quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Nem sei quem é o Niemeyer!”



Outro dia, numa reportagem de noticiário local sobre o fluxo turístico em São Luís na Semana Santa, uma turista de São Paulo levantou uma questão que a maioria de nós já sabe: a capital maranhense, apesar de bela, tem perdido o encanto e decepcionado quem gasta rios de dinheiro pra chegar até aqui. Além da sujeira, a turista ressaltou que os profissionais envolvidos na cadeia turística quase que diretamente, como os taxistas, não conhecem a história da cidade e não sabem informar aos visitantes sobre, por exemplo, de quem é o projeto arquitetônico da Praça Maria Aragão.

Ao ouvir a informação, rapidamente veio a pergunta: Ora, mas os profissionais da cadeia turística não recebem treinamento constante para saber tratar bem quem chega por aqui? E as capacitações que a Prefeitura alardeava aos quatro cantos? Não existem mais ou ficaram para mérito de gestões anteriores?

Se os profissionais da cadeia turística de São Luís não conhecem a história da cidade, como vão receber os visitantes nos 400 anos, quando se está programando uma hiper-mega-super estrutura de eventos para promover a capital – uma das poucas do Brasil que chega a essa idade? Aliás, não é apenas quando 2012 chegar! A história da cidade precisa estar na ponta da língua de sua gente, principalmente na de quem tem um contato direto com o turista – seja taxista, garçom, feirante, artesão, ambulante, vendedor de coco, de cachorro-quente, de “sorvete de coco”, de quitutes nas bancas da Praia Grande...

Agora imagine! Governo e Prefeitura investem pesado em marketing nos grandes centros e feiras nacionais e internacionais com o objetivo de promover as riquezas do Estado e encantos da capital – um investimento que não sai barato, diga-se de passagem. O pessoal “compra” o pacote dos sonhos e vem cheio de expectativas para conhecer “a cidade dos palácios de porcelana” e quem os recebe nem sabe lhes dizer o porquê do “apelido” ou mesmo quem chamou a cidade assim pela primeira vez! É ou não é uma vergonha?!?

Sabemos que esse projeto é do Niemayer porque conhecemos os seus traços, mas o taxista disse quem nem sabia quem era o Niemayer!” É pra ficar espantando com tanta estupidez, assim como ficou a turista de Sampa. Vai ver que o taxista não sabe nem quem foi a médica e ativista Maria Aragão. Não seria de causar estranheza, já que ele nem sabe quem é o Oscar Niemeyer. Mas pra quê saber disso? Pra quê saber quem foi o autor do projeto daquela praça que fica ali, em frente ao antigo Espaço Cultural, logo abaixo da Praça Gonçalves Dias – que, provavelmente, o cara também nem sabe quem foi? Que importância tem isso, afinal????

É... um pouco de história sempre é bom de vez em quando. Afinal, o turista não é burro e há muito deixou de acreditar em papo de pescador, em conto do vigário, em Papai Noel e em quem vende gato por lebre...

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