quinta-feira, 19 de maio de 2011

Desmate cresce 27% na Amazônia



O sistema de monitoramento por satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), conseguiu detectar um aumento de aproximadamente 27% do desmatamento nos nove Estados da Amazônia Legal acumulado entre agosto do ano passado e abril, se comparado com o mesmo período anterior. A área desmatada passou de 1.455 km² para 1.848 km².

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, classificou a situação de preocupante e disse que o governo criou um gabinete de crise para lidar com o aumento, mas negou que ele tenha relação com a discussão sobre o Código Florestal.

Essa versão já vinha sendo adotada pelo próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Proprietários estariam desmatando na expectativa de serem futuramente anistiados pelas reformas no código. A ministra afirma não ter elementos para chegar à mesma conclusão – ela esperará o relato de fiscais e as explicações dos governos estaduais para entender as causas do aumento.

Para a ministra, o curioso foi o crescimento "anormal" de 47% do desmatamento em Mato Grosso. Por lá, o desmate ocorreu com técnicas antigas e agressivas, como o "correntão", na qual tratores ligados por uma corrente varrem a floresta, derrubando as árvores no caminho. Somente entre março e abril deste ano, o salto no Estado foi de 444%: saiu de 75Km² para 408 Km². É o maior número desde agosto de 2008

Amazônia
O aumento detectado pelo Deter fez com que o Ibama concentrasse suas operações na Amazônia. Se entre janeiro e maio de 2010 foram feitas 25 operações e embargados 4 mil hectares, nos primeiros cinco meses der 2011 foram 58 operações e 37 mil hectares embargados.

Os números divulgados nesta semana podem ser ainda maiores, porque o sistema de detecção é ágil, mas não registra todo o desmate. A destruição pode colocar em risco os compromissos assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional em relação à Amazônia.


Fonte: www.folhaonline.com.br

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