quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Museu da Gastronomia, uma obra que anda a passos de cágado


Quando do início da atual gestão da prefeitura de São Luís, verificou-se que a Secretaria Municipal de Turismo – SETUR tinha dois projetos que não estavam complementados, um do Museu da Gastronomia (situado na esquina da rua de Nazaré a rua da Estrela – Centro Histórico de São Luís) e outro da Sinalização Turística, ambos financiados pelo Ministério do Turismo, sendo que ainda estava para ser depositado o dinheiro para as obras do Museu, o que só aconteceu em fevereiro de 2009

Quanto ao projeto de Sinalização Turística, ainda não havia sido aceita a proposta técnica e o plano de trabalho pela Caixa Econômica Federal - CEF, que é o órgão que repassa o dinheiro para as obras.

No caso do Museu da Gastronomia, na ocasião, foi feita a apuração de toda a situação. Havia inicialmente uma empresa licitada que ainda não havia começado a obra porque logo que colocaram o tapume em volta do prédio verificou-se que o casarão ao lado ameaçava cair sobre o imóvel no qual será instalado o Museu, pois o mesmo apresentava uma infiltração muito grande. “A primeira ação que fizemos foi autorizar a empresa para sanar inicialmente esse problema que, depois de resolvido, permitiu o início das obras, em abril de 2009; de imediato, percebemos que seriam necessários 1 milhão e seiscentos mil reais para a conclusão do trabalho com alguns equipamentos, enquanto que o Ministério do Turismo havia repassado apenas 873 mil reais”, informa o Secretário Municipal de Turismo, Liviomar Macatrão.

Foram logo identificadas algumas falhas no projeto, alguns problemas no projeto conceitual e no projeto de engenharia, o que é normal em prédios do Centro Histórico, pois aparecem situações nesses prédios que não estavam previstas e que só aparecem quando se começa a mexer na estrutura do imóvel, e foram detectados ainda alguns equívocos no projeto inicial.

Dessa forma, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, a construtora, a Fundação Municipal do Patrimônio Histórico - FUMPH, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos - SEMOSP, que são parceiras da SETUR, tomaram conhecimento dos problemas. Por exemplo, no valor contratado, havia a previsão de 500metros quadrados de reboco, quando na verdade o prédio necessita de 1.812 metros quadrados de reboco.

Então, a obra foi paralisada e a empresa desistiu de continuar e terceirizou a obra. Foi solicitada à CEF a reestruturação de toda a planilha para que ficasse adequada a toda uma sequência de obra. Após a conclusão do procedimento e os encaminhamentos do trâmite burocrático, com nova aprovação pelo Ministério do Turismo e pela CEF, a obra foi retomada em 17 de novembro de 2010.

Além de contemplar os recursos que estavam disponíveis, mais 300 mil reais de recursos próprios serão necessários para a conclusão da obra física. “Com a análise do projeto inicial do projeto, vimos que o museu está num prédio que possui 4 andares, com gestões diferentes. Localizamos situações como montar um restaurante escola a 200 metros de um restaurante do mesmo tipo, no Centro Histórico. Não concordamos com essa proposta e, em parceria com o SEBRAE, foi contratado um diagnóstico de curadores, o que não havia sido feito anteriormente. Todo museu tem que ter um curador e essa figura não existia no projeto inicial”, complementa Liviomar Macatrão.

Após a contratação do Plano Curatorial, será definido o que haverá em cada ambiente do museu, com essa nova adequação do projeto, com a inclusão de coisas que antes não foram previstas como a impermeabilização do imóvel, instalação elétrica e hidrosanitária, com uma proposta de maior interação com os visitantes, prevendo-se também a questão da acessibilidade para cadeirantes, por exemplo. Serão revistas ainda a estrutura administrativa, o modelo de gestão e o aumento da área do museu para exposições de longa duração, dentre outras intervenções. Diante do exposto, verifica-se que o Museu da Gastronomia ainda vai demorar um bom tempo para começar a funcionar de verdade.

Se levarmos em conta que a atual gestão já está há mais de dois anos no poder, e que a gestão anterior prometeu que a obra sairia no prazo estipulado de 180 dias, o que não ocorreu, diante do andamento atual das obras a conclusão das mesmas está indefinida. A população e o trade turístico já esperaram mais do que o suficiente. Agora é torcer para que o museu seja inaugurado antes de São Luís completar 400 anos, em setembro de 2012. É ver para crer!

Foto:Divulgação

Um comentário:

  1. se pra planejar um museu tá bagunçado desse jeito, imagina o turismo todo de uma cidade

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