney e urinar na frente de cada palácio encontrado.

Não nos resta dúvida alguma de que temos um grande diferencial e potencial em relação a muitas outras cidades do nosso país. Mas, espero sinceramente que não precisemos de mais um centenário de existência para termos que evoluir e arrumar todas as questões ainda existentes.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Quatrocentos anos ameaçados

Por: J.R.Martins - jrmartins@uol.com.br

De algum tempo para cá, com a aproximação da data comemorativa dos quatrocentos anos da cidade, vem ganhando espaço uma campanha despropositada que tenta desqualificar a sua fundação pelos franceses.  Pretendem essas pessoas modificar a história e atribuir aos portugueses, mais precisamente a Jerônimo de Albuquerque, a autoria do feito.

Pelo que pude apurar, essa inquietação tem origem a partir do livro “A fundação francesa de São Luís e seus mitos”, da professora Maria de Lourdes Lauande Lacroix.

Embora eu tenha consciência de estar muito distante de ser classificado como historiador, tenho que reconhecer minha incontrolável curiosidade em torno das coisas ligadas ao Maranhão, com destaque para aquelas que dizem respeito à capital.

Possuo uma considerável quantidade de livros que tratam do assunto, aos quais recorro sempre que tenho dúvidas e necessito esclarecê-las.

O mais importante documento de que se tem notícia sobre a fundação de São Luís foi escrito pelo padre  Claude D’Abeville, um dos quatro capuchinhos que acompanharam La Ravardiêre e sua esquadra ao Maranhão. Em sua “História da missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e suas circunvizinhanças” narra minuciosa e circunstanciadamente todos os momentos importantes que ali aconteceram. Desde a chegada; escolha do local adequado para o assentamento; estabelecimento do forte; abertura de uma grande praça em frente (atual Avenida Pedro II); construção de casas, armazém e de igreja, convento e seminário dos moços franceses e índios, para o aprendizado do francês e língua nativa; a pomposa cerimônia que caracterizou a fundação da cidade (erguimento da cruz, celebração de missa solene, procissão); até a conquista amigável dos Tupinambás, primeiros habitantes da Ilha.

Na verdade, foi muito além. O cronista pesquisou de forma esplêndida e única nossos peixes, animais, pássaros, árvores frutíferas e até insetos, deixando-nos, desse estudo, um legado de valor inestimável. Também deixou registrada a tradução de um grande número de palavras indígenas aprendidas durante sua boa convivência com eles.   

Se a verdade da fundação da cidade foi ignorada por muitos anos, e somente revelada publicamente por José Ribeiro do Amaral, em seu livro “Fundação do Maranhão” (1912), como estão alegando, deve-se talvez à dificuldade de acesso à obra de Abeville, naquela época.  Também é possível que, antes dele, Ribeiro do Amaral,  tenha havido certa acomodação por parte dos historiadores e pesquisadores no que tange à modificação da história como era aceita e adotada. O certo é que quase tudo sobre o Maranhão do início do século XVII deriva dos depoimentos do citado padre capuchinho. Talvez, por isso mesmo, não seja fácil encontrar algum cronista que questione o mérito dos gauleses de fundadores de nossa capital. Faltariam elementos convincentes para tanto.

Entretanto, os que se atrevem a contestar a consagrada autoria do assentamento francês, utilizam como uma das principais justificativas a ausência de construções sólidas e duradoras deixadas por eles. Ora! Com tão pouco tempo que puderam ali permanecer, não tinham como executar esse tipo de obra. Tal fato não pode e nem deve ser considerado prova suficiente para lhes negar a paternidade da fundação. Tais construções demandariam muito tempo e dinheiro, coisas que lhes foram escassos. Mesmo depois de reconquistada a Ilha, demorou muito até que os lusitanos erguessem suas primeiras casas duradouras. Podemos constatar que, ainda hoje, com os recursos técnicos e financeiros disponíveis, a recuperação de apenas um dos muitos prédios históricos em ruínas consome mais tempo que o recomendável.

O valioso e incontestável patrimônio material e cultural que herdamos dos colonizadores lusitanos somente surgiu bem recentemente. Coisa de pouco mais de dois séculos. Tivessem eles permanecido na Ilha apenas três anos, com certeza também muito pouco ou nada teriam deixado para a posteridade. 
Os franceses não vieram ao Maranhão com a intenção de permanecerem por tempo limitado. Da leitura das diversas obras que tratam do assunto, pode-se perfeitamente depreender que pretendiam ali se estabelecer definitivamente, fundando a Nova França ou França Equinocial.

E para isso, naturalmente, necessitavam alongar seus domínios até regiões bem além da Ilha. Com essa finalidade, fizeram algumas incursões até mais ao norte do Brasil. Segundo a visão de Jerônimo de Viveiros: “a França Equinocial não criou raízes, durou apenas três anos e quatro meses. Estava ainda em organização quando lhe sobreveio o desastre de Guaxenduba”. Acrescenta ele, em outro trecho de sua obra: “Não era mais o comércio que os franceses disputavam, era também o território da colônia portuguesa”.

Como já sabemos sobejamente, essas terras estavam na posse de Portugal desde o ano de 1500. Da mesma forma, é indiscutível que os lusitanos, por motivos os mais variados, mantiveram a região norte do país abandonada à sua própria sorte por mais de uma centúria. Somente após a chegada ambiciosa dos gauleses em terras maranhenses os portugueses voltaram sua atenção para aquelas paragens. Igualmente, sabemos que, pelo Tratado de Tordesilhas, grande parte de nosso território pertenceria à Espanha, não fosse ocupada pela coroa portuguesa.

Voltando a Jerônimo de Viveiros, conta ele em sua “História do Comércio do Maranhão” (cap.I-pg.1), que tão logo Francisco I tomou conhecimento do Tratado de Tordesilhas, teria jocosamente dito que iria perguntar ao Papa Alexandre VI em que cartório se achava o testamento de Adão, legando o Novo Mundo à Espanha e Portugal e deserdando as demais nações.

Persistindo na leitura dos cronistas que tratam da estada dos franceses em terras tupiniquins, desde Claude D’Abeville, Yves D’Evreux e Diogo de Campos Moreno até autores mais recentes, como Pe. João Filipe Bettendorff, César Augusto Marques, Jerônimo de Viveiros e Mário Meireles, ainda não conseguimos identificar citações que neguem comprovadamente o fato histórico da fundação da cidade aos franceses e, muito menos, sua atribuição ao notável guerreiro Jerônimo de Albuquerque. Este, por sinal, morreu desgostoso, depois que teve transferido para o general Alexandre de Moura o reconhecimento de sua vitória.

Por mais que tentem denegrir sua imagem, é incontestável que o comandante Daniel de La Touche foi, em todas as ocasiões, um nobre cavalheiro que honrou suas atitudes. Do trato diário com os íncolas; das boas relações mantidas com Jerônimo de Albuquerque, após a célebre batalha de Guaxenduba; do envio gentil de seu cirurgião com medicamentos para atender aos guerreiros inimigos feridos em combate; até à assinatura de armistício com o comandante lusitano, estabelecendo a paz até fins de dezembro de 1615. Lamentavelmente o dito acordo foi descumprido por Alexandre de Moura, que comandando uma grande esquadra aniquilou de vez os gauleses, estabelecendo uma rendição pouco digna ao ilustre La Ravardière.

Apesar de, em casos semelhantes, a história relatar os acontecimentos quase sempre do ponto de vista do vencedor, este caso maranhense confirma que toda regra tem suas exceções. Aqui, constatamos que a verdade dos fatos sobrepujou a fantasia.

Se em minhas buscas nada consegui descobrir que atribua aos portugueses a fundação da cidade, arrisco concluir que o mesmo deve ter ocorrido com os contestadores, já que seus argumentos nada de concreto oferecem além de meras conjecturas.