terça-feira, 21 de junho de 2011

Graves problemas estruturais afetam igrejas históricas de SL


Sem reformas ou restaurações, igrejas e paróquias de São Luís estão com seu estado de conservação comprometido. Rachaduras, paredes sem cobertura, tetos danificados, janelas e portas quebradas e pintura desgastada são alguns dos problemas vistos, por exemplo, na Igreja de Santo Antônio, nas paróquias de São João, Nossa Senhora dos Remédios e na Igreja da Sé. Fiéis, insatisfeitos, pedem por melhorias nos templos sagrados.

Em alguns, reformas não são feitas há 20 anos, como na Igreja de Santo Antônio. Nos últimos anos, foram feitos apenas alguns reparos no local, já desgastado com o tempo. “Não fazem reforma geral desde que o papa João Paulo II visitou São Luís, em 1991. É uma tristeza isso”, afirmou Terezinha de Jesus Santos, frequentadora do templo.

A pintura da igreja está desgastada, o mato cresceu na fachada, nas torres e nas paredes; a cobertura cedeu. A caixa de energia, instalada logo na entrada do templo, está enferrujada e a fiação exposta, impondo perigo a quem passa no local. As janelas do templo e do seminário, um prédio situado ao lado, estão deterioradas.

Na Paróquia de São João, a situação é precária em seu interior. Vários altares, como o de Santa Antônio, São José, Nossa Senhora Auxiliadora e Santa Cecília apresentam rachaduras. A escada e, sobretudo, o teto, que são de madeira, estão desgastados. Em alguns pontos, pedaços caíram.

Por causa disso, na paróquia existe uma urna na qual é pedido aos fiéis uma colaboração para a recuperação do espaço. A solicitação de ajuda é por causa da proximidade do festejo de São João. “O festejo está muito próximo e provavelmente não dará tempo de fazer nada”, lamentou a fiel Angelita Sodré.

A Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, uma das mais frequentadas de São Luís, também apresenta problemas. Os vitrais da fachada estão quebrados. O mato também está presente nas paredes, a pintura desgastada e algumas portas estão deterioradas, apresentando até buracos na madeira.

Na Igreja da Sé, mato e rachaduras também são encontrados na estrutura. Relógios e sino não funcionam mais, pois foram estragados ao longo do tempo. Segundo o padre Ailton César Alves de Sousa, uma reforma estava programada para ser feita no ano passado, mas até agora não aconteceu.

Conforme o arcebispo de São Luís, dom Belisário, cada paróquia é responsável pela conservação de seus templos. Para reformas, a maioria conta com apoio de fiéis, instituições, órgãos, entidades e outros parceiros, que disponibilizam recursos. No caso de o local ser tombado como Patrimônio Histórico, as alterações tem de contar com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como no caso da Catedral da Sé.

O arcebispo avaliou o estado de conservação das igrejas e paróquias de São Luís. “Algumas foram descaracterizadas, como a de São João Batista e de São Pantaleão. Outras estão em bom estado, mas os reparos têm de ser feitos constantemente. Acho que de 10 em 10 anos seria um bom período para reformas gerais acontecerem”, analisou.

Saiba mais

Igreja da Sé

Situada na Av. Pedro II, Centro. Foi construída pelos jesuítas no ano de 1762 em homenagem a Nossa Senhora da Vitória. É a principal do estado e seu altar-mor foi tombado como patrimônio histórico.

Nossa Senhora dos Remédios

Situada na Praça Gonçalves Dias, Centro. Foi construída em 1719 e permanece sendo a única de São Luís erguida no estilo barroco.

Santo Antônio
Situada na Rua Padre Antonio Vieira, Centro. Foi construída em 1624 por estímulo do Frei Cristóvão de Lisboa. No local, Antônio Vieira dissera o célebre “Sermão dos peixes”.

São João
Situada no cruzamento da Rua da Paz com a Rua São João, Centro. Foi construída em 1665 por estímulo de governador Ruy Vaz Siqueira. Foi erguida no estilo neoclássico e reconstruída em 1934.

Fonte: Jornal O Estado do MA

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