quarta-feira, 16 de março de 2011

Equipamentos urbanos do Centro Histórico são destruídos


Poste de iluminação pública tombado na rua Afonso Pena, ao lado do antigo Ferro de Engomar


Em 1988, o governo do estado realizou uma grande obra de revitalização na parte antiga da cidade, impulsionando a capital maranhense a receber o título da UNESCO, que transformou o Centro Histórico de São Luís em Patrimônio Cultural da Humanidade. Prédios restaurados e pintados, ruas recuperadas com paralelepípedos e calçadas ostentando as belas pedras de cantaria, fachadas limpas, equipamentos urbanos em ordem, ruas só para pedestres, disciplina do comércio informal, programação cultural intensa, segurança eficaz e limpeza constante garantiram durante algum tempo a excelência do lugar.

O Centro Histórico, tendo à frente o bairro da Praia Grande, seguido pelo bairro do Desterro, foi contemplado com a arrojada e necessária iniciativa de restauração e preservação. Dessa forma, o Centro Histórico recuperou a sua beleza majestosa, atraindo milhares de pessoas que rapidamente transformaram o espaço num point obrigatório em São Luís.

Com o passar do tempo, contudo, o Centro Histórico foi sendo gradativamente abandonado, largado à própria sorte, e os problemas começaram a surgir. Questões como insegurança, falta de limpeza, colocação de cartazes nas paredes dos prédios, iluminação precária ou inexistente, depredação de equipamentos urbanos, descumprimento às leis que no passado disciplinaram o local se multiplicam a cada dia, ameaçando o título alcançado por São Luís de Patrimônio Cultural da Humanidade.

A iluminação pública da Praia Grande é responsabilidade da Prefeitura de São Luís, que contratou a Citéluz para resolver a questão. A iluminação precária é apenas um dos problemas que estimulam a prática de assaltos e roubos na Praia Grande. Ribamar Filho, proprietário da Livraria do Poeme-se, situada na rua João Gualberto, dispara: “Isso aqui está um absurdo, piora a cada dia, as autoridades não olham mais para o Centro Histórico. Aqui no meu estabelecimento já houve arrombamento, roubo e pichação”. Quando um equipamento urbano é destruído, como um poste de iluminação, por exemplo, somente alguma luz na mente de algum abnegado é capaz de mudar a situação para a resolução do problema. O jeito é torcer para que tudo melhore...

4 comentários:

  1. Até quando vamos continuar apenas olhando este Grandioso e Extraordinário Patrimônio do Maranhão ser destruído.

    Será que o Centro Histórico de São Luís está incomodando o crescimento da cidade?

    Será que existe um complô imobiliário que visa deixar que o Patrimônio Histórico venha abaixo para poder erguer uma nova cidade, e desta forma e como sempre, apenas uns poucos vão sair ganhando? E o resto da humanidade, não conta?

    Que eu saiba este monte de prédios que para alguns são velhos e decadentes fazem parte do Patrimônio da humanidade, ou não?

    Ou será que ainda no mais escondido dos porões do poder seja ele qual for continua acunhada a ideia “Visionária” do Interventor Paulo Ramos (1936-1945) que - Era necessário, literalmente abrir caminho para o progresso, preparar a cidade para viver novos tempos. Nem que, para tal, parte desta, a que representa o passado, tivesse que ser esquecida ou até mesmo destruída -*

    Vamos continuar apenas nos lamentando?

    *Imagens do Moderno, de Valdenira Bamos

    ResponderExcluir
  2. Concordo com a visão do Serafin Fernández. Realmente é impressionante o descaso com que as autoridades tratam patrimônio tão importante para a cidade, o país e a humanidade. Não é mesmo de estranhar que inescrupulosos empresários da construção civil estejam só esperando que tudo desabe para, então, edificarem seus modernos e grandiosos prédios. Assim poderão multiplicar em muito suas contas bancárias e que se dane a história da nossa cidade.

    ResponderExcluir