quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resposta ao artigo: "O Plano de Marketing de São Luís poderá se tornar um mico"

Meus caros amigos do Jornal Cazumbá e do Blog Cazombando. Em reposta ao artigo "O Plano de Marketing de São Luís poderá se tornar um mico", de Antonio Noberto, articulista deste Jornal, publicado no dia 26/10/2011, resolvi abrir o debate sobre o tema acima descrito.

Ninguém discute a presença e a colaboração francesa na fundação (ainda hoje polêmica) francesa. Mas a marca da cultura francesa aqui em São Luís é efêmera, quase fantasiosa, que guardamos apenas no gentílico. Se há um país europeu com o qual temos que estreitar relações no âmbito turístico, cultural e econômico é Portugal. Este sim, deixou o seu legado e a paisagem cultural-histórica mais importante da nossa cidade (sem falar de outras contribuições, que se estendem naturalmente aos demais estados).

Independentemente disso, os nossos esforços de promoção deveriam ser orientados para todos os países europeus, demais sul-americanos, norte-americanos, asiáticos e nacionais, sem distinção! Além do histórico-cultural-folclórico, também temos atrativos naturais de uma beleza e originalidade únicas, que não devem ser comparados com os dos outros estados nordestinos (até porque somos também o início do norte, como muito bem explicitado pelo Eduardo Sanovitz) Enfim, o nosso potencial (São Luís e todo o estado) e a nossa diversidade oferece atrativos de todos os tipos para todos os gostos, mercados e perfis! O turismo do Maranhão não precisa mais de planejamento, planos, promessas e nem de mais divulgação do que já está sendo divulgado! O que precisa VERDADEIRAMENTE é gente COMPETENTE, HONESTA, UNIDA, que AMA ESTE ESTADO E QUE QUEIRA REALMENTE FAZER ACONTECER. SIMPLES ASSIM!


Atenciosamente,
Rafael Marques

Um comentário:

  1. A respeito do artigo do Antonio Noberto, aqui tratado e motivo de debate por parte do Sr. Rafael Marques, não posso deixar de me manifestar e fazer alguns comentários. É dito por este contestador que é inegável a presença e colaboração dos franceses na fundação da cidade de São Luís, embora se trate de assunto polêmico. A digníssima professora e historiadora Maria de Lourdes Lauande Lacroix, em seu importante livro "A Fundação Francesa de São Luís e seus Mitos", tenta desmitificar a crença de que nossa capital tenha sido criada pelos franceses. Parece-me que, a partir daí, instalou-se a dúvida no espírito da população. Que os portugueses, efetivamente, deixaram sua marca no território ocupado, não há dúvidas. Nem poderia, pois depois que expulsaram os ocupantes, a não ser por um breve espaço de tempo – quando da invasão dos holandeses –, instalaram-se definitivamente na cidade. A História consagrou a fundação da cidade como obra dos gauleses, já que nossas terras viviam totalmente esquecidas pelos portugueses. Se nada, ou quase nada deixaram eles para apreciarmos, deve-se ao fato de ali haverem ficado por um período de tempo muito curto. Isso, entretanto, não anula a realidade. Parece-me que os órgãos responsáveis pela conservação e divulgação desse nosso inigualável patrimônio arquitetônico não têm tido, até hoje, a devida preocupação de fazê-lo com a dedicação que merece. Às vésperas de completar a significativa marca dos quatrocentos anos de fundação, o que se vê é o descaso por toda a parte. Ruas sujas, mal iluminadas, esburacadas, casarões (lindíssimos) em ruínas, com pinturas desgastadas, calçadas em péssimas condições e excesso de automóveis estacionados ou trafegando nas estreitas e bucólicas vias, são coisas que chocam qualquer visitante que chegue à nossa bela e triste capital. Para atrair turistas, devemos ter em mente que eles não vão em busca de beleza de praias ou para apreciar os lindos e modernos edifícios que se constroem. O que eles pretendem, na verdade, é sentir os ares coloniais que perduram no ambiente das ruelas, becos, ladeiras. Como se voltassem no tempo. Mas também querem ver a cidade conservada, apresentável. Caso contrário, não a recomendarão a ninguém e jamais retornarão. Que se faça a divulgação direcionada a gregos e troianos, e não apenas a algum seguimento em especial, como portugueses e franceses. Arrisco a dizer que o mito (se é que podemos considerar assim) de que tenha sido fundada por estes últimos seja um motivo a mais para atrair turistas de todas as partes do nosso país. O que mais precisamos é demonstrar respeito e amor à nossa maravilhosa Upaon-Açu, que a todos recebe com carinho e de braços abertos.

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