quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Você é uma pessoa de sorte?

* Por Antonio Noberto
Algumas pessoas intitulam-se sortudas, acreditam que o acaso lhes favorece, jogam semanalmente nas loterias, às vezes até ganham alguns tostões, o que geralmente não é  muito, mesmo assim acham que a sorte lhes acompanha. Outros acreditam (?) que alguns objetos como pé de coelho, trevo de quatro folhas ou algum outro amuleto podem  lhes trazer maior fortuna.

Alguns sociólogos dizem que as loterias são, na verdade, apenas bolsas de valores de pobre, onde as pessoas investem pequenas somas, e quase sempre não têm o retorno do valor apostado.

Segundo o nosso dicionário Aurélio, sorte é a força que determina ou regula tudo quanto ocorre, e cuja causa se atribui ao acaso das circunstâncias ou a uma suposta  predestinação. Ou ainda destino ou fortuna. Mas o acaso não deve ser algo que devemos esperar “com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar”.

Seremos pessoas mais felizes e satisfeitas se entendermos que já não vivemos no mundo do tempo aturado ou vivido, afinal a sociedade atual é a do tempo programado. De  posse disto, uma grande marca de refrigerantes escolheu como propaganda a frase: “A vida é você quem faz”.

O médico e consultor brasileiro Lair Ribeiro tem uma frase muito a contento, que diz que “sorte é o encontro da preparação com a oportunidade”, e exemplifica: “se em um famoso hospital paulista existe uma vaga para contratação de um médico especializado, quem seria o contratado? Aquele que estudou, fez pós-graduação, doutorado em Havard, nos Estados Unidos? Ou aquele que apenas se graduou e ficou clinicando no interior?”. Não é nossa intenção desmotivar a poção mística existente em cada um de nós, e que faz parte da nossa crença no que existe de bom neste mundo, mas é preciso entender que sonhar é muito bom e que realizar é melhor ainda. E a realização demanda a crença peremptória de que somos agentes ativos, e não passivos no processo. Esperamos que doravante sua fé esteja canalizada no mister da realização, que busca o bem comum, e que o imobilismo e o acaso sejam substituídos pela tração realizadora que poderá transformar o mundo em um espaço mais humano, coletivo e melhor. 

Enquanto não acreditarmos assim, os oportunistas aproveitadores agirão, pois sabem que o mundo é programado e a maioria é passiva, que espera o acaso. Um mundo melhor só existirá quando verdadeiramente você for um sortudo em razão do investimento no estudo, na preparação e na capacitação – sem deixar de acreditar em Deus, é claro. Os outros, os que não se prepararam, sem saber da sua labuta, certamente dirão sobre você: “fulano (a) é uma pessoa de sorte”. Se você realmente acredita e investe na preparação, parabéns sortudo (a)!

*Antonio Noberto é turismólogo e escritor.

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