quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vaquejada: um esporte que não educa em nada


Um esporte na contra mão do momento em que vivemos. Assim pode ser dito das “famosas vaquejadas”, esporte em que a derrubada do boi é a maior atração e contraria os ambientalistas e ecologistas que pregam o não maltrato a natureza e consequentemente ao animal. O esporte é praticado em todo Brasil e, em especial, no Nordeste. No Maranhão, tem até o circuito das vaquejadas, aonde vários municípios incentivam essa prática “esportiva”, com apoio completo pagando altos valores em premiação.

No último final de semana pude ver uma dessas tais vaquejadas, na cidade de Colinas/MA. Sai do ambiente completamente revoltado com o que vi. Por ser um esporte predominantemente masculino, a mulher é vista como objeto, em todos os sentidos. A começar pelas músicas barulhentas, de gosto duvidoso, com palavras de depreciação à mulher que é sempre descrita como objeto sexual. E o pior de tudo: grande número dos presentes eram mulheres, que, a meu ver, ainda não perceberam seus valores e lotam shows dessas bandas, pagando ingressos e sendo inspiração para “compositores” que denigrem a imagem feminina.


Entre tantas outras mazelas da referida vaquejada, uma merece destaque. A exposição de mais de uma dúzia de máquinas caça-níqueis e jogos de azar, aonde dezenas de crianças e adolescentes jogavam sem nenhuma ação do Ministério Público ou Polícia Militar, que tinha uma guarnição a menos de dez metros do referido jogo, assistia a tudo e nada fazia. Até fez, quando por mim provocado, o comandante da guarnição, respondeu que o ambiente em que estava acontecendo a vaquejada era particular e os donos do parque deram a permissão. Somente eles podiam proibir a ação de crianças e jovens estarem jogando.


Mas, também, como impedir essas crianças de jogarem? Se o único espaço destinado a elas, eram dois brinquedos em péssimo estado de conservação, com gambiarras elétricas e muita sujeira. Sem contar o apelo dos organizadores do referido “esporte” com bandas ..., calcinhas não sei o quê... sem vergonha entre outras baboseiras, pagas com o dinheiros público. Isso sem contar a comercialização de bebidas a estes menores que era feita para todos verem.


Enfim, fazendo uma analogia da citada vaquejada, pude perceber que a mesma, nos moldes que se apresenta hoje, está com os dias contados. Se isso não acontecer, que se mude o modelo para algo mais educativo, com exposição da cultura local, atrativos gastronômicos, produção agrícola, entre outras, que possam atrair a comunidade e, em especial, as crianças e jovens. A expectativa é que estas vaquejadas/exposição possam ser um retrato permanente de um Maranhão virtuoso e não esse de miséria, com uma cultura trazida sabe-se lá de onde, que não ensina em nada aos nossos filhos.

Um comentário:

  1. Tramita na Câmara projeto que regulamenta a vaquejada como atividade esportiva. Pela proposta (Projeto de Lei 3024/11), do deputado
    Paulo Magalhães (PSD-BA).
    Acesse os links abaixo e se manifeste
    CONTRA ESTE ABSURDO!

    Vote contra a vaquejada

    http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/TRABALHO-E-PREVIDENCIA/409415-PROJETO-RECONHECE-VAQUEJADA-COMO-ATIVIDADE-ESPORTIVA.html

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