quinta-feira, 25 de março de 2010

São Luís: cidade para bons negócios


São Luís desponta atualmente como um dos lugares mais propícios do Brasil para alavancar oportunidades de negócios que, de forma direta, refletirá no turismo em toda sua cadeia, movimentando assim diversos setores da nossa economia. Assim, muitos negócios começam a deslanchar em solo maranhense, com destaque ao imobiliário, com inúmeras construções se espalhando pelos quatro quantos da cidade.

O crescimento imobiliário e, em especial, os mais luxuosos, cresce vertiginosamente em todo o planeta e em São Luís não é diferente, evidenciam a correlação deste setor com o mercado de turismo. Ou seja, com a industrialização da capital maranhense a construção de alto padrão tem si constituído em negócio, com direito a hotéis, pousadas, apartamentos e residências que atendem a todos os gostos. É só andar pela cidade e ver construções e edificações que surgem a todo momento.

Com esse cenário, é fácil surgir as oportunidades, uma vez que as edificações que surgem, na sua grande maioria, é destinado a uma classe mais abastada, haja vista, que são casas e apartamentos, que mesmo financiados pelo sistema financeiro e incentivos federais, as prestações não ficam por menos de R$ 800,00. O que é muito elevado para padrões locais, haja vista que a média salarial maranhense ainda é uma das mais baixas do país.

Desta maneira, não consigo conceber o porquê de tantas construções, se as mesmas não beneficiam as famílias maranhenses que não tem moradia. E, ainda, a predileção pelas áreas nobres da cidade. Vejo como um grande risco o crescimento deste tipo de mercado. Pois, a supervalorização destes imóveis, nunca se destinará a quem realmente precisa e refina por demais os novos proprietários destes imóveis, que podem ser adquiridos por uma camada de pessoas “privilegiadas”, campo fértil para a prostituição.

E, ainda, pode se ter um outro agravante. A aquisição por prefeitos, deputados, vereadores de primeira viagem que, na maioria das vezes, ao se elegerem a primeira aquisição é um hilux e um apartamento para a filial. Nada contra quem faz este tipo de investimento, aonde o dinheiro quase sempre é de fonte duvidosa, ou seja, público, no que pode se transformar numa grande armadilha, tanto para quem financia, como para o financiador, uma vez que a justiça finalmente parece que começou a tirar a venda dos olhos.

Então, por que o sistema financeiro em vez de financiar imóveis com os padrões e valores que estão sendo construídos, não subsidia essas moradias a quem de fato precisa e paga? Não existe uma discussão séria, planejada e integrada sobre o tema. O que se vê é muita politicagem e propaganda, aonde construtoras, bancos e governos investem num segmento de moradia, que beneficiam somente a eles mesmos, porque ao final de suas construções entra em ação o dinheiro do trabalhador que nunca é beneficiado.

Assim, quem perde é só o trabalhador. Pois, entra em cena sempre o lado político, servindo de plataforma para candidatos e espertalhões, que usam o nome do “povo”, mas o que vale mesmo é “farinha pouca, meu pirão primeiro". Neste caso, é muita farinha com muito pirão, mas só quem come são poucos privilegiados.
Portanto, precisa-se repensar a política habitacional deste país, provocando a sociedade e governo para de fato rever os conceitos e valores destas novas construções. Não que não deva haver construções de luxo, mas que um número maior de construções seja destinada a quem realmente precisa.

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