quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Congresso da ABAV se despede do Rio de Janeiro

O Congresso da ABAV (Associação Brasileira da Agências de Viagens) e a Feira das Américas foram realizados no Rio de Janeiro pela última vez, pelo menos consecutivamente.

A partir do ano que vem, e no mínimo pelos próximos tres anos, o evento acontecerá em São Paulo. Uma decisão política, mas, no fundo, o que conta são os acordos e o apoio do trade turístico local. O ideal seria retorná-lo à itinerância, como no passado, inclusive realizá-lo novamente em Belo Horizonte.

O congresso e feira de 2012 mostraram que as empresas se mexem buscando adaptações às mudanças do cenário. O que deu para captar do “espírito” do evento, além de poucas modificações e enxugamento, é que as agências estão buscando novos caminhos, após o risco de serem eliminadas da cadeia produtiva do turismo com a entrada das cias aéreas e hotelaria vendendo diretamente ao consumidor via web.

Atualmente, as ferramentas tecnológicas não são apenas facilitadoras do dia a dia dos profissionais do turismo. São essenciais no relacionamento com o cliente. Algumas empresas se especializaram em tecnologias de relacionamento com o mercado e as agências on line já fizeram volume na ABAV 2012. Estavam presentes mais de uma dezena de empresas especializadas em relacionamento on line com o cliente.

Empresas como a Decolar.com, com faturamento que chega a R$4bilhões, marcando presença na feira, que gerou até protesto por parte de alguns agentes de viagens; ou a americana Travelport, presente em 170 países, com cerca de 3.500 funcionários e receita de 2 bilhões de dólares em 2.011. Os números impressionam.

A verdade é que a tecnologia não é mais apenas ferramenta administrativa a serviço do agente de viagens. O mundo virtual é pano de fundo indispensável e instrumento efetivo junto ao cliente. Ou se adapta ou sucumbe-se.

Por Paulo Queiroga (jornalista e correspondente do Diário de Turismo em Minas Gerais)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Saudades de Décio Sá…

Esta é a primeira eleição sem a presença do jornalista Décio Sá – talvez o único jornalista em essência na história do Maranhão.

Me sinto só.

Com Décio, brigávamos muito, divergíamos muito, mas tínhamos um conceito de grupo, não pessoal.

Eu e Décio tínhamos nossas preferências pessoais, mas estávamos sempre dentro do mesmo objetivo – um objetivo de grupo, tático e estratégico.

Muita gente que pensa que cobre política não sabe sequer diferenciar política tática de estratégica.

Décio sabia.

Décio entendia o conceito de 2012 e 2014. E trabalhava para viabilizar o projeto que ele acreditava.

Ter amigos e admiradores é fácil.

Difícil é separar os admiradores dos interesseiros, daqueles que querem apenas usufruir do poder, seja ele exercido por quem seja.

São pessoas que não sabem o conceito de perder ou ganhar.

Estão sempre do lado que ganha.

Mas estes são os verdadeiros perdedores. Aqueles a quem ninguém deve ovacionar.

Por que sempre estão desesperados à procura de uma sobra.

Nunca souberam curtir uma vitória pessoal..

Blog do Marco D’Eça

Prato maranhense entre os melhores “PFs” do Brasil

O segundo “PF mais gostoso do Brasil”, o Peixe Crocante do restaurante Ponto X, em Pedreiras, MA. (Foto: Ilustração)
É do Maranhão o segundo lugar no pódio do Concurso Melhor PF do Brasil, realizado pela empresa de cartões e vouchers pré-pagos Ticket.

Para ser mais exato: a receita de “Peixe Crocante” do restaurante Ponto X, na cidade de Pedreiras.

Com o intuito de premiar as receitas que mais fazem sucesso no dia a dia do trabalhador brasileiro, o concurso escolheu 10 semifinalistas de milhares de receitas e estabelecimentos inscrintos, e os colocou para apreciação popular.

Os três finalistas levaram pra casa mais de R$ 30 mil em premiação. Entre as quais, a receita saída da cidade maranhense, à base de pescada amarela empanada no fubá de milho.

Pela cara, dá pra perceber o porquê de o prato ter levado o prêmio: simples e apetitoso!

Blog do Oton Lima

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Turismo Rural é a cereja do bolo no 40º Congresso ABAV

Parte integrante da Feira de Turismo das Américas, a 40ª edição do Congresso Brasileiro de Agências de Viagens exalta atividades turísticas nas áreas rurais brasileiras. “Os produtos rurais são, hoje, a cereja do bolo de qualquer pacote turístico”, afirma Andreia Roque, Presidente do Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural - IDESTUR.

Andreia, que também é CEO da Brasil Rural Turismo de Experiência, promoverá a palestra “Turismo Rural - um jeito diferente e charmoso de conhecer o Brasil” durante a 40ª edição do Congresso Brasileiro de Agências de Viagens, evento que integra a feira da Associação Brasileira das Agências de Viagens - ABAV, a maior do segmento das Américas.

“Os negócios envolvendo atividades turísticas rurais, elaboradas principalmente com foco na criatividade e na economia da experiência, associada ao turismo e desenvolvimento sustentável, surgiram como diversificação do mercado, tornando mais atrativos os pacotes tradicionais da prateleira das principais operadoras e agências de viagens do país”, diz a Presidente do IDESTUR.

É importante lembrar que, no último Encontro Comercial BRAZTOA, promovido pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, o IDESTUR, em parceria com o SEBRAE Nacional, promoveram a 4º Rodada Nacional de Turismo Rural. Na ocasião, a presença de 30 produtos rurais brasileiros - criteriosamente selecionados pelo IDESTUR e representando 15 estados da federação, em contato com 18 das mais importantes operadoras de turismo no país, garantiu a realização de negócios que somaram mais R$ 6,5 milhões, um incremento da ordem de 90% comparado à rodada de negócios de 2011.

“Neste novo momento do mercado, ofertar algo a mais, como um dia no Brejo Paraibano degustando cachaça, ou fazer piquenique na Serra da Mantiqueira, surgiram para agradar um novo turista, ávido por vivenciar experiências intensamente, entendendo o ambiente e participando de atividades diferenciadas. Neste cenário não cabe mais entender turismo rural como ação futura do mercado, mas, sim, reconhecer o seu amadurecimento”, complementa Andreia Roque.

ABAV – A Feira de Turismo das Américas
Maior e mais importante feira de turismo do continente, que acontecerá neste ano de 2012, entre os dias 24 e 26 de outubro, no Riocentro, Rio de Janeiro (RJ), a ABAV – A Feira de Turismo das Américas constitui excelente oportunidade para negociações e relacionamento com profissionais do trade turístico. O evento, palco que expõe a maior diversidade de produtos, serviços e destinos voltados à indústria de viagens e turismo, é parceiro da maior feira de turismo do mundo, a ITB Berlim (Alemanha) e da ITB Academy, e prioriza em sua estratégia de crescimento facilitar o entrosamento entre buyers e suppliers, além de muito networking. Com a presença de expositores de cerca de 50 países, a ABAV 2012 apresenta uma série de novidades e, também, é ponto para encontros de entidades públicas e privadas e importantes acordos internacionais.

Este ano, o Evento ABAV tem patrocínio do Sebrae (Vila do Saber e Rodada de Negócios), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC (Vila do Saber); Equador (Sala de Imprensa); México (canais de comunicação – portal e newsletter), Travelport (compensação de gás carbônico do evento). E apoio do Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur (Programa Compradores Convidados), Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas – Abracorp, Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo – APAVT, associações da América Latina – AAAVYT/ Argentina, ACHET/Chile, ABAVYT/Bolívia, ANATO/Colômbia, ASATUR/Paraguai e Audavi/Uruguai.

Fonte: Abav Nacional

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Casario Maranhense encanta visitantes da Feira das Américas

Estande da Setur reproduz o Centro Histórico de São Luís
O acervo arquitetônico de são Luís reproduzido por meio de um casario, vem chamando atenção de centenas de visitantes que passam pela 40ª edição da Feira Nacional das Agências de Viagens, ABAV.
 
A réplica de um casario colonial com cerca de 150m abriga, um espaço destinado a degustação de comida típica, balcões promocionais e institucionais além de um espaço voltado exclusivamente para o treinamento de agentes de viagens.
 
Entre os destinos que estão sendo comercializados, os polos São Luís, Lençóis e Chapada das Mesas além da gastronomia e o artesanato local completam as ofertas do estado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Último dia da Exposição França Equinocial para sempre

*Antonio Noberto

La festa appena cominciata é già finita (A festa mal começou e já acabou), é assim que começa a música Canzone per te, ganhadora do festival de San Remo em 1968, na voz de Roberto Carlos. Com a mesma brevidade também acaba a nossa festa, a Exposição França Equinocial para sempre, grande sucesso de público e crítica durante as comemorações do quadricentenário de São Luís. A Exposição, segundo algumas personalidades do Maranhão, foi “mais que um sucesso, um recorde de público”; “um dos maiores eventos culturais dos quatrocentos anos”. Foi sem dúvida uma grande sacada, um evento casado com a história e com o modo de ser dos ludovicenses. Algo que tem a ver com a intimidade dos moradores locais, pois simpáticos a esta temática, historicamente reprimida. Foram quase três mil visitantes em menos de um mês, que se demonstraram bastante entusiasmados e até surpresos com o acervo e a bela história, pois perceberam que o evento agrega valor à cidade e aos seus moradores.

O visitante encontra entre as peças do acervo imagem de algumas personalidades que estiveram em São Luís no evento de fundação da Nova França no Maranhão, em 1612, além do rei Luís XIII, mapas da França, de Saint-Malo, Paris, Poitou, Loudun, dois mapas mundi do período das descobertas das Américas, do Maranhão, de São Luís, Brasão de La Ravardière, a relação de muitos nomes de franceses que estiveram aqui à época, transcrição de vários documentos relativos ao Maranhão francês, entre os quais as Leis fundamentais decretadas na Ilha do Maranhão, a Carta da rainha regente Maria de Médici a La Ravardière, dentre outras peças. No local o visitante pode adquirir o livro e o álbum França Equinocial, uma história de 400 anos, que contem parte considerável do acervo.

A Exposição foi idealização nossa. Dividimos a coordenação e curadoria com as historiadoras e pesquisadoras Clores Holanda e Joana Bittencourt. A realização foi do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA e da Aliança Francesa de São Luís. Com o apoio do Instituto Federal do Maranhão – IFMA, Palácio Cristo Rei, Folhagem (Reginaldo Silva), Bus Transportes e Cia Beto Bittencourt.
Entre os visitantes, o Embaixador da França no Brasil, o ministro do Turismo, o secretário de Estado de Turismo, escritores, professores, magistrados e membros do Ministério Público, e diversas outras autoridades. Os franceses que estiveram aqui durante o período das comemorações, se surpreenderam com a Exposição e com a capacidade da cidade em racionalizar esta história. Ficaram encantados!

A exposição tinha a pretensão de se estender até o fim do ano, mas em razão da intensidade do vento – o que vem trazendo preocupação aos coordenadores em decorrência da possibilidade de dano ao acervo – preferiu-se a suspensão da mesma, com a observação da possibilidade de retorno em um outro momento. Se você ainda não visitou a Exposição França Equinocial para sempre, ainda dá tempo. Ela estará aberta ao público até as 18h de hoje, no Palácio Cristo Rei, Praça Gonçalves Dias, São Luís - MA.

Agradecemos a todos que contribuíram para a realização da Exposição e a prestigiaram, em especial a imprensa maranhense e aos amigos das mais diversas redações, ao amigo artista plástico Rogério Martins, à presidente do IHGM, Dra Telma Bonifácio Reinaldo, ao reitor da UFMA, Dr. Natalino Salgado, ao reitor da UEMA, Dr. José Augusto Oliveira, ao paisagista Reginaldo Silva, às amigas Clores Holanda e Joana Bittencourt, à professora Janete Chaves (IFMA), aos monitores Vitor Fernando, Vanessa Correa, Érica Gomes, Iracema Rodrigues e Suelma Melo, aos diagramadores Felipe Freire, Marcos Caldas e Natália Freitas, e a todos aqueles que, direta e indiretamente, participaram e apoiaram o evento.

*Idealizador e curador da Exposição.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cuidado com a sua operadora de telefonia móvel. Ela pode estar metendo a mão

*Antonio Noberto

Sempre lamentei o fato de o Brasil ter nascido plantado na burocracia estatal. Isto fez com que fôssemos preparados à obediência cega aos nossos governantes: o capitão-mor, ouvidor-mor e provedor-mor, que se tornaram nossos referenciais e messias. O temor a estes entes, somado ao onipresente medo da inquisição, o abandono dos colonos, legados ao ataque selvagem e à própria sorte, ajudou a sufocar o último sopro de indignação, além de semear o individualismo, em detrimento de uma cultura coletiva. E ainda, as canções de ninar, que nos preparam desde o berço para as tragédias nos encaminham para o sofrimento. A soma de tudo isto nos fez presa fácil, ao passo que cada um tenta salvar a própria pele. Poderíamos ter nascidos por uma companhia empresarial, holandesa, inglesa ou francesa, mas nascemos sob a égide do estado absolutista, onde o empresariado também se adequou ao nefasto modelo e aprendeu muito bem a tirar proveito dele. É isto o que justifica os desmandos seculares contra o brasileiro. Não se pode garantir que um modelo empresarial seria melhor, mas certamente uma esperança alimentada em meio à espoliação a que os nacionais sempre foram submetidos. É sobre este infernal tapete colonial, defendido e protegido a unhas e dentes pelos oportunistas de plantão, somado a um marketing sedutor, milimetricamente pensado e aplicado, que as empresas exploram os brasileiros, decolam e alcançam seus objetivos milionários. O estado, por outro lado, quase sempre avalizador das ações das empresas (que bancam as eleições dos maus políticos), dificulta o acesso dos nacionais ao aparelho de proteção ao consumidor e à justiça, faz vista grossa e, com isto, garante o achaque e a rapinagem ao bolso do consumidor brasileiro, sempre colocado em desvantagem. 

A Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, divulgou no ano corrente, alguns absurdos cometidos por algumas empresas de telefonia móvel. A TIM, por exemplo, “derruba de propósito o sinal para o cliente ligar novamente e, com isto, pagar mais”. Geralmente o serviço prestado pelas operadoras é diverso daquele contratado, o que é um acinte ao consumidor, à democracia e à Constituição, algo extremamente grave. É necessário, porém, que, ao menos, a Agência facilite o acesso e navegação ao seu site, pois não é fácil fazer uma reclamação ou denúncia. Mesmo cumprindo todas as exigências e passos solicitados, percebe-se que o sítio é obsoleto, não é tão explicativo e dificulta a vida de quem o acessa. Nesta semana, às duras penas, consegui fazer uma denúncia contra os excessos da VIVO, mas até hoje não sei se foi recebido pela ANATEL, pois o sistema não me deu um protocolo, um feedback ou um recibo da denúncia. Dá a sensação de impotência, uma forte impressão de que a ação das empresas na Agência Nacional de telecomunicação é mais forte que o próprio brasileiro. Um contra-senso frente às ações que o Governo Federal vem desencadeando nos últimos anos contra abusos de toda ordem cometidos pelos bancos e empresas.

O brasileiro gasta um percentual alto do orçamento pessoal com telefonia móvel, em tornou de 7,3%. E não é de hoje que este segmento lidera o ranking de reclamações do PROCON e dos juizados especiais. No Congresso Nacional já se pediu a abertura de uma CPI para rever as cobranças abusivas da telefonia móvel, como a famigerada e elevadíssima Tarifa de interconexão, cobrada quando um usuário de uma operadora liga para um número de outra. Esta tarifa era para ser revista em 2012, mas ainda não o foi. Os impostos governamentais sobre as ligações são muito altos. Todo este ciclo engorda um sistema que favorece o governo e as empresas, mas que subjuga e espolia o já mirrado bolso do brasileiro.

Faz alguns meses, um amigo me informou que não agüentou mais a Vivo. Migrou! Hoje só fala ao celular o estritamente necessário. E me advertiu que não tem jeito, pois algumas empresas criaram uma ética paralela, espelhada, talvez, naquela dos morros do Rio. E onde estão os nossos parlamentares? Talvez seja necessário primeiro descobrir quem banca a campanha de boa parte deles.

Em uma viagem recente ao exterior cometi um grave erro ao adquirir um pacote com a VIVO, pois precisava continuar fazendo e recebendo ligações. Apostei na idoneidade da operadora, e isto, literalmente, me custou caro, vez que, mesmo continuando a realizar poucas chamadas e ligações, nos meses seguintes, minha fatura não parou de crescer, quadruplicou, quase me quebra. Não me restou opção senão sair do plano. Transformei em pré-pago. Resolvi o problema. Entre os abusos cometidos pela Empresa estava o acionamento, a seu talante, da internet, que conta como se eu estivesse usando, independente do aparelho estar em área ou não. E é muito difícil o consumidor provar que não usou, pois a empresa não fornece o extrato mostrando os sites visitados. Este é apenas uma das inúmeras estratégias para subtrair indevidamente do consumidor. Outra é, quando reclamada, enviar ao cliente um (ou vários) protocolo (os) que nada tem a ver com o que foi reclamado. Parece-nos que a VIVO resolveu tirar o “prejuízo” da proibição de venda de novos chips nas costas de alguns consumidores, aqueles que ela imagina que tem como pagar por serviços não prestados.

Se o governo já provou que não está sendo suficiente para coibir os mais diversos abusos, uma eficaz solução é consumirmos cada vez menos os serviços de telefonia, além de reclamarmos com mais insistência e cobramos mais dos nossos representantes. Se perguntarmos a nós mesmos, veremos que não precisamos tagarelar tanto ao celular. Não devemos alimentar o dragão, pois ele pode nos devorar, e não temos como fazer frente ao poderio econômico destas empresas. Precisamos ser mais disciplinados e vigilantes.

O quadro atual, de aparente descaso e apatia governamental frente à voracidade de empresas inescrupulosas, apenas dá lastro ao medo e ao caos dos idos tempos coloniais. A sensação é de continuamos como há cinco séculos, entregues à própria sorte, desta feita, a mercê da selvageria e ganância das empresas hi-tech.

*Turismólogo, escritor e sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A dor e a delícia de viajar

Beatrice Borges*


Viajar causa uma transformação em nossas vidas! Viajando você consegue renovar-se, estabelecer uma nova relação com o mundo, transformar-se!

Enquanto você viaja, o seu mundo fica diferente. Fica tudo azul de bolinha cor de rosa, travestido de alegria, curiosidade e satisfação, não é mesmo? Mas quem foi que disse que viajar é só pegar a mochila e sair por aí?

Uma viagem requer muito tempo, preparação, disponibilidade e paixão. A fase anterior ao embarque e o momento de volta ao lugar de origem também marcam o seu roteiro turístico. As três fases da viagem juntas compõem um dos maiores desejos dos povos da terra: conhecer lugares, culturas e povos com hábitos diferentes dos seus.

Resolvi dividir as fases de uma viagem de acordo com a revolução que acontece em mim e as denominei de “pré-viagem”, “trans-viagem” e “pós-viagem”. Vamos a cada uma delas? 

A Pré-viagem
Aqui você decide que vai viajar. Vê uma propaganda, escuta algum comentário estimulante ou realiza um sonho antigo. O fato de viajar já entra em sua vida revolucionando seu sono, seus pensamentos e o seu dia-a-dia. Acessar a internet facilita saber sobre os detalhes, os recantos, os depoimentos de quem já foi e a programação local. A partir daqui, muda-se o figurino, o cabelo e até um check up entra no check list pessoal de cada um.

São meses, semanas e dias recheados de ansiedade, desejo e correria pra ficar tudo pronto. Há aqueles que dizem que a pré-viagem é até mais excitante, porque geralmente se gasta mais tempo nas preparações do que no lugar visitado – e isso é fundamental para o sucesso da sua viagem.

Checar os horários de saída, de chegada, se a memória da máquina é suficiente, a previsão meteorológica, confirmar as reservas no hotel e os passeios são itens essenciais, pois se um desses dando errado ou não se realizando a contento, as  lembranças ficarão manchadas e viagem não será plena.

A Trans-viagem
Eis que chega o dia e você acaba de lembrar que se esqueceu de uma coisinha. É sempre assim! A viagem mexe tanto com a gente que ao se aproximar o dia “V”, o cérebro só pensa em estar no lugar escolhido, não mais com os detalhes da bagagem, o que é perfeitamente perdoável, na minha opinião!

Ver de perto todos os atrativos do destino dão a sensação de felicidade plena. Tudo é festa e alegria. Todo detalhe é digno de uma foto. Os momentos são comemorados e você acaba pecando algumas vezes por excesso de programação. Volta pro hotel exausto, mas feliz por estar aproveitando todos os segundos da sua viagem. Os verbos dormir e descansar são abolidos completamente do vocabulário e você conta os dias pra ficar mais naquela vida. Os pormenores locais como as comidas típicas, o modo de vida, o sotaque e a forma de se vestir das pessoas do lugar compõem as suas lembranças. Você experimenta de tudo e assim o intercâmbio de culturas e gestos vai acontecendo e embebedando a sua mente.

Ah, viajar... Privilégio de poucos hoje em dia. No Brasil, por exemplo, uma estatística não oficial afirma que menos de 10% dos brasileiros pode realizar tal façanha. Quase 75% da nação ainda não conseguiu entrar num avião e com o tamanho continental do nosso País, essa estatística pode ter, sim, fundamento.

Viajar ainda garante um status interessante perante a sociedade e para muitos, se alguém “é viajado” é porque é culto, tem muita vivência e pode ensinar aos outros.

Trazer “lembrancinhas” do lugar visitado garante na memória a chama da viagem. Mesmo depois de bastante tempo, rever o souvenir traz as cores e o cheiro do lugar.

Saber que a viagem está acabando também revoluciona o pensamento e a saudade dos pontos visitados é sentimento constante. A mala, agora, tem mais peso, a camiseta de volta traz estampada um dos atrativos visitados e a ansiedade se transforma em saudade de casa.

A Pós-viagem
O cheiro do seu lugar de origem só ele tem. O céu também. Voltar pra casa dá segurança e racionalidade. A vontade de dormir em sua cama apaga por alguns momentos as lembranças da viagem e você fica feliz por estar de volta são e salvo. É hora de distribuir presentinhos, mostrar fotos, reunir os amigos para contar tudo e lembrar com melancolia.

Desarrumar a mala é a parte mais dolorida. Embora você esteja descansado mentalmente, o que quer mesmo é falar do seu aprendizado e gritar para o mundo que você viajou. Uma viagem desintoxica a vida e renova as esperanças, mas a vida vai aos poucos voltando à sua dinâmica e você se conforma com o seu dia-a-dia. Passado um tempo, a fase da pré-viagem está de volta à sua vida, graças a Deus...

* Turismóloga/Colunista do Jornal Cazumbá
www.ocioviagensegastronomia.com

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Conselho Indígena de Roraima recebe o prêmio espanhol 'Bartolomé de las Casas'

O CIR se dedica a lutar pelos direitos dos povos indígenas de Roraima.
O governo espanhol vai entregar no dia 19 de outubro, no Palácio da Zarzuela, o prêmio 'Bartolomé de las Casas 2011', concedido nesta edição à organização brasileira CIR (Conselho Indígena de Roraima).

O coordenador geral do CIR, o índio wapixana Mário Nicácio, visitará Madri nos próximos dias para receber a distinção.  Uma conferência está prevista para quinta-feira 18 de outubro, às 19h, na Casa de América, e na manhã de sexta-feira 19 o líder indígena receberá das mãos do Príncipe das Astúrias o prêmio concedido ao CIR.

A escolha do CIR como vencedor foi unânime, em reconhecimento do extraordinário trabalho desenvolvido pela organização nas áreas de saúde e educação dos povos indígenas do estado de Roraima durante os mais de 30 anos de sua existência.


'O CIR e os povos indígenas de Roraima nos sentimos honrados com este reconhecimento importante do governo espanhol e de muitas outras pessoas e instituições. Isso nos motiva a continuar lutando, com ainda mais esforços, pelos direitos dos nossos povos em Roraima, no Brasil, e ao redor do mundo', afirmou a organização quando soube que foi a vencedora desta edição do prestigioso prêmio.

Um dos grandes êxitos do Conselho Indígena de Roraima foi sua campanha pela demarcação do território Raposa Serra do Sol, que agora é o lar de cerca de 20.000 índios de diferentes tribos. Depois de vários anos de campanhas dirigidas pelo CIR, Survival International e outras ONGs do Brasil e outras áreas, a área de Raposa-Serra do Sol foi reconhecida legalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de abril de 2005.

O CIR segue dedicando seus esforços para lutar pelos direitos dos povos indígenas e se dedica especialmente a impedir a possível construção de uma barragem em Raposa-Serra do Sol e também ao problema da mineração ilegal no território yanomami.

A Survival International apoiou a candidatura do CIR para o Prêmio Bartolomé de las Casas. Baixe a carta de apoio ao CIR enviada pela Survival.

Enviada pela ONG Survival International

terça-feira, 16 de outubro de 2012

40% da frota de táxi de São Luís é pirata, denuncia sindicato

Quase metade da frota de táxi que roda na cidade não está regularizada, segundo informou o Sindicato dos Taxistas de SL.
De 30% a 40% dos táxis que rodam em São Luís são piratas e algumas cooperativas estariam utilizando o serviço de carros particulares em sua frota para aumenta o número de atendimentos. A denúncia é do Sindicato dos Taxistas de São Luís.

Segundo o presidente do sindicato, José Antônio Pereira, boa parte dos táxis que prestam o serviço na capital está em situação irregular, ou seja, são táxis-piratas. A mais prejudicada com o fato é a população da capital, que não tem garantia nenhuma e muito menos segurança ao fazer uma corrida em um veículo não credenciado na Prefeitura para atuar como táxi. O presidente do sindicato frisou ainda que a prática acontece amplamente na capital por falta de fiscalização da Prefeitura, o que causa insegurança a usuários de táxis.

Antônio Pereira ressaltou que a população não deve aceitar corridas de táxis-piratas para sua própria segurança. "É preciso interceptar essas pessoas e fiscalizar os pontos de táxi. Sem fiscalização, não há nada que impeça os piratas de circular. As blitze são necessárias e, quando feitas, dão muito resultado", frisou o presidente do sindicato.

Clonado - O presidente do sindicato afirmou que já foram encontrados carros com placa clonada de táxis credenciados, e que está se tornando comum a utilização de carros particulares nas frotas de algumas das oito cooperativas que atuam na cidade para aumentar o número de clientes atendidos.

"Já requeri quatro audiências públicas na Prefeitura para tratar da fiscalização para coibir a circulação de táxis-piratas em São Luís, mas nunca fui atendido", informou Antônio Pereira.

Um administrador, que preferiu não se identificar, foi surpreendido pela prática dos táxis-piratas. Ele contou a O Estado que, por volta da meia-noite de quinta-feira, dia 11, chamou um táxi da Cooperativa

Ilha Sat em sua residência, no Ipase, para que o levasse ao aeroporto. Para surpresa do administrador, chegou até sua residência um carro particular com a placa cinza, de São José de Ribamar, sem nenhuma identificação. "Quando indaguei o motorista sobre o motivo de a empresa ter me mandado aquele carro, ele respondeu que aquele era um carro de apoio e que colocaria o taxímetro para rodar", disse o administrador, que complementou contando que o motorista tinha o taxímetro afixado no quebra-sol do carro e não sabia como fazia para chegar até o aeroporto de São Luís.

O Estado entrou em contato com a Cooperativa Ilha Sat e foi informada que o taxista enviado para atender o administrador se envolveu em um acidente no caminho e que por isso foi mandado um carro particular, para que o cliente não perdesse seu voo, mas que de nenhuma forma a empresa utiliza carros particulares como táxis e que esse foi um caso isolado.

Contatada, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) informou por meio de nota que a fiscalização ocorre regularmente em locais e horários estratégicos, realizada conjuntamente com outros órgãos como a Guarda Municipal, Blitz Urbana e Polícia Militar.

Saiba mais

Na capital, há oito cooperativas de táxis legalizadas: Rodotáxi, Coopertáxi, Cocoma, Cooper Sat, Cooper Brasil, Associação dos Motoristas de Táxi do Porto do Itaqui, Ligue Táxi e Ilha Sat. No total, 2 mil licenças foram expedidas pela Prefeitura para táxis na capital. As concessões deixaram de ser emitidas em 1999. Atualmente, as placas podem ser vendidas ou passadas como herança. O valor de mercado varia de R$ 30 mil a R$ 35 mil.

Como identificar um táxi licenciado:

- Para saber se um táxi está em situação regular é preciso observar se tem a cor padrão (branca), o sinal luminoso em cima, a placa vermelha, o taxímetro e o adesivo na porta do veículo com o número da inscrição do carro.

Jornal O Estado do MA

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O nosso reconhecimento, João

Exatamente no dia de hoje, 11 de outubro, se estivesse em vida, João Batista do Vale, o Maranhense do Século, completaria mais um aniversário.

João do Vale nasceu em Pedreiras em 11 de Outubro de 1934. Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar, para ajudar a família. Aos 13 anos foi para São Luís MA, onde participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos).

Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boléias de caminhões: em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou- se como ajudante de pedreiro numa obra no bairro de Ipanema. Passou a freqüentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões.

Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953, Marlene lançou em discoEstrela miúda, que também teve êxito; outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a idéia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro.

Dele participou, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 Se eu tivesse o meu mundo (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do show Opinião, no Rio de Janeiro. Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulo (com Ernesto Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele mesmo.

Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale,prêmio Sharp de melhor disco regional.

Faleceu em São Luís no dia 6 de Dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras.

Blog do Marcial Lima

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Carreatas políticas provocam incêndios na Litorânea e fumaceiro invade apartamentos


Ao contrário do que afirmaram militares do Corpo de Bombeiros, não tiveram nada de acidental os incêndios de domingo à tarde ao longo da Praia de São Marcos, na Litorânea. O fogo foi mesmo provocado pelos fogos de artifício ‘disparados’ por integrantes das carreatas de pelo menos três candidatos a prefeito de São Luís, que ‘invadiram’ a avenida, ainda pela manhã, e entraram pela tarde.

O fogaréu provocou um fumaceiro impressionante, escurecendo boa parte da área do Calhau, principalmente em torno da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB-São Luís). Em alguns apartamentos, o fogo chegou a queimar roupas que estavam estendidas nas áreas de serviço, enquanto as cinzas invadiram salas, copas e quartos, deixando os moradores indignados.

“Meu apartamento ficou um nojo, tive roupas queimadas e muito trabalho para limpar tudo aqui, pois era folga de empregada”, afirmou uma proprietária de apartamento do prédio Dom Gabriel, localizado na Rua Rui Mesquita. Ela e outros moradores do condomínio tiveram de ir para a rua com mangueiras para combater o fogo que ‘devorava’ o matagal em frente.

“Quando entrei no apartamento, hoje (ontem) cedo, levei um susto com o tamanho do estrago”, disse uma diarista do condomínio Cidade do Porto, cujo proprietário passou o final de semana fora de São Luís.

Enquanto bombeiros tentaram desviar a responsabilidade pelos incêndios, afirmando que haviam sido acidentais, proprietários de bar da Litorânea foram taxativos em afirmar que o fogaréu foi provocado pelos fogos de artifício das carreatas que queimaram facilmente a vegetação, que nesta época do ano fica muito seca. “Não tem como esconder o óbvio. Quem causou o incêndio foram aqueles que estavam soltando foguetes ao longo da avenida”, garantiu ao Jornal Pequeno um dono de bar que preferiu não se identificar.

Reproduzido do Blog de John Cutrim