terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Estudo revela maior taxa de desmatamento do mundo na terra de uma tribo isolada

Empresas de pecuária querem desmatar a floresta dos Ayoreo isolados © GAT / Survival

Um novo estudo científico revelou que a floresta do Chaco no Paraguai – o derradeiro refúgio da tribo isolada Ayoreo – está sendo devastada pela maior taxa de desmatamento do mundo.

O estudo feito pela Universidade de Maryland constatou que ‘a floresta do Chaco no Paraguai (…) enfrenta um rápido desmatamento para o desenvolvimento de fazendas de gado. O resultado é a maior taxa de desmatamento do mundo.’

Estas imagens dramáticas feitas por satélite mostram a assombrosa extensão da destruição florestal no Chaco entre os anos 1990 e 2013 – e também mostram que a área reivindicada pela tribo Ayoreo é um dos últimos resquícios que restam da floresta.

Como muitos povos indígenas ao redor do mundo, os índios dependem da floresta para sua sobrevivência e eles estão protegendo-a há milhares de anos.

O Ministério do Meio Ambiente do Paraguai causou recente indignação ao conceder licenças às empresas brasileiras de pecuária Yaguarete Pora S.A. e Carlos Casado S.A. (uma subsidiária da empresa de construção espanhola Grupo San José) para desmatarem a floresta dos Ayoreo, ainda que a área esteja localizada dentro de uma reserva de biosfera da UNESCO.

Os isolados Ayoreo são forçados a viver em fuga das escavadeiras que estão constantemente derrubando sua floresta. Qualquer contato com os pecuaristas poderia matar os índios, pois eles não têm imunidade a doenças trazidas por estranhos.

Em um apelo urgente ao Relator Especial da ONU para os povos indígenas, a organização Ayoreo OPIT disse: ’(Para os Ayoreo e seus parentes isolados), proteger a floresta e seus territórios constitui a própria vida.

‘Os projetos pecuaristas das empresas Yaguarete e Carlos Casado na terra ancestral dos Ayoreo-Totobiegosode destruiriam e devastariam sua floresta com todos os seus recursos naturais.’

Stephen Corry, diretor da Survival International, disse hoje, ‘Por quanto tempo mais o Paraguai irá ostentar duas reservas de biosfera da UNESCO? Com a maior taxa mundial de desmatamento, o Chaco não vai durar para sempre: com ele, a única tribo isolada do país também será destruída. O governo deve impedir que os pecuaristas brasileiros destruam a herança de seu povo, antes que seja tarde demais para o Chaco e para os Ayoreo.’

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Começa entrega de notificações para retirada de não índios de terra no MA


Iniciou na última quarta-feira (15), pelos oficiais da Justiça Federal no Maranhão, a entrega das notificações aos não índios que ocupam a Terra Indígena Awá-Guajá. No primeiro dia de trabalho, 45 famílias receberam o documento e têm 40 dias para desocupar a área de forma voluntária.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), o cumprimento da decisão do juiz José Carlos do Vale Madeira começou no último dia 15, na parte sul da região, próximo ao município de São João do Caru. O território compreende ainda os municípios de Centro Novo do Maranhão, Governador Newton Bello e Zé Doca.

A Justiça trabalha com a estimativa de que haja entre 300 e 500 ocupações e imóveis no território, que tem área total de 116 mil hectares. O número exato de famílias a serem notificadas, no entanto, só será conhecido após a entrega de todas as notificações.

A Funai informou que o prazo para o término do trabalho dos oficiais de Justiça varia de dez a 15 dias, mas pode aumentar caso as condições climáticas atrapalhem o sobrevoo da região. Além disso, uma equipe que percorria os povoados e áreas rurais encontrou uma ponte destruída por manifestantes, contrários à desintrusão, que tentaram impedir a entrada dos oficiais de Justiça.

Na decisão, o juiz Madeira determinou o apoio da União aos agricultores e pequenos criadores alvo da desintrusão. O governo deve se articular com as prefeituras dos municípios de destino dos lavradores para que eles forneçam produtos para a merenda de estudantes em escolas públicas.

Arnaldo Lacerda trabalha como lavrador em São João do Caru e discorda da maneira como o governo tem conduzido a questão, pois durante o prazo de 40 dias será difícil promover o reassentamento das famílias. “Devia ter sido levado em consideração que não tinha um plano pronto para retirar esse povo. Estamos aguardando a expulsão para ser jogados no meio da rua”, disse na última sexta-feira (10). Segundo ele, como o processo de litígio da terra começou em 1992, as soluções para a realocação das famílias já deveriam ter sido aplicadas.

Na última sexta-feira, também foi criado um grupo de trabalho para acompanhar o assentamento das famílias notificadas. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) trabalha na base de operações montada em São João do Caru para cadastrar as pessoas notificadas e selecionar as que atendam os critérios para serem reassentadas. Não podem ser beneficiários do programa agricultores e posseiros que têm renda de atividades não agrícola superior a três salários mínimos, além de proprietários de grandes áreas.

O juiz Madeira disse que está atento à questão. “Minha maior preocupação é que os lavradores, que preencham requisitos [para o cadastro], não sejam colocados às margens da BR [rodovia], não sejam marginalizados”, disse na semana passada.

Extraído de: Agência Brasil

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Vitória! Índia salva ‘tribo Avatar’ da empresa mineradora Vedanta

Os Dongria Kondh estão celebrando sua vitória sobre a gigante da mineração britânica Vedanta Resources © Toby Nicholas/Survival

Em uma vitória sensacional no impasse entre a ‘verdadeira tribo Avatar’ da Índia e a gigante mineradora britânica Vedanta Resources, as autoridades da Índia anularam os planos de mineração nas montanhas sagradas da tribo Dongria Kondh, como foi amplamente divulgado.

A decisão segue consultas, sem precedentes, com as comunidades Dongria Kondh que estão ao redor da mina, que foram requisitadas pela Suprema Corte da Índia e descritas como o primeiro ‘referendo ambiental’ do país.

Todas as 12 comunidades Dongria Kondh envolvidas na consulta rejeitaram corajosamente o projeto da Vedanta em face a intimidação e perseguição, mas a decisão final cabia ao Ministério do Meio Ambiente e Florestas.

A derrota terá repercussões mundiais para as empresas com intenção de trabalhar em terras de povos indígenas e deve servir como uma lição para que o consenso prévio das comunidades indígenas deva ser sempre procurado.

Survival International tem estado a frente de uma campanha mundial de apoio à luta dos Dongria contra a Vedanta Resources, e convenceu celebridades como Joanna Lumley e Michael Palin para defender a causa da tribo.

Todas as 12 comunidades Dongria Kondh envolvidas na consulta rejeitaram unanimemente o projeto da Vedanta © Survival

Vedanta não tinha procurado o consentimento dos Dongria antes de iniciar o projeto e mesmo assim construiu uma refinaria ao pé das montanhas Niyamgiri, que custou à empresa um valor estimado de US $800 milhões.

O projeto de mineração da Vedanta foi criticado pelo governo britânico após a Survival ter apresentado uma queixa à OCDE, e vários acionistas, como a Igreja da Inglaterra, venderam suas ações da empresa por razões éticas. Diversas investigações na Índia também criticaram o projeto.

Os Dongria têm sido apoiados por Rahul Gandhi, Vice-Presidente do Partido do Congresso Nacional da Índia e filho de Sonia Gandhi, que havia prometido ser o ‘soldado’ dos Dongria em Nova Délhi. Ele visitou duas vezes as montanhas Niyamgiri para mostrar seu apoio à luta dos Dongria contra a mina da Vedanta.

O diretor da Survival Stephen Corry disse hoje, ‘Muitas pessoas acreditam erroneamente que a luta pelos direitos dos povos indígenas é invencível, especialmente quando eles estão contra multinacionais como a Vedanta. Mas este resultado mostra que o poder nem sempre está certo. A determinação dos Dongria, juntamente com o apoio esmagador do público, estabeleceu um novo precedente para os direitos indígenas na Índia.’

Extraído de: Survival International

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ministério da Justiça prolonga atuação da Força Nacional em terras indígenas

O Ministério da Justiça decidiu prolongar, por mais 90 dias, o tempo de atuação de militares da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na localidade de Humaitá, no Amazonas, e na terra indígena Awa-Guajá, na região de Santa Inês, no Maranhão. O novo prazo começa a ser contado a partir desta segunda-feira (13), data em que portarias sobre a atuação dos militares no dois estados foram publicadas no Diário Oficial da União. O prazo poderá ser prorrogado novamente, caso necessário.

Os militares devem apoiar o Departamento da Polícia Federal nas ações de polícia ostensiva e na integridade física das pessoas e dos patrimônios a serem desencadeadas nas regiões. A atuação e o número de policiais a ser disponibilizado obedecerão ao planejamento em conjunto entre os órgãos envolvidos.

Profissionais da Força Nacional já atuam em Humaitá desde o dia 27 de dezembro de 2013, e em Awa-Guajá, os militares estão desde o dia 5 de janeiro.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Pelo menos 11 pessoas morrem por causa de nevasca nos EUA

Ao menos 11 pessoas morreram nos Estados Unidos, a maioria em decorrência de acidentes de trânsito provocados pela pista escorregadia por causa da forte nevasca que atinge o país.

A forte nevasca que atingiu 22 Estados americanos nesta sexta-feira obrigou cerca de 100 milhões de pessoas pelo país a mudarem a rotina para driblar o mau tempo. Nos Estados de Nova York e Nova Jersey, os governos decretaram estado de emergência.

Cerca de 2.400 voos foram cancelados em todo o país, e aeroportos importantes da região nordeste, como o JFK, em Nova York, fecharam ainda pela manhã por falta de visibilidade. Houve cancelamento de dois voos saindo de São Paulo para Nova York, e um fazendo a rota inversa. Na noite desta sexta, outros estavam atrasados e sem previsão de partida.

O novo prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio, ordenou o fechamento das escolas públicas na cidade e orientou, ainda nas primeiras horas da manhã, moradores e turistas a não saírem às ruas.

"Se vocês não precisarem sair, por favor não saiam", pediu. A temperatura ficou em torno de -12ºC pela manhã, com sensação térmica de -20ºC, por causa do vento. A neve acumulada no Central Park chegou a 15cm.

No começo da tarde, porém, o sol já tinha ajudado a amenizar o frio e a derreter a neve. A expectativa é que as temperaturas sigam baixas no fim de semana.

A nevasca foi vista como o primeiro grande desafio de Blasio, que assumiu o posto na última quarta-feira. A resposta foi considerada rápida, com a remoção da neve das estradas e ruas tendo sido iniciada ainda de madrugada.

O próprio prefeito saiu para retirar neve da calçada em frente à sua casa, no Brooklyn, de onde deve se mudar nos próximos dias para a Gracie Mansion, em Manhattan.

"Vá com a pá lá embaixo, raspe um pouco. Depois levante com os joelhos", instruiu aos jornalistas que o filmavam. Blasio ainda brincou, dizendo nunca ter feito uma conferência com assessores às 4h. "Foi incrível como todos estavam lúcidos."

Turistas procuravam abrigo nas lojas de departamentos para fugir da neve. "Está muito frio lá fora, e as ruas estão muito sujas para caminhar", disse o advogado brasileiro Paulo Varandas, 46, que aproveitou para fazer compras. "Tomara que melhore nos próximos dias."

Para a família da educadora Marina Buckup, 49, no entanto, a nevasca não alterou a programação na cidade. Recém-chegados a Nova York, eles planejavam passar o dia caminhando e, à noite, enfrentar o vento do alto do Empire State Building.

Fonte: http://diariodoturismo.com.br

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Para voar com conforto, taxas extras

As companhias aéreas estão colocando no mercado um novo conjunto de tarifas, mas desta vez os passageiros podem até gostar. Ao contrário da primeira geração de taxas, que levava os passageiros a pagar por serviços até então gratuitos, como despachar uma mala, essas novas tarifas prometem um gostinho da vida que gostaríamos de viver, ou pelo menos um voo mais prazeroso.

Espaço adicional para as pernas, embarque antecipado e acesso a salas de espera tranquilas foram só o começo. Hoje as companhias aéreas alugam iPads pré-carregados com filmes, vendem refeições quentes de primeira classe na categoria econômica e permitem que os passageiros paguem para ter uma poltrona vazia ao seu lado. Em terra, eles podem pular a fase do recolhimento de bagagem e ter suas malas entregues diretamente em casa ou no escritório.

No futuro próximo, as empresas aéreas pretendem ir além, ao usar maciços volumes de dados pessoais para customizar produtos para cada passageiro. "Mudamos da cobrança por antigos benefícios para elevações de categoria", diz John F. Thomas, da L.E.K. Consulting. "A questão é personalizar a experiência de viajar."

As empresas aéreas enfrentam dificuldades para elevar o valor das passagens o suficiente para cobrir os custos. As taxas adicionais arrecadam mais de US$ 15 bilhões por ano e são o motivo pelo qual muitas delas são lucrativas. Mas a receita proveniente de taxas mais conhecidas como a de despachar malas estagnou. Assim, as companhias estão vendendo novos extras e copiando métodos de marketing aprimorados pelas varejistas.

A modernização tecnológica permite que as aéreas vendam produtos diretamente aos passageiros no ato da reserva, em e-mails subsequentes, diante da aproximação da data da viagem, no check-in e ainda em mensagens de texto por celular antes do embarque.

A Delta Air Lines deu recentemente a seus comissários de voo aparelhos sem fio, que lhes permitem vender aos passageiros, de última hora, lugares de categoria superior, com mais espaço para as pernas. E, assim como a Amazon oferece sugestões com base nas compras passadas de cada internauta, as companhias aéreas conseguirão em breve lançar mão do comportamento passado para abordar os passageiros.

"Temos enormes volumes de dados", diz o principal executivo da Delta, Richard Anderson. "Sabemos quem é você. Sabemos qual foi a sua história na companhia. Podemos customizar os produtos que lhe oferecemos."

Outras empresas aéreas estão testando o rastreamento da movimentação dos passageiros pelo aeroporto. No futuro, se alguém passar nos controles de segurança horas antes de seu voo, poderá receber, por mensagem no celular, um vale com desconto para usar na sala de espera da companhia aérea.

Por enquanto, a maioria desses dados está sendo usada para reconquistar os passageiros que tiveram o voo adiado ou a bagagem perdida. "Queremos voltar a um ponto em que as pessoas sintam que viajar não é coisa a ser suportada, mas algo que podem curtir", diz Bob Kupbens, vice-presidente de marketing e comércio digital da Delta.

A maioria dos passageiros escolhe os voos com base na tarifa mais baixa. Os sites de vendas de passagens e pacotes de viagem, que permitem comparar preços, acentuam essa tendência. Quando as companhias aéreas tentam elevar os valores, encontram resistência. "Os clientes são muito rápidos em alterar seu plano de viagem, usar outra empresa aérea, ou desistir de vez de viajar", afirma Jim Corridore, analista da Standard & Poor's.

Nos últimos três anos, as companhias aéreas tentaram elevar as tarifas 48 vezes, segundo a FareCompare.com. Em 29 dessas tentativas, as reservas caíram o suficiente para as empresas abandonarem a elevação.

A maioria das tarifas hoje não cobre o custo do voo. Enquanto a tarifa básica média doméstica de ida e volta (nos EUA) subiu 3% nos últimos dez anos, o preço do querosene de aviação quase triplicou.

Sem as cobranças extras, dizem os especialistas, as passagens seriam 15% mais altas. "Ou você fecha a empresa ou encontra uma maneira de cobrir" seus custos, diz Robert Jordan, diretor comercial da Southwest Airlines.

A Southwest absteve-se de cobrar pela maioria das bagagens embarcadas. Mas vende muitos outros opcionais. Por US$ 40, por exemplo, quem está no fim da fila de embarque pode passar à frente.

As companhias aéreas afirmam que as taxas trazem um senso de justiça ao sistema. Por que um passageiro com uma pequena bagagem deveria subsidiar uma família de quatro pessoas que despache suas malas?

Fonte: http://diariodoturismo.com.br.