segunda-feira, 16 de abril de 2012

Casarões históricos de Caxias sofre com a falta de preservação

Casarões antigos estão passando por reformas sem considerar o seu valor histórico.  
Caxias - Quem tem o hábito de andar com frequência no centro da cidade de Caxias é testemunha da morte silenciosa do Centro Histórico caxiense. A degradação e derrubada de vários prédios são cada vez mais aceleradas e conta com a anuência do poder público e de instituições que deliberam sobre cultura e que nada fazem para proteger o pouco que ainda resta.

O grande problema é que quase todos os prédios são propriedades particulares e mesmo cientes da Lei de Tombamento do centro da cidade, que foi sancionada desde 1990, estes continuam a derrubar casarões de moradia e antigos prédios comerciais datados do século XVIII e XIX.

Está cada vez mais rápido o processo de derrubada os antigos casarões para darem lugar a edifícios comerciais e residenciais. Segundo levantamento feito pela estudante de História Lionete da Silva Reis, que terá o assunto como tema de sua monografia de conclusão de curso, somente nos últimos cinco anos, pelo menos 12 prédios foram postos abaixo.

Segundo a estudante, haveria formas pacíficas de beneficiar os empreendedores, sem destruir o patrimônio histórico da cidade. “É uma intervenção direta e não retroativa. Tudo o que é derrubado não será recuperado nunca mais. É um pedaço da história de Caxias que está indo embora”, critica Lionete Reis.

Para a acadêmica, haveria formas de se construir sem precisar destruir as fachadas, mas o empreendedor caxiense não pensa dessa forma, porque, para ele, o investimento é maior se optar por conservar uma parte da história apenas adaptando as fachadas.

Com a extinção dos prédios, muitas ruas já perderam suas características originais. As ruas Afonso Pena, Benedito Leite e Aarão Reis foram as que mais foram descaracterizadas.

Truques - Para derrubar esses imóveis e ainda burlar a lei, muitos proprietários usam diversos artifícios. Alguns deles é destelhar os casarões e deixar que o tempo e chuva se encarreguem de fazer o restante.

Há ainda o proprietário que, sem nenhum constrangimento, começa a construir pelos fundos. Ou seja, eles mantêm a fachada em pé até que a obra seja concluída em toda a parte de trás do terreno.

Como a fachada é a última peça da construção a ser derrubada, a obra passa despercebida até da fiscalização, que só observa o crime quando o proprietário do novo investimento precisa concluir o acabamento da fachada para que este possa ser alugado. Os valores do aluguel no centro da cidade são altos. Dependendo do tamanho da construção, podem variar entre R$ 800,00 e R$ 3 mil, o que só aumenta a ganância de proprietários.

FONTE: Jornal O Estado do MA

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