sexta-feira, 26 de abril de 2013

BNTM precisa ser reformulada


Caso a CTI-Nordeste não reformule a BNTM, com um modelo mais produtivo para expositores e participantes, o evento corre o risco de perder apoio em 2014

CTI-Nordeste tem mais de três décadas de atuação no turismo da região.  No entanto, em termos efetivos, a Bolsa de Turismo do Nordeste (BNTM) é o único evento que a entidade realiza para promover os destinos nordestinos. Mesmo assim, ao longo de mais de 20 edições da Bolsa, o evento vem (e não é de hoje) se tornando sem produtividade para os participantes, principalmente pela pouca representatividade dos “compradores”, o que redunda em ineficácia e prejuízo para os participantes.

No último editorial deste Site, antes da realização da BNTM 2013, ocorrida de 10 e 14 de abril, no Centro de Convenções de Salvador, antevemos o problema e cobramos da CTI-Nordeste mais ousadia, além de inovação na formatação da mostra. Até que a CTI-Nordeste tentou, mas escolheu o atalho errado. Ao pensar em ‘turbinar’ o evento, aceitou a ideia da Bahia em sobrepor a feira com dois outros eventos, o 2º Salão Baiano de Turismo e a Feira da Abav. Foi pior a emenda do que o soneto.

A crítica mais contundente em relação a esse ‘novo formato’ veio do principal patrocinador do evento, a TAP. Em entrevista a edição on line do “Mercado & Eventos”, o diretor da aérea portuguesa no Brasil, Mario de Carvalho, disse que o modelo da edição 2013 BNTM, com a junção dos dois eventos baianos, “não foi exitoso”. Para ele, “o fato das feiras ocorrerem simultaneamente fez com que os expositores da BNTM ficassem renegados. Quando ela acontecia sozinha era bem melhor”, disse o executivo.

A TAP investiu no evento (aliás, como vem fazendo ao longo dos anos). Para a edição de Salvador convidou 60 buyers da Europa com tarifas a 100 euros, além de oito jornalistas de Portugal sem qualquer custo para o evento. "A agenda dos buyers foi totalmente desorganizada”, detonou Carvalho.

O dirigente da TAP antevê que Pernambuco “terá problemas” para organizar a BNTM de 2014. “Vai ficar difícil para a Secretaria de Turismo do Estado reverter a imagem deixada neste ano”, disse ele.

A insatisfação com o formato da BNTM de Salvador ocorreu um dia antes da abertura da feira, quando a TAM anunciou que não apoiaria o evento, justificando a falta de interesse em investir na vinda de europeus para o Brasil. Aliás, todo mundo observa isso. Só a CTI-Nordeste que ainda não sabe que o mercado da Europa está em crise e, pelo menos nesse momento, não adianta continuar batendo nessa tecla.

Para o próximo ano, caso não ocorra mudanças significativas no formato da feira, será difícil convencer a TAP a apoiar a iniciativa. Outro agravante: provavelmente a empresa aérea portuguesa já esteja privatizada, e sem a força de convencimento da diretoria brasileira que atualmente comanda a empresa aérea.

É chegado o momento da CTI-Nordeste repensar o seu caminho. O formato da entidade está caduco e muito longe atingir o seu objetivo, que é promover o turismo regional de forma eficiente, principalmente no momento atual de crise dos mercados internacionais. Passar um ano todo programando uma feira e ainda fazer de forma errada é passar publicamente um atestado de incapacidade.

É assim como nós pensamos.

Por: Ivonildo Lavôr

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