sexta-feira, 1 de junho de 2012

Acaba a greve dos rodoviários

A greve de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus de São Luís chegou ao fim e a partir de hoje 100% da frota de ônibus da capital deve estar circulando novamente na cidade. Depois de 17 dias de paralisação - com 100% e 50% da frota de ônibus parada nas garagens -, os rodoviários aceitaram a proposta feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na noite de quarta-feira, dia 30, e concordaram com o reajuste de 7% no valor do tíquete-alimentação e aumento salarial de 7% determinado no dia 17 de maio pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT), desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo. As reivindicações relacionadas aos planos de saúde e odontológico serão negociadas nos próximos meses, quando patrões e empregados voltarão a conversar.

A decisão de encerrar o movimento foi tomada na tarde de ontem em assembleia geral da categoria na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (STTREMA), no Centro. Rodoviários reivindicavam reajuste salarial de 16%, aumento do tíquete-alimentação para R$ 450,00, inclusão de mais um dependente nos planos de saúde e odontológico, além de outras cláusulas sociais que foram respondidas ao longo das negociações.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Dorival Sousa, avaliou a greve como positiva, pois, segundo ele, a paralisação mostrou que a categoria é forte e unida para lutar por seus direitos. "Se não fosse a mobilização da categoria, nós não conseguiríamos manter nossos empregos e os nossos benefícios. Valeu a pena, nós mostramos para a sociedade que estamos unidos e que a categoria é organizada", afirmou.

Reajuste - Dorival Sousa garantiu que nenhum dos trabalhadores que participou do movimento grevista será demitido ou sofrerá algum outro tipo de sanção. Ele disse que o valor referente a desconto de 10 dias computados como faltas dos rodoviários será ressarcido nos salários de junho e julho. Com o reajuste de 7%, o salário de motoristas passa de R$ 1.100,00 para R$ 1.177,00; o dos fiscais de R$ 650,00 para R$ 695,5,00; e o dos cobradores de R$ 622,00 para R$ 665,54,00. O tíquete-alimentação passa de R$ 341,00 para R$ 365,00.

Apesar de a greve dos rodoviários ter chegado ao fim, o presidente do STTREMA explicou que as propostas oferecidas pelo sindicato patronal e pelo TRT não foram satisfatórias, pois ficaram muito aquém dos verdadeiros anseios da categoria. "Nem eu, nem a categoria estamos 100% satisfeitos. Mas no momento essa foi a melhor solução para que no futuro possamos aumentar nossos ganhos", pontuou Dorival Sousa.

Ainda segundo o líder dos rodoviários, a questões relacionadas ao plano de saúde e odontológico dos rodoviários serão discutidas em no mínimo 120 dias, período em que a Prefeitura de São Luís se comprometeu em instalar o sistema biométrico de reconhecimento facial nos ônibus para reduzir as fraudes nas gratuidades. "As negociações continuam. Foi feito um compromisso de que, quando a Prefeitura instalar a biometria nos ônibus, nós voltaremos a sentar com o empresário para que sejam revistas essas questões", afirmou.

No fim da tarde, o presidente do Sindicato dos Rodoviários foi à Procuradoria Regional do Trabalho, no Renascença, homologar o acordo estabelecido na assembleia da categoria.

Indignação - O fim da greve dos rodoviários não foi levado a votação na assembleia geral. Dorival Sousa apenas levou ao conhecimento dos trabalhadores o que foi acordado com os empresários e informou que, com isso, o movimento estava suspenso. Situação que agradou a uma parte dos presentes e desagradou a outros.

A cobradora e uma das diretoras do sindicato Joselourdes Pinheiro Serra, assim como vários outros sindicalistas, questionaram o fato de as propostas não terem sido votadas pela categoria na assembleia. "Os trabalhadores não foram ouvidos na assembleia. Nada foi colocado em votação. No fim de tudo, são os trabalhadores que acabam perdendo com tudo isso. Os motoristas e cobradores são assaltados todos os dias e ninguém se manifesta com relação a isso", reclamou indignada a sindicalista.

Números

17 dias de greve, com 50% e 100% da frota parada nas garagens.

R$ 740 mil é o valor acumulado da multa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros.

R$ 590 mil é o valor acumulado da multa do Sindicato dos Rodoviários


Jornal O Estado do MA

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