quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Chias Marketing reformula Plano Maior e Maranhão retoma investimento no turismo

Política do governo de Roseana Sarney para o setor será baseada no estudo feito pela consultoria sediada em São Paulo, e prevê ações até 2020, com aplicação de recursos em torno de R$ 50 milhões até 2012; lançamento do Plano acontece na feira da ABAV, no dia 19 de outubro

O Maranhão estará em breve na vitrine do turismo brasileiro e mundial. A atividade turística, essencial para a economia do Estado, deverá crescer no mínimo 10% ao ano até 2020, e o número de turistas passará dos atuais 1,97 milhão para 2,6 milhões em 2014.

Esses são, em linhas gerais, os objetivos do Plano Maior 2020, preparado pela Chias Marketing para o governo do Maranhão e que será lançado no próximo dia 19, no encerramento do primeiro dia da Feira das Américas- ABAV 2011. Na oportunidade, a campanha do Plano também será apresentada. As principais autoridades do turismo nacional e do governo maranhense estão sendo aguardadas para o lançamento.

O Plano Maior 2020 - Plano Estratégico de Turismo do Estado do Maranhão foi desenhado pela Chias Marketing, que atualizou assim o primeiro Plano Maior, encomendado pelo governo maranhense à época e que norteou as ações do turismo local entre 1999 e 2003.

Para esta versão, a Chias realizou pesquisa em 64 municípios do Estado, com 250 entrevistas e a captação de mais de 6 mil imagens. Foram dez meses de trabalho.

A fase inicial do Plano Maior 2012 prevê investimentos de mais de R$ 50 milhões até 2012, em ações e programas de desenvolvimento, infraestrutura (incluindo urbanização e saneamento) e promoção. “O desafio é recuperar o imenso potencial turístico do Estado. Foi necessário partir praticamente do zero para reformular o Plano, uma vez que o Maranhão mudou bastante nesse intervalo de tempo, e o cenário do turismo também foi modificado”, esclarece a sócia-consultora da Chias, Patrícia Servilha (foto).

Patrícia avalia que a interrupção do Plano Maior original prejudicou o posicionamento que o Maranhão vinha obtendo no mercado turístico nacional. “O Estado perdeu espaço para outros destinos. Praticamente saiu da prateleira. Em 2003, havia cerca de 18 grandes operadoras de turismo trabalhando com o Maranhão. Hoje, apenas duas mantêm o Estado no portfólio. A média de permanência na capital já chegou a ser de três noites, hoje não passa de uma”, compara Patrícia.

Mesmo possuindo uma cultura regional forte, os atrativos do Maranhão vão muito além dos folguedos populares, como o bumba-meu-boi, considerado por muitos a marca registrada do Estado.

Para começar, a capital, São Luís, é a única cidade brasileira fundada por franceses, além de possuir um patrimônio histórico mundial declarado pela Unesco em 1997. Mesmo não sendo lusitana na origem, a cidade é marcada pela colonização portuguesa, que deixou em São Luís várias construções históricas, incluindo o maior acervo de azulejos portugueses fora de Portugal.

A paisagem também é singular, indo de desertos de areia com lagoas de águas cristalinas, na região dos Lençóis, até o maior delta em mar aberto das Américas. De um lado o estado fica na divisa da Amazônia e, de outro, marca o início da extensa faixa de praias nordestinas (o litoral maranhense é o segundo em extensão na região). Dessa forma, o Maranhão pode também se posicionar estrategicamente como porta de entrada para ambos os destinos.

“Com todos esses elementos, o Maranhão possui condições de se diferenciar e ter um apelo contemporâneo ao ser divulgado entre turistas brasileiros e estrangeiros, sem que necessariamente um aspecto se sobressaia a outro”, avalia Patrícia. O Plano Maior 2020 estabelece essa visão moderna, adotada pela nova campanha publicitária. A preocupação com o visual “clean” e contemporâneo poderá ser percebida, inclusive, no estande do Maranhão na ABAV 2011.

Nem tudo porém do Plano feito anteriormente descartado. Criada em 1999, a marca turística do Maranhão – com o nome do Estado escrito por extenso –permanece, após ser aprovada em pesquisa por 87% de entrevistados em todo o Brasil e no mundo. “É a marca mais duradoura do turismo brasileiro e será mantida, com um novo tratamento gráfico”, explica Patrícia.

Como será o turismo maranhense nos próximos anos
De acordo com o Plano Maior 2020, os pólos foram classificados, por ordem de importância, em indutores (São Luís, Lençóis e Chapada das Mesas), estratégicos e de desenvolvimento. Turismo de aventura, cultura, ecoturismo, entretenimento, praias, de negócios, histórico, e náutico foram os segmentos de produtos considerados na classificação.

O Plano também mapeia quais são os mercados emissores com maior potencial para o Maranhão, no Brasil e no mundo, além de definir a estratégia de comunicação entre turistas e o trade turístico.

Envolver a comunidade para fazer do Maranhão um pólo turístico internacional é outra preocupação do Plano, bem como o estímulo à qualidade dos serviços turísticos. “Toda a parte de diagnóstico do Plano foi feito com visitas de nossos técnicos a cada um dos municípios, bem como reuniões com o trade. Tivemos entrevistas com 379 empresários de turismo de todo o estado, entre outras pesquisas que envolveram turistas que visitaram o Maranhão e que não viajam para o Estado há mais de cinco anos”, conta Patrícia.

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