sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Slow Food: tendência gastronômica que veio para ficar


Os almoços de domingo já não são mais os mesmos. Antes, o ato gastronômico mais solene de nossas vidas era o almoção de domingo. Frango assado com macarrão e salada verde fez muito sucesso. Peixe serra frito com cuxá, arroz branco e guaraná Jesus eram os queridinhos, sem falar nas tortas de camarão ou caranguejo sempre acompanhadas de vatapá ou caruru. Bons tempos aqueles...

Hoje, além das famílias não se reunirem mais, as empregadas domésticas estão em suas merecidas folgas e as mães, administradoras dos cardápios, estão exaustas do trabalho semanal. Resta então à sociedade moderna, os restaurantes da cidade que ofertam um variado menu ou ainda as entregas em domicílio que resolvem bem o cansaço familiar.

Na contramão de toda essa dinâmica, existem aqueles que optam por uma vida mais saudável, menos corrida, ou embora corrida, mas priorizando qualidade de vida quando possível. São os adeptos do movimento slow food, que necessariamente é o oposto do fast food.

Fast food todo mundo entende como comida rápida (há quem considere junky food ou comida lixo), feita em fornos microondas ou mergulhados sem muita gordura. Entende-se aí os famosos sanduíches, batatas fritas, enlatados e muitos outros.

O slow food não só quer dizer que a comida tem outra característica, mas também que o hábito alimentar é diferente. Lembram do almoço de domingo?

Pois é, comer junto, devagar, apreciando o sabor e harmonizando alimentos e bebidas é o lema de um adepto do slow food.

Outro aspecto interessante a ser lembrado é a origem do alimento. Deve ser livre de agrotóxicos, conservantes e pigmentos artificiais. Fala-se inclusive em ecogastronomia, fazendo referência a uma alimentação com consciência e responsabilidade.

Ainda seguindo a linha do slow food, estão as comidinhas caseiras, preparadas com condimentos naturais e sempre com pouca gordura (sem gordura saturada ou trans) e pouco sal. Há quem considere o slow food um capricho, já que no dia a dia quase nunca dá pra escolher em meio a uma praça de alimentação, pratos orgânicos ou integrais, mas

seguidores dessa filosofia afirmam ser possível manter pelo menos uma alimentação diária com características slow.

Dentro desse contexto, tomar um cafezinho com calma, em meio à correria diária pode sim, ser considerado um ato slow. Os restaurantes macrobióticos e vegetarianos existem. Os produtos integrais e orgânicos, embora em média 20% mais caros, estão em todas as prateleiras, as dietas ortomoleculares ganham mais adeptos a cada dia e a busca por uma vida mais saudável é hoje a mola do mundo.

A gastronomia não deixaria isso impune não é mesmo?

Por: Beatrice Borges – turismóloga e colunista do Jornal Cazumbá

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